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História Clarity - The only exception


Escrita por: loudestecho

Notas do Autor


Alô galeraaaaaa

Capítulo 7 - The only exception


"Klaus: A verdade é que eu estou tentado parar de pensar em você. E não consigo." - (The Vampire Diaries).

Eu estava até mais animada para ir ao colégio na segunda feira, talvez por saber que eu o veria novamente. Não nos falamos no domingo, nem por WhatsApp e a coisa mais fofa foi que assim que cheguei em casa, vi uma mensagem "Já chegou em casa?". Só faltou eu sair gritando pela casa, mas eu apenas respondi normalmente, então ficamos conversando até cinco horas da manhã. Mas no domingo, não conversamos sobre nada nada, talvez porque ele nem entrou no Whats, mas admito que foi meio estranho. Eu estava praticamente gritando pra Luiza que eu tinha ficado com ele, mas eu não podia. Não sabia nem se ia rolar novamente, ou se foi coisa de um dia.

- Você está procurando por alguém? - Luiza perguntou quando falei para irmos ao banheiro no colégio.

- Não. E você?

- O Raul. - ela disse maliciosa. 

Fiquei meio chateada ao perceber que o Leo não veio, ou estava na sala e não teve curiosidade de vir me ver. Aí merda, já estava ficando paranóica.

Era óbvio que ele não tinha o dever de me dar satisfações, até porque foram apenas uns beijinhos. O que poderia ter significado pra ele? Nem agora nem nunca que vai significar pra ele o mesmo que significou pra mim. Agora eu ficava cismada e paranóica com isso até falar com ele novamente. Eu estava morrendo de medo de que ele nem ao menos olhasse na minha cara, como deve fazer com todas as garotas que ele fica e juro que, se ele fizesse isso, eu ia quebrá-lo no meio. Já estou ficando meio paranóica. E isso pode ser um problema se não for o mesmo pra ele. 

(...)

Eu tinha acabado de chegar na casa da Luiza e fui entrando, já que o portão sempre ficava aberto. Só que acho que eu não deveria ter entrado, porque estava tendo uma discussão entre ela e os pais...

- Vocês não têm esse direito!! - Luiza gritava. - Eu não posso deixar a Mariana, mãe! Você não está entendendo! O irmão dela acabou de se mudar! - que?!?!

- Filha, a Mariana é uma pessoa sociável. Ela vai arrumar novos amigos, tá? 

- Mãe, eu não vou pra São Paulo! Não vou! Se fosse a um tempo atrás, eu me mudaria de boa... - os pais dela sempre quiserem se mudar pra São Paulo, mas nunca realmente fizeram isso. - Mas agora? Eu não posso deixar a Mari! Não posso. A gente só tem uma a outra, mãe. 

- Luiza, as coisas não funcionam assim! Você tem que ir com os seus pais! Tem apenas quatorze anos! - o pai dela disse. - Nós iremos sim! Você vai sim! E pode se preparar, porque será amanhã mesmo!

- Por que essa mudança de repente?! Vocês ao menos já encontraram uma casa? Ou matricularam eu e a Bruna em algum colégio? - Bruna é a irmã mais nova dela. 

- Luiza, nós já estamos querendo ir faz algumas semanas. Já planejamos tudo. 

- Vocês estão sendo injustos comigo! E vocês sempre fazem isso! - ela começou a chorar. - Eu nasci em Belo Horizonte, aí quando fiz seis anos, nos mudamos para Praia Grande e perdi todos meus amigos. Fiz amigos em Praia Grande e nós nos mudamos para Sorocaba. Fiz amigos em Sorocaba e nos mudamos para Santos. Fiz amigos em Santos e nos mudamos pra cá! Vocês só pensam em vocês! - ela berrou. - Não pensam no que eu vou sofrer! Não pensam no que a Bruna vai sentir. 

- Não adianta chorar, berrar ou fazer chantagem emocional, Luiza. Vá arrumar suas malas, e se despedir da Mariana, porque iremos amanhã cedo.

De repente, comecei a chorar junto com a Luiza. Eles ainda não tinham me visto, mas ver a Luiza chorando tanto é só de pensar que ela ficaria longe de mim... eu não conseguia pensar. Ela realmente era tudo que eu tinha, o que eu faria sem ela?

- Mas por que isso? Dá uma explicação pelo menos. - Bruna disse enquanto consolava a Luiza.

- O seu pai conseguiu um emprego em São Paulo. E toda a nossa família mora lá. Vocês precisam entender... 

- A única coisa que eu quero entender, é o que eu fiz para merecer pais tão egoístas! - Luiza disse e se levantou, indo para o seu quarto e batendo à porta. 

Fui pela porta de trás, e consegui entrar no quarto dela despercebida. Ela me olhou assustada, mas logo percebeu que eu estava chorando e que tinha ouvido tudo. Me sentei ao lado dela, e a abracei apertado. 

Foi horrível! O nosso choro aumentou de uma forma absurda, e apenas conseguíamos ouvir aquele som. É, acho que eu preciso me acostumar com isso. As pessoas mais importantes pra mim, iam ficar longe de mim e eu não podia fazer nada a respeito. A Luiza não teria mais motivos para vir pra cá, já que ninguém de sua família mora aqui, e eu? Dificilmente meu pai deixaria que eu fosse para São Paulo de ônibus, e ele odeia São Paulo, nunca iria me levar. 

- Eu sinto muito, Mari. Eu queria muito ficar aqui, ainda mais porque seu irmão não está mais aqui e seus pais nem ao menos conversam com você, mas Mari... eu juro que você sempre, sempre, sempre pode chorar comigo, rir comigo, contar comigo mesmo se estivermos longe, ok? - e bastou isso para eu chorar ainda mais. 

- Você sempre quis isso, Lu. - falei. - Nós sempre quisemos isso. - me corrigi. - Mudar de cidade. Sair dessa cidade e ir para uma que tenha tudo que gostamos. E você terá isso, e eu estou feliz por você. Pelo menos, alguma de nós vai ter isso.

- Prometo que vou te mostrar os gatinhos paulistanos. - ela disse e eu soltei uma risada.

- Faça isso e eu te amarei pra sempre. - ela começou a rir também. 

- Vou falar para os meus pais que só vou se eles me trazerem aqui pra te visitar.

- Eles vão dizer que você só tem quatorze anos e que eles mandam em você. - falei.

- Aí eu falo que vou fugir de casa com meu namorado de vinte anos e tatuado. - ela disse como se fosse óbvio e eu comecei a rir. 

- Eles enfartam! - falei rindo. Só pra constar, a Luiza não tem namorado de vinte anos e tatuado de jeito nenhum. - Não vamos ficar tristes, ok? Vamos ficar felizes por você! 

- Ok ok. - disse.

Na verdade, eu estava prestes a desabar, mas eu não queria que ela se sentisse mal. 

- Vou dizer para os meus pais para nós irmos no sábado. - ela disse levantando. - Já volto.

Ela saiu e eu fiquei uns seis minutos esperando, e com vontade de chorar, mas ela voltou antes que eu não conseguisse me segurar. 

- Eles não deixaram. - ela disse com o rosto ainda molhado pelas lágrimas. - Vamos amanhã mesmo, não tem jeito.

- Tudo bem, amiga. - falei a abraçando novamente. - Tudo vai ficar bem... - sussurrei. 

Ela começou a fazer as malas, e eu a ajudei, já que sabia todas as roupas que tinha e que ela gostava. Nós tínhamos vários porta retratos, espalhadas pelo meu quarto e pelo dela também.

- Cola isso na testa. - falei entregando uma foto pra ela.

- Vou fazer isso. - disse rindo. 

As coisas seriam muito difíceis no colégio. E na minha vida por completo, né? Já que tudo tinha a Luiza. Ela também era tipo um pedaço de mim, nós éramos gêmeas siamesas! E gêmeas siamesas não podem se separar nunca! 

- Bom, eu já vou indo. - falei quando deu umas seis horas. - Vou ter que ir a pé. - revirei os olhos.

- Ok. Quando chegar me avisa. - a gente se abraçou mais uma vez, mas dessa vez por longos e longos três minutos porque não sabíamos quando nos veríamos novamente. 

- Eu te amo muuuuito! - falei.

- Eu também te amo!! - ela me apertou. 

A gente se afastou e soltamos um riso por estarmos chorando tanto, sendo que os pais dela provavelmente viriam pra cá novamente daqui alguns dias para organizarem as últimas coisas. 

Depois de me despedir da Bruninha e dos pais dela, eu sai da casa deles. Segui em direção ao meu colégio (a Luiza morava ali perto) e eu estava quase passando na frente do condomínio que o Leonardo mora, quando me deu um ataque de choro. Parecia uma doida, chorando alto e sozinha no meio da rua. Me assustei quando um carro buzinou. Estava querendo entrar no condomínio. 

- Desculpa. - como se alguém fosse ouvir. Nem olhei para o carro e continuei andando. 

Peguei meu fone de ouvido, e coloquei musicas animadas, e fui assim no caminho todo de volta para a minha casa. 

(...)

Dia seguinte 

Entrei no colégio meio perdida no dia seguinte. Era meio estranho saber que a Luiza não estaria lá, ou que chegaria atrasada todos os dias. Na verdade, eu não estava tão surpresa por eles irem assim de repente, até porque os pais dela sempre falavam em voltar para São Paulo, mas nunca pensei que um dia eles realmente fariam isso antes da Luiza entrar na faculdade. Sentei em meu lugar, ainda meio perdidinha e logo o professor entrou, e fazendo a chamada. 

- Luiza Vulcano Moraes. - chegou a vez dela.

Levantei da cadeira e fui falar com o professor.

- Professor, ela se mudou pra São Paulo. - falei. - Não vai mais voltar. 

- Ah, tudo bem. 

Voltei para o meu lugar e fiquei esperando a aula começar. Eu e a Luiza sempre falávamos "Meu, imagina se um dia, eu ou você nos mudamos sem avisar ninguém e todo mundo fica se perguntando pra onde a gente foi". Era bem isso que acontecia mesmo, todo mundo me perguntou se ela estava doente, mas eu apenas disse que ela se mudou. "Se mudou pra onde?". Não é da sua conta, pode ir. 

- Bom dia, Marizinha. Tudo bem? - Rafael disse sentando no lugar da Luiza e eu me assustei. 

- Oi, Rafa. - falei. - Na verdade, não. A Luiza se mudou pra São Paulo.

- O que?!?! Sério?! Como assim?! - ele disse inconformado. - Meu, eu não consigo te ver sem a Luiza. Parece que está faltando metade de você. 

- Sério... ela foi hoje cedo. Ou vai daqui a pouco. - falei. - Ela soube ontem mesmo, foi bem estranho. E sim... eu também não consigo me ver sem a Luiza.

- Ah, Mari... não fica assim não. - ele disse passando a mão no meu cabelo. - Tenho certeza que os pais dela virão pra cá.

- Eles não têm motivo pra vir pra cá.

- Claro que tem! Eles amam você. Vão ficar com saudade de você, igual a Luiza. - comecei a rir. Isso era verdade, eles me adoravam.

Fiquei muito próximo deles depois da primeira vez que fomos pra São Paulo. Ficamos conversando na viagem de volta inteira e os pais delas riam de tudo que eu falava, aí o pai dela disse "É possível ficar cinco minutos com a Mariana e não rir?". Só que tipo, eu não faço de propósito, eu não sou nada engraçada, mas eu acho que sou meio atrapalhada até quando falo e também tem o jeito, e a entonação, tudo isso fazia ficar bem zoado também. 

- Ai, só acho que agora as coisas vão ficar meio chatas... - falei. - Eu não estou mais amiga de ninguém daquele povo. - apontei com a cabeça. - Além de que, como vou viver sem fazer as minhas piadas internas com a Luiza?!?!?!

- Vocês ficavam dez minutos rindo da mesma coisa todos os dias. - ele disse rindo. 

Sim!!!! Isso era verdade!!! Nós tínhamos muitas piadas internas e todos os dias, acontecia algo relacionado às piadas, então ficávamos rindo igual duas idiotas. 

- Ah, eu já estou sentindo falta dela. - falei. - Mas não vou ficar deprimida, porque ela ia me bater. - o Rafael riu, mas isso também era verdade. - E eu também estou com tanta saudade do meu irmão.

- Ah é! Como ele está lá? Tem falado com ele?

- Sim, todos os dias. - falei. - Ele está adorando. Já fez amigos! E o quarto dele é muito bonitinho. 

- Ele consegue fazer amigos rápidos mesmo, né? - assenti. 

O professor mandou todos ficarem quietos e o Rafael foi para o lugar dele. 

- Ei, Mari, como foi falar com o Castanhari ontem? - ele sussurrou de longe.

- Ontem? Ele veio?

- Veio... - disse. 

Nossa, a minha raiva foi tanta que até fiquei com calor. Então, ele estava me evitando?!

Na hora do intervalo, eu fui comprar alguma coisa pra comer e pensei... será que o Leonardo vai me evitar novamente? Mas ele não fez isso... e depois de ficar me olhando por alguns segundos, alguém o chamou, e ele se virou sem nem ao menos acenar. Nossa, que coisa maravilhosa, não?! Eu devia parar de acreditar que as coisas sempre vão acontecer do jeito que eu quero. Fiquei tão irritada! Mas tão irritada! 

- Bom dia, Mari. - ouvi a voz do Gabriel. 

- Bom dia. - falei. 

- Cade a Luiza? - ah claro que iam perguntar isso!

- Ela se mudou pra São Paulo. - falei. 

- Sério?! - assenti. - Foi quando?

- Hoje mesmo. - falei. 

Ficamos conversando por mais um tempo, mas aí eu fui comer e logo o sinal bateu. 

(...)

Na hora da saída, logo a escola ficou vazia, mas me assustei quando vi Gabriel chegando ao meu lado 

- Vem sentar comigo. - disse me puxando pela mão até onde estava a mochila dele. - Acho que os caras da minha sala virão aqui daqui a pouco. Não tem problema, né? - tem!!!

- Não. - sorri. 

Eu estava com muita raiva do Leonardo! Muita raiva! Ele acha que vai ficar assim?! Mas não vai mesmo! Está muito mais do que claro, que só foi algo de um dia pra ele, enquanto eu fico pensando nele toda vez que fecho os olhos. Fico imaginando ele me prensando na parede de novo... e depois me beijando como se esperasse por isso a muito tempo.

- E aí, Mari. - Lucas disse me dando um beijo na bochecha. 

- Oi! - sorri. 

O Tomás e o Daniel também me deram um beijinho na bochecha, mas aí chega o Leonardo do nada! Af, se eu pudesse sairia agora mesmo. Mas ficaria bem chato, então... 

Ele veio me cumprimentar e teve a audácia de me dar um beijo no canto da boca!!!!!! Fiquei com tanta raiva, sério! Ainda mais porque senti um calafrio, uma tremedeira e meu coração disparado. 

- Eu... eu já volto. - falei levantando rapidamente e fui até o banheiro. 

Meu Deus do céu, que vergonha. Para de tremer, tira esse vermelhão da cara e desacelera seu coração, obrigada. 

- É sério que a Luiza foi embora, Mari?! - o Guilherme disse assim que cheguei perto deles novamente e sentei entre o Gabriel e o Rafael. Nós estávamos sentados no chão da entrada do colégio, todo mundo fazia isso. 

Só o Guilherme que estava sentado na escada. 

- Sim. - falei triste. 

- Awn, fica tristinha não, gatinha. Se você quiser, eu posso te animar. - Gabriel disse colocando um dos braços em volta dos meus ombros e eu arregalei os olhos. 

O clima ficou tenso ali, porque todos sabiam que eu fiquei com o Leonardo no sábado. Menos o Gabriel. 

- Estou bem, Gabriel. Obrigada. - falei tirando o braço dele. Mas aí vi a cara do Leonardo e fiquei com vontade de provocar. - Na verdade... eu e a Luiza tínhamos combinado de sair sexta feira, mas agora ela não está mais aqui e...

- Opa, sexta feira? Te pego as sete. - ele me interrompeu e eu fiquei com vontade de rir. 

Na verdade, eu estava com vontade de rir pela cara dos meninos. O Tomás e o Daniel quase rindo com uma cara de "estou sentindo uma treta", o Lucas e o Guilherme estavam olhando para o Leonardo com uma cara de "se ele se mexer, fodeu", o Rafael estava rindo mesmo e o Leonardo? Ah, o Leonardo estava quase vermelho de raiva. Ele estava encarando o Gabriel com muita muita raiva, e às vezes me encarava do mesmo jeito. 

- O que tá rolando aqui? - Gabriel perguntou com o cenho franzido. 

- Nada. - falei rapidamente. 

A escola já estava bem vazia. Meu pai ainda não tinha vindo me buscar e o dos outros meninos também, só não entendi porque o Leonardo estava aqui. 

- Falô, galera. Até amanhã. - o pai do Gabriel chegou. - Tchau, Mari. - ele também teve a audácia de me dar um beijo no canto da boca só que não senti literalmente nada. Que merda!!!! Pelo menos o Gabriel gostava de mim. 

- Se me dão licença... - levantei do banco preparada para ir ao banheiro, mas o Lucas puxou o meu braço, me fazendo sentar novamente.

Os meninos levantaram, menos o Leonardo e eu o encarei com cara de tédio e braços cruzados. O Lucas, o Rafael, o Rafael, o Daniel e o Tomás entraram no colégio novamente. 

Levantei do chão e peguei a minha mochila, descendo as escadas, preparada para ir para a delegacia. Pelo menos eu ficaria longe dele, enquanto ele chamava meu nome. 

- Mari! Olha aqui...

- Olha aqui você! - o interrompi, me virando pra ele do nada. Ele até se assustou. - Você já provou do queria, legal. Bom você pra você. Só peço para que não faça isso. 

- Não fazer o que?

- Você me evitou domingo e ontem, e hoje me olhou e nem ao menos falou comigo. Você deve estar acostumado a fazer isso com as outras garotas que você fica, mas comigo não vai ser assim. Não vai ficar comigo apenas "quando você quiser", ainda mais porque você sabia muito bem que eu não tinha apenas vontade de ficar com você. Eu queria mais. - falei baixo a última parte. Acho que ele nem ouviu. -  Mas agora, percebi que era apenas aquilo que eu queria mesmo, porque você realmente é um cachorro. Então, vê se me erra, ok?

Ele estava me encarando meio que surpreso por eu ter falado tão de repente, mas não me importei. 

- Você me entendeu? Fui bem clara? Ou quer que eu repita? - cruzei os braços. 

Ele não me respondeu. 

- Ótimo. - continuei andando. Percebi que tinha esquecido meu celular em cima de um banco ali na frente. - Merda. - murmurei. 

O Leonardo se encontrava no mesmo lugar, mas dessa vez olhando para o lado da casa dele e eu passei por ele rapidamente, subi as escadas e peguei meu celular. 

Fui passar por ele novamente, mas ele puxou meu braço, fazendo nossos corpos se chocarem. 

- Viu? É isso que estou dizendo... - sussurrei. - Você quer? Você consegue. As coisas não acontecem só quando você quer, Castanhari. - tentei me soltar dele.

- Você nem ao menos me deixa falar... 

- O que você quer falar? Que foi só algo de um dia? Tudo bem, legal pra você. Então apenas me deixe ir, ok? Eu não...

Não acredito que ele teve a coragem de me beijar. E eu resisti! Resisti total! Até tentei empurrar ele, mas não consegui. 

- Leonardo! - falei brava quando paramos o beijo e ele deu um sorrisinho. - Argh! - murmurei irritada e sai de perto dele, voltando meu caminho para o centro. 

Leonardo P.O.V 

- E ai, mano? Que merda que tu fez hein. - Lucas disse assim que entrei no colégio novamente. 

- Ela te bateu, né? Tenho certeza que ela te bateu. - Guilherme disse. 

- Ela jogou umas verdades na minha cara e eu só percebi que ela fica tão linda brava, meu Deus. - falei sentando no banco. - E ela começou a falar, e brigar comigo, e parecia que... não sei.

- Ah, eu sei! - Guilheme disse começando a rir. - Ela deixa as coisas pequenas, bem grandes. Discutiu com você como se vocês já tivesse ficado por muito tempo, né? - assenti. - Então... isso é o que deixa a gente fascinado por ela. Nunca sabemos o que ela vai dizer, ou que está pensando, ela é totalmente imprevisível. 

- Vocês ficaram por quanto tempo? - Lucas perguntou. 

- Longos meses. - Guilherme disse. - E pareceu muito mais tempo. Levei três tapas na cara durante esse tempo. - eles riram, mas eu não conseguia parar de pensar nela. - Mas acho que isso também acaba sendo um defeito... ela é bem bipolar, e sempre acha que está certa, o que gera uma discussão do cacete...

- Guilherme, ela sempre está certa. - Rafael disse.

- É, isso também é verdade. Então, a melhor coisa que você faz em uma discussão com ela, é pedir desculpas ou beija-la.

- É, eu beijei ela. Mas acho que ele ficou meio brava. - falei. - Depois de ter correspondido... - eles riram. 

- Afinal, por que você evitou ela? - Daniel perguntou.

- Vocês não tão ligado, mano. - falei balançando a cabeça. - Não consegui parar de pensar nela depois de sábado. E isso não é normal pra mim.

- Como se você nunca tivesse namorado. 

- Tá, mas o mais duradouro durou dois meses. Nem pode ser considerado um namoro. - falei. - Além de que, eu nunca fiquei tão afim só com uma ficada.

- É que não foi só uma ficada, né... ela já era afim de você. - Rafael disse. - E vocês conversaram e tal. Teve papo. Por isso ela ficou brava com você. 

- Eu sei porque ela ficou brava. Acha que eu estou brincando com ela.

- Você queria que a mina pensasse o que? Ainda mais porque você sabia muito bem que ele já tava afim faz tempo. - Daniel disse. 

- Viu. Já parece que faz tempo que ficou com ela, né? - Guilherme disse rindo e eu assenti. 

- Você ficou com a Bianca só por dois meses? - Tomás perguntou. 

- Fala sério, aquilo nem pode ser considerado namoro. Só uma pessoa fixa pra ficar, porque nem apaixonado por ela você era, né?

- Aham. - falei. - Mano, acho que eu vou atrás dela. 

- Da Bianca?! 

- Não, seu otario, da Mariana. 

- Ela anda bem devagar, deve estar perto da lanchonete ainda. 

- Pera aí, você vai atrás de alguém?! Isso é novidade... - Lucas disse.

Eu não gostava de ir atrás das garotas, nem mesmo quando estava namorando e acho que isso fez com que eu terminasse com todas. Elas fazem tantos dramas desnecessários e eu não tenho paciência, ao não ser nesse caso... 

- Vou indo nessa. 

- Cuidado pra não se apaixonar, garotão. - não consegui ouvir quem disse isso, mas aposto que foi o Lucas. 

Mariana Lenzi P.O.V

Depois de alguns segundos andando sozinha, percebi que fiz uma grande cagada. Eu não deveria ter demonstrado que me importei com o fato dele não se importar, entendem? Deveria ter ficado quieta, na minha, e aproveitado os momentos que eu poderia ficar perto dele, porque agora, além de ainda gostar dele, não poderia ficar perto dele. Se ele está brincando comigo, eu deveria brincar com ele também. Que grande bosta que você fez, Mariana! Que grande bosta! 

- Ei! - ouvi uma voz atrás de mim, mas eu nem pensei que era comigo, já que estava com o fone, mas olhei pra trás mesmo assim.

Abaixei a música e parei de andar, olhando o Leonardo parado bem longe de mim, parecia que ele tinha travado também. Ah, que droga... era só ele me olhar desse jeito que eu já esquecia tudo. Ele começou a vir na minha direção meio que correndo, e eu acho que também comecei a andar devagar na direção dele, mas não sei, eu estava meio perdida e talvez hipnotizada. 

Pensei que ele ia dizer alguma coisa, mas antes que eu mesma abrisse a boca pra dizer algo, ele me beijou. De novo. Como eu adorava quando ele fazia isso. 

- Eu não tenho intenção nenhuma de brincar com você, ok? - ele disse quando paramos o beijo. 

- Eu ia pedir desculpa por ter sido tão... não sei, brava ou grossa com você. Você não tinha o dever de falar comigo, ou de se importar da forma que eu me importo, e acho que quis cobrar isso de você. - falei. - Então, me desculpa. E se você quiser continuar com isso sem envolver sentimentos, tudo bem pra mim. 

- Você estaria disposta a ignorar os seus sentimentos para fazer algo que eu queira? - ele perguntou meio surpreso. 

- Na verdade, não. Não seria por você. - fui bem sincera. - E sim por mim, porque seria bem ruim te ver e não pode fazer nada. - ele riu pela minha sinceridade, mas logo se aproximou e colocou uma mecha do meu cabelo atrás da orelha. 

- Mas e se...

- Não fala e se, Leo. - o interrompi. - Só me responde uma coisa... você quer continuar com isso ou não? 

- Eu estava meio assim de aceitar isso aí, mas agora que você me chamou de Leo, eu percebi que se eu não te ouvir dizendo isso todo dia, não vai ser do jeito que eu quero. - soltei um riso.

- Mas você não respondeu direito a minha pergunta, Leo... - sussurrei. 

- Talvez outra coisa responda a sua pergunta direito... - ele sussurrou e me beijou novamente.

E óbvio que meu celular começou a tocar. 

- Pera aí, pera aí. - falei pegando meu celular e atendi. Era a Luiza. 

- AMIGA, VOCÊ NÃO SABE! - ela gritou.

- O que foi?!?!

- O apartamento é ENORME!!! E agora eu tenho um quarto só pra mim! - disse animada e percebi que ela deitou em algum lugar. - Vou conhecer o colégio hoje e semana que vem começo. - disse. 

- Sério?!?! Que legal!! Pelo menos as coisas estão boas por aí, né? Fico feliz por você. - falei sincera.

- E eu vou pra aí no final de semana que vem. - disse. - Me despedir definitivamente do Gui, do Rafa, do Raul, de você... 

- Poxa, nem fala assim que parte meu coração. 

- Mas e aí, onde você está? - ela perguntou. 

- Onde eu estou? - olhei pro Leonardo. - Eu estou indo pra delegacia. - falei. 

- E está sozinha? 

- Luiza, preciso te contar uma coisa quando você estiver aqui. - falei. 

- AI MEU DEUS! Não! Você vai contar agora, Mariana!

- Agora não dá! - falei. - E só vou contar pessoalmente!! Nem adianta tentar me convencer ou encher o saco porque não vou mudar de ideia. 

- Ok, ok. Mas quero saber o nome do seu boy. - como ela sabia? - Bota o telefone no ouvido dele, ele não precisa dizer nada. - obedeci.

Me aproximei do celular e falei "pronto".

- Se você machucar a minha melhor amiga, eu vou quebrar a sua cara, garoto misterioso. Eu posso estar em São Paulo, mas eu sei de tudo e não me importaria de ir...

- Ok, chega! - puxei o celular e eu e o Leo ficamos rindo. 

- Olha só, achei a risada dele bonitinha. QUEM É, MARIANA?! 

- Semana que vem você vai saber, beijo! Te amo! - finalizei a ligação e guardei o celular no bolso. 

- Você vai sentir muita falta dela, não é? - ele disse.

- Demais... já estou sentindo, na verdade. - falei. - Bom, meu pai está vindo me buscar aqui. - falei lendo a mensagem. - Pode ir embora, se quiser. 

- Eu espero com você. - disse. 

Nós começamos a conversar sobre a festa que terá sábado e que todos iremos, mas parecia que agora ia ficar ainda melhor... ainda mais quando ele disse que estava ansioso pra ficar direito comigo, então isso queria dizer que ele não ia ficar com mais ninguém, certo? Talvez...


Notas Finais


Gente, por favor, comenteeeeeem!! Vocês estão gostando ou não? Bj bj ❤️


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