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História City of Angels - In the land of billion lights


Escrita por: HellHeir

Notas do Autor


VOCÊS SÃO MUITO AMORZINHOS, EU NÃO CONSIGO ME SEGURAR COM TANTA FOFURA E AMOR NUM LUGAR SÓ <3
Talvez esse capítulo não esteja tão divertido, mas amanhã eu volto com outro (hoje no caso, já passou da meia noite).
*Divirtam-se*

Capítulo 4 - In the land of billion lights


*Annabeth

Estava mais do que feliz em estar usando uma blusa com mangas e calça naquela viagem. Digamos que eu seja uma pessoa que sentia bastante a mudança de temperatura e, embora amasse o frio, apenas um ventinho era capaz de me fazer querer vestir um casaco. E, ao chegarmos em Los Angeles, bem, ninguém havia nos avisado de que era fim inverno por ali. Minha mãe tirou a blusa de dentro da mala e Percy desdobrou as mangas da jaqueta enquanto íamos atrás de nossas malas.

— Mãe, o que está esperando? – perguntei, tentando acompanhar seu olhar pelo aeroporto.

— Helena – ela disse e olhou para mim e para Percy, nos vendo ficar com a cara confusa. – A mulher que vai nos receber e que talvez possa hospedar vocês – ela se virou e sorriu. – Ah, ali está ela – ela começou a andar em direção a uma mulher mais velha, que estava acompanhada de uma menina que parecia ter minha idade. – Bom dia, Helena – minha mãe começou a falar em inglês com ela e eu vi Percy se retrair um pouco. Se ele se sentiu intimidado pelo olhar da garota, ou por outra coisa, eu não sabia.

— Bom dia, Athena – elas se cumprimentaram rapidamente. Helena tinha os cabelos negros, assim como a menina, mas com alguns fios grisalhos perto da raiz. Fora isso, as duas não tinham mais nenhuma semelhança; a garota tinha nítidos traços chineses, olhos negros puxados e rosto fino e pálido. Helena tinha olhos grandes e castanhos, totalmente acolhedores e gentis. – E esses devem ser seus filhos?

— Ah, essa é minha filha, Annabeth – acenei e sorri para ela. – Esse é Perseu, filho de uma amiga minha – Percy seguiu meu exemplo.

— Essa é minha filha, Drew – a garota a seu lado acenou para nós, para Percy na verdade. Havia algo de estranho no jeito como ela olhava para ele e, embora eu ainda não gostasse totalmente de sua atitude, aquilo estava me incomodando mais do que eu gostaria de admitir. – Querem comer alguma coisa antes de irmos?

— Ah, por favor, Helena – minha mãe sorriu e nós acompanhamos Helena até o lado de fora do aeroporto. Ela nos ajudou com nossas malas e conversou com minha mãe pelo trajeto todo até um restaurante.

Los Angeles era mais incrível do que diziam. O céu azul em diferentes tonalidades, as árvores altas e as luzes já se acendendo e iluminando as extensas ruas. Ao longe, podia ver o letreiro de Hollywood em sua colina verde, quase marrom no momento. Helena foi dizendo alguns outros pontos turísticos de lá, como a calçada da fama e parques temáticos.

— Se vierem alguns dias mais cedo, posso leva-los para visitar esses lugares sem problemas – ela parou num sinal e sorriu para nós no banco de trás do carro.

— Seria ótimo, Helena. Não é mesmo, Percy? – olhei para ele e o vi um tanto quanto assustado.

— Hã ... – ele gaguejou um pouco, concordando depois. Parecia nervoso.

— Hey, está tudo bem? – perguntei baixinho, em português, para que ninguém mais ali ouvisse.

— Claro, por que não estaria? – seus dedos tamborilavam nervosamente em seu colo.

— Percy, anda logo, me fala – Helena estacionou e eu segurei seu braço antes que ele descesse.

— Ok – ele abriu a porta e desceu, segurando-a para mim. – Diga a sua mãe que vamos ao banheiro.

Apenas obedeci e as três entraram no restaurante. Percy ainda esperou mais alguns segundos antes de começar a falar, com as mãos nos bolsos e os ombros encolhidos.

— Eu não sei falar em inglês.

— O que? – ele só podia estar brincando comigo.

— Não é que eu não saiba falar em inglês totalmente. Conclui o curso no mês passado, mas nunca fui muito bom em pronunciar.

— Mas você pelo menos entende tudo o que dizem?

— Não sou tão burro, Annabeth.

— Foi só uma pergunta, gênio.

— Entendo, Annabeth. E sei escrever também, mas a pronuncia é um fracasso.

— Depois eu te ajudo com isso, ok? – ele me olhou curioso, com certa diversão também. – Nem adianta me olhar assim, você vai precisar se virar aqui sem que eu sirva de tradutora pra você.

— Obrigado, eu acho – dei de ombros e andei para o restaurante, escutando Percy me seguir. Conversei com a Helena e minha mãe, dizendo rapidamente que Percy era muito tímido para conversar. Vi ele sorrindo de relance enquanto bebia seu chocolate quente e, vinte minutos depois, estávamos de volta ao carro.

Helena nos levou até o hotel onde iríamos ficar, dizendo que seríamos muito bem vindos em sua casa no dia seguinte. Nos despedimos dela – bem eu me despedi apenas dela, já que a filha se recusava a olhar para mim, parecia mais interessada em ficar flertando com Percy, embora ele não correspondesse muito ela, o que deixava tudo mais engraçado.

— Bem, eu já vou tomar um banho e ir me deitar – minha mãe disse, pegando sua própria mala. – Peçam algo pra comer se quiserem, mas não durmam muito tarde, nove horas eu vou chamar vocês pra sairmos com Helena.

— Claro, mãe – respondi e desejei boa noite para ela, assim como Percy. – Você quer comer alguma coisa?

— Não, estou bem – ele disse, mas eu não acreditei muito.

— Bem, eu vou pedir uma pizza pra comer depois de tomar banho – dei de ombros, pegando minha mala. – Se quiser me dizer qual é seu sabor favorito, fique à vontade – ele revirou os olhos e eu pedi a pizza, entrando num dos quartos e deixando minha mala ao lado da cama. Entrei no banheiro do corredor, levando minha toalha e não demorando muito a sair de lá, com os cabelos presos e vestindo meu pijama. Encontrei Percy já na porta, conversando com alguém e voltando com uma caixa branca nas mãos, de onde um cheiro muito bom vinha.

Depois que ele tomou banho, nos sentamos no sofá da sala, ligamos a TV e deixamos num filme qualquer. Não prestamos muita atenção, já que ele me perguntou como eu pretendia ajudá-lo a ter mais dicção na hora de conversar em inglês.

— Primeiro, você vá passar essas férias todas vendo todo e qualquer tipo de filme ou série em inglês e repetindo tudo. Faça isso com músicas também, ajuda bastante.

— Tem certeza disso?

— Bem, me ajudou muito – coloquei meu guardanapo em cima do prato e prendi os cabelos num coque. – Por exemplo, quando eu estava sozinha em casa ou lendo um livro, sempre tentava pensar e dizer tudo o que pensava em inglês, bem baixinho, porque na minha mente isso era legal – ele parecia querer rir. – Ok, pode parecer engraçado agora, Jackson, mas vai me agradecer um dia ainda.

— Claro que vou – ele riu fraco, limpando as mãos. – Só isso?

— É claro que um professor seria o mais recomendado pra isso, ou você pode entrar em algum curso online que te ajude. Tem sites de conversa também.

— É, pode ser – ele sorriu. – Obrigado.

— Não há de que – fiquei de pé e peguei algumas coisas, levando-as para a cozinha e Percy levou o resto. Quando ele ameaçou a lavar os pratos, eu o detive. – Deuses, Percy, não. Vai dormir, precisamos acordar cedo amanhã.

— Não é trabalho algum, Annie.

— Alguém virá fazer isso por nós amanhã, ok? Considere um bônus – sorri de lado e ele ergueu as mãos.

— Já que insiste, boa noite.

Ele foi para o próprio quarto e eu entrei embaixo de minhas cobertas. Foi só depois de estar aconchegada e pronta para dormir que eu pensei na seguinte situação: Perseu Jackson havia usado, pela primeira vez, meu apelido enquanto se referia a mim. A preocupação começava quando eu dava certa importância para isso, mais do que queria admitir.

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*Percy

Athena bateu a porta de meu quarto na manhã seguinte e eu me levantei rapidamente. Agradeci a ela e fui para o banheiro, quase trombando com a porta ao fazer. Bem, eu não estava esperando ver alguém apenas de toalha àquela hora da manhã, ainda mais quando esse alguém era Annabeth. Ela podia ser irritante e metida, mas só um louco não veria o quão linda era. Minha sorte foi que ela já estava entrando no quarto, então não conseguiu me ver ali, parado e a encarando igual idiota. Balancei a cabeça, entrando no banheiro e tomando um rápido banho, vestindo uma bermuda antes de sair do banheiro.

Terminei de me trocar em meu quarto, colocando os óculos e, quando sai, encontrei Athena e Annabeth na sala.

— Estão prontos? – Athena nos perguntou e nós assentimos. – Ok, vamos tomar café com elas e conhecer a casa das duas. Se alguma coisa os incomodar ou lhes deixar inconfortáveis, me digam, porque precisamos achar um lugar pra vocês morarem, então preciso de suas sinceras opiniões.

— Sim, senhora – nós respondemos e saímos do apartamento, descendo até o térreo e deixando que Athena chamasse um taxi e dissesse um endereço.

Alguns minutos depois, estávamos passando por uma rua repleta de mansões. Sem exceção, todas as casas por tinham de dois a três andares, gramados enormes e verdes, garagens espaçosas e frentes muito bem arquitetadas. Annabeth observava tudo com fascinação, então me lembrei de que seu curso era arquitetura e ela devia estar amando tudo aquilo.

— Por que está com essa cara? – escutei ela perguntando.

— Fico me perguntando se três andares em uma única casa são realmente necessários.

— Acho que não – ela disse. – Acho que mais de um andar não é realmente necessário, só faz você ter que subir e descer escadas o dia todo.

Então me lembrei de que a casa de Annabeth tinha dois andares. Antes que eu pudesse pensar em qualquer outra coisa, o taxi parou e nós descemos, seguindo Athena por um dos gramados, para uma casa de dois andares pintada de verde claro. Ela tocou a campainha e um homem mais velho atendeu a porta.

— Bom dia – ela voltou a falar em inglês. – É aqui que Helena Tanaka mora?

— Quem gostaria?

— Athena. Athena Chase.

— Senhora Chase, por favor, me acompanhe – ele abriu a porta completamente e fez sinal para que entrássemos. Esperei que Annabeth e a mãe tivessem passado para poder seguir as duas, escutando a porta se fechar atrás de mim. Andamos por um corredor até uma sala de jantar, onde Helena e Drew se sentavam em frente a uma enorme mesa de vidro com comida o suficiente para um batalhão. Elas nos convidaram a sentar e tomar café com elas, e nós três o fizemos.

Uma meia hora depois, Helena estava nos apresentado sua casa, depois que Drew havia subido para seu próprio quarto. Bem, já sabíamos que ela tinha dois andares e, segundo ela, apenas os quartos ficavam em cima. Ela nos apresentou o restante da casa, a cozinha, o escritório e uma sala de estar com paredes de vidro, dando diretamente para os fundos, onde uma piscina e uma área comum com churrasqueira e mesa ficavam, além de cadeiras e guarda-sóis. Subimos as escadas, encontrando quatro portas por ali.

— Bem, esse é o meu quarto – ela apontou para sua direita, abrindo e a porta, a única daquele lado. – O quarto da frente é o de Drew – nós andamos até lá e vimos o quarto de Drew, já que a porta estava aberta. O rosa foi como um tapa em meu rosto, porque ele estava em todos os lugares, em tonalidades distintas. – E esses são seus quartos. Deram sorte, na verdade, estava pensando em fazer uma pequena biblioteca neles. Ia destruir a parede entre eles e encher de prateleiras – ela entrou em um deles e nós a seguimos. – O quarto ao lado é igual a este, então só precisam escolher e mandar suas coisas.

— Podemos redecora-los? – Annabeth perguntou a meu lado, mordendo o lábio inferior e juntando as mãos.

— Claro que sim, querida – Helena sorriu. – E você, Percy? Posso ajudá-lo com isso, se quiser.

— Seria ótimo, obrigado – sorri, me esforçando muito para não gaguejar.

— Bom – ela disse e nos mostrou o outro quarto, descendo as escadas depois. – Espero por seu telefonema, Athena?

— Entrarei em contato nos próximos dias com certeza, Helena – a mãe de Annabeth respondeu, apertando a mão de Helena.

— Claro, começarei a preparar os quartos quando confirmar se eles virão. Espero que venham pra cá, meninos. Drew vai para o terceiro ano da faculdade onde vocês irão estudar e tenho certeza de que podem se dar bem – ela sorriu tão afetuosamente que foi difícil discordar dela, mas me lembrei da expressão de Drew ao vê-la pela primeira vez e senti um pequeno arrepio. Normalmente, eu adoraria ter uma menina como ela me encarando com tanto interesse, mas alguma coisa no jeito como ela fizera me deixara nervoso, mas de um jeito estranho. E não um estranho bom como quando acontecia quando Annabeth me fuzilava com os olhos cinzas, aquele estranho eu podia viver aguentando e discutindo, mas os de Drew não.

Helena ainda nos apresentou aos empregados que trabalhavam ali. Havia Marie, a cozinheira, Hermes, o mordomo, e Hefesto, o jardineiro e mecânico do lugar.

Nos despedimos delas e fomos conversando com Athena pelo caminho, dizendo que ambos havíamos gostado do lugar.

— Helena é ótima, mãe, e os quartos são incríveis – Annabeth parecia completamente fascinada com tudo aquilo.

— E você, Percy? O que achou do lugar? – as duas me encararam e eu teria gaguejado se estivéssemos falando em inglês.

— Concordo com Annabeth – dei de ombros. – Helena pareceu ser bem legal e o lugar também.

— Ótimo, então só precisamos falar com Sally e Frederick e deixar tudo pronto para vocês.

Assenti e encostei-me no vidro do carro. Ainda era de tarde, talvez umas cinco horas, e Athena nos perguntou se estávamos com fome. Neguei, dizendo que não havia problema caso elas quisessem sair. Depois de conversarem um pouco, Athena pediu para que o taxi nos deixasse numa praça ali perto e que viesse nos buscar dentro de uma hora.

Ela pediu algumas informações e logo estávamos numa pequena sorveteria perto dali. Athena logo ligou para seu marido e ele disse que falaria com minha mãe mais tarde.

Voltamos para o apartamento e tivemos de arrumar nossas poucas coisas espalhadas para podermos voltar para o Brasil. Athena e Annabeth foram para seus quartos pouco depois e eu não demorei a ir para o meu, fechando os olhos e dormindo quase que imediatamente.

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*3ª pessoa

Depois de chegarem em casa – e serem calorosamente recepcionados por Sally e Frederick – Athena ligou para Helena e confirmou a ida dos adolescentes. Helena ficou mais do que feliz com a notícia, achara Percy e Annabeth completamente adoráveis e, embora não admitisse, esperava que pudesse ter mais conversa com eles e a filha. Drew era muito reservada e ela esperava que com outras pessoas de sua idade ali, fosse mais fácil de conversarem.

Como Percy já havia deixado a organização nas mãos de Helena, ela se esforçou bastante para fazer algo que ele gostasse. Já Annabeth, com a ajuda da mãe e de Thalia, escolheu móveis para o próprio quarto, já mandando serem entregues na casa de Helena.

As férias passaram mais rápido do que eles queriam, todos eles. Annabeth passava a maior parte do tempo com Thalia e Luke, ficando acordada até tarde com os pais. Percy passava algum tempo com Luke e outros amigos, mas principalmente com a mãe, garantindo que estava tudo bem com ela. Ele percebia que, embora estivesse mais do que triste por sua partida, a mãe estava mais feliz do que estivera em anos. Sempre sorrindo, como quando ele era pequeno e fazia algo fofo pra ela, deixando-a orgulhosa.

Então o dia da partida chegou e nenhum dos dois sabia como agir.

Annabeth acordou sozinha, indo para o banheiro e demorando mais do que o usual para escolher uma roupa. Escolheu as roupas que comprara no dia anterior com a mãe, uma saia preta de couro e um suéter vermelho, com botas de cano alto até os joelhos e saltos que a fizeram repensar seriamente na escolha de sapato. Mas ela sabia que a mãe adoraria lhe ver naquelas roupas e não custava nada tornar aquilo um pouco mais fácil. Lembrou-se do anel de rubi que seu pai havia lhe dado como presente de dezoito anos e o colocou no dedo, o que lhe deu uma súbita vontade de chorar. Vinha fazendo muito isso nos últimos dias, vendo qualquer coisinha que lhe desse nostalgia e desatando a chorar com lembranças.

Olhou ao redor do quarto, vendo as poucas coisas que deixaria pra trás em seus devidos lugares e respirando fundo. Pegou os óculos de sol, embora estivesse maquiada, e colocou o melhor sorriso possível nos lábios devidamente pintados de vermelho. Desceu com a mala de mão e bebeu apenas um copo de suco como café da manhã, indo até o aeroporto em silêncio, com os fones no ouvido e um livro no colo.

Quando chegou no aeroporto e encontrou Thalia e Luke a esperando, não se importou com as lágrimas que vieram. Correu até eles, sentindo os braços de Luke a apertarem como se fosse uma criança e Thalia envolver aos dois.

— Não se esqueçam de mim, ok? – ela disse e sentiu os braços de Luke se fecharem ainda mais.

— Nós amamos você, sua boba – Luke respondeu e limpou seu rosto. – Nunca a esqueceremos.

— E se você não mandar notícias de tempos em tempos, Chase, iremos pessoalmente até a Califórnia bater em você – Thalia deixou que a loira lhe abraçasse novamente, beijando sua cabeça repetidas vezes.

— Aviso assim que chegar lá – ela fungou e olhou além dos amigos, vendo Percy e Sally virem em seu caminho. Thalia e Luke foram até eles, os abraçando e cumprimentando. Annabeth fez o mesmo com Sally, rindo assim que ela lhe entregou uma caixinha com cookies azuis.

Ela abraçou novamente os pais e Percy apertou a mãe o máximo que pode.

— Eu amo você – os dois disseram repetidas vezes para os pais, soltando-os assim que escutaram uma chamada do avião. Carregando suas malas de mão, os dois foram lado a lado para o avião. Acomodaram-se como da primeira vez, mas Annabeth estava bem mais nervosa nesse dia, tanto que assim que foram liberados para tirar os cintos, ela correu até o banheiro.

Percy olhou preocupado para ela e a seguiu até lá, batendo na porta e perguntando se ela precisava de ajuda.

— Eu tô bem – ela disse e soltou os cabelos, molhando o rosto e enxaguando a boca. – Sério, Percy.

Ele desistiu de tentar, já tinha uma ideia da teimosia da menina, e voltou para seu lugar. Pouco depois Annabeth se sentou novamente a seu lado, apoiando a cabeça no encosto do banco.

— Talvez eu devesse ter comido alguma coisa ao invés de só beber suco de laranja – ela disse antes mesmo que ele perguntasse.

— Quer que eu peça algo pra você? – ela soltou uma risadinha, olhando para ele.

— Você sendo gentil comigo?

— Só estou devolvendo o favor – ela ergueu uma sobrancelha. – Sobre as técnicas pra falar melhor em inglês? Me ajudou bastante.

— Ah, é mesmo – ela se virou e ergueu as pernas, apoiando as botas no banco vazio ao lado. – Então mantenha uma conversa comigo por cinco minutos para que eu saiba que passou no teste.

— Ok – eles começaram a conversar e passaram-se muito mais do que cinco minutos. A verdade é que, fora o fim da viagem onde eles cochilaram, conversaram o restante do tempo. Annabeth estava impressionada, embora odiasse admitir, com o esforço de Percy. Ela não sabia na época, mas Percy dedicara muitas de suas noites a ficar acordado vendo séries, lendo e repetindo a maior quantidade de coisas em inglês que conseguia.

Eles foram avisados de que o avião pousaria dali a dois minutos e pararam de conversar.

— Viu? Não é tão difícil assim – a loira disse e pegou a mala de mão quando a aeromoça disse que poderiam desembarcar.

— Não depois que se aprende, obrigado de novo.

Ela se limitou a sorrir e os dois desembarcaram. Pegaram as próprias malas – e foram espertos ao escutar Annabeth e usar um carrinho grande para colocarem todas – e deram uma olhada ao redor, vendo Helena acenar para eles do outro lado.

Depois de abraçarem-na, foram para o carro e ligaram para os pais, avisando da chegada. Conversaram um pouco com eles e depois discutiram coisas aleatórias com Helena. Ela até pediu para que eles lhe ensinassem mais sobre o Brasil.

— O que exatamente, Helena?

— O básico. Algumas palavras importantes, sobre a comida, alguns costumes. Quero que se sintam em casa por aqui.

— Obrigada, Helena.

Eles chegaram na casa e Helena disse para deixarem as malas para um dos criados carregarem. A mulher mais velha os acompanhou até o andar de cima e os deixou em frente à porta de seus quartos.

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*Annabeth

Não deixou de ser uma surpresa quando encontrei meu quarto já pronto. Claro, eu já sabia tudo o que havia por ali, havia escolhido as coisas a dedo, mas a arrumação ficara por parte de Helena. E deuses, ela havia feito um trabalho excelente ali.

Que a parede oposta à porta era a que dava para uma vista maravilhosa eu já sabia, mas agora ela estava enfeitada com cortinas verde-água e portas de correr novas, que davam para a sacada. Em frente as portas, um sofá e um par de poltronas cinzas contrastava com o jogo de cama da mesma cor da cortina, virados para a parede onde havia uma TV de tamanho médio. Minha cama vinha logo em seguida, no meio do quarto, com a escrivaninha branca que escolhera. Ela já estava com algumas coisas minhas em cima, como a luminária, o notebook e um porta-retratos com uma foto minha, de Thalia e Luke juntos. Mas ao lado da foto, um vaso transparente com lírios brancos que eu não me lembrava de ter pedido enfeitava alegremente a mesa.

Do lado direito, um guarda-roupa embutido ocupava três quartos da parede, deixando espaço apenas para a porta do banheiro. Mas a madeira branca das portas estavam enfeitada com pequenas borboletas da mesma cor da cortina, detalhe que eu não me lembrava de ter escolhido também.

Na outra parede, uma pequena estante com alguns poucos livros que minha mãe deixara eu trazer – “Annie, você não vai levar tudo isso de livros, vai precisar de um avião só pra eles” – e a penteadeira extremamente fofa que ela encontrara. Eu não quis admitir no dia, mas ela era sim muito linda e digna de uma princesinha. Não que eu fosse ou me comportasse como uma, mas eu podia sonhar e fingir, não?

A luminária do teto era um lustre delicado de cristais, caindo como gotas de chuva; na parede ao lado da porta, um espelho de moldura azul claro com alguns detalhes em branco e, do outro lado, um cabideiro branco meio que em forma de galhos.

Deixei minha bolsa no chão e andei pelo quarto, adorando a vista que estava tendo. Não apenas do lado de fora, mas do quarto em si. Era adulto e adolescente ao mesmo tempo, com alguns toques que me lembravam a infância espalhados, como o quadro de anotações com imãs de bolinhas coloridas ao lado da estante, com uma espécie de vasinho ao lado, cheio de canetas de lousa coloridas e papeizinhos para anotação.

— Espero que tenha gostado – escutei a voz de Helena e me virei para encara-la, sorrindo.

— Eu amei, Helena, ficou incrível – ela sorriu para mim.

— Que bom que gostou. Espero que não se importe por eu ter acrescentado algumas coisinhas – ela olhou para o quadro branco ao meu lado. – Achei que precisava de um desses pra se organizar.

— Deuses, eu amei – andei até ela, a abraçando. – Agora só preciso organizar o restante de minhas coisas.

— Posso ajudar você com isso e ...

— Não, Helena, você já fez demais por mim, não precisa se incomodar. E eu vou me divertir fazendo isso, obrigada.

— Bem, chame caso precise de alguma coisa – ela saiu de meu quarto e eu andei até a janela, abrindo as duas cortinas e agradecendo quando Hermes deixou minhas malas no canto do quarto para eu começar a arrumar.

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*Percy

Nunca estivera num quarto tão grande e tão bonito quanto aquele. A melhor parte, ele era todo meu.

Eu não precisava de todo aquele espaço apenas para poder dormir, mas não iria reclamar de maneira alguma.

Quando Helena se ofereceu para decorar meu quarto, achei mais do que justo deixar que ela o fizesse, ela parecia querer muito aquilo e eu não fazia questão de coisa alguma, tendo uma cama para dormir já estava ótimo. Ela fizera um ótimo trabalho, sem dúvida.

A parede do fundo era com portas de vidro que levavam a uma varanda. As paredes foram pintadas de azul, as cortinas e jogo de cama eram brancos com detalhes azuis escuros, e os móveis todos brancos também.

A cama ficava logo ao lado da parede de vidro, com espaço apenas para um criado-mudo e tinha uma escrivaninha em frente, já com uma luminária, um computador novo e um quadro de avisos na parede, além de uma porta que levava ao banheiro. Na parede ao lado da cama, tinha uma TV, com sofás brancos em frente e almofadas coloridas em cima.

Ao lado da escrivaninha, um guarda-roupa com muito mais espaço do que eu precisava. Além disso, ao lado da porta, havia um espelho fixado na parede.

— Gostou, Percy? – Helena apareceu.

— Sim, Helena, muito obrigada – ela sorriu e eu fui até ela para abraça-la.

— Quer ajuda com suas roupas?

— Não precisa se incomodar, nem tenho muito o que guardar – sorri e Hermes apareceu com minhas malas.

— Se precisar de algo, estarei lá embaixo ou ajudando Annabeth. Fique à vontade.

Ela saiu e eu deixei minha mala de mão, onde a bolsa da câmera estava, cuidadosamente em cima da cama.

Eu poderia me acostumar a aquilo.


Notas Finais


Annie viajando definitivamente para a Califórnia: http://www.polyvore.com/annie_viagem_10/set?id=177393570
Beijinhos.
- A


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