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História City of Angels - Você tem sentimentos, Annabeth, não tente negar


Escrita por: HellHeir

Notas do Autor


VOLTEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEI <3
E JÁ VOLTEI FELIZ PRA CARALHO <3
Primeiramente, fora Temer! Em segundo lugar, VOCÊS FORAM ÓTIMOS NOS COMENTÁRIOS (DE NOVO) <3
Não tinha dado nem 1 dia e já tinha mais de 10 comentários e foram tipo 18, DEZOITO, EIGHTEEN, XVIII COMENTÁRIOS, EU QUASE MORRI <3
E sobre todos que deram ideias sobre uma continuação e segunda temporada, sinto muito que não poderei fazer isso (explico lá embaixo o motivo). AGORA, CHEGA DE ENROLAÇÃO, CAPÍTULO MAIS DO QUE ÓTIMO E COM MAS REVELAÇÕES AI QUE EU MESMA FIQUEI ÓTIMA FAZENDO (porque eu shipo pra caralho os ships dessa história, então eu surto as vezes também).
SEGUREM OS FORNINHOS E VAMOS LÁ.
*Divirtam-se*

Capítulo 39 - Você tem sentimentos, Annabeth, não tente negar


*3ª pessoa

- Estou com fome, Percy – Annabeth disse, se desencostando dele e ficando em pé. – Quer alguma coisa?

- Não, tô bem – ela cruzou os braços.

- Perseu Jackson recusando comida? Você tá doente, é?

- Não seja boba, eu não estou sempre com fome – ela ergueu uma sobrancelha. – Deuses, Annabeth, sai logo daqui.

- Mude de filme, Cabeça de Alga, acho que esse não tá te fazendo bem.

- O que quer ver?

- Qualquer coisa do pen drive que tá na minha gaveta – ela gritou do corredor e Percy ficou de pé, indo até a mesa de Annabeth e procurando pelo pen drive. Mas ele encontrou uma outra coisa no lugar.

“De: Annabeth Chase

Para: Perseu Jackson (que nunca, em hipótese alguma, deve ler isso)”

Percy tentou mesmo ouvir o lado racional de seu cérebro que dizia “ela vai subir em cinco minutos, idiota, e provavelmente matar você”, mas a parte curiosa dizia “leia logo, você pode se trancar no banheiro, ela vai demorar um pouco até arrombar a porta”.

Então ele desdobrou o papel e logo reconheceu a caligrafia delicada de Annabeth.

“Percy

É, eu achei seu caderno de fotos, e, de novo, você é ótimo, Cabeça de Alga. As coisas que escreveu em cada foto foram me comovendo cada vez mais, desde as fotos com seus pais, com nossos amigos, os gêmeos, com Chloe ... são partes incríveis suas que eu conheço e me dei conta que também já são parte de mim e eu sou muito grata por isso (algumas até eram antes, mas isso não vem ao caso).

Foram duas as fotos que me fizeram escrever isso, as duas onde estavam escrito “ela”, mas só que com pontos diferentes no final. Depois que conversamos, no dia em que você voltou, enquanto você dormia depois de nós fazermos uma “limpeza nas teias de aranha”, eu consegui escrever isso antes de apagar (ok, eu estava morrendo de sono e você sabe porque, mas tinha que fazer isso).

Você disse que foi naquele momento em que você teve certeza absoluta de que era pra darmos certo e eu fiquei pensando no momento em que eu percebi a mesma coisa. Mas eu descobri que não teve um momento, não pra mim. Tiveram vários e vários momentos onde eu fui, gradativamente, percebendo que estar com você era a decisão certa (mesmo que boa parte de meu cérebro ainda pensasse “Annie, ele é muito lerdo pra você”). Quando nós começamos a namorar, mesmo que tenha sido do nada, eu escolhi jogar na sorte isso. Então nós trocamos juras de amor (isso quer dizer que dissemos eu te amo um pro outro, ok, Percy?) e eu ainda estava vendo no que aquilo ia dar, adorando cada momento. Então veio o nosso “tempo”, o dia em que conheci sua casa, quando você me deu a aliança e o quase acidente do “você ficaria linda vestida de noiva, Chase” e eu nunca tinha parado pra pensar que queria mesmo um futuro com você, algo concreto, como as coisas que pretendo construir.

E eu quero, Cabeça de Alga, porque, por mais irritante que você possa ser as vezes, viver sem você é bem mais difícil do que eu poderia imaginar.

Deuses, eu nunca vou deixar você ler isso, vai se gabar pelo resto de sua vida e eu vou acabar batendo em você por isso. Mas é tudo verdade, amorzinho, cada palavra aqui (especialmente sobre o quão irritante você é).

Com amor e uma incrível vontade de desenhar coisas na sua cara enquanto você dorme e baba

Annie”

- Deuses, Helena sabe mesmo fazer biscoitos caseiros – Annabeth apareceu com um pote nas mãos. – O que você ... – Percy parecia culpado demais para ela não ter reparado. – Deuses, Percy, você não fez isso! – ela correu em direção a ele na cama, deixando o pote na escrivaninha e pulando em cima dele.

- Ela tem sentimentos, pessoas! Annabeth Chase tem sentimentos! – ele dizia, segurando a carta longe dela.

- Não, não tenho! – ela tentou se esticar mais, mas Percy a segurou e deu um jeito de os virar, prendendo as pernas e braços de Annabeth.

- Tem sim, você escreveu aqui – ele colocou o papel na frente dela e Annabeth finalmente conseguiu soltar os braços e pegar a carta. – Você me chamou de amorzinho!

- Percy!

- Eu nunca vou esquecer isso.

- Se você algum dia contar isso pra alguém, eu juro que mato você!

- Pode até me matar, Chase, mas nunca vão deixar você esquecer disso – ela resmungou, fazendo um bico.

- Isso não é justo – Percy riu, se inclinando e beijando Annabeth, enquanto segurava seu rosto entre as mãos.

- Se vai fazer você se sentir melhor, eu adorei o que você escreveu.

- Só porque falava bem de você – ela resmungou e Percy riu.

- Também, mas eu falo de tudo que estava lá mesmo, Sabidinha – ela parou de fazer careta. – Também não conseguiria viver longe de você.

- Eu sei que não, sou um amor de pessoa. Agora saia de cima de mim, Jackson.

- Você não pede pra eu sair de cima quando ...

- Percy!

Ele apenas riu e se sentou ao lado de Annabeth, vendo o celular dela vibrar.

- Oi, Piper. Não, tô com muito tempo livre, na verdade – ela enfatizou essa parte e Percy abraçou sua cintura, se jogando em cima dela e a beijando na bochecha repetidas vezes. – Percy, para ... Piper, espera um pouco, ok? – ela colocou o celular pra longe e encarou o menino.

- Não vou te deixar em paz até você dizer alguma coisa fofa.

- Você não pode ... – ele voltou a se jogar em cima dela e a beija-la, o que fez Annabeth começar a rir, tanto de cócegas quanto da atitude dele. – Ok, ok, eu falo, mas deixa eu terminar isso aqui primeiro – ela apontou para o celular.

- Jura de dedinho? – ele ergueu a mão e Annabeth revirou os olhos, apertando seu dedo mindinho com o dele.

- Juro. Ok, Piper, pode falar. Aham. Aham. Aham. Aham. Aham! – ela ficou de pé, o que assustou Percy um pouco, mas ela estava sorrindo. – Eu vou falar com eles hoje já, prometo. Ok, beijos.

- O que foi essa explosão?

- Silena e Piper estavam conversando quando tiveram a maravilhosa ideia de querer ir viajar nessas férias. Eles querem ir pro Rio com a gente.

- Sério?

- É! Eles querem que a gente só encontre uns hotéis perto de casa, pra ficar mais fácil, e que os levemos pra passear alguns dias. E Jason já ia mesmo voltar pro Brasil pra ver Thalia e a família.

- Espera, se Silena vai ...

- Chloe também vai e essa é a melhor parte. Frank, Hazel, Leo, Calipso ... Nós até poderíamos chamar Helena, mas duvido que ela vai deixar Drew ficar sozinha no natal e ano novo.

- Bem, liga pros seus pais então, nós vamos semana que vem.

- Vou fazer isso – ela começou a digitar o número dos pais, mas então parou. – Espera, tem algo que eu tenho que fazer antes.

- Que seria? – ela deixou o celular de lado e se sentou no colo de Percy, beijando-o por longos segundos.

- Você é o Cabeça de Alga mais sem noção e lerdo que eu poderia imaginar – ela disse, recuperando o fôlego. – Mas mesmo assim eu amo você.

- Sei disso – ele a beijou de novo. – Agora anda, avise seus pais para que eu possa beijar você um pouco mais.

- Sim, senhor – ela sorriu e, ainda no colo do namorado, ligou para os pais, brincando com os cabelos de Percy enquanto falava com eles. Assim que desligou e avisou a amiga que os pais iriam fazer aquele favor pra eles, Percy colocou o celular dela de lado e a puxou para mais perto.

*****************************************************************************

*Annabeth

No dia anterior a nossa viagem, nós fomos até o orfanato nos despedir das crianças. Eles teriam uma festa de natal naquele ano e nós achamos melhor deixá-los lá dessa vez, já que iria muita gente conosco pro Brasil e nós não íamos parar em casa praticamente (além de ficar mais difícil se locomover por falta de cadeirinhas nos carros e etc.). Prometemos voltar logo quando chegássemos e, no dia seguinte, todos estávamos no aeroporto. Percy brincava com Chloe enquanto Silena, eu e Jason acertávamos as coisas antes de embarcarmos. Peguei a mala de Percy e nós entramos, ouvindo Percy e Chloe conversarem sobre coisas aleatórias, sorrindo. Quando Silena estendeu os braços pra pegar ela, Chloe abraçou o pescoço de Percy e nós rimos.

- Não se preocupe, eu tomo conta dos dois – eu disse e nós nos sentamos. Percy ficou na janela, como sempre, mostrando a Chloe o lado de fora. Ele viu que eu os estava observando e segurou minha mão, me fazendo sorrir.

Depois de uma meia hora brincando com Percy, Chloe começou a bocejar e coçar os olhos.

- Pede pra Silena dar a mamadeira dela – peguei-a e ela deitou em meu colo. Percy tirou o cinto e foi para alguns bancos na frente, voltando com uma mamadeira nas mãos. Chloe estendeu as mãos e tomou o leite, devolvendo a mamadeira para Percy e deitando a cabeça em meu pescoço. Comecei a acariciar seus cabelos com uma das mãos enquanto Percy erguia o braço da poltrona e fazia sinal para que eu me encostasse nele. Ele ergueu o braço e eu me encostei, ajeitando Chloe melhor e sentindo um beijo na minha cabeça.

Admito que acabei dormindo no meio da viagem e só acordei quando havíamos chegado. Chloe já não estava mais em meu colo, havia ido junto com Piper, e eu estava abraçando Percy no lugar. Nos levantamos e pegamos nossas coisas, encontrando meus pais, os pais de Percy, Tyson e Thalia no aeroporto. Quando nos viu, depois de ficar um tempão abraçada a Jason, ela cumprimentou o restante de nós e chamamos taxis para todos.

Lhes ensinamos o caminho do hotel até a minha casa, de onde era mais perto, e os deixamos lá para que arrumassem suas coisas. Percy foi com os pais pra casa, prometendo voltar mais de noite, quando os outros apareceriam. Subi para tomar um banho e me troquei, descendo e ficando um pouco com meus pais enquanto ninguém chegava. A campainha tocou e meu pai foi abrir a porta, voltando com Percy atrás de si.

- Nós vamos subir, ok? Conseguem se decidir sozinhos?

- Pai, já somos bem grandinhos, tá bom? – eu disse.

- Ah, é? Por que tem umas vezes em que vocês ...

- Ok, vocês dois, já deu – minha mãe puxou o braço de meu pai. – Boa noite, filha. Boa noite, Percy – ela mandou um beijinho pra gente e subiu as escadas, arrastando meu pai com ela.

- Falou com os outros? – Percy perguntou, tirando os sapatos e se deitando no sofá, jogando as pernas em cima de mim.

- Já estão saindo do hotel – me desvencilhei das pernas dele e deitei por cima de seu corpo, apoiando as mãos em seu peito e deitando a cabeça ali. – Nem dá tempo de fazer nada com você – me inclinei pra cima e ele passou as mãos em minha cintura enquanto me beijava.

- Meus beijos já não valem de nada para você, senhorita Chase? – eu me sentei em seu colo e Percy fez o mesmo, beijando minha bochecha e pescoço enquanto dizia isso.

- O que é que você acha? – ele riu quando percebeu os pelos de meu pescoço eriçados, mordiscando-o em seguida. – Eu nunca reclamaria de seus beijos, senhor Jackson, mas tem que concordar comigo quando digo que é bem mais divertido quando podemos fazer outras coisas – ele sorriu e se inclinou em minha direção, voltando a me beijar e passando a mão por debaixo de minha blusa, subindo a bainha aos poucos. Eu nem ia erguer meus braços e deixar que ele fizesse o que bem entendesse comigo naquele momento quando a campainha tocou de novo, claro que não ia. Percy ficou de pé, indo até a porta enquanto eu ajeitava minha blusa e os cabelos, sorrindo ao ver o pessoal entrando, inclusive Chloe.

Nós nos sentamos na sala (Chloe tinha levado alguns brinquedos e estava bastante entretida em sua brincadeira com Leo e Piper) e discutimos sobre o que fazer.

- Nós queríamos ir pra praia – Silena disse. – Não levamos Chloe nenhuma vez e acho que ela iria adorar – olhamos todos em direção a ela, mas ela estava preocupada demais em brincar para prestar atenção em nós.

- Então nós podemos ir à praia amanhã – eu disse. – Posso pedir o carro de meus pais emprestado e Thalia e Luke também dirigem.

- Eu aviso ela quando chegar em casa – Jason disse e mostrou para Piper onde estava a peça do jogo que ela estava procurando, recebendo um sorriso de satisfação dela em troca.

Nós ficamos conversando mais algumas horas até que Chloe começou a bocejar e deitou no colo de Piper, se encolhendo.

- Nos avisem quando estiverem saindo daqui – Silena disse.

- Avisaremos. Boa noite – eu disse e fechei a porta quando todos saíram, olhando pra trás e vendo Percy bocejar. – Acho que tá na hora de mais alguém ir pra cama.

- Ainda tenho que voltar pra casa – ele deu um passo em direção a porta, mas eu segurei seu braço.

- Você vai acabar dormindo em cima do volante, Cabeça de Alga – peguei seu celular em seu bolso e liguei para Sally, lhe entregando. Ele conversou com ela alguns minutos e desligou, então o puxei escadas acima, segurando sua mão. Ele nem ao menos esperou pra andar até minha cama e cair ali, tirando os tênis com os pés. – Ah, mas você não vai dormir assim mesmo.

- Vou sim – ele murmurou contra o travesseiro e eu fiz cócegas em sua barriga, o que o fez se sentar.

- Tem uma bermuda de pijama seu ali no guarda-roupa e a escova no banheiro – ele assentiu e foi para o banheiro, levando suas roupas consigo. Coloquei meus próprios pijamas e esperei ele sair dali para escovar os dentes, rindo quando Percy quase trombou com o batente da porta. Quando voltei para o quarto, Percy estava virado para o lado de fora da cama, aparentemente dormindo. Me sentei ao seu lado, pondo as cobertas no chão e pronta pra dormir, mas ele rolou e se jogou em cima de mim, passando o braço por minha cintura e as pernas sobre as minhas. Dei uma risada e soltei meu braço, deixando que ele apoiasse melhor a cabeça em meu peito e comecei a acariciar seus cabelos.

- Boa noite, Sabidinha – ele murmurou e eu beijei sua cabeça, fechando os olhos.

- Boa noite, Cabeça de Alga – ele apertou mais minha cintura e sua respiração se estabilizou, assim como a minha pouco depois.

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*Percy

Acordei na casa de Annie no dia seguinte, num lugar extremamente favorável, que era a cama de Annabeth, usando a mesma de travesseiro (parece que o jogo virou, não é mesmo?). Levei uma das mãos até o rosto, coçando os olhos e vendo Annabeth resmungar. Soltei sua cintura e peguei meu celular, vendo que eram nove horas.

- Annie, temos que acordar – eu disse, voltando a abraça-la.

Ela murmurou alguma coisa e se virou, parando de me abraçar e deitando de bruços. Eu ia dizer alguma coisa, mas me joguei em cima dela no lugar, ouvindo-a soltar o ar pela boca.

- Cabeça de Alga, me deixa dormir – ela disse.

- Você prometeu que íamos sair cedo pra ir na praia – respondi, dando espaço para que ela se virasse.

- Eu sei – ela se espreguiçou e parou uma das mãos em meu rosto, sorrindo minimamente. – Bom dia.

- Bom dia, Sabidinha – beijei sua cabeça e fiquei de pé. – Anda, precisamos passar na minha casa ainda pra pegar minhas coisas.

- Tá bom – ela estendeu a mão e eu a ajudei a ficar de pé. – Vou ligar pra Silena e pra Thalia enquanto você fica pronto. Não demora.

- Sim, senhora – peguei minhas roupas do dia anterior e as vesti, penteando o cabelo e escovando os dentes, enquanto observava Annabeth desembaraçar os cachos e lavar o rosto. Então ela me expulsou do banheiro para que se vestisse e nós descemos as escadas, encontrando seus pais na sala de jantar.

Frederick não conseguiu disfarçar o quão surpreso estava por me encontrar ali (mesmo que eu fizesse isso várias vezes durante as férias), mas Athena sorriu pra nós dois e disse pra nós dois comermos.

- E vocês vão levar seus amigos pra onde?

- Praia. Silena quis que a primeira vez de Chloe na areia fosse aqui, não pude negar isso a ela – Annabeth disse. – Posso pegar o carro de vocês?

Eles concordaram e nós saímos dali, avisando o pessoal de que passaríamos rapidamente em minha casa e depois estaríamos no hotel. Annabeth ficou mimando meus pais e Tyson enquanto eu me trocava e pegava minhas coisas, como ela sempre fazia quando eu não estava por perto (ou até mesmo quando eu estava).

- Ok, puxa-saco, nós temos que ir – ela revirou os olhos e beijou cada um deles, acenando e pegando os cookies que minha mãe lhe entregou quando saímos. Ela me fez ir dirigindo enquanto comia até o hotel. Todos se dividiram entre os carros e Silena, Charles e Chloe acabaram conosco.

- Por que trouxe a câmera?

- Quero fazer uma coisa – respondi e estacionei o carro num lugar onde cabiam os outros dois.

- Nós vamos na praia? – Chloe perguntou, com os olhinhos brilhando.

- Vamos sim – seu pai lhe respondeu e ela começou a bater palmas, sorrindo e puxando as mãos dos pais mais rápido. Então, quando estávamos prestes a pisar na areia, abri a bolsa da câmera e a tirei de lá, entregando a bolsa para Annabeth.

- O que vai fazer? – ela perguntou, ajeitando a bolsa no ombro.

- Chloe vai pisar pela primeira vez na praia – respondi e ajustei a câmera. – E você vai estar de biquíni, Sabidinha. São oportunidades boas demais pra não se fotografar – ela revirou os olhos e eu andei na frente, descendo as escadas até a areia e esperando os outros fazerem o mesmo. Então Charles e Silena desceram com Chloe, esperando sua reação.

- É fofinha – ela disse, depois de mexer os pés algumas vezes, sorrindo. Então ela apontou em direção ao mar e nós fomos todos pra lá. Chloe não hesitou como Kaya havia feito, quase não tive tempo de entrar na água antes dela e, tomando o maior cuidado do mundo, fotografar sua reação ao entrar e pular sua primeira onda. Então voltei para a areia, onde Annabeth e mais alguns esperavam, pedindo para ver as fotos. Enquanto ela, Piper, Hazel e Thalia observavam as expressões de Chloe, Luke e eu ajeitávamos algumas cadeiras e guarda-sóis na areia.

Annie me devolveu a câmera e eles foram todos pra água, o que teria sido horrível se Annabeth não tivesse ficado ali comigo.

- E quando é que a senhorita vai tirar esse vestido e me dar a honra de fotografa-la? – apontei para ela, sentado em minha cadeira, ainda com a câmera em mãos.

- Você é impossível – ela riu e ficou de pé. Ela levou as mãos até as costas e desabotoou o vestido, colocando-o de lado. – Satisfeito?

- Muito – respondi, puxando-a para meu colo depois de guardar a câmera. – Mas posso deixar as fotos pra depois – ela riu e me beijou superficialmente por alguns segundos, até que senti uma mãozinha molhada em minha perna.

Chloe estava completamente encharcada e com alguns cachinhos grudados ao rosto, mas exibia um sorriso maravilhoso e uma mão cheia de conchinhas.

- Onde eu posso coloca-las? – ela perguntou e eu lhe estendi um saquinho plástico, onde ela guardou-as cuidadosamente. – Me ajude a achar mais, tio Percy, você é ótimo nisso.

- Até porque ele estaria fazendo um péssimo trabalho se não fosse – Annabeth disse baixinho e eu dei uma risada falsa. Ela ficou de pé e segurei a mão de Chloe enquanto íamos até a água. Olhei pra trás, vendo Annabeth voltar a se sentar e temi que ela fosse ficar sozinha, mas então Charles, Silena, Hazel, Frank, Jason e Calipso voltaram e eles começaram a conversar. Quando olhei pra água, Piper e Leo pulavam nas ondas e sumiam por um tempo, voltando a emergir logo depois.

- Por que não posso ir lá? – Chloe apontou para eles.

- Eles estão muito no fundo, Chloe, sinto muito.

- Ah – ela fez um bico e eu a peguei no colo, correndo pela água até a cintura. Ela ria alto em meu ouvido e eu vi Silena e Charles me olharem um pouco mais atentos, mas eu não estava tão fundo e ali não tinham tantas ondas. Eles relaxaram quando perceberam que eu não iria mais fundo (até porque Annabeth me mataria junto com eles se eu fosse) e Chloe parecia quase explodir de alegria. Eu a girava e jogava contra as ondas mais fracas, segurando seus braços, e pulava com ela em alguma mais fortes, ficando com o impacto e garantindo que ela não afundasse. Até tentei impedir que ela engolisse água, mas ir na praia e não levar metade do mar com você no estômago não é ir à praia.

Quando mencionei querer voltar pra areia, ela logo começou a negar e pedir mais tempo, mas eu a levei comigo mesmo assim.

- Sua mãe com certeza quer passar mais protetor em você, Chloe.

- Mas eu odeio protetor – ela disse.

- Eu também, mas pior do que protetor é ficar ardendo depois. Vai por mim, já cometi esse erro – nós chegamos perto das cadeiras e Silena já estava com o protetor em mãos.

- Tio Percy me prometeu um sorvete – Chloe disse enquanto Silena espalhava o protetor pelo rosto dela.

- Novidade – ela disse, talvez um pouco mais mal humorada do que eu pensei que estaria.

- A culpa é sua, você sabe. Ninguém mandou ter uma filha tão adorável – Charles disse, num tom zombeteiro, mas Silena olhou brava pra ele.

- É, eu fiz ela sozinha, né, Charles?

- Deuses, você tá fazendo de novo.

- Ah, eu tô fazendo de novo? Foi você quem começou com isso – então eles começaram a discutir e Annabeth pegou Chloe no colo e saiu dali. Eu a segui, enquanto os outros que estavam ali também saiam.

- Mamãe e papai estão discutindo de novo – Chloe disse no colo de Annie, com o rosto baixo.

- Eles vem fazendo muito isso? – Annabeth perguntou e Chloe assentiu. – Eles só devem estar estressados, Chloe, vai passar.

- Mas e se eles forem embora pra sempre?  

- Chloe, eles não vão embora – eu disse, puxando Annabeth para uma das mesas da barraquinha. – Eles vão se resolver logo e tudo vai voltar ao normal.

- Promete?

- Prometemos – respondi e lhe comprei um sorvete azul, que pareceu distrai-la um pouco. Quando voltamos para nosso lugar, apenas Charles estava lá. Fizemos sinal para Piper, que conversava com Jason e Leo na parte rasa da água, e ela acenou para Chloe, que correu em sua direção. Todos sorriram e foram brincar com ela, enquanto Annie e eu nos sentávamos ao lado de Charles.

Ele disse que, desde as últimas semanas, Silena vem agindo estranho, e ninguém conseguia tirar dela o motivo.

- Eu sei como vamos tirar isso dela – Annabeth disse, olhando para a água. – Chloe é a única pessoa pra quem ela vai dizer.

- Tem razão – Chloe voltava correndo pra areia, com as mãos novamente em concha.

- Papai, olha o que achamos – ela disse e nos mostrou uma estrela do mar, parecendo ter esquecido o que havia acontecido. – Cadê a mamãe?

- Já foi pra casa.                                               

- Por que vocês brigaram? – Annabeth e eu nos entreolhamos.

- Você vai ter que descobrir isso pra mim – nós dois ficamos de pé e deixamos que eles conversassem sozinhos.

Mais tarde, nós voltamos pro hotel, os deixamos lá e fomos pra casa. Annie parou em frente à minha casa e, depois de beija-la algumas vezes, desci do carro e entrei em casa. No dia seguinte, ninguém parecia entusiasmado o suficiente pra sair, então Annabeth só avisou o horário em que deveriam estar lá pra ceia de natal e isso foi o máximo de interação que tivemos.

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*3ª pessoa

No dia seguinte, depois de se arrumar, Annabeth desceu as escadas e abriu a porta para o namorado, Thalia e Luke, que foram os primeiros a chegar.

- Eles se resolveram? – Thalia perguntou.

- Não sabemos. Espero que sim, acaba caindo em Chloe eles brigando desse jeito.

- É por ela que eu me sinto mal.

Eles conversaram mais algum tempo até que os outros convidados chegaram. A família de Percy estava lá, a de Annabeth, obviamente, e todos os amigos. Silena e Charles não pareciam exatamente felizes, mas não discutiam, tampouco falavam um com o outro. Antes que fizessem a ceia e a troca de presentes, Charles decidiu que não aguentava mais aquilo e pediu pra conversar com Silena a sós, avisando Chloe do que iria fazer e para que ela ficasse pronta.

- Posso falar com você? – ele perguntou enquanto todos saiam da sala de jantar, segurando levemente seu braço.

- Você realmente quer falar comigo?

- Silena ...

- Nós estamos brigando todos os dias e não conseguimos ter uma conversa normal em semanas, por que motivos ... – Charles não deixou que ela terminasse a frase, apenas puxou o rosto dela em direção ao seu e a beijou como não fazia a muito tempo. Ela não tentou se esquivar, muito pelo contrário, puxou a cintura dele em sua direção e pensou no quanto sentia falta de tudo aquilo. Quando eles se separaram, Charles manteve o rosto perto ao dela e as mãos onde estavam.

- Porque, Silena, não sei se você sabe, mas eu sou completamente apaixonado por você há anos – ele disse, vendo ela abrir um sorriso relutante. – E não há motivo nenhum nesse mundo que me faria parar de amar você.

- Como você ... – ela olhou para o lado e viu Chloe observando os dois, tentando se esconder atrás da parede. – Usou minha própria filha pra me espionar?

- Como você mesma disse, ela também é minha filha – Charles fez sinal com a cabeça e Chloe entrou na sala correndo com uma caixinha nas mãos.

- Pra você, mamãe.

- Chloe, os presentes de natal são só depois, sabe que não pode ... – Silena começou.

- Não é meu, mamãe – Silena ergueu a sobrancelha e pegou a caixa. – É do papai.

Então a cor no rosto de Silena sumiu quando ela viu um anel de noivado ao abrir a tampa. Ela tentou falar alguma coisa, mas Charles se ajoelhou e ela só conseguiu levar a mão livre até a boca.

- Silena Beauregard, me daria a honra de ser minha esposa? – Silena sorriu e tirou a mão do rosto, mordendo o lábio inferior enquanto tentava manter a voz estável.

- Diz que sim, mamãe! Por favor! – Chloe pulava ao lado de Charles, o que só fez Silena rir ainda mais.

- Sim – ela respondeu baixinho e, num mesmo movimento, ele ficou de pé e a abraçou, tirando os pés de Silena do chão e a mantendo no ar por bons segundos. Eles nem se deram ao trabalho de ver se Chloe continuava ali, não quando Charles, com as mãos tremendo um pouco, tirou o anel da caixa e colocou no dedo na namorada.

- Eu amo você, Silena. E eu sinto muito tudo que aconteceu nesse tempo, eu tinha muitas coisas pra fazer e ...

- Não tem que se desculpar – ela ergueu a mão até seu rosto. – Você tem trabalhado muito nos últimos tempos e eu sei o motivo. Charlie, eu não quero que fique se matando de trabalhar por causa de mim e de Chloe.

- Si ...

- Você não precisa fazer isso e eu não quero que faça isso. Quero poder almoçar e jantar sempre junto de vocês, que você e Chloe possam brincar a tarde se quiserem, que nós dois estejamos lá pra ajuda-la nos deveres ... Talvez minha carreira de designer não dê certo, mas eu quero aproveitar a nossa família ao máximo, não importa como.

- Nossa família? – ela o encarou diretamente nos olhos e os viu brilhar como nunca.

- É, nossa família – eles trocaram sorrisos e voltaram a se beijar, ouvindo aplausos pouco depois e olhando pro lado. Chloe estava de mãos dadas com Piper e todos ali os observavam, esperando por alguma coisa. – Nós vamos nos casar – então, o que já era pra ser uma festa animada, só ficou ainda melhor. Não havia outra coisa pra se falar durante o jantar: espalhados pela recentemente alugada mesa nova de jantar na casa dos Chase (afinal precisavam caber 14 pessoas ali mais duas crianças), todos discutiam sobre vestidos, ternos, cores, decoração e bolos de sabores infinitos.

- Você tem certeza de que tá bem mesmo? – Leo perguntou para Charles pela terceira vez. – Quero dizer, uma filha? Ok, tudo bem, crianças são adoráveis e nós amamos Chloe – a pequena virou a cabeça com a menção de seu nome. – Mas casar? Por que não vai viajar no lugar?

- Ainda bem que sempre podemos contar com você, Leo – Silena disse, irônica.

- É, Leo, ainda bem que sempre podemos contar com você – Calipso disse ao seu lado, o que fez todos ficarem um tanto quanto sérios, mas Leo apenas sorriu e segurou as duas mãos dela.

- Ningún viaje se compara a ti, mi amor – ele disse e a beijou na bochecha, o que fez ela voltar a sorrir.

- Ok, vamos mudar de assunto antes que saia outro pedido de casamento por aqui – a mãe de Annabeth disse.

- Sério? Uma pena – Percy disse e Frederick não soube ser discreto ao deixar os talheres caírem no prato. – Eu só tava brincando – Percy se defendeu e Annabeth cobriu o rosto com uma das mãos, arrancando sorrisos de todos.

Terminaram de jantar e foram abrir os presentes. Claro, ninguém mais os abriu naquela noite com exceção de Chloe, que era o centro das atenções a cada embrulho que lhe entregavam. Silena deu o presente que ela e Charles haviam comprado e depois os que Clarisse, Chris, Will e Nico mandaram, já que eles não puderam viajar. Os outros foram lhe entregando seus embrulhos e ela abraçava e beijava a bochecha de cada um, agradecendo até ao Papai Noel pelo último presente, escondido entre os outros. Se Tyson estava chateado por não ganhar tantos presentes quanto Chloe (afinal ninguém sabia que Percy tinha um irmão mais novo, apenas Annabeth e a família), ele não demonstrou. Abriu os presentes dos pais e dos tios e até o que Annabeth lhe dera, agradecendo a ela.

- Espera, você ainda não abriu o que o Papai Noel te mandou.

- Percy, o Papai Noel ... – ele parou no meio da frase, olhando para Chloe. – Não vai deixar o meu presente aqui, vai ficar em casa – ele disse, mesmo que Chloe não entendesse o que ele estava dizendo, já que Tyson era o único ali que não falava inglês (até Sally resolvera fazer um curso, logo depois do primeiro ano de Percy na faculdade, já que queria poder conversar com seus amigos).

- Eu tenho a impressão de que ele sabia que você estaria aqui – Percy acenou para o corredor e todos o seguiram para o lado de fora. Quando abriu a porta e deu espaço para todos passarem, eles puderam ver o quintal iluminado da casa dos Chase, mas, embaixo da árvore do gramado, uma bicicleta estava apoiada no tronco.

Tyson correu até ela, sorrindo e observando-a por bastante tempo. Ele correu de volta para onde Percy estava e o abraçou, agradecendo.

- Eu tô muito orgulhosa de você – Annabeth disse ao seu lado, abraçando-lhe a cintura enquanto observava Tyson testar a bicicleta nova.

- Por que? – ela riu e olhou pra cima.

- Você comprou uma bicicleta pro seu irmão mais novo, sabendo que ele queria isso mais que tudo.

- Bem, ele não ia ganhar se eu não ...

- Você é um exemplo de irmão mais velho – ela beijou sua bochecha. – E eu não poderia estar mais orgulhosa de você.

- Tá começando a falar igual minha mãe.

- Talvez nós duas tenhamos mais em comum do que imaginamos – ele ergueu a sobrancelha. – Ela tem que tomar conta de você, eu também. Ela provavelmente fez muita força pra aguentar sua lerdeza, e eu também. Ela ...

- Ok, já entendi – Annabeth riu e se aconchegou mais em Percy, sentindo os braços dele se fecharem mais ao seu redor.

- E nós duas amamos você incondicionalmente – ela terminou. – De jeitos completamente diferentes, mas é amor mesmo assim.

- É, sei disso – ele se inclinou em direção a ela e a beijou por longos segundos, até que ouviram os outros lhe chamando e foram até eles.

Aquele estava, sem dúvidas, entre um dos natais mais memoráveis entre todos ali.


Notas Finais


Annabeth praia: http://www.polyvore.com/annie_55_10/set?id=190750479
Annabeth natal: http://www.polyvore.com/annie_56_10/set?id=190751901
RECUPEREM DO CHORO E VAMOS LÁ (SILENA E CHARLES, AI MDS <3)
Enfim, eu disse que tinha alguns planos pós fic, mas nenhum deles envolve uma segunda temporada. O motivo é simples: não era a ideia inicial e eu não consegui desenvolver esse plano (tentei assim que finalizei o roteiro de City of Angels). E eu sei porque. A ideia da história era contar os anos de faculdade e estadia dos dois fora do país, estudando, saindo e namorando (o clichê básico). Continuar CoA fora da faculdade faz a fic perder o sentido, por isso não continuarei (nem com os filhos deles ou coisa do tipo, pelo menos não por enquanto).
Meu conselho: quando eu disse ESTE É O ÚLTIMO CAPÍTULO EBLA BLA BLA e começar a fazer textão de choro (talvez tenha um prólogo, NÃO SEI), continuem atentos, porque, como eu disse, TEM UM SURPRESA CURTA ENVOLVENDO ESSA FIC E QUE ACHO QUE VOCÊS VÃO GOSTAR.
Ah, sem esquecer que a tia ta trabalhando numa outra história DE PERCY JACKSON TAMBÉM, ENTÃO SEGUREM AS PERIQUITAS E ADEMAIS ORGÃOS SEQUISUAIS E TENHAM UM POUQUINHO DE PACIÊNCIA PORQUE ESSA IDEIA NOVA É TODA AMORES.
PAZ, AMIGOS, VEJO VOCÊS NOS COMENTÁRIOS.
Beijinhos.
- A


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