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História Clichê - Capítulo 10


Escrita por: fuckjergui

Notas do Autor


Hey hey girls lindas e xerosas da minha vida, como vocês estão? Depois de um pouco de luta contra a página em branco eu consegui terminar esse capítulo bem meloso para vocês, um dos capítulos mais fofinhos de todos, na minha opinião. Não revisei então vai desse jeito porque se não eu não posto ele por esses dias, os erros eu corrijo depois.
Obrigada demais por todos que comentaram e favoritaram a fic, vocês são perfeitos, amo demais vocês, principalmente a @PmellaPmella e a @biaaa99 vocês tornam meus dias mais felizes com seus comentários

Divirtam-se bebês.

Capítulo 10 - Capítulo 10


POV Lauren Jauregui

           

            Antes de abrir meus olhos eu senti um peso em meu corpo, relembrei os momentos da noite anterior, a forma que Camila e eu passamos a noite ainda me fazia sorrir como uma boba. Abri meus olhos, piscando um pouco para acostumar, meu quarto ainda estava escuro e as únicas luzes que tinham era pelas frestas de minha cortina. Olhei para a menina que estava deitada em meu peito e ressonava enquanto ainda dormia, seus olhos fechados deixando evidente seus cílios compridos, seu nariz fino, sua boca carnuda que era o motivo das minhas maiores tentações. Os traços de seu rosto totalmente perfeito com sua pele levemente bronzeada e as bochechas rosadas.

            Eu estava apaixonada. Completamente apaixonada pela menina de olhos castanhos, sorriso fácil e de extrema inteligência. Desde o segundo que bati os olhos nela eu sabia que tinha algo de diferente que eu não conseguiria ficar distante e que me atraía cada vez mais, pouco depois do primeiro encontro eu já sabia que era a mulher certa, que me apaixonar por ela seria apenas a consequência.

            Com o maior cuidado do mundo a tirei de cima de mim, colocando meu travesseiro para amenizar um pouco da minha falta. Peguei em meu closet uma camisa branca grande que eu tinha e acabava usando de pijama, saí de meu quarto deixando a porta encostada para Camila saber onde eu estava. Desci direto para cozinha e vi a bola de pelo de meu cachorro correndo em minha direção ansioso, suas patinhas batiam de encontro ao porcelanato do chão, seu latido me fez brigar com ele para que Sunny não acordasse nossa visita no quarto de cima. Fui primeiro em direção ao seu cantinho deixando comida em seu pote e completando o resto da vasilha de água.

            Na cozinha peguei em minha geladeira ovos, bacon, farinha, bacon, lombo canadense, enquanto deixava os ovos fritando na frigideira eu coloquei torradas para fazer. Lembrei que Camila era uma super fã de café tentando fazer um café cubano como ela gostava, bem forte e sem açúcar. Depois de já ter feito a maioria de todas as coisas que requeriam fogo, fiz uma salada de frutas com mel e tentei montar a bandeja de forma a ficar organizada e bonita ao mesmo tempo, indo colher na varanda uma rosa, que minha mãe tinha plantado da última vez que tinha vindo, era uma rosa branca que para mim significava muita coisa.

            Com o máximo de cuidado do mundo subi as escadas de meu apartamento e segui novamente em direção ao meu quarto, empurrando com meu ombro a porta e fechando-a com meu pé. Camila ainda não tinha acordado e eu sabia que essa tarefa seria complicada, já que ela era a rainha do sono profundo. Deixei a bandeja na mesinha de cabeceira da cama e observei a cubana deitada em minha cama, peguei meu celular e abri um pouco das cortinas deixando o suficiente para a luz entrar, somente para o quarto ficar claro e não incomodar a menina que ainda dormia.

            Seu corpo moreno se contrastava com os lençóis brancos, assim como seu cabelo que estavam espalhados pelos travesseiros. A coberta cobria somente sua bunda deixando bem amostra as covinhas no final de sua coluna, e foi dali que comecei a beijar novamente seu corpo, subi meus beijos em direção a seu pescoço. O cheiro de sua pele era inebriante e a vontade de esconder meu rosto em seu pescoço e ficar apenas ali sentindo eternamente seu perfume, era tentador. Ouvi ela resmungando quando deixei um beijo em seu pescoço, segui eles por seu maxilar e cheguei em sua boca, deixando um demorado selinho.

            --- Bom dia, Camz. Vamos acordar, meu amor – sussurrei em seu ouvido após retirar uma mecha que me atrapalhava.

            Camila se remexeu na cama mais uma vez só que nada de acordar, seus olhos continuavam fechados. Tornei a provocar ela, passei minhas unhas em suas costas vendo sua pele se arrepiar, minha boca tornou a beijar seu pescoço e morder o lóbulo de sua orelha.

            --- Acorda, dorminhoca. Trouxe café da manhã.

            Sem abrir os olhos a primeira palavra, com uma voz extremamente rouca, foi dita por ela.

            --- Lauren, eu juro que se não parar de me provocar eu vou te obrigar a me fazer gozar sem eu nem ao menos ter acordado direito.

Não consegui segurar a risada alta que ecoou pelo quarto, a latina fazia piada mesmo ainda acordando.

--- Olha... Se quiser, não me oponho a te dar um orgasmo agora mesmo, mas pelo que te conheço sua barriga já deve estar roncando.

E não demorou dois segundos até ela se virar na cama, completamente nua ainda, complicando a atenção que eu deveria dar em seus olhos e não aos seus seios, como eu fazia agora. A risada desdenhosa de Camila me chamou a atenção, seus olhos castanhos escuros eram sem dúvidas os olhos mais lindos que já tinha visto, olhos que me fizeram apaixonar ainda mais por ela.

--- Achei que minha fome era sua maior preocupação nesse momento, Jauregui.

--- E é, porém existem dois tipos de fome.

Me aproximei selando nossos lábios em um longo e delicioso beijo, a felicidade presente em nossos sorrisos, a malícia transbordando a cada toque que nossa língua dava. Senti as mãos maliciosas de Camila subindo pelo meu corpo, de maneira a puxar minha blusa para cima, se não fosse pelo ronco de sua barriga eu a deixaria continuar, mas a fome daquela menina de manhã poderia ser considerada surreal, um verdadeiro saco sem fundo e que parecia que nunca engordava.

--- Café da manhã, agora.

Me desvencilhei de seu corpo, retirando suas mãos de dentro da minha camisa e pegando a bandeja que estava do nosso lado. Camila resmungou frustrada, mas abriu um largo sorriso assim que viu a bandeja de comida em sua frente, quando se sentou o lençol que a cobria caiu revelando todo seu tronco voltando a me tirar a atenção. Levantei buscando uma camisa que já tinha separada para ela e jogando em cima da cama, esperando que ela vestisse. Assim que viu a blusa arqueou a sobrancelha com um sorriso malicioso nos lábios, mas no final vestiu a camiseta. Coloquei entre nós a bandeja de café da manhã vendo a advogada, como esperado, pegando a caneca com café, bebericando e gemendo em satisfação. Ao contrário dela, eu bebia um suco de laranja, já que eu não era tão fã assim da bebida amarga, somente quando misturada com leite.

--- Se distrai fácil, pretty eyes? – Implicou.

--- Só com você nua na minha frente – revidei sorrindo para ela.

--- Bom saber. – Camila pegou uma torrada mordendo-a – Tem mais algum dote que eu preciso saber? É escritora, canta, toca piano, sabe cozinhar... Ovos Benedict?

Ela perguntou pegando uma das minhas receitas mais tradicionais, consistia numa torrada com ovos, lombo canadense, queijo e bacon. Quando deu uma mordida, gemeu em satisfação, eu sabia que era delicioso só esperava a confirmação da menina, seus olhos fechados e o sorriso em aprovação fizeram meu coração bater até mais forte.

Já havia programado um dia especial com Camila, não teria mais como adiar esse momento e já tinha todas as certezas que poderia querer, mandei apenas uma mensagem para Dinah falando que o momento tinha chegado e ela já estava ciente do que fazer juntamente com Normani, Ally e até mesmo a pequena Cabello, Sofia.

Seguimos o café em meio carícias, brincadeiras e muitos beijos, Camila era a menina mais fofa e carinhosa que tinha conhecido em toda minha vida, a felicidade era tão genuína que até mesmo meus pais haviam notado pela forma que tenho conversado com eles ultimamente. Clara e Michael já haviam exigido uma visita dela em nossa casa e Miami que eu estava programando junto com a sócia dela, para saber o melhor dia que teria em seu calendário, só estava esperando mesmo a confirmação para comprar nossas passagens de avião em direção minha antiga casa.

O telefone de Camila tocou e ela correu em direção a sua calça jogada ontem à noite, devia ser Dinah seguindo com o plano que eu já tinha cansado de repassar com ela.

--- Cheechee, tem como me ligar mais tarde? – Prestei atenção tentando não rir – Dinah, eu estou na casa da Lauren, não tem como eu abrir a porta para você... Não! DJ! Oh Deus... – Camila estava vermelha tentando esconder o rosto em sua mão livre.

Eu ri quando Camila abriu seus dedos para me encarar entre eles e os fechou rapidamente virando de costas me impossibilitando de ver suas reações. Levantei da cama me encaminhando até a menina por quem eu estava irremediavelmente apaixonada, abraçando-a por trás tirando seu cabelo de seu pescoço e beijando-o.

--- Dinah, não consigo falar com você agora, já sabe onde está a chave reserva, entra e daqui a pouco eu chego aí – a menina falava manhosa, completamente desestabilizada pela forma que a provocava.

--- CAMILA, ISSO É SÉRIO MEU NAMORO ESTÁ POR UM TRIZ, VOCÊ TRANSA DEPOIS – pela proximidade com a latina, consegui ouvir a desculpa que Dinah estava dando para levar a menina embora.

--- Em uma hora eu chego em casa, beijos Cheechee, daqui a pouco estou chegando.

Antes de esperar uma resposta da sócia Camila desligou o celular e o jogou no bolo de roupas sua que estava em seus pés, amortecendo a queda e não deixando que a tela quebrasse, quando se virou já agarrava meus cabelos e envolvia meus lábios junto aos seus me beijando desesperadamente. Passei minhas mãos por sua bunda e quando cheguei na parte de trás de sua coxa a levantei, fazendo com que suas pernas se envolvessem em torno de minha cintura.

--- Parece que alguém acordou com fogo hoje, vamos cuidar disso – caminhei em direção ao banheiro onde sem nem mesmo tirar nossas roupas abri o chuveiro nos colocando embaixo.

Camila soltou um gritinho quando sentiu a água gelada caindo sobre nossos corpos, senti seus pulmões se encherem e esvaziarem de ar como se isso fosse a ajudar a diminuir o frio da água em suas costas. Sem retirar minha boca de sua pele, regulei o chuveiro para que a temperatura da água caísse mais quente, porém não o suficiente para que nós tivéssemos problemas com o calor.

--- Para sua sorte, eu estou sempre com fogo e, saiba que não é água gelada que apaga – ela disse assim que recuperou o fôlego após o choque térmico.

Encostei Camila no box do banheiro a colocando de pé no chão, não esperando nem um segundo para virá-la e deixa-la de costas para mim, me fazendo ter um a visão privilegiada de sua bunda empinada. Separei suas pernas com as minhas e passei minhas mãos, uma de cada lado de seu corpo, subindo e levantando sua blusa molhada no trajeto. Ela gemeu quando seus seios encostaram contra o vidro molhado do box assim que joguei sua camiseta para longe, segurei firmemente em uma mão seus cabelos molhados, em um rabo de cavalo mal feito, apenas o suficiente para que pudesse liberar a passagem para meus beijos em seu pescoço e costas.

Passei minha mão por seu corpo até chegar em seu sexo que já estava molhado, soltei uma risada rouca no pé de seu ouvido, percebendo o efeito que já causava na menina mesmo com poucas carícias, Camila então apoiou sua cabeça contra o vidro respirando pesadamente enquanto e passava meus dedos de cima a baixo sentindo cada pedaço do centro encharcado, ameaçando de vez em quando e sentindo a expectativa que ela demonstrava apenas no suspirar.

Sem aviso enfiei dois dedos na entrada molhada da advogada vendo-a gemer alto e me encarar sob o reflexo do espelho, que sem dúvidas era uma das melhores imagens, com exceção de quando eu era quem estava no meio de suas pernas deixando a guiar meus movimentos com sua mão firmes em meu cabelo. Beijei seu pescoço ainda sem retirar os olhos de nossos reflexos, nossos olhos ainda se encarando, quando alcancei um ponto mais fundo e esponjoso, Camila se derreteu em meus braços, começando a tremer e segurando um pouco sem muito jeito meus cabelos, enquanto eu maltratava a pele de seu pescoço e costas.

Acelerei meus movimentos e logo ela veio a ter mais um orgasmo em meus dedos, relaxando por completo, ficando com o corpo mole, me deixando a segurar para que não caísse no chão. A levei para debaixo do chuveiro onde comecei a dar um longo banho na latina, primeiro peguei o shampoo, despejando uma quantidade em minha mão e logo a levando em seus cabelos que já eram macios e sedosos o suficiente. Em troca de muitos beijos, fui massageando seu couro cabelos enquanto seus braços finos passaram ao redor de minha cintura, nos aproximando mais ainda. Brinquei com os seus cabelos cheios de espuma fazendo uma figura qualquer com seus fios e ri quando vi o resultado.

--- Rindo de minha desgraça, Lo? Achei que estava em boas mãos.

--- E está, as melhores mãos de todo o planeta – impliquei roubando um beijo.

--- Bom, isso é verdade – seu sorriso malicioso novamente me fez rir com a naturalidade com que ela conseguia simplesmente flertar de forma natural – Só acho que você está vestida demais para um banho, vou mudar isso...

Dizem isso ela retirou minha blusa e jogou junto a outra que eu mesma tinha retirado poucos minutos atrás. Suas mãos se envolveram em meus seios numa torturante massagem, provocando quando apertava meus mamilos entre seus dedos me fazendo gemer contra seu pescoço.

--- Camz, você tem que se encontrar com a Dinah...

Eu falava enquanto virava levemente a cabeça dela para trás, apenas para retirar o shampoo de seus cabelos sem cair em seus olhos.

--- Ela espera, Laur.

Seus olhos castanhos se abriram me encarando com uma carinha pidona, mesmo com aqueles olhos de gato de botas, seu sorriso de lado dava ideia do que ela queria fazer.

--- Amor, ela parece estar com problemas com a Normani, não deve estar sendo bom para ela esse momento – acariciei sua bochecha vendo ela suspirar frustrada – Deixa eu só cuidar de você agora, tá bem?

--- Odeio saber que você está certa.

Camila me deixou de ajuda-la com o banho, passei o condicionador em seus cabelos depois de a virar de costas para mim, e não demorei em passar o sabonete por todas suas curvas evitando ao máximo provocar a menina, o que era uma tarefa realmente difícil.

Passado a tortura de dar o banho nela, acabou sendo minha vez. Camila cuidava de mim me olhando como se fosse a coisa mais importante, única e como se pudesse quebrar com seus toques suaves, seu olhar era totalmente compenetrado, ela já tinha lavados meus cabelos e enquanto a água caía sobre o meu corpo ela olhava para ele mordendo seus lábios. Num impulso e contrariando o que eu tinha dito minutos atrás, passei meu polegar em seus lábios fazendo com que ela parasse de mordê-lo e, a beijei.

Depois de ter transado mais duas vezes durante nosso banho, finalmente saímos do banheiro levando toda o vapor de água para meu quarto assim que abrimos a porta. Camila pegou mais uma xícara de café enquanto eu me vestia, ela já tinha colocado sua roupa, só faltava a blusa, deixando assim amostra a peça de renda branca que contrastava com sua pele morena. Vesti uma calça de moletom cinza e a blusa que eu tinha pegado emprestada no primeiro dia que dormi na casa da menina em minha frente.

--- Você precisa mesmo ir embora? – falei dengosa abraçando a latina por trás.

--- Não era você que há uns 30 minutos atrás não estava me mandando ir para casa ver o que Dinah tinha?

--- Eu sei, mas está tão bom estar aqui com você, vou sentir sua falta até mais tarde.

--- O que vamos fazer mais tarde, hein?

--- Surpresa – beijei sua bochecha.

O celular de Camila tornou a tocar e eu vi que era Dinah novamente, a menina deveria estar completamente transtornada por ser deixada esperando, já tinham se passado o período de 1 hora que a menina tinha pedido.

Com uma rapidez inesperada ela atendeu o telefone deixando de lado sua caneca, com uma mão no celular e a outra livre foi vestindo a camiseta, pegando seu casaco e bolsa, conferiu as chaves do carro. Tudo isso enquanto conversava no telefone, era perceptível que ela deveria se atrasar bastante pela facilidade e destreza que realizava as tarefas, como se fossem do seu cotidiano.

--- Lo, eu preciso ir, você me leva até o carro? Não lembro de como chegar lá – Camila disse tapando o microfone de seu celular com sua mão e me olhando triste – Já estou indo DJ, já estou saindo da casa da Lauren... sim neste exato minuto. Em 5 minutos eu chego.

Camila desligou o celular vindo até onde eu estava, me abraçando, seus lábios logo se moveram em direção aos meus num beijo rápido, de despedida. Acariciei sua maçã do rosto assim que se afastou de mim e a puxei em direção ao elevador, seus olhos passearam curiosos por toda a casa, o corredor por onde passamos ontem sem nem mesmo perceber pela nossa rapidez em simplesmente chegar ao quarto, as escadas em que subimos apressadas e a sala, onde ela tomou seu maior tempo, principalmente depois de ver o piano preto de cauda que ficava no canto da sala. Uma das minhas maiores paixões desde criança, depois de escrever.

Descemos pelo elevador abraçadas e sem nos atracar novamente, mas os sorrisos nos nossos lábios não nos deixavam esconder as lembranças da noite anterior. Enfiei meu rosto em seu pescoço sentindo seu cheiro misturado ao de meu shampoo, por mais que eu soubesse que era necessário a ida dela para conseguir fazer com que minhas ideias dessem certo, a partida era sempre algo que eu odiava.

Quando chegamos em seu carro ela beijou meus lábios num selinho e logo deu partida, não sem antes me lembrar de pegar as flores que eu tinha ganhado dela no dia anterior. Assim que vi seu carro passar portão a fora de minha casa, peguei meu telefone discando para Dinah enquanto corria em direção ao elevador já apertando repetidamente o número de meu andar.

--- Dinah, ela já saiu daqui. Está tudo certo? – Ouvi Dinah me xingar por uns momentos, enquanto eu apenas bufava e pedia para ela focar na conversa – O primeiro local já está pronto, não é? – ela confirmou – Então vaza daí que Camila chega em menos de 3 minutos.

--- Vai ser grossa assim na casa do caralho, Jauregui. Eu hein, tive que esperar vocês transarem a manhã toda aqui e ainda vem de cavalhisse – bufei encostando a testa no metal gelado do elevador.

--- Obrigada, DJ, sem você eu não conseguiria fazer tudo, agora muito por favorzinho você pode dar uma ajuda a sua namorada e a Ally, pleaseee.

Não sei se meu pedido ajudou a amolecer o coração, mas ela aceitou e ouvi que estava fechando a porta atrás de si, meu nervosismo só aumentava e assim que o elevador passou eu segui para meu quarto, tropeçando nas escadas e escorregando no meu closet. Coloquei a calça preta que eu tinha separado e uma blusa branca de manga do The 1975 e minha jaqueta de couro. Com meu cabelo molhado mesmo desci as escadas novamente, colocando em meu bolso meu celular e minha carteira, procurei minhas chaves do carro, fechei a casa e desci novamente.

Nesse momento Camila deveria estar chegando em seu apartamento e percebendo que Dinah não estava mais lá. Olhei um grupo que havia criado com as meninas para me ajudarem, estavam nelas Dinah, Normani, Ally e Sofia, cada uma me ajudando de uma forma diferente sobre um detalhe do que eu precisaria para aquela tarde de domingo.

Dirigi até a casa de Camila estacionando meu carro a uma distância segura para que ela não me visse em momento algum enquanto a estivesse lá. E esperei não mais que 5 minutos para que visse novamente seu carro saindo pela garagem.

 

POV Camila

Assim que cheguei em casa estranhei que não havia ninguém lá, Luna veio em minha direção animada e aparentemente com fome, coloquei sua comida e sua água chamando por minha melhor amiga que deveria estar lá.

--- Cheechee, eu cheguei, cadê você.

Chamei e nada, procurei na sala, cozinha, quarto de hóspedes até que ouvi um burburinho vindo do meu próprio quarto. Não era um barulho normal de conversa ou de choro, que eu imaginava vir de Dinah sempre que ela brigava com Mani era a mesma coisa. O som de Ed Sheeran se tornou mais alto quando eu abri a porta, era possível enxergar a meia luz, no centro da cama apenas uma única branca rosa, marca registrada de Lauren e por um segundo eu pesava que ela estava ali, mas era impossível que chegasse antes de mim.

--- Dinah? Você está aprontando alguma?

Fui ao banheiro e nada, quando voltei, finalmente percebi que em cima da cama juntamente com a rosa havia uma carta, meu nome estava escrito com uma caligrafia fina e bonita, perfeitamente desenhada. Kiss Me do Ed começava e eu não conseguia deixar o sorriso bobo em meu rosto escondido, rapidamente abri a carta vendo novamente a carta com a letra perfeita e desenhada da menina por quem eu estava mais que apaixonada.

Retirei os dois papéis, o primeiro parecia mais umas instruções, enquanto o segundo tinha alguns versos, parecia uma poesia.

 

“Hey hey girl,

Vamos brincar um pouquinho tudo bem? Cada carta significa um lugar importante de nossa história, são apenas quatro lugares. Você consegue resolver tudo, meu amor.

Te encontro no ponto final.

Sua Laur”

 

Ler o “Sua Laur” foi o que mais me deixou boba em todo o momento. Lauren tinha planejado um caça tesouro para nós, e eu achando que essa menina não poderia me surpreender ainda mais. Levei sua rosa em meu nariz inspirando e percebendo que o aroma não era o normal de uma flor, e sim o do perfume que a escritora utilizava. Peguei o segundo bilhete notando uma curta poesia que, se eu estivesse certa, me levaria a entender o segundo lugar para onde eu deveria ir.

Abri a segunda carta vendo no papel, bem centralizado o primeiro poema que eu já sorria sem nem perceber.

 

Chocolate da cor de teus olhos

Olhos que viciam como o doce

Doce que me lembram teus lábios

Macios, quentes, famintos

Menina mulher que ainda enigma

Com aroma de baunilha, sabor de minha

Uma mistura perfeita

Camila.

Lauren Jauregui, Camila.

 

Delicadeza dos versos, as palavras bem colocadas e depois percebi que ela que deveria ter escrito aquela pequena poesia para mim, se tornando ainda mais especial e importante. Pelas palavras marcadas eu entendi que deveria ser alguma dica para me ajudar a desvendar mais rápido, li pela segunda vez prestando atenção mais aos detalhes dessa vez, a primeira foi só para me apaixonar ainda mais pela menina dos olhos verdes mais lindos de toda a terra.

Ok, “chocolate”; “doce” e “aroma de baunilha”, dos nossos encontros apenas um tinha essas três características que marcaram tanto assim nossa história. Loja da Ally. Lembro perfeitamente de bolo de chocolate que tinha pegado para o almoço de família, do cheiro de baunilha no ar e aquele monte de doce de doce. Peguei meu celular discando para Ally para saber se lá era o local correto mesmo, caindo na caixa postal assim que chamou.

“Apenas venha”

Ally me mandou uma mensagem, respondendo assim a minha ligação.

Sai correndo de meu quarto com a rosa e carta, pegando as chaves do carro e levando comigo minha bolsa. Desci os elevadores até chegar em meu carro e sair novamente em direção ao Queens.

Esse sentimento que Lauren estava aprontando alguma coisa não me deixava ficar quieta no carro, as borboletas em meu estômago reviravam e o maldito sorriso não saía de meu rosto. Depois da noite de ontem e da manhã de hoje, com direito a café na cama, eu não tinha mais nem palavras para descrever o quão apaixonada e encantada eu estava por Lauren Jauregui.  

Relembrei todos os momentos da noite passada, desde o segundo que Lauren tinha sentado naquele piano, dito a todos que estava apaixonada por mim, meu coração já gritava dentro de mim que eu também era apaixonada por aquela mulher fazia tempo, talvez até muito mais do que só paixão.

Eu tinha me perdido em pensamentos e quando percebi já estava chegando na rua da confeitaria de Ally, La Petit estava com a placa de fechado e isso só fez aumentar a adrenalina em meu sangue e as borboletas em meu estômago. Desci do carro sem nem ao menos me importar em trancar, por ser apenas uma visita rápida.

Empurrei a porta de vidro entrando e chamando pela minha amiga, dessa vez chamei até mesmo o nome de Lauren, na esperança que ela aparecesse para me levar em cada um desses lugares, mesmo sabendo que o jogo não era dessa forma.

Procurei a carta pelos balcões, por onde ficavam os doces, atrás do balcão por onde Lauren havia passado para se encontrar comigo e, até mesmo na cozinha não achando nenhum vestígio sequer da próxima pista. Olhei para o lado de fora onde estava meu carro, foi como se tivesse acendido uma luz em minha cabeça. Lauren era uma pessoa que prezava pelos significados, então ela colocaria a carta para onde eu olhava quando descobri que ela estava no mesmo ambiente que eu.

Fui em direção a vitrine onde os bolos rodavam encontrando lá mais uma rosa branca e uma carta com meu nome. O abri pegando meu objeto de extrema curiosidade do momento, já esperando por uma segunda pista.

 

eu digo eu escrevo

ele me pede para mostrar alguma coisa

com as pontas dos dedos

toco a parte interna de seu antebraço

e vou roçando até o pulso

os pelos se arrepiam

vejo ele fechar a boca

os músculos se comprimem

seus olhos se derramam nos meus

como se eu fosse o motivo

pelo qual eles piscam

eu desvio o olhar

quando ele se move em minha direção

eu recuo

é isso que você faz então

você exige atenção

minhas bochechas coram

dou um sorriso tímido

confesso que

não consigo evitar

Rupi Kaur, Outros jeitos de usar a boca

 

            Dessa vez estava mais difícil, no nosso primeiro encontro eu descobri que Lauren era escritora, foi no Central Park, mas as sensações que ela sublinhou, eu senti no nosso piquenique mas estaca mais para... nosso primeiro beijo!

            Sim, oh deus, o sorriso tímido antes de eu ter o privilégio de encostar meus lábios nos seus pela primeira vez, o melhor beijo de minha vida, em uma roda-gigante com um perfeito pôr do sol à frente. O arrepio pelo vento gelado e a expectativa, todas as maravilhosas sensações vividas na pele antes do nosso primeiro beijo.

            E foi aí que percebi, talvez estivesse errada, mas Lauren estava me mandando em ordem decrescente dos fatos, dos nossos últimos encontros.

            Com a rosa e mais uma das cartas em mãos, segui em direção ao parque de diversões de Nova York, as lembranças daquele primeiro beijo tinha sido um dos meus maiores atos de coragem de todos. Eu que mesmo não tendo fobia de altura ainda ficava nervosa, a maior parte se levado em consideração que eu tinha a mulher mais linda do mundo ao meu lado, um pôr do sol mais que perfeito a frente e uma vontade imensa de beijar aqueles lábios.

            Recebi uma mensagem de Normani assim que estava estacionando, e antes de sair do carro abri meu celular para ver o que tinha recebido.

            “O céu está lindo hoje, não acha? Belo dia para observar o sol”

            Sim, realmente o dia estava lindo. O sol de outono contrastava com o azul do céu e as poucas nuvens brancas que passeavam tranquilas, no horizonte eu conseguia ver perfeitamente a roda gigante, girando e levando as pessoas para seu passeio. Sem muita paciência e com o coração quase explodindo de tão rápido que batia, corri sem me importar com as pessoas me olhando até o brinquedo tentando imaginar onde diabos Lauren havia colocado essa carta dessa vez.

            --- Hey, mocinha – o menino que eu achava que já trabalhava na época me chamou atenção – O que você procura está onde o cupido atira com suas flechas.

            Minha cabeça deu um nó, como assim cupido e flechas, não lembro de ter ido em nada relacionado a isso. Fui caminhando então pelos brinquedos que tínhamos ido, depois da roda gigante fui até a montanha russa, o carrinho de batida, o carrossel, e nada. Nenhum desses relacionava-se ao cupido.

            Quando estava prestes a desistir, caminhando para saída, vi a pequena barraquinha onde tinha ganhado a Nala para Lauren, no tiro ao alvo.

            Cupido atira com suas flechas, tiro ao alvo... Busquei naquela barraquinha então minha última gota de esperança e criatividade, observando que o nome da barraca era Cupido, suas laterais vermelhas tinham imagens do pequeno querubim do amor com suas flechas acertando os casais. Era ali, então que Lauren tinha decidido guardar minha próxima pista.

            Vi que logo no meio dos prêmios havia um com uma rosa branca e uma carta com meu nome, chamei o senhor que cuidava da barraquinha que sorria para mim como se já esperasse minha visita, e pelo que eu sabia de Lauren, ele realmente deveria estar me esperando.

            --- Menina Lauren deixou aquela carta para a senhorita, aqui está seus dardos, você tem 5 tiros para acertar.

            Foi nesse momento que eu fiquei nervosa, mas que droga, Lauren sabia que eu não era tão boa assim em pontaria e ainda por cima me deu apenas 5 dardos para acertar um dos balões. Respirei fundo, minhas mãos estavam suando, reparei novamente nos dardos e eles tinham o formato parecido com o de uma flecha. Lembrei então de como Lauren me ajudou para que eu conseguisse acertar os dardos sem errar, ela havia separado minhas pernas fazendo com que minha perna de apoio ficasse atrás, corrigiu também meu pulso.

            Dessa vez não havia seu corpo colado no meu, seu hálito quente em minha nuca me desconcentrando e dessa vez, minha concentração tinha que ser triplicada. Contei até 3, respirando profundamente e, novamente contei até 3, acertando de primeira o balão vermelho do centro da barraca.

            O ar em meu pulmão faltou no segundo que ouvi a bexiga explodir, eu tinha conseguido e nem conseguia acreditar que era verdade. Comemorei internamente recebendo do senhor minha carta e rosa branca.

            --- Muito obrigada, senhor Carlos, né? – Perguntei chutando ser esse o nome do senhor atencioso.

            --- Isso mesmo, senhorita Cabello. Menina Lauren gosta muito da senhorita, nunca a vi assim desde quando a conheci.

            --- Eu também gosto demais dela, mas agora preciso ir.

            Agradeci mais uma vez e fui até o carro deixando para abrir lá mais uma de suas cartas. Sorri ao deixar minha terceira rosa junto com as demais no banco do carona, abri a terceira carta vendo mais um dos poemas escritos à mão pela escritora.

 

Bilhete

Se tu me amas, ama-me baixinho
Não o grites de cima dos telhados
Deixa em paz os passarinhos
Deixa em paz a mim!
Se me queres,
enfim,
tem de ser bem devagarinho, Amada,
que a vida é breve, e o amor mais breve ainda.

Mário Quintana

 

            E como eu imaginava, Lauren estava recriando de trás para frente nossos primeiros encontros, dessa vez ela falava sobre a nossa ida ao Central Park. Dessa vez seria mais complicado saber onde ela deixaria essa pista, era um lugar tão amplo e aberto, qualquer um poderia achar ou poderia simplesmente se perder. Ou será que Lauren já estaria lá, talvez a intenção seja recriar nosso piquenique.

            Com diversas perguntas em minha pergunta acelerei em direção ao coração verde de Manhattan. O rádio tocava baixinho The 1975 me lembrando novamente da ida com Lauren ao parque, cantar Fallingforyou me fazia lembrar de como estava apaixonada.

            “And on this night and in this light

            I think I'm falling, I'm falling for you”

            O jeito que Lauren me olhava deixava minhas pernas bambas, o coração batendo forte e o sorriso bobo. Me fazia querer recitar os maiores clichês da história somente para ver aquelas orbes verdes me encararem como se eu fosse a única pessoa que existisse nesse mundo, e a única que realmente importasse. A vontade de me atirar naqueles braços, para sentir seu abraço, apertado e acolhedor, como se fosse minha própria casa e que em nossa bolha, nada fora dela importava. Sua voz doce e rouca que arrepiavam os pelos de meu corpo, uma completa música para meus ouvidos.

            Meu celular tocou e atendi pelo aplicativo de meu carro fazendo a voz de Sofia se preencher em todo interior.

            --- Kaki?

            --- Oi, Sofi. Está tudo bem?

            Estava preocupada, minha irmã não era de ficar me ligando do nada.

            --- Presta atenção, só vou falar uma vez – a voz autoritária igual a de minha mãe me queria fazer rir, mas ao mesmo tempo a preocupação falava mais alto – Barraca do Joe. Beijos Kaki.

            Da mesma forma que me ligou, desligou, não tive nem tempo para me despedir de minha irmã, mas entendendo o que sua mensagem queria dizer.

            Estacionei em frente a barraquinha de cachorro quente do Joe, vendo o rosto do homem se iluminar com minha chegada. Procurando dentro de seu carrinho o que eu julgava ser minha carta.

            --- Senhorita Jauregui deixou para você.

            --- Muito obrigada Joe.

            Além de meu nome escrito no verso, tinha no topo da folha a palavra “última”, esta então é a última carta para saber até onde Lauren gostaria de me encontrar.

            O último poema também era da Rupi Kaur, por quem eu já lembro de ter dito a Lauren que eu era um pouco de fã por tudo que ela escrevia.

 

eu estaria mentindo se dissesse

que você me deixa sem palavras

a verdade é que você deixa minha

língua tão fraca que ela esquece

a linguagem que fala

Rupi Kaur, Outros jeitos de usar a boca

 

            Ri diante da ironia que Lauren estava fazendo com claramente a primeira vez que a gente se encontrou, onde eu gaguejei, queimei minha língua e no final uma das poucas coisas que eu consegui falar no final era seu nome, agradecendo sua ajuda não conseguindo nem olhar direito naqueles olhos que já me deixavam totalmente nervosa.

            Olhei as rosas ao meu lado sorrindo enquanto seguia em direção ao Starbucks onde nos conhecemos já sentindo meu coração sair pela boca.

            Quando fechei o carro e entrei no local busquei Lauren não a encontrando de primeira, fui ao balcão procurar saber se tinha algo para mim lá e não tendo surpresa alguma ao ver que a atendente já me esperava com um café preto já pronto.

            Meu copo veio escrito as primeiras palavras que tínhamos trocados.

            “Hey hey girl”

            Quando me virei vi o vislumbre de seus cabelos negros e aqueles olhos verdes me observando com uma cara sapeca. Por Deus como eu amava aquele jeitinho daquela menina.

            Me aproximei da mesa como não queria nada, pensando já em recriar o momento em que tínhamos nos conhecido, mesmo que dessa vez o local não estivesse cheio.

            --- Hey! Girl! – Balancei a mão livre, chamando sua atenção que fingia não estar em cima de mim, divertida.

            Novamente senti meu mundo parar por um momento, seus olhos verdes me encararam como sempre o faziam, dessa vez não havia computador que me impedisse de ver direito, eu ainda perdia o ar e a concentração quando a via, aqueles verdes com um leve amarronzado ao redor da sua pupila, meu girassol.

--- Hey, hey girl – ela chamou minha atenção, só que dessa vez com a expressão totalmente divertida.

--- Ah... eu só queria saber se podia sentar aqui – sorri sapeca – não é sempre que se pode ter a companhia de uma princesa da Disney bem na minha frente.

Modifiquei nossa conversa a fazendo lembrar de quando a cantei chamando de princesa, por mensagem. Lauren abriu seu mais lindo sorriso antes de me responder.

--- Claro que pode, Camz – me sentei observando ela colocar em cima da mesa mais uma carta com meu nome – É a última, eu prometo.

Sorri entrelaçando minha mão a dela enquanto abria a carta e vendo que dessa vez não era um poema e sim um texto que cobria uma página inteira com sua letra.

 

 

POV Lauren

Observei Camz ler as palavras escritas no papel, lembrando do momento que as escrevi

“Algumas semanas atrás eu conheci a menina mais linda do mundo, com um jeito desastrado de se apresentar, fofa e com um sorriso que me tira o fôlego. Os olhos castanhos, quente como seu sangue que não nega nem mesmo a família que já me apresentou e com muito prazer digo que é a família mais calorosa de Nova York.

Me apaixonar por você aconteceu gradativamente, como cair no sonho, o melhor de todos os sonhos que já tive em toda minha vida. Você é meu sonho, Camila. E hoje o mundo sem você seria como se eu entrasse no maior dos pesadelos. Você é o ar em meus pulmões se eu estivesse me afogando, você é o sorriso mais sincero nos meus dias mais difíceis, você é a luz dos meus dias escuros e sombrias, o calor quando sinto frio.

Não há um segundo de meu dia que eu não pense em você, sorrio boba para o nada lembrando de suas piadas, ou da maneira eu você grita quando toma um susto, o seu jeito fofo ao reclamar dos clichês dos filmes, porém amar quando os leio em meus livros para você. E eu quero vive-los, quero recriar cada um dos maiores clichês da história com você para um dia no futuro, sim no futuro, que vamos estar juntas simplesmente contar a cada pessoa o quão felizes éramos e continuamos sendo, porque eu não tenho mais dúvida.

Camila Cabello, você é o amor da minha vida.

Houve um tempo que eu apenas escrevia sobre o amor, sem saber que ele poderia ser tão bom assim na realidade, o amor é muito melhor quando vivido e sentido na pele por quem nos ama.  

Uma carta é uma forma antiga de se falar para a pessoa amada o quanto eram importantes, eram ansiadas e desejadas por todas aqueles que tinham seu amor. Com a carta nos tornamos vulneráveis, expressando aqui tudo que nosso coração sente mas que nossas bocas não nos permitem dizer. Um dos clichês mais bonitos já inventados, doces cartas de amor.

E foi nesse clichê que eu gostaria de te dizer...

Eu amo você.

Sua Laur.”

Vi pequenas lágrimas se formarem em seus olhos enquanto lia, eles brilhavam da mesma forma que seu sorriso. Seus olhos castanhos às vezes me olhavam rapidamente por seus longos cílios, me deixando ainda mais ansiosa.

Assim que acabou, Camila me olhou completamente sem palavras e eu sabia que o momento havia chegado. Com meu estômago se revirando e um nervosismo que não me deixava nem deixar minhas mãos quietas, abri minha boca para a frase mais importante que eu poderia dizer dentre esses meses que a conheço.

--- Camz, você quer namorar comigo?

Camila se engasgou com o próprio ar, algumas lágrimas agora já caíam em seu rosto que não deixava um segundo de ter aquele lindo sorriso.

--- Lauren! Sim! – gritou se jogando em cima da mesa completamente desajeitada puxando meu rosto para selar nossos lábios. – Eu te amo demais também.

Aquelas palavras encheram meu coração, uma sensação boa que novamente eu desconhecia surgia com uma mistura de sentimentos felizes, a única vontade era de ir para cima da Estátua da Liberdade e gritar para o mundo inteiro que Camila Cabello me amava, assim como eu a amava e que finalmente ela era minha namorada.

--- Você é uma doida, perfeita mas ainda assim doida. Esse seu caça ao tesouro foi sem dúvidas uma doideira que eu nunca achei que aconteceria comigo.

--- Agora que é minha namorada, pode esperar todo tipo de ideia maluca, porque eu te amo tanto que poderia te trazer a Lua.

Não tive tempo de analisar seu sorriso por ter recebido do nada um delicioso beijo de minha namorada. Seus lábios contra os meus, macios e exigentes, sua língua se deliciando de encontro a minha, excitante e calmo, sua provocação tão presente que eu sentia completamente na maneira que sua unha arranhava meu pescoço.

Nos separamos ainda sorrindo como a primeira vez.

--- Como você convenceu as meninas de te ajudarem?

--- Fácil, criei um grupo no WhatsApp com nome “Aprendendo a cozinhar” adicionei a Ally e ela adicionou o resto, Dinah, Mani e Sofia. Disse que eu estava gostando muito de você e que precisava de ajuda para pedir você em namoro. Contei o plano e elas toparam, conforme você ia para os lugares eu te seguia de carro pedindo para elas ajudarem você em cada ponto específico porque não sabia se só as poesias seriam suficientes – contei fazendo um carinho em seu rosto completamente rendida – Precisei pagar alguns subornos a elas, nada demais.

--- Elas não tomam jeito mesmo, meu Deus! – Camila ria encantada.

--- Qual foi o suborno?

--- Série de livros autografados a Normani e Dinah além de um exemplar adiantado do meu novo livro, pelo menos elas assinaram o contrato de confidencialidade.

--- Você fez um contrato?

--- Camz, meu livro está para estrear em 3 meses, se vazar qualquer coisinha dele eu vou ser prejudicada de uma forma surreal. Mas foi de boas, Ally ganhou um encontro com o diretor de vendas da minha editora e sua irmã, ganhou algo melhor, mas só te conto no aniversário dela, não se preocupa, eu só antecipei o que ela já ia ganhar de qualquer forma, na verdade ela nem me pediu nada.

--- Eu te amo, Laur.

--- Eu te amo, Camz.



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