História Clarity - The scientist

"Gossip Girl: Alguns dizem que o amor é um rio, alguns dizem que o amor é uma música boba, alguns dizem que o amor está ao nosso redor, nos eleva para onde pertencemos, alguns dizem que o amor é ouvir risadas durante a chuva, mas... todos nós sabemos que o amor é um sofrimento." - (Gossip Girl).

Leonardo Castanhari P.O.V

Não tinha nem tempo pra respirar direito desde que a Lívia e eu chegamos aqui na Inglaterra. A faculdade é bem mais difícil do que no Brasil, tem muito mais trabalhos, algumas matérias diferentes e era em uma língua diferente do que eu estava acostumado. Eu sabia falar em inglês fluente e tal, mas é diferente de morar aqui e conhecer todas as palavras. Eu e a Lívia conseguimos um apartamento muito bom no começo, mas ela insistiu que a gente mudasse pra um maior. É, eu até entendia. Ela sempre foi acostumada com a casa enorme e o apartamento dela lá de BH... nossa, dava uns quatro do meu apartamento. E olha que o meu nem era tão pequeno. Eu nem reclamei, até porque ela conseguia ser bem insistente quando queria e não estava com clima, nem tempo de ficar discutindo por causa disso. Eu ficava apenas estudando o dia inteiro e só final de semana tínhamos tempo de sair com a galera que conhecemos aqui. Tinham vários intercambistas de vários lugares. Fiz amizade com quatro brasileiros (três caras e uma menina), dois alemães (uma menina e um cara) e um italiano. Todos eles eram super gente boa, seria difícil ir embora, ainda mais depois de rever a Peyton, o Charles, a Brooke e o Henry. 

Consegui tirar um pouco a cabeça da Mariana nas últimas semanas por causa da faculdade e tudo mais, e até cheguei a pensar que tinha superado por estar tão bem com a Lívia, mas eu conheci um cara (lá do México, o maluco é gente boa) e a gente conversou em um dos dias que eu precisei dar uma saída pra beber e esvaziar a cabeça, e ele também teve problemas com a namorada. Disse que no começo foi muito difícil, pensou que nunca a esqueceria, que nunca superaria e disse "Você percebe que superou quando a primeira coisa que faz quando acorda não é mais se lembrar dela". Ele disse isso era verdade (e realmente era) porque sempre pensava nela quando acordava, mas um dia simplesmente percebeu que tinha se libertado. E eu fiquei esperando isso acontecer todos os dias, mas nunca acontecia. Seria uma sensação boa acordar e não pensar nela. Não lembrar de tudo... 

- Estava sentindo falta de jogar vídeo game com você, Leo! - o Henry disse e eu ri assentindo. Estava na casa deles. 

- Senti sua falta, pirralho. - baguncei o cabelo dele. 

- Você vai me fazer morrer, ow. 

Quando terminamos a partida, eu fui conversar um pouco com a Brooke. A Lívia não veio comigo aqui hoje (e isso foi bom porque todos eles ainda gostavam da Mariana e queriam a Mariana. Igualzinho a dona Ana). 

- Ai ai... eu estou com saudades da Mari. Do sorrisão dela. - a Brooke disse quando sentei perto dela no jardim. 

- Eu também estou... 

- Então, o que você está fazendo com a Lívia? Ô, menina chata! Ela é toda afetada! Sei que é sua namorada, mas ai... ela me dá preguiça. 

- A Mariana não te contou nada? - perguntei ignorando o que ela disse da Lívia. 

- Não. Só soube que vocês terminaram por você. - disse. - Fui falar com ela, mas ela foi meio ríspida. Disse que não queria falar sobre isso. 

- E ela estava bem? 

- Meu bem, você tem ela no Snap? 

- Não mais. Por que? 

- Ela está muito bem... agora. - disse. - Virou líder de torcida, está andando com um pessoal lindo e gente boa. Principalmente os meninos, meu Deus. 

- Você tá me zoando que ela virou líder de torcida? 

- Não! Por que? 

- Ela deve estar se sentindo dentro de um filme... - falei. - Tem alguma coisa na história do Snap dela hoje? - perguntei. 

- Sim. Quer ver? - assenti. 

Ela pegou o celular e entrou na história dela. E novamente o coração dispara só de ouvir sua voz e ver seu sorriso e... eita porra, o cabelo curto. Eu não estava preparado para ver o seu cabelo curto, eu amava seu cabelo comprido e sempre dizia isso a ela. Talvez por isso ela cortou. No Snap, ela contava toda animada que iria para Los Angeles com uma tal de Lindsay e com a Priscila daqui algumas semanas e disse que responderia algumas perguntas frequentes que faziam a ela. 

- Mari, você se arrependeu de cortar o cabelo? - a Mari leu. - No começo sim. Meu deus, como eu chorei! - ah, como eu sentia falta desse jeitinho dela... - Eu chorei muito, mas agora eu me acostumei e está lindo, fala sério. - alguém entrou no quarto dela e fiquei puto ao ver que era um homem. Ou melhor, dois. - Opa, o Shane e o Steve acabaram de chegar. 

- Quem caralhos é Shane e Steve? - perguntei pra Brooke. 

- São os melhores amigos dela lá. Mais o Jared e o Keith. Mas eu ainda acho que a Mari da uns pegas no Shane.

Ignorei o último comentário dela e continuei vendo. 

- Então, voltando... todo mundo está me perguntando se estou namorando o Steve ou o Shane. Não, eu não estou. - por que eu me senti aliviado? - Mas às vezes eu dou uns pegas no Shane. 

- O que você tá falando de mim aí? - o tal de Shane sentou ao lado dela. 

- Falei que a gente dá uns pegas de vez em quando. - ela disse em inglês. Acabou o tempo e eu queria que tivesse acabado tudo, mas nada... - É mentira, gente. - ela riu. - Eu quero, mas o Shane só quer ser meu amigo. Fiquei na friendzone. - ela continuou dizendo em inglês e depois se lembrou que era pra falar em português. 

- Não sei da onde ela tira essas coisas. - o tal de Shane disse e deu selinho nela. Filho da puta. E a Mari arregalou os olhos rindo.

Tá legal, isso era demais. 

- Não quero mais ver. - devolvi pra Brooke. 

- Você está bem? 

- Aham. 

- Por isso está com os punhos cerrados? - ela suspirou. - Leo, o que você está fazendo com a Lívia? Por que está deixando isso acontecer? A Mari está tão bem agora, bem melhor do que estava antes, porque sério... antes dava peninha de vê-la. 

- Eu vou embora. 

Dei tchau para a Peyton, para o Charles e para o Henry, e ignorei todas as perguntas que eles estavam fazendo. Por que eu estava indo embora? Eu estava me sentindo péssimo. Puto, triste, magoado, com raiva, com vontade de quebrar aquele filho da puta, com vontade de dar mais um beijo nela, de sentir seu cheiro mais uma vez, com vontade de voltar no tempo...

Mariana Lenzi P.O.V

"Brooke: Maaaari! Quanto tempo! Como estão as coisas por aí?"

"Mariana: Oiii! As coisas estão ótimassss, cheia das novidades! E estou bem melhor do que na última vez que nos falamos! E por aí? Seus pais aceitaram o Joe?"

"Brooke: Que bom que você está melhor! Estou bem também, as coisas estão legais aqui e, sim, meus pais caíram na real."

"Mariana: Aí, que bom, Brooke... sério! Fico feliz por você."

"Brooke: Mas então, deixa eu te falar... você quer vir pra cá nos visitar?

Quase me engasguei. 

"Mariana: Oi??? Como assim?! Do nada?!"

"Brooke: É! Nós estamos com muuuuita saudades. Sei que você e o Leo não estão mais juntos, mas nós ainda gostamos muito de você. Vem pra cá!"

"Mariana: Também gosto muito de vocês, mas é meio complicado ir assim do nada, né?"

"Brooke: Não é do nada! Vem antes de ir pra Los Angeles! Menina, minha mãe disse que até paga pra passagem de você!"

"Mariana: Nossa, mas tudo isso é saudade??? Hahaha brincadeira. É meio estranho ir assim do nada, mas eu vou ver aqui, tá? Beijos!"

- Priiii! 

- Que isso, Mariana? Pirou? - a Pri entrou correndo no quarto e eu soltei uma risada. Ela pensou que eu estava morrendo. 

- A Brooke acabou de me chamar pra ir pra Inglaterra! Assim do nada! Antes de irmos pra Los Angeles.

A Pri me olhou meio receosa e sentou na cama. O que aconteceu? Que cara era essa? 

- Mari, o Castanhari está morando na Inglaterra  novamente. - a Pri disse com cuidado. - Está fazendo faculdade lá. 

- Ele conseguiu? - sabia que ele sempre quis isso. Fazer intercâmbio durante a faculdade. - Claro que ele conseguiu... ele vai conquistar o mundo. 

- Tenho certeza que a Brooke quer você vá pra vocês se verem. 

- Mas isso não faz sentido! - falei. - Por que ela faria isso se ele não quer? Eu não entendo. 

- Eu também não, ainda mais porque a Lívia foi com ele. - meu coração se contraiu tanto. Precisei repetir diversas vezes em minha mente que chorar era fraqueza. 

- Eu não vou. - falei. - Isso é ridículo. Não acredito que ela ia planejar tudo isso. Eu poderia enfartar ao vê-lo. 

- Sim... - ela suspirou. - Você deveria ir apenas se tiver preparada para vê-lo. 

- Eu não estou. Nunca estarei preparada para vê-lo. 

A Pri disse alguma coisa, mas eu estava com tanta raiva e tanta tristeza que mal ouvi. Poxa, eu estava tão feliz! Há menos de dois minutos eu estava rindo a toa, me sentindo tão bem e é só ouvir o nome dele que meu coração se murchava instantaneamente. Odiava esse efeito que ele tinha sobre mim. Tudo nele agora só me trazia tristeza. As lembranças, os pensamentos, as fotos... tudo. Tudo mesmo. 

- Por que você chamou a Pri gritando? - o Shane entrou no quarto rindo, mas parou ao ver que eu estava quieta e sentada na cama encarando o celular. - O que foi? 

- Nada. - levantei abrindo um sorriso. - Está todo mundo falando do selinho que você me deu, sabia?! Já era. 

- Não resisti. 

- Ah, tá bom! Você resiste o tempo inteiro! - falei cruzando os braços. Não nos beijamos desde aquela festa na casa do Steve.

Ele começou a se aproximar e eu o olhei feio. 

- Pode parar! E tira esse sorrisinho ridículo do seu rosto! - dei um tapa em seu braço e passei por ele, mas ele segurou minha cintura por trás e me jogou em seu ombro. - O que é isso?! 

- Por que você está triste? - ele me deixou na cama e eu fiquei tão tensa que nem levantei. Ele ficou com o braço apoiado ao meu lado, mais alto que eu e automaticamente com o rosto perto do meu rosto. 

- Não estou triste. - abri um sorriso. - Estou ótima. - dei de ombros e levantei. 

Ele levantou e me pegou no colo novamente, mas dessa vez fazendo cócegas na minha barriga. 

- Saaaai! - me debati pra sair querendo morrer e ele se desequilibrou. Ahá, o bonitinho caiu em cima de mim no chão. Tentei sair, mas ele prendeu meus pulsos acima da minha cabeça. 

- Por que você está triste? 

- É que é tão ruim ficar na friendzone. - falei triste. 

- Sabe o que eu tenho vontade de fazer cada vez que você diz isso? 

- Eu sei... - sorri e tentei me soltar para bater o dedo na ponta do nariz dele, mas não consegui. - Você deveria fazer. Não entendo porque não faz. - fiquei sorrindo pra ele. 

Ele ficou me olhando por um tempo e eu me preparei pra levar mais um fora, mas ele simplesmente me agarrou!!! E com mais safadeza do que já tinha feito. Ele passou os braços pela minha cintura e levantou comigo, me deixando na cama. Como ele conseguia me pegar tão fácil?! Mas nem liguei pra isso porque tinha um gato lindo e cheiroso em cima de mim. 

Percebi que as coisas ficaram quentes demais quando eu tirei a camisa dele e ele estava a um palmo de tirar a minha blusa. Era meio estranho pensar nisso agora. Era diferente porque não sou mais virgem, mas o Leonardo foi o único que já fiz e era meio estranho pensar em outro me conhecendo tão intimamente assim. 

- Ei. - desviei meus lábios dos dele por um momento. - Acho melhor a gente descer. 

- É. Foi mal. 

- Está tudo bem. - sorri e entreguei sua camisa. - Bem que você podia ficar sem, né? Uma coisa linda dessas não pode ser escondida. - ele tinha o tanquinho perfeito. Sério. O corpo dele inteiro. E ele era meio ogro (do jeito que eu gostava segundo a Maitê). 

Ele inclinou a cabeça pro lado ao me olhar soltando uma risadinha e se inclinou me dando outro beijo.

- Digo o mesmo pra você. - disse enquanto eu levantava. - Uma coisa linda dessas... - ele me mediu de cima a baixo mordendo o lábio inferior. - Não pode ser escondida. 

- Só deixo ver meu corpinho quem eu namoro. - brinquei enquanto arrumava a minha cama. 

- Isso é uma indireta? - ele me puxou pela cintura. 

- Não, ué. - dei de ombros e me afastei dele. - Até porque se você quiser me namorar agora só porque falei isso, eu vou bater em você. - o Shane deitou na minha cama, enquanto eu parei na frente do espelho pra fazer um coque no meu cabelo. - E eu só namoro quem eu entendo o que quer, e como não entendo o que você quer... 

- Você é tão linda. - olhei pra ele com os olhos estreitados, mas logo voltei a olhar pro espelho.

- Não diz isso pra mim. 

- Mas você é, ué. - disse ainda sentando na minha cama e me olhando de um jeito que me deixou arrepiada. Só o olhei pelo reflexo do espelho. - Tão linda...

Respirei fundo e olhei pra ele direito. Ele não podia mesmo fazer isso comigo. 

- Vamos descer? Ficar sozinha no mesmo quarto que o meu amigo lindo e gostoso não dá muito certo não. 

Abri a porta do quarto e senti ele me abraçando por trás novamente. Ia começar a protestar, mas ele beijou o meu pescoço e eu era doida pelo beijo dele. Pelo cheiro dele. Por ele inteiro. Ás vezes tudo que eu queria era mergulhar na imensidão de seus olhos azuis e ficar lá por horas e horas... 

- Shane. - o parei. - Sério, sempre quis ter uma amizade colorida e tal, mas isso não dá certo. 

- Eu sei. - ele suspirou. - A gente nem tenta resistir também. No primeiro momento que ficamos sozinhos... rola. 

- Tudo bem, então agora eu vou tentar de verdade. - falei. - E você também. - olhei pra ele. - Né? 

- Claro. 

- Idiota. - revirei os olhos e desci as escadas com ele rindo atrás de mim. 

- Oi, casal! Que boca vermelha é essa, bonitinha? 

- Cala a boca, Lindsay. - revirei os olhos e sentei ao lado do Steve, deitando no colo dele. 

- Seria maneiro se todos nós fôssemos pra Los Angeles, né? Mancada vocês não me levarem. - o Jared disse. 

- Só pagar, ué. Vamos! - a Pri disse. 

- Quando vocês vão mesmo? 

- Daqui duas semanas. No feriado. - a Lindy respondeu. 

Pri, Lindsay e eu vamos para Los Angeles!!!! A Lindsay tem uma amiga de infância que não é nada menos do que uma modelo famosa. O nome dela é Claire Gates, e é um amor de pessoa! Ela já veio pra cá uma vez e muito gente boa! Quando ela veio, me senti famosa também porque ficavam váaarios paparazzi a seguindo por aí. Era demais. Ela era amiga da Gigi Hadid e da Kendall Jenner!!!!!! GIGI HADID E KENDALL JENNER!!!! Sério, eu vou enfartar se conhecer todos os amigos famosos dela. 

- Queria ter conhecido a gata da Claire Gates. - Steve disse enquanto fazia cafuné em mim. Eu estava quase dormindo. 

- Quem não queria? - o Shane disse e eu só abri um dos olhos. Ele mandou um beijinho pra mim enquanto dava uma piscadinha e eu revirei os olhos. 

Consegui esquecer completamente o Leonardo e nem sei se deveria agradecer ou não o Shane por isso. Claro que o fato dos meus amigos estarem aqui também ajudava, mas... ah, não sei. 

- Você ama gravar Snap com o meu celular, né? - falei quando o Steve pegou meu celular. 

Ele começou a gravar dizendo que eu pagava cinco reais pra ele ficar fazendo cafuné em mim e deu um zoom na minha cara. Depois começou a responder o que todo mundo perguntava e dizia: quantos anos ele tinha, quanto de altura ele tinha e agradeceu por todo mundo chamando ele de lindo. Ai, o Steve era lindo mesmo. Dezessete aninhos, 1,85 de altura, loirinho dos olhos verdes (mas a pele bronzeada e eu achava isso lindo! Ele surfava, Jesus). 

- Assim você vai fazer as coitadas desmaiarem por você, Steve. - falei rindo. Nem prestei atenção mais no que ele dizia, mas ás vezes ele dava zoom no meu rosto. - Continua me fazendo cafuné, por favor. 

Ele fez cara feia pra mim e eu abri um sorriso. 

- Te amo. - falei. 

- Eu sei que você me ama. 

- Mas você me ama mais do que eu te amo. 

- Por que você sempre fica tonta quando fazem cafuné no seu cabelo? - ele perguntou rindo. 

- Agradeça por eu não estar babando na sua bermuda. - falei fechando os olhos e deitando direito. Ele riu e voltou a fazer carinho no meu cabelo. 

Ficamos assim até eu dormir. E quando acordei todos já tinham ido embora e eu estava na minha cama...