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História City of Angels - Let's do this


Escrita por: HellHeir

Notas do Autor


Parte 2/3 <3
*Divirtam-se*

Capítulo 11 - Let's do this


*3ª pessoa

Havia sido outro dia longo de aulas. Era um dos dias em que Percy e Annabeth saiam juntos, quase cinco horas, depois de outro ensaio. Naquela tarde em particular, alguns problemas em ambos os cursos havia deixado os dois de cabeça quente, provocando discussões inúteis a cada dois minutos, até o ensaio acabar.

Estavam discutindo sobre uma determinada cena, um pouco antes de eles fugirem, enquanto conversavam escondidos. A questão era que haviam modificações, algumas mudanças sobre o comportamento deles em relação a fuga. Annabeth não seria uma Julieta tão inocente e dependente como a história mostra, ela tomaria liderança junto a Percy para que desse tudo certo.

De um jeito que eles não sabiam explicar como, a conversa desviara a uma cena que Percy havia visto mais cedo; ele escutara Annabeth reclamando sobre algo no vestido. Não que ele tenha prestado muita atenção na conversa toda, apenas na parte do “eu não posso usar isso” que ela soltara. Depois disso, ele deu as costas e já começou a xingar mentalmente a loira.

Mas quem culparia a garota? Ela não conseguia nem olhar para todos os babados cor de rosa do vestido que tentaram fazer ela vestir, além de não conseguir respirar direito apenas com a ideia de um corpete dentro do minúsculo pedaço de tecido.

— Deuses ... – ele resmungou quando entraram no carro, a caminho de casa.

— O que foi? E por que não me esperou? – ela reclamou, jogando as coisas no banco e já pegando o celular.

— Tinha mais o que fazer além de escutar a senhorita mimada reclamar sobre sua roupa.

— Se você tivesse visto aquele vestido, também reclamaria.

— É só uma roupa pra um teatro, Annabeth, não consegue ser normal nem nisso? – eles desceram do carro e Annabeth abriu a porta da frente. Graças aos deuses não havia ninguém por ali.

— E o que você considera ser normal, Percy? Abaixar a cabeça e aceitar tudo o que lhe impõem?

— Não, mas sei reclamar pelas coisas certas.

— E o que seriam essas coisas certas? – ela cruzou os braços, deixando suas coisas no chão.

— Coisas que não fossem motivadas por motivos fúteis.

— Ainda pensando isso de mim, Percy? Mesmo? – quando ele não respondeu, ela respirou fundo e se apoiou na escada. – Então vamos, Percy, pode dizer tudo.

— Ah, você não aguentaria isso, Annabeth. Iria precisar de acompanhamento psicológico se eu dissesse tudo o que me vem na mente – ela revirou os olhos, cansada daquilo.

— Só diga de uma vez, Percy – Annabeth cruzou os braços e o encarou com a expressão dura. – Por que não diz de uma vez por todas tudo o que pensa de mim? Vamos acabar logo com isso e parar de fingir que você gosta realmente de mim. Se vai fazer você se sentir melhor – e ela teve certeza de que a ironia o tinha atingido quando ele revirou impacientemente os olhos.

— Ah, eu vou me sentir bem melhor – ele estava muito nervoso, com as mãos cerradas e o corpo todo tenso. – Você já sabe o que penso de você, Annabeth. A filhinha do papai, sempre tendo tudo o que quer na hora que quer precisando apenas inclinar o rostinho e dizer as palavrinhas bonitas que a mamãe ensinou desde pequena.

— Algo mais? – a garota manteve os braços cruzados. Aquilo não lhe afetava de verdade porque já sabia que Percy achava tudo aquilo dela.

— Tem muito mais – ela fez sinal com a mão para que ele continuasse. – Você é arrogante, Annabeth. Arrogante e egoísta. Nem se importou sobre como seus pais iriam se sentir quando fosse embora, só se importou consigo mesma e com sua estúpida viagem. O que é engraçado, porque se não fosse pelo dinheiro deles e o mimo com que lhe trataram, talvez você se importasse mais com as outras pessoas por não ter tudo de mão beijada – ele deu um passo pra frente. – Mas você não precisa se preocupar com isso, não é mesmo? A mamãe e o papai vão poder bancar você pelo resto da vida, não precisa nem se preocupar em terminar essa faculdade, eles podem te dar a Grécia inteira se você pedir, então que diferença faz?

Ela estava sem reação, muito sem reação, o que, definitivamente, não era típico de Annabeth. Percy estava com uma completa expressão de superioridade pra cima dela. Annabeth apenas o encarou por alguns segundos, até ter certeza de que sua voz estava completamente estável e de que não choraria na frente dele. Não daria esse gostinho a mais a Percy.

— Terminou? – ela não esperou ele assentir. – Espero que esteja se sentindo melhor, Percy. Espero mesmo.

Annabeth deu as costas para ele e andou até as escadas, parando alguns segundos e se virando novamente para ele.

— Caso não tenha ficado claro, aquela trégua que você sugeriu está acabada.

Ela se virou e subiu as escadas, indo para seu quarto. Já sentia o rosto molhado antes mesmo de abrir a porta.

Entre xingamentos dos mais diversos e as malditas lágrimas, ela se jogou na própria cama, abraçando o primeiro travesseiro que tinha na frente. Depois de alguns minutos, ela conseguiu se recuperar e pegou o próprio celular, ligando para o número de Thalia.

— Annie? – escutou a voz preocupada da amiga do outro lado da linha. – O que foi?

Então ela contou toda a cena que Percy havia feito.

— Annie, você sabe que nada disso é verdade – Thalia disse.

— Eu sei, Tha, mas escutar que ele pensa tudo aquilo de mim depois de todo esse tempo e não poder nem ao menos me defender, acaba comigo – e Annabeth pensou em cada vez em que eles estiveram juntos até aquele ponto, odiando ter se iludido com a ideia de que Percy pudesse, no mínimo, gostar dela como amiga.

— E por que não poderia se defender? Sabe que pode ir lá e dar uns bons tapas e lição de moral nele, não sabe?

— E de que isso adiantaria, Thalia? Eu poderia explicar mil vezes que nada disso é culpa minha, que meus pais trabalharam duro e conseguiram realizar seu sonho, mas ele nunca acreditaria e ainda tentaria se fazer de vítima, como sempre. Além do mais, o que mais me irrita é ele duvidando de que eu possa ser capaz de fazer alguma coisa sozinha, que eu só dependo do dinheiro de meus pais.

— Annie, ele sabe sobre o vestido?

— Não adianta, Thalia.

— Mas Annie ...

— Hey, Tha, tá tudo bem, ok? – ela limpou o rosto e se sentou na cama. – Eu só precisava conversar sobre isso com alguém.

— Claro, Annie. Então, me conte alguma novidade.

Elas conversaram por horas até que Thalia disse precisar sair para resolver umas coisas. Mal Annabeth sabia que essas coisas envolviam sua atual situação. Sem desconfiar de nada, ela pegou suas apostilas e se sentou em frente à sua escrivaninha, não antes de deixar uma nota no quadro de recados com os dizeres “ignorar Jackson”.

É, ela também não se sentiu muito orgulhosa daquilo.

Quanto a Thalia, ela discou o número de Percy furiosamente. Depois de revirar os olhos, ele atendeu ao terceiro toque da prima.

— Só vou avisando que se for pra você vir falar merda pra mim, Thalia, é melhor nem começar e ...

— Ah, cala a boca, Percy – ela disse, impaciente. – O que raios estava pensando quando disse aquelas coisas pra Annie? Não, melhor, de onde tirou aquelas coisas pra dizer pra ela?

— Hã, talvez do tempo de convivência que tivemos e eu vi o quanto ela era ...

— Não precisa repetir todas as asneiras que você já disse pra ela, Perseu. Você disse tudo aquilo pensando conhecer Annabeth, mas não a conhece de verdade.

— Ai, Thalia, dá um tempo – ele quase desligou, mas ouviu a voz da prima gritando.

— No nosso primeiro dia de aula, quando Luke, ela e eu nos conhecemos, eu tive alguns problemas com eles antes de tudo. Digamos que morder o braço de Luke não foi a melhor das decisões e Annabeth o defendeu com unhas e dentes até que eu admitisse que estava errada.

— Ok, ela o defendeu, mas o que isso ...

— Aos doze anos, depois de ver o estado de uns cachorros num canil, ela pegou todo o dinheiro de sua mesada e juntou toda uma galera pra fazer um bazar de arrecadação de fundos pra comprar comida e remédios, além de conseguir que muitos deles fossem adotados – ela ignorou o primo. – Ela nunca deixou que ninguém novo na sala de aula ficasse sozinho, sempre tentava fazer a pessoa se sentir bem aceita. Um dia antes de ela ir viajar, ela passou a noite toda com os pais, ora chorando, ora dizendo o quanto os amava e que queria ficar no Brasil. Sem falar que ela sempre estudou com bolsas em todos os colégios que frequentou e pretende doar um novo vestido ao grupo de teatro que vocês estão participando, porque o antigo já está velho e gasto.

— E você espera que eu acredite em tudo isso?

— Percy, por que eu mentiria sobre isso pra você? O quão mais longe dela, melhor, assim ela pode arranjar algum namorado lindo ai na Califórnia – ele teve uma súbita vontade de estapear Thalia por dizer aquilo, sem saber muito bem porquê.

— Thalia, como espera que eu acredite que ela tentava fazer amizades? Pior, acha que eu acredito que ela estudava com bolsa? Com todo o dinheiro que os pais dela tem?

— Os pais dela nem sempre foram ricos, Percy. Acredite ou não, eles já quase passaram dificuldades uma vez. Mesmo depois de eles abrirem a empresa e terem a situação esclarecida, a escola continuou oferecendo bolsa a ela, sabendo que ela teria um futuro brilhante se continuasse sendo a pessoa que era. E não se decepcionaram, já que agora ela está estudando na Califórnia. O que eu quero dizer, Percy, é que você não conhece Annabeth tão bem quanto pensa e dizer aquelas coisas pra ela machucou mais do que deveria, porque nada daquilo é verdade. E você ficar se fazendo de vítima também não ajuda em nada.

— Agora eu me faço de vítima? Thalia, você sabe muito bem que ...

— Que você nunca foi rico como ela? Que ela sempre teve vantagens que você nunca teve? Que a condição financeira dela lhe beneficia? – ele apenas ficou em silêncio, ambos sabiam que ele pensava aquilo. – E por que raios isso seria uma condição condenável, Percy? Não é culpa dela e mesmo tendo todo esse dinheiro, ela nunca parou de se esforçar e você sabe disso. Deve ter visto ela surtando alguma vez durante esses meses.

— Thalia, onde você quer chegar? – ele ignorou a constatação dela, porque realmente era verdade. Escutava Annabeth resmungar as vezes sobre o quanto queria jogar tudo aquilo pro teto, que queria mais inspiração e pedindo aos deuses que a deixassem dormir.

— Quero que você se desculpe com ela.

— Mas nem pensar.

— Percy, você sabe que está sendo teimoso.

— Para alguém pior do que eu, você está muito calma, senhorita Thalia.

— É de minha irmã que estamos discutindo, Percy. É nessas horas que precisamos crescer.

— Olha, vou pensar no seu caso, Thalia, mas não posso prometer nada.

— Só pense direito no que disse sobre ela, Jackson – ela desligou e Percy deixou o celular cair na cama.

Ele parou para pensar nas coisas que Thalia dissera e, embora não conseguisse acreditar em tudo, também não acreditava que ela estaria mentindo sobre todas elas. Resolvendo dar uma chance, bateu a porta do quarto da loira e escutou um grito um tanto quanto rude em resposta.

— Annabeth, quero falar com você – ele disse, mas não escutou resposta. Ele testou a porta e, ao ver que estava destrancada, abriu uma fresta grande o suficiente para por metade do corpo ali dentro. – Quero me desculpar com você.

— Ah, Percy, vai a merda – ele viu a garota sentada na própria escrivaninha, sem nem virar a cabeça. – Eu sei que Thalia ligou pra você e te fez sentir o pior ser humano no mundo. Mas isso não quer dizer que está verdadeiramente arrependido.

— Então não quer minhas desculpas? – ela se virou.

— Eu não preciso de suas desculpas, Percy. Não quando outra pessoa tem que dizer pra você vir pedir. Precisa estar verdadeiramente arrependido.

— E depois Thalia quer dizer que eu estou errado – ele resmungou.

— Quando você parar de se fazer vítima o tempo todo, Percy, talvez nós possamos ser amigos e deixar tudo isso de lado.

— E quem foi que disse que eu quero ser seu amigo? – ela riu e voltou a atenção ao que estava fazendo.

— Deuses, Percy, pensei que você fosse mais esperto do que isso.

— O que quer dizer com isso?

— Você é um hipócrita, Percy – ela ficou de pé. – Você diz que eu sou arrogante e egoísta, mas conseguiu provar em dois minutos ser alguém pior do que me descreve. Então só vou te dar um recado, Jackson: você só está aqui por causa da frescura de meus pais sobre eu ter que ter alguém “conhecido” por aqui – e ela fez questão de indicar as aspas com os dedos. – Não que você não mereça, mas não precisamos conviver mais do que o necessário. Então fica na sua que os problemas acabam.

Ele ficou sem reação, com os braços cruzados.

— Se prefere assim.

— Preferiria que você não pensasse assim, mas não posso observar o mundo por você – ela o encarou. – Se era só isso, pode sair.

— Você fez isso ser bem mais fácil do que parecia – ele pensou alto.

— É o que eu tento fazer o tempo todo. A maioria das pessoas tenta fazer tudo mais complicado do que precisa ser, mas eu não quero isso, é perda de tempo.

— Claro – ele assentiu e saiu do quarto da garota, pensando nas coisas que ela dissera. De uma forma até que engraçada, fora depois de tudo isso que ele passou a observar Annabeth mais cuidadosamente.

Os dias se passaram sem que Annabeth ao menos olhasse na cara de Percy. Nos almoços, ensaios, tempos livres era a mesma coisa. Mesmo quando estavam em casa, almoçando ou conversando com Helena, ela evitava contato visual e não falava mais do que o necessário com ele. Aquilo poderia ser considerado um alívio antes, mas ele estava ficando realmente incomodado com aquilo. E não só pelo fato de Drew dar em cima dele a cada duas frases, mas sentia falta das discussões idiotas com a loira. Tudo isso o fez começar a notar Annabeth em seus mínimos detalhes.

Uma semana depois, no sábado, acordou e soube por Helena de que ela havia saído cedo com Piper. Se apressou em trocar de roupas, pegar a câmera e os equipamentos e descer em direção a porta da frente.

— Vai sair pra fotografar, Percy? – Helena perguntou e Drew apareceu do nada.

— Podíamos fazer um ensaio fotográfico qualquer dia desses, Percyto – ela disse e Percy lutou contra a vontade de fazer um barulho de nojo com a boca.

— Claro, um dia, quem sabe – ele sorriu e saiu apressadamente dali, tomando um taxi e ligando para Jason. – Hey, sabe onde Piper está?

— Saiu com Annie e Hazel, devem estar no parque a essa hora. Por que?

— Pode me dizer o nome desse parque?

Jason lhe passou o endereço e ele deu ao taxista.

— Posso perguntar pra que precisa do endereço?

— Só quero tirar umas fotos – ele mentiu, vendo que já se aproximavam do que parecia um parque. – Tenho que ir, falo com você mais tarde.

Depois de pagar o taxista, ele olhou para os lados e procurou pelas meninas. Encontrou as três logo à frente, então se escondeu atrás de uma árvore e ajustou a câmera. Se aproximou rapidamente delas e usou a câmera pra enxergar melhor a cena.

Viu as três sorrindo, estavam sentadas numa toalha vermelha embaixo de uma árvore, com uma cesta ao lado, parecendo cheia. Piper dizia alguma coisa e Annabeth e Hazel apenas gargalhavam, com as bochechas vermelhas. Ele não resistiu em fotografar elas, focando mais em Annie. Poderia passar a tarde toda ali, mas elas resolveram ir embora e ele teve de fazer uma rápida fuga estratégica. Daria tudo para saber do que elas estavam falando, subitamente interessado em saber de coisas que alegrassem Annabeth. Esperou escondido numa lanchonete até que elas fossem embora, mas teve uma surpresa.

— Eai, Percy? – escutou a voz de Piper e ergueu o rosto. – Se divertiu espionando a gente?

— Eu não estava espionando vocês – ela se sentou à sua frente e riu.

— Relaxa, Annie não viu você, nem Hazel. Só o vi correndo pra cá – os dois ficaram em silêncio alguns segundos. – Eu só imagino o que você deve ter dito pra deixar ela tão brava.

— Nem queira saber – o garoto bufou, frustrado.

— Não estou julgando você, Percy – ela se inclinou sobre a mesa e colocou a mão sobre a dele. – Eu sei que você disse coisas horríveis pra ela, algo sobre ela e o dinheiro de sua família. Mas eu só quero saber o motivo. Vocês estavam se dando tão bem nas últimas semanas.

Então Percy desabafou para Piper. Falou dos problemas que estava tendo naquele dia na faculdade, mesmo que isso não fosse desculpa. Contou sobre o que ouvira Annie dizendo e que tirou conclusões precipitadas e que depois escutou um belo de um sermão de Thalia, amiga de Annie do Brasil. Contou sobre a conversa que tivera depois com Annabeth e que passara a observa-la melhor depois disso, cada vez mais arrependido de tudo o que havia dito.

— E por que não diz tudo isso pra ela? – Piper ainda não havia soltado a mão dele e Percy se sentia bastante feliz por isso. Era bastante reconfortante saber que ela estava ali pra lhe ouvir.

— Não sei como dizer, não pra ela. E eu sei que sou a última pessoa no mundo que Annabeth quer ver no momento.

— Olha, não precisa exagerar, ok? Ela não tá com esse ódio todo de você, só brava e um pouco magoada por você nem conhecer ela direito e já achar isso dela.

— E espera que eu converse com ela como?

— Eu não devia te dizer isso, mas quero te ajudar, Percy. E eu vejo que Annabeth já não fica mais tão feliz quando estamos todos juntos porque tem que fazer um esforço enorme pra te ignorar. Ela o considerava seu melhor amigo, sabia?

— Não faça eu me sentir pior do que já estou, Piper. Ela também era minha melhor amiga.

— E é por isso que eu odeio ver vocês assim. Olha, você só precisa chegar nela quando estiverem a sós e dizer tudo o que disse pra mim.

— Mas quando? Até em casa ela evita sair do quarto.

— Amanhã eu falo com ela, ok?

— Claro, obrigado, Piper – ela sorriu e deu a volta na mesa, abraçando Percy de lado.

— Não há de que. Odeio ver os dois assim.

— Vou ficar lhe devendo uma.

— Pode me ajudar dando um jeito em Jason – ela resmungou e Percy riu.

— O que foi que ele fez dessa vez? – perguntou e a viu deitar a cabeça no encosto do banco.

— Ele tá agindo estranho desde semana passada. Fica cada vez mais distante, eu não sei.

— Eu converso com ele por você – ela sorriu e ficou de pé.

— Obrigada, Percy. Vejo você hoje à noite?

— Talvez. Não decidi se vou querer ir nessa tal festa. Nem conheço o cara – Piper gargalhou.

— E quando é que a gente conhece? Só aparece por lá, vai ser divertido.

Ela foi embora e Percy não demorou a sair da lanchonete. Quando chegou em casa, a porta de Annabeth estava fechada como de costume. Olhou a hora quando estava dentro do quarto e viu que eram quase sete horas.

Conversou com Jason, Frank e Leo algum tempo, vendo se eles iriam na tal festa. Leo e Frank iam ficar em casa com as namoradas e Jason disse não ter certeza e Percy o chamou em particular, para cumprir o que havia prometido a Piper.

“O que está acontecendo entre você e Piper?”

“Por que?”

“Vocês tem parecido distantes. Costumavam conversar o tempo todo.”

“Igual você e Annie.”

“É, mas com Annie eu sei que quem deu mancada fui eu. Vem pra cá mais cedo pra nós conversarmos.”

“Pode ser. Vou conversar com ela. Mas não tenho certeza se vou sair, Percy.”

“Só venha trocado, Grace. Caso decida sair, estará pronto. Caso contrário, pode ficar aqui até a hora que quiser.”

“Tudo bem. Te aviso quando estiver saindo daqui.”

Então Percy resolveu descer até a cozinha comer alguma coisa quando ouviu a voz de Annabeth vinda do quarto.

— Não, Piper, presta atenção – ela disse e Percy se aproximou para ouvir. – Nós ainda vamos na festa, mas você não vai dizer isso a ele – Percy ergueu a sobrancelha. – Isso, você vai ligar pro Jason e vai dizer que nós não vamos na festa de jeito nenhum. Eu sei que você quer se resolver com ele, mas escuta. Depois disso, ele com certeza vai avisar o garoto lá de que nós não vamos e então ele vai ficar em casa e não vou precisar me preocupar com incômodos – Percy teve de admitir que aquilo doeu mais que o esperado. – Depois você liga pra ele e diz para ele ir. Aham, claro. É, já tô indo prai. Beijos.

Percy se afastou da porta e fingiu voltar para o quarto.

— Hey – ele disse, mas Annabeth o ignorou. – Hã, vai sair hoje?

— Por que está fazendo isso? – ela bufou e se virou pra ele com uma bolsa nas mãos.

— Eu só ...

— Não precisa fazer isso. Boa noite – ela colocou a bolsa no ombro e desceu as escadas correndo, gritando para Helena que ia dormir na amiga hoje. Percy voltou para o quarto e pegou o celular, vendo que Jason ligava para ele.

— Fala, Jason.

— Piper disse que ela e Annabeth vão ficar em casa. Tem certeza de que quer ir nessa festa?

— Tenho sim. Piper e Annie estão armando pra mim – então Percy contou a Jason a ligação que ouvira.

— Tem certeza disso, Jackson?

— Absoluta. Te encontro lá?

— Tá bom. Até mais tarde.

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*Annabeth

— E então? Ele caiu? – Piper perguntou enquanto enrolava meus cabelos.

— Acho que sim. Jason? – ela pegou o celular e sorriu.

— Fez sua parte. Acabou de dizer que ele e Percy vão pra festa.

— Ótimo.

— Só não entendi porque quer que ele vá sendo que não suporta vê-lo em sua frente – Piper sorriu e ajeitou os cachos recém feitos de Annabeth.

— Não quero que ele vá, Piper, e deixei bem claro pra ele. Mas você acabou de ver que ele quer ir pra me provocar, então tenho permissão pra fazer o mesmo.

— Não vou discutir com você, até que parece ter razão – ela prendeu minha franja no alto da cabeça e me virou em sua cadeira. – E eu preciso treinar fazer a nova maquiagem que aprendi, então você nunca me foi tão útil.

— Obrigada por me amar acima de tudo, Pipes, você é uma fofa.

— Hey, para com isso, vou te deixar maravilhosa – ela pegou um pincel e assoprou nele. – Ainda mais com aquele vestido que trouxe – ela sorriu com segundas intenções e eu senti as bochechas esquentarem. – Sério, onde conseguiu?

Contei a ela sobre o dia em que Thalia e eu fomos fazer compras e ela insistiu para que eu pegasse aquele, dizendo que um dia iria precisar.

Em minha vida, uma das coisas que havia aprendido era não questionar Thalia quando ela tinha certeza de alguma coisa – que não fosse algo equivocado, o que raramente acontecia.

E o dia havia chegado. O vestido consistia em um pedaço de tecido preto brilhante curto levemente grudado ao corpo e com um decote suficientemente grande. Piper disse que ia me emprestar os sapatos porque ainda não sabia que maquiagem ia fazer em mim. No final, eu tinha os olhos delineados com bastante preto e um pouco de brilho por cima e um batom vermelho vivo igual a cor dos sapatos que Piper me emprestou. Peguei o par de brincos que havia trazido e me observei no espelho enquanto Piper vestia um vestido branco e sapato dourado, soltando os cabelos e vindo para meu lado.

— Pronta? – Piper perguntou e eu assenti. – Pode ir descendo, vou avisar minha mãe que estamos saindo.

Piper foi até o quarto dos pais e nós saímos, pegando o taxi e indo até o lugar da festa. Descemos e pagamos o taxista, andando vagarosamente até a entrada.

— Pronta? – Piper perguntou e eu sorri.

— No Brasil, nós temos uma expressão pra momentos como esse, Piper – ela me olhou com curiosidade. – Partiu, McLean. Significa vamos fazer isso.


Notas Finais


Annabeth dia da briga (eu tava inspirada, desculpa): http://www.polyvore.com/annie_13_10/set?id=178005550
Beijinhos.
- A


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