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História Clarity - Drunk in love, I want you


Escrita por: loudestecho

Notas do Autor


Oi galeraaaa! Vou deixar nas notas finais duas fotos de como está o novo cabelo da Mari, beijos

Capítulo 111 - Drunk in love, I want you


Fanfic / Fanfiction Clarity - Drunk in love, I want you

"Blair: Apesar de qualquer vestígio de atração que meu corpo possa sentir por você, meu cérebro sabe o que é melhor." - (Gossip Girl). 

Me assustei quando senti um corpo dormindo ao meu lado. Não abri os olhos pela dor de cabeça, mas tentei me lembrar onde eu estava e o porque dessa dor. Ah, merda, tinha braços em volta de mim. Abri os olhos e dei de cara com o Shane. Com o rosto muito próximo do meu. Muito próximo. Arregalei os olhos ao perceber que estávamos com os dedos entrelaçados e soltei bem devagar. O que diabos tinha acontecido ontem a noite? Tinha apenas borrões da noite, nada nítido. Não sabia diferenciar o que realmente tinha acontecido ou o que eu inventei na minha cabeça. Estava com uma sensação estranha dentro do peito e que eu conhecia muito bem... eu estava ridiculamente atraída pelo Shane. Não só atraída, tinha alguma coisa a mais. Alguma coisa que me deixava confusa, e que deixava meu coração muito acelerado. Muito. 

Ok, eu precisava sair daqui. 

Me desvincilhei dele com todo o cuidado do mundo e fui pegar o meu celular na pontinhas dos pés. Ele se moveu na cama, mas nem ao menos abriu os olhos. Ótimo. Peguei meu celular, meus saltos e abri a porta com os olhos fechados, rezando para que não fizesse barulho. 

- Bom dia. - ah, merda, a mãe dele me viu e abriu um sorriso. 

- Bom dia... desculpa ter dormido aqui. Juro que somos só amigos. - falei meio tensa e ainda sentindo meu coração batendo rápido. - Eu preciso ir embora. 

- Toma um café antes. - disse. - A Lexie está lá embaixo. 

Ainda sentia gosto de tequila misturado com vodka na minha boca e estava me dando ânsia. 

- Tem alguma escova de dentes nova por aí, por favor?

- Sim. Vou pegar pra você e depois você tem tomar café, pode ser? - ela perguntou e eu assenti sorrindo. 

Ela me entregou uma escova nova e eu escovei os dentes, fiquei um bom tempo me olhando no espelho. Eu estava com cara de acabada. E ainda com uns sentimentos estranhos brincando no meu peito. Eu precisava ir embora da casa dele o mais rápido possível. 

- Oi, Mariana! - a Lexie disse quando desci as escadas. 

- Oi, Lexie. - falei sorrindo e dei um beijo na bochecha dela. - Posso sentar do seu lado? - ela assentiu e empurrou a cadeira. - Obrigada. 

A mãe dele disse que precisaria sair por alguns minutos, que a babá da Lexie estava no jardim e que eu poderia ficar a vontade. Eu queria ir embora. 

- Aonde você foi com o meu irmão ontem? - a Lexie me perguntou. 

- Fomos em uma festa. - falei. - E eu não queria voltar pra casa. Não lembro porque agora, aí ele me trouxe pra cá. 

- Eu descobri porque o meu irmão tem uma quedinha por você. - ela sussurrou. Caramba, lá vai o coração acelerando de novo. 

- Descobriu? E por que? 

- Porque você parece muito com a Clary! Eu te falei ontem, mas na aparência também. - disse. Fiquei séria na mesma hora. - Acho que o Shane vê ela em você. 

- Ah... sério? 

- Aham. Quer ver uma foto dela? 

Eu não queria ver foto nenhuma dela. 

- Quero. - respondi.

Ela levantou e foi pegar no escritório que tinha perto da sala de estar. 

- Aqui. - ela me entregou. 

Ela era morena, cabelo comprido, olhos castanhos e tinha o sorriso bem bonito. Mas não achei parecida comigo. 

- É, você é meio parecida com ela. - a Lexie disse. - Só que você é mais morena, tem o cabelo mais claro e os olhos verdes. 

- Você gostava da Clary? 

- É, não muito. - ela deu de ombros. - Acho que ela não gostava muito de mim, acho que tinha ciúmes porque meu irmão dava mais atenção pra mim do que pra ela. 

- Nossa... mas o Shane sabia disso? 

- Quando ele estava por perto, ela até me dava presentes! - disse. - Mas eu não sou boba. Sei que ela não gostava de mim. - nossa, essa menina era muito esperta. 

- Então, você acha que o Shane só tem uma queda por mim porque eu pareço com ela? - perguntei. 

- Eu acho. Você é mais bonita, mas você ainda lembra ela. 

- Eu acho que vou embora. - falei levantando da cadeira. - Você sabe onde está o meu vestido? 

- Sei. Vou te mostrar, vem. - ela segurou minha mão e me puxou até a lavanderia. 

- Obrigada, Lexie. Você é um amor. - falei sorrindo e dei um beijo na cabeça dela. - Fala que agradeci sua mãe novamente, tá? 

- Tá bom. - ela assentiu. - E o Shane? 

- O que tem o Shane? 

- É pra eu dizer alguma coisa pra ele? Pra ele te ligar? 

- Ele não tem meu número. 

- Quer que eu anote? 

- Não! - falei rápido. - Não... - suspirei. - Não precisa falar nada pra ele não. 

Ela me levou até a porta e eu saí da casa dele com os saltos na mão. Eram 11h30. Eu precisava de um táxi, não sabia como voltar pra casa de onde eu estava. 

(...) 

- Onde caralhos você estava, Mariana?! - como eu imaginava, a Priscila gritou comigo no momento em que cheguei. - Você ficou louca?! Que cabelo é esse? Você molhou ele? E que roupas são essas? 

- Ah, por favor, não grita. - falei fechando os olhos. A dor de cabeça estava forte. 

A Priscila franziu o cenho e abriu a minha boca certamente para sentir o hálito. 

- E que hálito de vodka é esse?! Você bebeu?!

- Bebi, Priscila. - falei subindo as escadas. - Para de gritar, eu estou com dor de cabeça. 

- Você agindo estranho, sem falar muito, até tudo bem. Mas sair num dia e voltar no outro sem avisar ninguém? E com esse bafo de bebida? Você... 

Tudo que ela disse foi abafado. Fechei os olhos com força e me concentrei em parar de ouvi-lá. 

- Você ao menos está me ouvindo? - ela puxou meu braço com violência. 

- Que isso?! Ficou louca? - aumentei a voz também, me soltando dela. - Eu estou ótima, Priscila. Ótima. E estou viva e em casa, não estou? Que diferença faz? 

Agradeci tanto por a Carolynn e a Bella estarem viajando para Los Angeles. 

- Quem é você? - ela perguntou em um tom de indignação e decepção. 

- Mariana, ué. - dei de ombros e entrei no meu quarto, trancando a porta. 

Soltei todo o ar que estava prendendo e fechei os olhos novamente ainda com as mãos no trinco. Deslizei pela porta até sentar no chão e escondi o rosto no meio dos joelhos. Não conseguia parar de pensar no Leonardo. Não conseguia parar de pensar no Shane. 

Se ele tinha algum interesse em mim... era só porque eu me parecia com ela? Esse é um dos motivos que eu preciso me afastar dele o mais rápido possível. Eu estava sentindo por ele, sabia que estava... ele me surpreendeu muito. Tinha uma ideia completamente errada e agora que o conheço... ah, eu também me conheço. Sei que há grandes de eu me apaixonar se tivermos alguma coisa e se ele só tem interesse em mim por causa da Clary... é melhor sair agora do que depois que já estiver envolvida demais. Além de que, eu não quero outro relacionamento. Não quero mesmo! 

(...)

- Que climão é esse entre você e a Priscila? - a Lindsay perguntou na segunda-feira de manhã. - E aonde você se meteu no sábado? 

- Ela não está falando comigo. - falei dando de ombros. 

- O Keith disse que você saiu as pressas do baile... por que? 

Por causa do Leonardo. De novo. 

- Por nada. Só me senti mal. - respondi. - E saí do colégio. 

- Depois foi pra onde? 

- Shane me encontrou. Nós fomos em uma festa e eu acabei bebendo demais. - falei sempre dando de ombros. - Dormi na casa dele. - a Lindsay me encarou indignada. 

- Não me olha assim, nem ao menos nos beijamos. 

- Mari, esse menino não é certo. Dylan sempre falava que ele não era boa pessoa, todo mundo fala. - soltei uma risada irônica. 

- É, né? O Dylan. - revirei os olhos. - Vocês não o conhecem. Nenhum de vocês. 

- Ah, isso é patético. - a Priscila apareceu do nada sentando ao lado da Lindsay. - Que papo é esse de que a gente não conhece ele? Talvez Lindsay e eu não conhecemos, mas tem gente que sim. 

- O menino que espalhou por aí que transei com ele no carro? - falei irônica. 

- Ele é problema, Mariana. Estou brava com você, mas ainda me preocupo. E ele é problema. Você vai se dar mal. 

- Obrigada pela dica. - sorri falsa e levantei saindo de perto delas. 

Ainda não bateu o sinal para a primeira aula e eu estava, contraditoriamente, evitando o Shane. Eu ia agradecê-lo, mas no momento em que o vi, meu coração acelerou tanto que fiquei assustada. Caí fora antes que ele me visse. 

A primeira aula era de história e eu sabia que ele fazia essa aula comigo. Como eu ia fugir dele? 

- Bom dia, Mari. - a Cassie me disse. - Estava todo mundo preocupado com você no sábado. O que aconteceu? 

Respirei fundo e bem nessa hora, o Shane entrou na sala. Nossos olhares se encontraram por longos segundos, mas desviei. 

- Nada demais. Só me senti mal. - dei de ombros. 

- E foi pra onde? 

- Ah, eu fiquei por aí... não queria voltar pra casa. Precisava de um tempo sozinha. - falei.

O professor entrou na sala e todos ficaram quietos. Shane estava sentando atrás de mim e isso estava me deixando nervosa. Coloquei na cabeça que precisava me concentrar, então voltei a anotar as coisas que o professor dizia. 

Assim que o sinal bateu, eu tentei sair muito rápido, mas ouvi a voz dele: 

- Vai ficar fugindo de mim agora? 

- Eu não estou fugindo de você. 

- Sim, você está. - ele segurou meu braço, me virando pra ele. - Por que? 

- Eu preciso ir pra aula. Obrigada por ter cuidado de mim ontem e por ter me deixado dormir na sua casa. - falei rápido. - Mas eu preciso ir. - dei as costas pra ele o mais rápido o possível. 

Na hora do intervalo, percebi que tinha pessoas falando sobre mim. Meninos para ser mais exata. E o Dylan estava no meio. Eu estava sentada sozinha perto da entrada do refeitório e isso estava me incomodando. 

- Dylan, o que vocês estão falando de mim? Fala na minha cara, caralho. - falei puxando o Dylan pelo braço e o olhar dele me deixou meio tensa. 

- Eu não sabia que você era assim, Mari. Me decepcionou. - ele disse mexendo no meu cabelo. 

- Oi?! - dei um tapa na mão dele no meu cabelo. 

- Tive uma conversinha com o Shane. Ele adorou se gabar dizendo que estava com você ontem, sabia? Não se iluda não, princesa. Ele não é nada do que você pensa. - disse. - Pensei que você se dava ao valor. - e ele saiu. 

Fiquei com vontade de chamá-lo e acertar um soco nesse babaca, mas fiquei tão surpresa que não consegui. O que ele quis dizer com o Shane "dizendo que estava" comigo?! Ele disse que a gente fez alguma coisa?! O avistei entrando no refeitório bem nessa hora e passei por ele, o puxando para os corredores onde estava vazio. 

- Qual é o seu problema?! - perguntei indignada. 

- Resolveu falar comigo agora? 

- Para com isso! - falei irritada. - Você disse para o Dylan que a gente fez alguma coisa?! Você é ridículo! 

- Ele veio encher a porra do meu saco falando sobre você e eu fiquei quieto, mas ele provocou e eu falei que saí com você ontem sim. É mentira por acaso? Se ele entendeu errado, o problema é dele. 

- Não, o problema é meu! Não vai ser ele que vai ficar mal falada, não é ele que vai ficar como a fácil para todo mundo! - respirei fundo sentindo meu sangue ferver. - Sério, não toca em mim. - soltei meu braço quando ele o segurou certamente pra chamar minha atenção. 

- Foi mal, eu não...

- Ah, sério, deixa isso pra lá. - o interrompi. - Nunca daria certo mesmo. - ele franziu o cenho nessa hora. 

- O que nunca daria certo? 

- Nada. - falei rápido. - Só... esquece isso. - dei as costas pra ele e voltei para o refeitório. 

Terça e quarta não terá aula (graças a Deus) devido a um feriado aqui em San Diego e seria ótimo. Eu precisava ficar um tempo de boa, sozinha, sem sair da cama. Só eu e eu. Sem ver pessoas, sem falar com pessoas.

(...)

- Foi ótimo você ter me chamado pra essa festa. A Priscila não suporta olhar na minha cara. - falei para a Lindsay. - É o pessoal da sua outra escola? 

- Sim. - disse. - Por Deus, eu nunca vou me acostumar com o seu cabelo desse jeito. O seu cabelo quase na bunda era sua marca! 

Cortei o cabelo hoje no momento em que saí do colégio. Todo mundo que viu ficou me olhando estranho porque o meu cabelo comprido era mesmo a minha marca e era o que eu mais gostava em mim (era lindo!), mas... eu precisei mudar. Cortei um pouco abaixo dos ombros.

- E só pra constar: eu não vou te deixar beber. 

- Por que? Você não vai beber também? 

- Por que você está agindo assim? - perguntou e eu respirei fundo. Que droga, por que todo mundo me perguntava isso? - Você estava bem antes, Mari. O que aconteceu pra você agir assim agora? 

- Quem sabe não estou assim desde sempre, mas ninguém nunca percebeu? Sério, tudo que eu quero é que parem de ficar falando o que eu devo ou não fazer. - falei. - Posso dormir na sua casa? Talvez por vários dias? 

- Claro que pode, mas você não pode ficar brigada com a Priscila. 

- Eu não estou brigada com a Priscila, ela está brigada comigo. - falei. - Tentei falar com ela e ela me ignorou! Mas isso já aconteceu antes, estou acostumada. - dei de ombros lembrando de quando ela veio pra cá e começou a me ignorar. - Eventualmente as pessoas cansam de mim. - falei baixo, sem a intenção dela ouvir e ela realmente não ouviu. 

- Ela acha ridículo você estar saindo com o Shane e eu também acho, viu Mari? Ele não é uma boa pessoa, você pode se dar muito mal. 

- Eu não estou saindo com o Shane. - murmurei. - Eu não deveria nem ter contado que foi ele que me ajudou. 

- Como assim ele que te ajudou? 

- Nada, Lindy. Nada. 

Ficamos em silêncio até chegarmos na festa e eu percebi que conhecia uma galera que estava lá. Não sabia se era do meu colégio ou se era o pessoal da festa de sábado. 

- Lindy, se eu sumir por aí, não fica preocupada comigo não. - falei pra ela. 

- Por que está me avisando? Sabe que vai querer sair daqui? 

- Se eu começar a beber sim. Vou querer ir na praia ou, sei lá, na rua. - dei de ombros. - Mas não fica preocupada comigo e nem brava. 

- E se eu ficar de olho em você? 

- Ah, por favor, não. - tomei um gole da bebida que tinham me dado. - Nos vemos por aí. 

Acenei pra ela e saí de perto. Sentei em uma das espreguiçadeiras perto da piscina e fiquei encarando o céu. Cheio de estrelas, a lua brilhante... isso não poderia ser pior. Cada vez que isso acontecia, eu tinha vontade de me teletransportar apenas para saber se o Leo estava mesmo bem e tinha mesmo seguido em frente. Talvez ele nem ao menos pense em mim mais e eu aqui... quase implorando para que Deus desse outra chance pra nós. 

- Eiii, menino! - levantei a mão para o menino que passava com uma garrafa de vodka com sabor. - Posso ficar com isso? - perguntei quando ele se aproximou. 

- A garrafa inteira pra você? 

- Ah, já está na metade mesmo. - dei de ombros. - Por favor, eu preciso e não quero ficar levantando toda hora. Esse copo vermelho é lindo, mas é muito pequeno. 

- Tudo bem. - ele riu e me entregou a garrafa. 

- Obrigada! 

Fechei os olhos enquanto cantarolava uma música qualquer e bebia dessa garrafa... longas horas. 

Eram três e meia da manhã e a minha cabeça já estava girando. Como eu esperava, queria ir embora. Quase dormi naquela espreguiçadeira, mas eu despertei no momento em que vi quem entrou pela porta da frente. O que diabos o Shane estava fazendo aqui?! Tentei passar despercebida pela porta, mas de repente, todo mundo começou a gritar. Foi uma loucura. Até que entendi o que saiu da boca de um menino: a polícia está baixando aqui.

Ah, ótimo!

- Corre, menina! Corre! - um cara passou gritando perto de mim. Todos indo para a mesma direção. Tão burros. 

Fui para direção oposta e ao ouvir o barulho da sirene, comecei a correr muito rápido. Cambaleei várias vezes pelo efeito da bebida, e nem tomei cuidado para não escorregar no asfalto molhado (devido a chuva de alguns minutos atrás). Mas claro, a burra sou eu e cai com tudo em uma (que eu pensava que era) poça de água. 

- Ah, que nojo! - falei quando percebi que era barro. Barro misturado com água, ou seja, lama. Ah, merda. 

Levantei mesmo me sentindo meio tonta e olhei para minhas mãos sujas. Ouvi um barulho de moto, mas nem liguei. 

- Por que você está em todo lugar? - perguntei quando vi que o cara na moto era o Shane. - Para de me seguir. Isso está um saco. 

- Como você vai voltar pra casa? 

- Andando?! - falei como se fosse óbvio. - Tenho pernas pra quê? 

- Ah, aposto que mal consegue se manter em pé. - ele desceu de sua Harley e se aproximou. - Eu te dou uma carona. 

Suspirei e olhei pra ele com a cabeça inclinada pro lado. 

- Eu estou brava com você. 

- Eu sei. Também estou bravo com você.

- O que?! Por que você estaria bravo comigo?

- Porque você fugiu domingo de manhã e me evitou hoje? 

- Eu não fugi e não te evitei. - falei e ele levantou uma das sobrancelhas. - Tá bom, eu fiz isso sim. Mas foi porque a sua irmã me disse que você só quer ficar comigo porque eu pareço com a Clary e isso me deixou muito brava, e... - arregalei os olhos assim que vi a expressão dele e parei de falar. O que diabos eu estava falando?!

- A minha irmã de sete anos disse que eu só quero ficar com você porque você parece com a Clary? 

- Sim. - assenti com a cabeça. - Mas não quero falar sobre isso. Só me leva embora, tá? - ia subir na moto dele, mas ele me parou. 

- Ficou louca? Você tá toda suja. 

- E daí? 

- Na minha moto você não sobe assim. 

Caramba, minha cabeça estava doendo tanto e eu precisava me concentrar pra ficar de pé. 

- Você me empresta a sua jaqueta de couro? - ele assentiu. - Ótimo, olha pra trás. 

Ele sentou na moto e mesmo sabendo que ele estava de costas, também virei de costas. Tirei minha blusa e olhei para o Shane, vendo que ele estava olhando pra trás. Pra mim. 

- Shane! Para com isso! - gritei. Ele virou a cabeça na mesma hora, mas rindo. 

Tirei o shorts e vesti a jaqueta dele rapidamente. Caramba, era praticamente um vestido! Peguei minhas roupas no chão e tentei fechar a jaqueta, mas não consegui subir o zíper. Merda. 

- Vou limpar as mãos sujas na sua jaqueta. - falei sorrindo sorrateira e ele só olhou feio pra mim. Comecei a rir. Limpei as mãos na minha roupa. 

Subi atrás dele e dessa vez não me segurei em sua cintura. 

- Não vou me segurar em você. Pode ir. 

- Você vai cair. 

- Eu não vou cair. 

- Para de frescura. - ele segurou minhas mãos e as colocou em sua cintura. 

- Eu não quero. - sussurrei encostando o queixo nas costas dele. - Sério, eu não quero mesmo. Não me importaria de cair. 

- Por que você não quer? - ele me olhou e os nossos rostos ficaram muito próximos. Me inclinei pra trás. 

- Só vai. Por favor. 

- Vai pra onde? 

- Casa da minha amiga. - falei. - Ah, droga, eu não lembro onde é a casa dela. 

- É a casa da Lindsay?

- Sim. Como você sabe? 

- Eu vi ela na festa. - disse. - E eu sei onde é a casa dela. É perto da minha, já a vi várias vezes. 

- Tudo bem. 

Ele foi mais rápido do que o normal e eu fiquei com medo, então tive que me segurar nele. Novamente o vento gelado estava batendo contra o meu corpo inteiro. Eu poderia pegar uma gripe com essa friagem. 

- Obrigada por me trazer - falei quando chegamos e desci da moto. Ele fez o mesmo. 

Ele estendeu a mão, certamente para eu devolver a jaqueta. 

- Você quer mesmo a jaqueta com lama? - perguntei. 

- Não está com lama. As suas roupas estão, não você. 

- Eu te devolvo quinta. - falei. - Preciso entrar. - eu precisava entrar logo, sério. Esse menino me tirava do sério só pelo jeito que me olhava. 

Me virei para entrar, mas ele segurou o meu braço. Fiquei tensa, não me virei pra ele, mas o olhei por cima do ombro. Ele deslizou a mão do meu braço até a minha mão e a segurou. Ah, meu Deus. Ele me puxou pra perto dele e colocou a mão na minha cintura por dentro da jaqueta. Prendi a respiração, senti todos os meus pelos se ouriçarem, mas apenas fiquei o encarando. Pude sentir o calor de seus lábios perto do meu, até fechei os olhos, mas de repente senti o vento gelado no meu rosto. Ele tinha se afastado.

- Não vou te beijar. Não com você bêbada. - ele disse e eu abri os olhos. Ele me fez de boba?!

- Você é um idiota! - o empurrei. Fiquei tão irritada e ridiculamente vulnerável. - Vai embora daqui. - tirei a jaqueta e joguei nele. - E vê se para de me seguir! 

Dei as costas pra ele e entrei na casa da Lindy, praticamente dando de cara com ela. 

- Por que caralhos você está só de roupas íntimas?! - ela perguntou com os olhos arregalados. 

- Caí na lama. - falei dando de ombros. 

- E com quem você veio embora? 

- Vim andando.

- Veio mesmo? Mal consegue se manter em pé sem cambalear e dá pra sentir seu hálito de vodka daqui. - disse. - E você não andaria de roupas íntimas por aí. 

- Vim, ué. - dei de ombros. - Vou tomar um banho, tá? Boa noite. - fui dar um beijo na bochecha dela, mas quase caí. 

- Fica esperta, viu? - ela disse, mas eu subi as escadas. 

A mãe da Lindy já estava dormindo (obviamente) e eu fui tomar um banho. Ah, eu não conseguia parar de pensar nele. Do jeito que ele me puxou, do jeito que ele estava me olhando, o jeito que ele falava comigo... ah, merda, eu estava ferrada. Ele era um idiota! Me deixou esperando, me deixou igual uma tonta! Seria burrice ao menos pensar em se apaixonar novamente depois de como acabou meu relacionamento com o Leonardo. Seria burrice. Ainda mais pelo Shane. 


Notas Finais




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