História Clinical - 26. Precisamos Conversar.

Pov. Barbara.

Depois das meninas irem receber o dinheiro de Tereza, Carly me mandou uma mensagem dizendo que ela e Tereza foram a um barzinho e Cara ficou num cassino.

- Mamãe... Seu celular. – Denis me entregou.

Eu e Denis estávamos assistindo desenho.

Meu celular começou a tocar e era número desconhecido.

- Alô.

- Barbara?

- É. Quem esta falando?

- Sou eu, Christian.

Meu Deus... Não pode ser...

De repente minha garganta secou e as palavras sumiram da minha boca.

- Chri-Christian? – gaguejei.

- Sim.

- Como conseguiu meu numero?

- Uma longa história. Podemos nos encontrar?

Nossa que direto.

Ai meu Deus o Denis.

- Porque nos encontrar?

- Porque sim. Faz cinco anos que não te vejo e queria me encontrar com você.

- Ah, faz dois dias que eu não te vejo e quando vi poderia estar morta.

- Os dispositivos de bomba no carro? Me desculpa, foi o Ryan.

- Quem é Ryan?

- Um amigo meu que vocês também querem matar.

- Vocês também querem nos matar.

- É por isso que eu quero conversar, não quero que você morra.

Por um momento meu coração veio parar em minha boca.

- A-a é, e porque você não quer que eu morra? – perguntei curiosa.

- Ué... P-porque eu te conheço há bastante tempo e... Fomos muito amigos.

- Hum...

- Podemos?

- Você pode vir aqui na minha casa?

- Você esta querendo me matar?

- Eu não. Sem armas, estou cuidando de uma criança.

- Aé... O filho da Carly. Tudo bem! Que horas? – Filho da Carly, mal sabe que o filho é seu bobinho.

- Tem como você vir agora, só está eu e o Denis e acho que não haverá outra oportunidade pra conversarmos.

[...]

Conversamos muito, e a reação dele não foi uma das melhores quando descobriu que Denis era Meu filho e não filho da Carly.

- E quem é o pai dele? – ele estava exaltado e eu com as pernas bambas.

- Eu também preciso te contar isso.

- Então conta.

- Christian nós transamos muitas vezes certo?

- Certo.

- E naquela ultima semana em que nós nos vimos eu sabia que poderia ir embora a qualquer momento... Então nós transamos e eu engravidei.

- E o que isso tem... ha...ver.. ? NÃO... Não é o que eu estou pensando né.

- Depende...

- O Denis é meu filho?

- Sim. Eu não quis voltar, eu tinha medo e a distancia era muita...

- Porque não me telefonou... Você... Você foi imatura.

- Eu sei, nós sabemos... Mas ele era apenas um bebezinho, e eu uma mãe irresponsável que veio para cá pensando em mudar de vida e descobre que esta grávida...

- E me escondeu todo esse tempo. – ele esfregava o cabelo e aquilo já estava me deixando mais nervosa do que eu já estava.

- Eu sei que você esta nervoso Christian, mas é algo nosso, eu não te contei porque você estava na clinica e eu descobri assim que cheguei, não me julgue, todos erramos e confesso que errei ao não correr atrás de você pra falar sobre ele.

- Você sabia que a vida dele também esta em jogo?

- Sim, mas não desgrudo dele desde quando suas amigas vieram raptá-lo.

- O que? Quem?

- Alexa mais Kendall e junto Hailey.

- E onde você estava?

- Eu estava na boate, e ele estava com a baba.

- VIU COMO VOCÊ É UMA IMATURA IRESPONSAVEL. – ele se aproximou e segurou em meus punhos.

- Para de agir feito um louco. – apenas me soltei e saí de sua frente.

- Eu não estou agindo feito louco. Eu acabo de descobrir que sou pai, e que o meu filho quase foi raptado e que há essas horas ele poderia estar morto. – ele parou novamente em minha frente e falava com a voz controlada.

- Eu sei que eu não sou a melhor pessoa pra ser mãe, mas eu me importo com ele.

- E eu com você. – ele segurou meu queixo e o levantou. – Eu nunca deixei de pensar em você.

- Duvido... Você tinha o meu número.

- Estou falando sério. Sinto saudades até hoje. – me deu um selinho.

- Para Chris... Nós nos reencontramos não faz nem meia hora, se controla.

- Esta pensando agora? – me beliscou.

- Estou, e pra sua informação eu não mais tão tapada.

- Aé... – me deitou no sofá e logo ficou por cima de mim.

- Christian...

- O que? – começou a me morder.

- O Denis logo vai acordar e eu não quero que ele nos flagre.

- Cala a boca Barbara.

Ele me beijou e acabamos por parar no chão.

- Au... Viu o que da? Ficar fazendo coisas erradas. – me levantei.

- MAMÃE, O QUE TA CONTECENDO? – Denis gritou de seu quarto.

- Nada meu amor, mamãe apenas fez barulho sem querer.

Logo escuto os murmúrios dele enquanto descia a escada.

- Quem é você?

- Este é o Christian.

- Eu sou Denis. – já pediu colo pra ele.

- Ouvi muito sobre você nos últimos minutos.

- Ouviu?

- Sim.

- Ei... Quem ta na sua camiseta é o Woody e o Bus?

- Sim.

- Você gosta deles?

- Eu gosto.

- A mamãe e a tia Tereza choram quando assiste, não é de chorar.

- Sua mãe é uma chorona.

Ele caiu na gargalhada.

- Muito chorona. Chora até quando eu escondi.

- Porque você ficou escondido?

- Duas meninas tentaram me pegar, mais tia Sam lutou. Aí eu entrei no quarto e me escondi bem quietinho.

- E aí? – Chris se sentou com ele.

- Aí a mamãe, a tia Carly, a tia Tereza e a tia Cara demoraram muito, e eu estava com muito medo.

- E o que aconteceu?

- Eu fiquei contando até dez, contei um monte de vez.

- E o que mais?

- Tia Carly chegou e falou: - Denis... ? Denis... ? Você esta aqui? Diga que sim.

- E o que você disse?

- Tia Carly... É você?

- E ela?

- Sim, aonde você ta... – meu Deus como pode lembrar de tudo isso...

- E aí ela te encontrou?

- Sim, e fim, felizes para sempre.

Chris inevitavelmente o abraçou e Denis também.

- iii minha mamãe já ta chorando tio Chris.

Christian olhou pra mim e deu risada.

- Uma chorona.

Logo o telefone começou a tocar.

- Alô.

- Babi? – era Cara.

- Oi.

- Hoje eu não volto pra casa. Vou dormir na casa de uma conhecida tudo bem.

- Ta bom. Cuidado.

- Pode deixar, manda um beijo pro Denis e avise as meninas.

- Ok.

- Eu não consegui falar com nenhuma delas, depois você tenta ok.

- Ok. Eu ligo.

- Ta bom. Beijo.

Ela desligou e eu me senti até meio aliviada por Cara não dormir aqui esta noite, tenho péssimos pressentimentos.

Imagina ela passar a noite de baixo do teto em que um dos integrantes da gangue do Bieber esta e não mata-lo? Tenho minhas duvidas.

- O que tanto pensa?

- Em nada.

...

Quando elas chegaram Carly foi direto para o seu quarto, ela estava com um olhar tristonho.

- O que aconteceu? – perguntei pra Tereza.

Ela pegou a minha mão e me arrastou pra cozinha.

- Justin nos seguiu novamente, e eu mais a Carly começamos a conversar sobre ele.

- E o que ela disse?

- Eu acho que ela ainda gosta dele.

- Não... Ela me afirmou na boate que sente muito ódio dele. Ele desejou a sua morte e a chamou de insignificante.

- Mesmo assim. Ela ainda tem sentimentos guardados.

- Mas eles nem se quer namoraram Te. Impossível.

- Que nem você e o Chris. Vocês se pegavam mais nunca assumiam.

- Mais tem um, porém. Eu e ele tínhamos relações. Coisa que a Carly só beijou ele na boca.

- Eu sei, mas presta atenção. A Carly diz isso da boca pra fora. Ela só se esconde por trás de muita raiva e ódio.

- Como você sabe disso? Virou psicóloga?

- Ela guarda o que ele disse há cinco anos. Você acha que ela não gosta dele.

- Até eu não esqueceria.

- Se eu não me importasse com a pessoa eu teria certeza que nem ligaria pra o que saísse da boca dela. Mas poxa, ela dizia que não ligava, mas ainda guarda isso como ato de vingança.

- Meu Deus... É verdade.

- Ela disse que se encontrasse ele entre a vida e a morte, ela o ajudaria como pudesse. E disse que tinha esperanças entre os dois.

- Eita que a fofoca ta rolando solta. – Chris apareceu.

- O que você esta fazendo aqui? Barbara? – olhou pra mim e depois pra ele.

- Relaxa.

- O Denis esta dormindo, vou ficar com ele lá no quarto. – me deu um beijo.

Tereza me olhava confusa.

- Eu não estou entendendo mais nada.