História Circus Game - Mean?

"Quando me olho no espelho, eu percebo algo que no mundo real não me pertence, vejo algo que até então só havia visto em nossas fotos juntos. Atraves do espelho, vejo o mundo ao qual eu queria pertencer, mas eu sei que é fantasia. Sei que o reflexo que vejo sobre o vidro é apenas a memória de quando eu e você dançavamos pelo quarto ao som de Adele, sorrindo como quem sorri a felicidade eterna, mas, meus pesadelos insistem em lembrar que você foi embora para um lugar que eu ainda não posso te acompanhar, não ainda.

Debruçado sobre meu espelho de memórias, jaze meu amor e minha paz ao qual são regados pelo que um dia, foi minha felicidade."

- Minha (agri)doce imaginação, Condinome: Lara Grace.

 [ Capítulo 28: Mal?]

- Huanguang-Jun...? - A criança de pouco menos de seis anos apareceu em seu Jingshi, com um rostinho apático e destoante da contaste áura de meiguice pertencente ao ex- Wen, sua fita de teste estava torta e WangJi estava com medo de estar vendo a sombra de lágrimas nos olhinhos cinzas da criança.

- Hm? - Lan Zhan soltou a guqin e viu o garotinho morder os lábios em nervosismo, mas logo finas lágrimas desceram pelo lindo rostinho infantil, quebrando,o já em pedaços, coração da segunda jade de Gusu. O mais rápido que pode WangJi foi até o corpinho tremulo, o embalando nos braços com o mesmo carinho que um dia embalou o primeiro pai daquele garotinho.- O que houve, A-Yuan?

- A-a-Yuan é um-a criança ruim? - Uma grande interrogação se fez presente no Lan mais velho, não entendendo o que aquilo significava, até porque, seu filho era uma das, senão, a criança mais doce de toda a Gusu. Não obtendo resposta, a criança segurou o manto alheio com mais força, deixando os soluços escaparem com sua garganta.- É p-por i-sso que A-Yuan não tem pais? P-Por isso Wei-Gege e JiuJIu A-Ning, a v-vovó e tia Qing foram embora? A-Yuan é mal?

Nos três anos em que se tornou o pai daquela criança, nunca imaginou que aquelas preocupações passavam pela mente do garotnho sorridente e tão perfeito aos seus olhos, da única lembrança viva do homem que amou e que ainda ama. O peito do homem pesou mais uma vez, assim como sentiu os olhos arderem e pequenas gotículas começarem a embaçar sua visão. WangJi apertou aquele corpo miudo contra o seu, o sentindo tremer pelo choro e se lembrou do dia em que o conheceu,  quando ele se grudou em sua perna o chamando de pai. Quem diria que realmente se tornaria seu pai alguns meses depois? Lembrou tambem de quando Wei Ying os apresentou...

'Meu! Ele é meu filho, Lan Zhan. A-Yuan é meu!"

- A-Yuan, olhe pra mim.- WangJi passava a mão pelas costas da criança, sentindo ele se afastar minimamente de si, mas ainda segurando seu manto com força com as pequenas mãozinhas. - Lan Yuan não é um garoto ruim! É o melhor, é a criança mais perfeita do recanto das nuvens e A-Yuan tem sim uma família. Eu sou sua familia, você é meu e de Wei Ying.- Huanguang-Jun repos a criancinha em um abraço apertado e amoroso, coisa que raramente fazia, mas, o pequeno Lan estava surpreso, nunca havia visto o mais velho chorar. - Acredite em mim, Shizhui, Wei Ying nunca quis nos deixar, ele amava A-Yuan com todo o coração, mas ele não pode ficar. - Lan Zhan respirou fundo, tentando não deixar a voz embargar por suas lágrimas. - A-Die promete, que um dia ele vai voltar e vai voltar a brincar de borboleta com você.

- V-vai p-oder brincar com os coelhinhos tambem? - Mesmo ainda chorosa, a voz se mostrou mais animada e com o mesmo filete de esperança ao qual Wangji se prendia a três anos.

- Sim.

Nos 1 ano e meio que se seguiram, o ex-Wen pergutava sobre quando o Wei voltaria, quase que diariamente, ate parar de perguntar, mas sempre que podia, ele sentava na grama perto da porta de entrada da seita, seja para ler, estudar, desenhar ou brincar com os coelhos. No fundo, WangJi sabia que assim como ele, seu filho esperava o outro pai voltar. Depois de longos anos de espera, chegou o dia em que, por aquele portão, se passava um Wei segurando a fita de testa do marido e do filho, enquanto tagarelava sobre como o herdeiro ali, deveria tentar ser um pouquino mais rebelde, pois Lan Ying não sabia como aquele menino tão santo seria seu filho, já que ele não era boa influência.

WangJi acordou extremamente angustiado, com lágrimas banhando os olhos dourados, com seu costumeiro vazio sobre o peito, mas não foi só isso. Sentiu uma mão calejada e delicada sobre seu rosto, limpando o rastro de sua angústia, lhe acarinhando, alem do peso sobre seu corpo que lhe passava um calor reconfortante, ao qual buscou por 24 anos. Olhou para si mesmo, dando de cara com duas joias cinzas, mas que refletidas a luz do sol que passava pela janela se tornavam momentaneamente azuis, lhe olhando de forma atenta e preocupada, com um leve vinco sobre a testa de pele lisinha.

- Pesadelo, Er-gege? - Wei Ying perguntou ainda  acarinhando o rosto bonito do marido, se policiando quanto a suas palavras e ações, tentando traspassar calma para o homem que desde as 4 da manhã parecia hipnotizado em alguma bolha emocional.

Lan Zhan apertou o corpo do outro sobre o seu, não disse uma só palavra, apenas quis provar para si mesmo que aquilo era real. Viu e sentiu o mais novo se aconchegando sobre seu peito, correspondendo seu abraço a mesma altura, pondo o ouvido sobre o coração do mais velho, ouvindo o órgão se acalmar aos poucos. WangJI puxou seu ar para os pulmões, arrumando sua mente com o passado e o agora. - Memória... Com nosso filho.

Wuxian permaneceu calado. Desde que viajaram juntos para investigar o braço fantasma em sua primeira vida, percebeu que seu marido tinha rarissimos momentos em que apenas ele deveria falar, era quando seu coração achava acalento depois de sofrer muito e como se ele precisasse vomitar o que lhe feriu, dando espaço apenas para a cura e não para a dor.

- Pouco tempo depois de receber a fita de testa aos seis, ele chegou chorando no jingshi, parecia nervoso e desolado.- O Lan olhava o teto, sabendo que se olhasse o outro, cairia em lágrimas de novo - Me perguntou se era uma criança ruim, se era malvado e se esse era o motivo de ele não ter pais e se por isso você tinha ido embora.- O mais velho ouviu fungados e o outro se mexendo sobre si, se encolhendo ainda mais em seu peito. Estava chorando.- Eu nunca me senti tão inutil por não notar que ele se sentia assim, por ter ficado tão preso na minha dor que não notei que não era só eu que precisava de você. Naquele dia, foi a primeira vez que chorei na frente dele, que me posicionei como o pai, coisa que eu devia ter feito desde o inicio. Eu prometi pra ele que você voltaria, que brincaria com ele e que ele te apresentaria os coelhos. - WangJI já soluçava lembrando daquela época tão cinza, ao qual quebrou quase todas as regras de sua seita, que levou meses para se curar de todas as chicotadas que levou por proteger quem amava e que precisou mentir para Yuan, dizendo que estava 'doentinho' e por isso não podia ir brincar com ele ou sair da cama. Wuxian não estava diferente, chorava copiosamente ao ouvir o outro, pensando no quanto eles sofreram por sua causa. - Ele sentava todo dia perto do portão, esperando você chegar, esperando você enterra-lo de novo, esperando todos voltarem e... Eu fiquei com tanto medo de você não voltar, Wei Ying, de eu ter posto uma esperança falsa de que o primeiro pai do meu filho fosse voltar quando até eu duvidava se voltaria, porque voltar seria loucura. - WangJI olhou o homem choroso em seu peito, vendo como ele estava embargado pelas grossas lágrimas, passando a mão pelos cabelos negros, os arrumando minimamente e inesperadamente, sorrindo terno ao outro - Mas isso foi burrice da minha parte, porque obviamente você iria voltar. Desde o dia em que eu percebi que estava apaixonado pelo desordeiro de Yummeng, eu soube que se fosse sinonimo de loucura você conseguiria fazer. A maior prova disso, foi que um ano depois de você voltar, estavamos nos casando, na frente de todo o mundo do cultivo e sendo taxados de loucos.- WangJI sorriu divertido em meio as lágrimas, fazendo o outro soltar um pequeno riso soprano.- Eu queria tanto pode me expressar bem desde o inicio, só pra nunca restar duvidas do que se passa no meu coração em relação a você e nosso anjo, pra nunca duvidarem do quanto eu amo e zelo por vocês. - As lagrimas do Lan começaram a emoldurar uma face culpada e penosa, não demorando para o outro se mexer e se desvencilhar do outro homem, se pondo de joelho na cama, ainda tendo o corpo desnudo coberto pelo lençol. Wuxian olhou aquela cena estático, sem entender nada, ate que viu o marido prestar uma reverencia, chorando alto. - Perdão, meu marido. Perdão por não estar la quando você, nosso filho e  nossa seita precisaram de mim. Me desculpe.

Wei Ying prestou muita atenção na cena a sua frente, a estudando rapidamente. Chegou perto do mais velho, o fazendo erguer o dorso e olhar em seus olhos, passando as mãos e limpando suas lágrimas, sorrindo pequena e amorosamente a ele.- Em minha primeira vida, em momento nenhum eu duvidei do carinho que você sentia por mim; Na segunda vida, eu nunca duvidei do quanto você amava aquele garotinho que era tão respeitoso. Desde o dia em que você retribuiu meus sentimentos eu nunca duvidei do amor que você sentia por mim. Nunca precisei de palavras pra entender o quão amado eu e nosso filho eramos e tenho certeza que ele sempre pensou o mesmo. O que houve me nossa seita estava alem do nosso poder, Lan Zhan e eu tenho certeza que você foi o primeiro a ir averiguar a situação, tentando proteger o meu sono, o do nosso filho e da nossa seita. - Wuxian encostou as testas, fechando os olhos e deixando as respiraçãoes se mesclarem. - Eu tenho muito orgulho do meu marido, porque se mesmo completamente corrompido de energia ressentida você conseguiu me salvar, não tem nada, nada Lan Zhan que eu não faça para que você perceba que o desordero do Píer Lotus foi, é e sera seu marido para todo o sempre, alem de ser o outro pai do nosso filho. Eu te amo, Lan WangJi.

- Eu te amo, Wei Wuxian.