História Clinical - 47. I Just Can't Stop Loving You.

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Pov: Justin.

Ainda não estava crente de que a Carly havia aceitado a proposta, sinceramente ela é intimidante e eu só menti mais do que devia.

...

Estávamos no caminho e ela esta silenciosa. E quando eu falo silenciosa é silenciosa de nem mover um músculo se quer.

- C-carly?

Ela olhou para mim, mas não disse absolutamente nada.

- Você vai ficar na casa?

- Você quer mesmo saber?

Eu apenas olhei rapidamente para seus olhos.

- Acho que não é preciso. – ela disse sem humor algum.

- É sim Carly.

- Justin... É só você não me envolver. Pronto.

- Querendo ou não você já esta envolvida. – eu e minha grande boca.

- Envolvida?

Logo seu celular começou a tocar.

Salvo pelo gongo.

Ela desviou o olhar e atendeu.

- Tereza?

Pov: Barbara.

- Mas ele não pode fazer isso, e ele não vai.

- Ele pode esta fazendo isso por dinheiro. Pra depois resolver tudo.

- Resolver o que afinal?

- Barbara entenda que o Justin tem miolos e ele não é tão idiota ao ponto de cometer essa burrada.

- Eu acho que é.

Sinceramente, depois que eu descobri isso eu estou abismada. Como é que pode ele ser obrigado a fazer isso. Ele... Ele... Ele não presta, nunca prestou. AAARGH QUE RAIVA.

- Se você continuar se importando com isso você vai acabar se machucando.

- Me machucando como Christian?

- Você sabe... Você se importa demais e isso vai acabar te prejudicando.

- E daí que eu me importo? Antes eu me importar do que ter um coração de pedra.

Christian apenas se sentou e “bufou” com ar de derrotado.

- Desisto.

- Fraco.

- Eu sei.

Resolvi ir tomar um banho pra tirar todo o estresse das costas.

- Mamãe... Eu to com uma fome. – Denis me impediu de chegar a meu quarto.

- Sério meu amor... Papai esta lá no escritório dele. Pede pra ele ir preparar alguma coisa pra você.

- Papai não sabe fazer nada.

- Sabe sim.

- Não sabe!

- Ok, mamãe vai tomar um banho e já vai fazer algo.

- Não mamãe... Agora.

- Denis a mãe vai ir tomar banho. Espera.

Ele começou a fazer birra e eu o deixei sozinho no corredor.

- O que esta acontecendo? – ouvi a voz de Chris no corredor.

- A MAMÃE, ESSA CHATA.

- Sou muito chata... – mostrei a língua pra ele que retrucou.

- Isso fica dando mau exemplo pro moleque. – Chris o pegou no colo.

- Ó quem fala.

Entrei no nosso quarto e fui direto para o banheiro.

...

Estava secando meu cabelo quando meu celular começou a tocar.

- Pronto.

- Barbara?

- Oi Tereza... Tudo bem?

- Tudo, como estão às coisas por aí, você mudou e não deu mais sinal.

- Esta tudo bem... Estamos bem. E por aí? Como está você, sua mãe, o Thomas?

- Estamos todos bem.

- Que bom!

- Você esta sabendo algo da Carly? Eu ligo, ligo pra ela e ela não me atende.

- Eu falei com ela faz dois dias, que eu saiba estava tudo bem até então.

- Assim... Nada de estranho? – ela disse de um jeito “estranho”.

- Não. Ela esta bem com o Justin, a mãe dela estava atrás de trabalho... E mais nada de novo. Por quê?

- Não... Nada. É que eu tive um mau pressentimento esses dias atrás, mas como estava cansada acabei me esquecendo de ligar pra ela.

- Aaah. Mas que eu saiba esta tudo bem!

- Tudo bem então. Manda um beijo e um abração de urso para o Denis, diga que eu estou morrendo de saudades.

- Pode deixar que eu mando.

- Beijos e abraços, até mais.

- Até.

Ela desligou.

...

Pov: Justin.

Fazia tempo que Carly mais Tereza falavam.

Pelas expressões de Carly a noticia ia de mal a pior, pois ela evitava me olhar, o que estava me deixando intrigado.

- Vai demorar? – perguntei pra ela.

- Presta atenção no caminho e me deixa em paz. – ela me encarou.

- Tudo bem. – suspirei.

Deve ser a TPM.

Passaram mais alguns minutos e ela desligou.

- Acho que não vai ser preciso eu ficar na sua “casa”.

- Porque não?

- Vou viajar.

- Com quem e pra onde?

- Eu ainda não sei. Porém vou tirar umas férias.

- Ideia da Tereza?

- Sim, ela só me indicou um lugar e quando eu chegar na minha casa vou estudar com mais atenção.

- Mas porque assim? De uma hora pra outra? Viajar?

- E porque assim? De uma hora pra outra eu preciso me esconder na sua “casa”. – disse nervosa.

- Me responda primeiro.

- Será que não é porque alguém quer me matar? Tenho minhas duvidas. - Seus olhos transpiravam raiva.

- Você tem razão. Alguém pode querer te matar, e como eu me importo com você eu quis te levar pra lá. Porém se você acha que viajar é mais seguro, viaje.

- Eu viajo se eu quiser Justin, não se você quer, e nem por questão de segurança. Eu não tenho medo de morrer.

- Tudo bem. Faça o que quiser.

...

Logo chegamos em sua casa. Começou a garoar.

- Tchau. – nem olhou pra mim e já saiu do carro.

- Ei espera.

Ela apenas se virou pra mim.

- Não quero ficar mal com você.

- Mais de qualquer jeito você consegue. Tchau. – saiu.

Respira fundo e vai atrás dela.

- Carly o que a Tereza te disse que te fez ficar de cara virada comigo?

- Ela só me disse pra abrir os olhos com você.

- E você vai confiar nela?

- Pelo menos ela não ta tentando me enganar pra conseguir me matar. – os pingos da chuva engrossaram.

- QUE?

- É Justin, ela me contou esse seu plano. Tchau.

- Espera caralho. – segurei seu braço. – Deixa eu me explicar. – olhei em seus olhos que eu não sabia mais se estava molhado de chuva ou banhado por lagrimas.

- EU NÃO QUERO EXPLICAÇÃO NENHUMA, AINDA MAIS VINDA DE VOCÊ. TOMA. – tirou sua aliança e colocou na minha mão.

Ela começou a caminhar e o que eu soube fazer foi ficar parado olhando ela se afastar bem mais de mim.

...

Pov: Carly.

O melhor a se fazer agora e repirar fundo e olhar pra frente. Nada de ficar de cabeça baixa. Não sei em quem mais confiar.

Eu sei que não demonstro o amor que eu sinto por ele, mas você se entregar e receber isso em troca... Não sei o que eu fiz pra merecer todas essas merdas na vida.

Nunca tenho paz em nada.

Perco pessoas importantes, e quando encontro sou sempre apunhalada pelas costas e eu já cansei disso.

- Filha... O que aconteceu?

- Nada. – subi os degraus na pressa.

- E como foi o passeio?

- Uma merda.

Entrei em meu quarto e vou direto para o chuveiro.

Arranco minha roupa e entro de baixo da água morna.

...

- CARLY, ESTA TUDO BEM? – minha mãe batia na porta.

- Esta mãe, eu só estou exausta.

- E porque estava tão brava quando chegou?

- Aconteceram algumas coisas e eu só quero ficar só agora.

- Tem certeza?

- Tenho.

- Estou no meu quarto.

- Tudo bem.

Estava deitada olhando uma foto nossa juntos.

Ninguém nunca mergulhou verdadeiramente em mim, ninguém nunca tocou a alma, encarou meus medos e abraçou todo o caos que carrego dentro de mim.

Assim rasguei aquela porcaria.

...

Estava descendo as escadas quando escuto uma conversa alta vinda da sala.

- Ela não esta bem, acho melhor você ir.

- Mas eu preciso falar com ela. Urgente.

- Nolan... Não.

- Eu quero ajuda-la.

- Ajuda-la no que?

- Nolan? – me intrometi antes que minha mãe descobrisse.

- Oi Carly... Podemos conversar?

- Conversar sobre?

- É algo muito sério. Envolvendo principalmente a você.

- Tudo bem. – suspirei. – Mãe você não se importa?

- Eu sabendo depois... – ela me olhou de um jeito sério.

- Vem Nolan.

Subi a escada novamente e fomos para o meu escritório.

- Então? O que é?

- Justin quer te matar.

Todos já sabiam, menos a otária que não percebeu.