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História City of Angels - You know you look so Seattle, but you feel so LA


Escrita por: HellHeir

Notas do Autor


GENTE, OS COMENTÁRIO FOFINHOS DE VOCÊS ME MATAM <3
SÉRIO, AMO MEU TRABALHO E AMO VOCÊS TAMBÉM.
E COMO EU TO MUITO, MUITO FELIZ, DOIS CAPÍTULOS PRA VOCÊS <3
*Divirtam-se*

Capítulo 17 - You know you look so Seattle, but you feel so LA


*Annabeth

Assim que me sentei, uma mulher com uma bebê extremamente fofa se sentou ao meu lado. Brinquei com ela um pouquinho até que ela resmungou um pouco e a mãe a fez dormir, então coloquei os fones de ouvido e senti que o avião estava decolando. Coloquei no aleatório e fechei os olhos, respirando e ouvindo as músicas de Percy. Sorri, ao reconhecer a maioria delas e, sem que percebesse, consegui dormir em pouco tempo.

Quando cheguei, procurei por meus pais, olhando para os lados. Mas então vi Thalia e Luke de mãos dadas, olhando por cima das cabeças das pessoas, até que Thalia focalizou em mim e correu em minha direção. Soltei minha mala quando ela se aproximou e pulou em meu pescoço, quase nos derrubando. Apertei-a o mais forte possível e olhei para o lado, vendo Luke ali e tirando um dos braços de Thalia para abraçar ele também.

— Deuses, como eu senti falta de vocês – disse, sentindo algumas lágrimas nos olhos.

— Eu não vou deixar você voltar pra aquela faculdade nunca mais – Thalia disse e eu ri, concordando.

— Onde estão meus pais? – perguntei e Luke pegou minha mala.

— Tiveram uma emergência e pediram para nós virmos.

Assenti e entrei no carro de Luke, mandando mensagem para Helena de que havia chegado. E então, depois de perceber onde estava, arregalei os olhos e me inclinei para a frente, ficando com a cabeça entre os bancos da frente.

— Desde quando você tem carro? – perguntei.

— Desde que tenho uma carta – ele respondeu e eu olhei para Thalia.

— Também tenho carta, se quer saber. Só falta você.

— Terei que fazer isso na Califórnia, já que não vai dar tempo de fazer aqui.

— Vai poder nos levar pros roles lá na Califórnia, oba – Luke disse.

— O que acham de ir nas próximas férias pra lá? Helena ia adorar.

— Quem é Helena? – eles perguntaram e eu contei brevemente minhas experiência nos últimos meses no exterior, deixando de fora apenas quando Percy estava envolvido de forma mais íntima. Deixaria pra contar para Thalia quando estivéssemos sozinhas, isso não era uma conversa para meu irmão mais velho ouvir.

Então Luke estacionou em frente à minha casa e eu tive uma surpresa ao ver meus pais ali, me esperando com Sally. Abracei-os primeiro e depois abracei Sally, de quem estava com muitas saudades também. Nós almoçamos todos juntos e eu expliquei melhor o que havia acontecido com a passagem de Percy. Meus pais e Sally tinham que trabalhar a tarde e nós três subimos para meu quarto. Luke e Thalia ficaram horas conversando comigo antes de irem embora. Peguei meu celular e fui ver as mensagens. Helena havia me respondido e Piper e Hazel haviam mandando mensagens no grupo, perguntando se havíamos chegado. Expliquei mais uma vez o que havia acontecido e então me lembrei do que Percy havia me dito, então não contei suas intenções.

E então vi algumas mensagens de Percy e fui conversar com ele.

Ele perguntou como eu estava, se havia visto Thalia e Luke e também sua mãe.

“Ela quase fez biscoitos azuis pra mim, se quer saber, mas teve que sair com meus pais.”

“Deuses, nem me fale dos biscoitos. Vou comer isso pelas próximas três semanas e trazer um estoque quando voltarmos.”

“Não se preocupe, eu te ajudo.”

Ficamos conversando mais algum tempo e quando percebi já era noite e nós estávamos a mais de três horas trocando áudios porque nenhum dos dois estava mais conseguindo digitar.

“Helena vai nos levar pra jantar fora, tenho que ir.”

“Mande um beijo pra ela e diga que já estou com saudades, ok?”

“Direi sim. Me deseje boa sorte.”

“Sorte?”

“Passar duas ou três horas no mesmo recinto que Drew não será fácil, Sabidinha. Você já se safou disso.”

“Tem razão. Boa sorte então.”

“Obrigado. Vejo você daqui dois dias.”

Então eu fui para o banheiro, tomei um banho e vesti meus pijamas. Desci para comer com meus pais e depois subi para meu quarto, deitando em minha cama e pensando no quanto era bom estar ali de novo.

Mas sentia que faltava algo. Não algo que não estivesse por ali, como alguns livros, roupas ou decorações que eu levara para a Califórnia. Não, sentia falta de algo que havia conquistado e que não podia ter sempre ao mesmo tempo.

Então me dei conta.

Percy.

Talvez eu estivesse mais emotiva do que o normal por conta da viagem e por isso estivesse daquele jeito, mas estava sentindo falta da presença dele ali, conversando, rindo e me irritando. Sentia falta de observar suas fotos - minhas fotos - e o jeito como ele captava perfeitamente o momento em que estávamos. Sentia também falta de seus beijos e de quando estávamos sozinhos (os deuses sabiam como sentia), mas se eu pudesse apenas conversar pessoalmente com ele, já ficaria feliz.

Então, como se por destino, senti o celular vibrar ao meu lado e vi uma mensagem de Percy nele.

“Skype, Sabidinha, agora.”

Nem respondi a mensagem, só peguei o notebook e o liguei. Vi uma chamada de Percy e a atendi. Vi que ele usava a câmera e que arrumava os cabelos, o que me fez sorrir. Liguei a minha câmera e o vi sorrir e ajeitar os óculos.

— E então? Sentiu minha falta? – perguntei e prendi os cabelos.

— Estou completamente bêbado, então posso dizer que sim.

— Está mesmo?

— Vamos fingir que sim – ele respondeu e eu sorri.

— Ok, podemos fingir então – coloquei o notebook de lado apoiado em um travesseiro e me deitei em minha cama. – Queria me dizer algo? Você que chamou.

— Ah, é sobre meu voo – ele disse e eu já me preocupei na hora. Ter de esperar mais de dois dias para ver Percy seria bastante triste. – Vou viajar amanhã depois do almoço – ele sorriu e eu fiz o mesmo.

— Sério?

— Helena conseguiu adiantar, sabia que eu queria ver logo minha mãe.

— Isso é ótimo. Vou avisar pra ela ir te buscar amanhã então.

— Já fiz isso, não se preocupe – ele respondeu. – E você?

— Eu o que?

— Como foi sua viagem? Se sentiu mal de novo?

— Na verdade não, suas músicas ajudaram bastante – sorri. – E tinha um bebê do meu lado com quem pude brincar.

— Deve ter sido divertido – ele riu e percebi que ele estava mudando de lugar e indo para a cama.

— Foi sim. Não deveria estar dormindo pra pegar o voo amanhã?

— Talvez. Mas confesso que não consigo dormir de ansiedade – ele se deitou em sua cama e usou a mesma técnica que eu.

— Pra ver sua mãe? – perguntei.

— Também. Tem Thalia e Luke, e você, claro.

— É claro – eu ri e me cobri um pouco mais, já que estava um pouco frio ali. – Também sinto sua falta, Cabeça de Alga. Mas eu nunca disse isso.

— Claro – ele sorriu. – Boa noite, Annie.

— Boa noite, Percy. Me avise antes de sair, ok?

— Aviso sim – ele desligou e eu peguei meu celular, procurando o contato de Sally.

“Sally, sou eu, Annie. Quando for buscar Percy, poderia me levar junto? Me ligue caso eu não responda as mensagens, provavelmente estarei dormindo.”

Então fui dormir para não acordar tão tarde no outro dia. Quando acordei, olhei para meu celular e vi a resposta de Sally. Ela dizia que ligaria pra mim quando estivesse saindo de casa e me levaria consigo. Respondi que tudo bem e vi que já era hora do almoço.

Me troquei, colocando uma calça e blusa de mangas ao ver que ventava do lado de fora. Podia ser verão quando sai da Califórnia, mas o inverno predominava por ali. E eu não poderia estar mais grata.

— Onde vai assim tão arrumada? – meus pais perguntaram quando viram que eu usava botas de salto baixo.

— No aeroporto com Sally. Percy conseguiu uma passagem pra hoje e chega daqui a pouco – respondi e vi que os dois me encaravam curiosos. – O que foi?

— Mas não era você quem não queria ir com ele e coisas do tipo? – minha mãe disse e eu dei de ombros.

— Nós nos entendemos. Cinco meses mudam as pessoas.

— Dá pra perceber – resolvi ignorar o que poderia ser uma suposição por trás de sua frase e terminei de tomar meu café. Então escutei meu celular tocar e o atendi. Sally dizia para eu espera-la do lado de fora e eu me despedi de meus pais.

— Bom dia – eu disse assim que entrei no carro, tendo uma surpresa ao ver uma criança ao seu lado. – Hã, Sally ...

— Annie, quero que conheça Tyson e Paul – sorri para o garotinho e para o homem ao lado de Sally.

— Prazer em conhece-los – resolvi não fazer mais perguntas. Conversei com Sally sobre outras coisas até chegarmos ao aeroporto.

— Pai, preciso ir ao banheiro – o garotinho, Tyson, disse.

— Claro. Voltamos logo – ele beijou a mão de Sally e saiu dali com o filho. Então eu olhei para Sally e a vi sorrir. Cruzei os braços e ela riu, puxando minha mão até alguns bancos ali perto.

— Paul é meu namorado – ela disse e eu sorri.

— Deu pra perceber pelo jeito como andaram de mãos dadas até aqui – respondi. – Como foi isso?

— Nos conhecemos a uns três meses, mais ou menos, numa cafeteria. Ele precisava de alguém pra cuidar de Tyson porque ele tinha uma coisa urgente pra terminar e eu me ofereci, já que estava em tempo livre. Então conversamos e ele me chamou pra sair.

— Deuses, Sally, isso é tão lindo – respondi e a vi corar. – Percy já sabe disso?

— Ainda não. E eu não espero que ele reaja bem.

— Deixa eu adivinhar? Ciumento? – ela assentiu. – Você está feliz, Sally. Ele vai entender.

— Espero que esteja certa – Paul e Tyson voltaram e se sentaram ao nosso lado. Então o tempo começou a passar e nada do avião de Percy aparecer, o que começou a nos deixar preocupados. Peguei meu celular e vi que havia mensagem dele.

“Sabidinha

O celular de minha mãe deve estar desligado, então tente avisar a ela que meu voo atrasou meia hora. Você é a inteligente, dê seu jeito.

Cabeça de Alga”

Mostrei a mensagem a Sally e ela concordou, informando a Paul.

— Pai, eu tô com fome – Tyson se queixou.

— Podemos achar algo pra você nas lanchonetes daqui – Sally estendeu a mão para ele. – Vamos.

Tyson sorriu e acompanhou Sally. Então eu vi Paul observar os dois andarem.

— Annabeth ...

— Me chame de Annie, Paul.

— Bem, Annie, eu adoraria lhe fazer companhia no momento, mas se bem conhece Sally, sabe que é um perigo deixa-la a sós com uma criança quando o assunto é comida.

— Corra antes que ela encha seu filho de açúcar – respondi e ele seguiu os dois.

Então eu olhei pra frente e vi num painel que o avião onde Percy deveria estar já estava desembarcando. Vi as pessoas passarem pelos portões, mas nenhum sinal de Percy. Quando já estava desistindo de procurar, vi de relance o que pareciam ser cabelos negros desgrenhados e, conhecendo o Cabeça de Alga como conhecia, tinha certeza de que ele dormira pelo trajeto todo.

Não podia estar mais certa. Com os olhos ainda brilhantes, os cabelos amassados de um lado e uma mala na mão esquerda, Percy ainda estava, se possível, mais adorável do que sempre. Ele sorriu quando me viu e veio em minha direção.

— Por que não está dormindo? – ele perguntou quando se aproximou e deixou a mala no chão.

— Você é muito mal agradecido, garoto – respondi e ele revirou os olhos, puxando minha cintura e me abraçando por muito tempo. – Como foi de viagem?

— Dormi o tempo todo – ele respondeu e pegou sua mala de volta. – Onde está minha mãe?

— Numa das lanchonetes – e então me lembrei de que ele não sabia. – Olha, Percy, você pode ter uma pequena surpresa daqui alguns minutos e eu só peço para que não grite nem tenha um surto aqui, ok?

— Annie, o que poderia ... – então ele parou e começou a correr. Percebi mais tarde que era em direção a sua mãe.

*****************************************************************************

*Percy

Você nunca sabe o quanto sente falta de sua mãe até revê-la depois de um longo período de tempo.

Abracei minha mãe por longos minutos e a vi limpar o rosto assim que nos separamos.

— Deuses, como eu senti sua falta – ela disse e beijou meu rosto algumas vezes.

— Nem me diga – respondi e a vi sorrindo. – E então? O que me conta de novo?

— Tem uma coisa, na verdade, que você precisa saber – minha mãe começou e eu vi Annabeth ficar um pouco tensa ao meu lado. Então um cara alto de mãos dadas com um garotinho que estava ali perto ficou de pé e veio até nós. – Percy, esses são Paul e Tyson – ela apontou, respectivamente, para o homem e o garoto. – Paul e eu estamos saindo, Percy – naquele momento, eu nem sentia mais o sangue correndo por meus braços e pernas.

— É um prazer conhece-lo, Percy – Paul estendeu a mão e eu, hesitante, a segurei. – Sua mãe fala de você o tempo todo.

— Tenho certeza que sim – consegui sorrir para minha mãe e ela parecia agradecida. – E você? Tyson, certo?

— É – o menino, que era bem parecido com o cara, sorriu abertamente e eu vi que faltavam uns dois dentes em sua boca.

— Prazer em conhece-lo, Tyson. Sou Percy – estendi a mão e ele a apertou entusiasmado.

— Bem, acho melhor deixarmos vocês sozinhos. Foram muitas informações para um dia só – Paul disse.

— Paul, eu posso levar vocês e ...

— Melhor conversar com Percy primeiro, Sally – minha mãe assentiu e Paul olhou para Annie. – Quer ir conosco de taxi, Annie?

— Claro – ela concordou e olhou pra mim. – Bem vindo de volta, Cabeça de Alga – ela ficou na ponta dos pés e beijou minha bochecha, abraçou minha mãe e seguiu Paul e Tyson para fora do aeroporto. Olhei para minha mãe e ela pegou minha mala, começando a andar na mesma direção que eles.

— Então? Namorado? – lhe perguntei e vi minha mãe corar.

Minha. Mãe. Corar.

— É tão estranho assim?

— Só não é mais estranho do que você não ter me dito isso em todos esses meses – retruquei e ela parou em frente ao carro e abriu a porta, colocando minha mala na parte de trás.

— Percy ... – nós entramos no carro.

— O que? Não vai poder me dizer que não teve tempo. Se já até conheceu o filho dele, podia ter reservado um minutinho pra dizer “hey, filho, sei que deve estar ocupado ai em Los Angeles, mas só queria dizer que estou saindo com um cara e até já conheço o filho dele. Beijinhos, mamãe” – disse e entrei no carro.

— Percy, isso não é justo – ela deu a partida e começou a guiar para fora do estacionamento.

— Justo? – olhei para ela. – E você acha justo eu chegar aqui e ter uma surpresa dessas? – eu já usava um tom mais alto com minha mãe, então ela resolveu usar seu tom de mãe comigo.

— Me respeite, Perseu, sou sua mãe – ela estacionou e me olhou séria. Baixei os olhos a ouvi suspirar. – Sabe que odeio ter que gritar com você.

— Só voltei pra cá pra poder passar um tempo com minha mãe antes de ter que voltar e ficar longos meses longe de você. Então descubro que vou ter de dividi-la com outras duas pessoas que eu nem sabia da existência – consegui erguer o rosto e encara-la. – Foi a primeira vez em que você não me acordou para um dia de aula, que não preparou biscoitos azuis pra eu levar e iremos passar meu aniversário separados também – vi seus olhos passarem de bravos para um tanto quanto decepcionados.

— Ai meus deuses, Percy – ela passou a mão em meu rosto. – Você está com ciúmes.

— É claro que estou com ciúmes! Você é minha mãe e já era bem difícil quando você apenas trabalhava. Agora vai passar as noites fora e o dia cuidando de uma outra criança e ...

— Percy – ela disse e eu vi lágrimas se formarem em seus olhos. – Sabe que não precisa ter ciúmes.

— Sei?

— Você é meu filho. É a coisa que mais amo no mundo e nada nunca vai mudar isso, nem ninguém. Sempre vai ser minha prioridade.

— Eu sei, mas ... é com eles que você vai passar o restante do ano. E o outro e outro e outro – encostei a cabeça no banco. – Sinto sua falta, mãe. Mesmo tendo Helena e Annabeth por lá, não é a mesma coisa e ...

— E acha que estou substituindo você por Tyson e Paul por seu pai – ela completou e eu não tive coragem de responder ou olhar pra ela, mas ela entendeu meu silêncio muito bem. – Percy, olhe pra mim – ela puxou calmamente meu queixo. – Tyson nunca irá ocupar seu lugar, ok? Irei cuidar dele como se fosse meu filho? Sim, afinal ele nunca soube o que é ter uma presença materna consigo – ergui a sobrancelha. – A mãe dele faleceu logo após seu nascimento. Mas mesmo cuidando dele, nunca irei deixar de ser sua mãe. É a melhor coisa desse mundo pra mim. E sobre Paul substituir seu pai ... Percy, sabe que nunca superei a morte dele, mas Paul também perdeu alguém que amava e quando estou com ele parece que é mais fácil de aceitar. Poseidon foi e sempre será o primeiro amor verdadeiro de minha vida, não apenas por ter se casado comigo, mas por ter me dado o melhor presente que eu poderia pedir: alguém que fosse exatamente como ele e que pudesse me amar também. Mas sei que ele ficaria feliz se soubesse que consegui ir pra frente, afinal, se fosse o contrário, a coisa que mais desejaria seria que ele fizesse o mesmo e encontrasse alguém digna o suficiente de ser sua mãe. Paul não vai tomar o lugar de seu pai, Percy.

— Ninguém poderia ser melhor que você, mãe – disse e ela sorriu, vendo que eu havia aceitado, em parte, aquela ideia.

— Obrigada, filho.

— Só não me peça pra ficar sozinho com ele ou ter algum tipo de conversa de homens, por favor – implorei e ela riu, voltando a dar partida no carro.

— Prometo sim. Mas só se me ajudar numa coisa agora mesmo.

— O que quiser.

— Um presente para Annie – ela disse e eu sorri. – O aniversário é na próxima semana e os pais dela estão planejando uma festa surpresa. Mantenha-se calado.

— Me manterei. O que quer comprar?

— Não sei. Podemos passar no shopping agora?

— Claro – ela foi até o shopping e segurou meu braço o tempo todo enquanto andávamos. Fiquei bastante grato com isso.

Entramos em algumas lojas de roupa e minha mãe procurava algo que achasse que combinasse com Annabeth. O problema é que, ou ela já tinha algo parecido com aquilo, ou eu não conseguia ver a encrenca vestindo algo do tipo. Por fim, ela desistiu das roupas (e nem a deixei entrar na loja de sapatos) e nós fomos até uma joalheria. Lembrei-me do presente que eu havia comprado para Annie e procurei por algo parecido. Sorri ao ver um par de brincos em formato de concha e mostrei para minha mãe, que sorriu e disse a atendente que poderia embrulha-los para presente.

Depois disso, resolvera ficar em casa. Não conversei com ninguém, apenas com minha mãe e as vezes com Paul e Tyson quando eles iam pra lá. Devo admitir, era difícil não gostar de Tyson. Ele era entusiasmado com tudo e era fácil entretê-lo. E digamos que eu nunca tivera um irmão mais novo pra conversar e até mesmo brincar, então quando eu sugeri que ele me mostrasse seus brinquedos favoritos numa noite em que nossos pais saíram, não fazia ideia de que íamos acabar na sala de minha casa, com diversos bonecos espalhados e no meio de uma batalha intergaláctica. Luke Skywalker estava a segundos de morrer tentando, novamente, salvar seu amigo, o mercenário Han Solo.

Então minha mãe e Paul chegaram e nós dois olhamos pra cima.

— Parece que vocês se divertiram – Paul disse e eu vi que minha mãe sorria abertamente.

— Nos divertimos mesmo – fiquei de pé. – Mas parece que o capitão Solo só vai poder ser resgatado amanhã.

— Não vou esquecer minha princesa Leia dessa vez – Tyson respondeu e eu ri.

— O que? – minha mãe perguntou e Paul riu, puxando seus ombros em direção a si.

— Precisa realmente assistir os filmes, querida – ele disse e eu ergui a sobrancelha.

— Não sabia que gostava de Star Wars.

— Bem-vindo ao lado negro da força – ele disse. – Tyson, recolha seus brinquedos, precisamos ir.

Ajudei Tyson a recolher suas coisas e esperei minha mãe no sofá enquanto ela se despedia dos dois.

— Está com aquela cara de novo – disse quando minha mãe se sentou ao meu lado.

— Cara? – ela me encarou.

— A mesma que fica depois de todo encontro com Paul – ela sorriu e eu a acompanhei. – Nem preciso perguntar se se divertiu.

— Não, mas e você? – ela foi para o lado e colocou uma almofada sob o colo, então me deitei e ela começou a passar os dedos entre meus cabelos.

— Me diverti com Tyson – ela riu e eu olhei pra cima. – Mas sinto falta de Annie.

— Ah é? – entendi o duplo sentido em sua voz e revirei os olhos.

— Ela é minha melhor amiga, mãe – ela me encarou, o tipo de olhar que conseguia me analisar dos pés à cabeça em alguns segundos. Ela sabia que ali havia algo a mais. – E também ...

— Deixe-me adivinhar – ela disse e olhou pra cima, fingindo pensar. – Depois que vocês dois voltaram a ser amigos, começaram a passar mais tempo juntos e então foi inevitável o romance.

— Nós não estamos tendo um romance, mãe – eu ri. – Nós só ficamos algumas vezes, mas não era nem disso que estava falando – ela não precisava saber que era disso também.

— Ah, é, “ficam” – ela ergueu os dedos e fez aspas com os dedos. – Nada de compromisso então?

— Não, senhora.

— Uma pena.

— Não vai tentar fazer uma chantagem emocional comigo, vai?

— Claro que não, Percy. É claro, sabe que adoro Annabeth e que gostaria que fosse feliz, coisa que parece ao lado dela ...

— Mãe ...

— Mas se acha que não quer um compromisso sério, tudo bem, contanto que esteja feliz – ela beijou minha testa e ficou de pé. – Estou indo me deitar. Boa noite.

— Boa noite, mãe – encostei a cabeça no sofá e pensei no que minha mãe havia dito. Namorar Annabeth? Não era mentira que nos divertíamos juntos de todas as formas possíveis, mas éramos apenas amigos. Não que eu vá negar que talvez, apenas talvez, tenha começado a desenvolver certos sentimentos por ela, ainda mais depois de vê-la no aeroporto, me esperando e sorrindo assim que me viu. Mas eu não arriscaria perder tudo o que tínhamos até ali por uma incerteza como essa, não mesmo. Havia sido muito difícil chegar àquele ponto com Annabeth (admito que talvez eu tenha dificultado ainda mais do que precisava) e estava bom do jeito que estava. Pelo menos eu achava que sim.


Notas Finais


Annie buscando Percy: http://www.polyvore.com/annie_34_10/set?id=184014285
Namorado, dona Sally? Hm, que legal...
Sally dando uma rata ali ó, amo <3
Beijinhos.
- A


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