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História Clocks - A Sociedade dos Zeros


Escrita por: versoacabado

Notas do Autor


Nossa, acho que a introdução teve uma recepção muito boa!
Obrigada a todos que favoritaram e comentaram, vou respondê-los assim que voltar da aula hoje a noite. Estava viajando e só voltei hoje, as coisas ainda estão meio corridas.

Mas vamos ao próximo capítulo, que ainda introduz alguns certos aspectos desse AU!
Prometo que o capítulo depois desse tá bem legal e vai compensar a enrolação toda :)

Capítulo 2 - A Sociedade dos Zeros


[RUKI POV]

 

O fato é que naquele tempo eu não fiquei tão abalado. Só a dor de cabeça monstro que me fez desmaiar naquele dia mesmo, mas conforme a enfermeira da escola me explicara naquele dia, era comum isso acontecer quando o marcador zerava em vermelho.

Não era como se eu achasse o lance do contador a coisa mais maravilhosa do mundo mesmo. Eu queria encontrar a pessoa certa pra mim da minha própria forma, não é mesmo? E não tinha porque chorar por causa de uma pessoa que eu nem sequer havia conhecido.

Mas todo mundo ao meu redor discordava de mim, e depois da escola conversar com meus pais, me fizeram inclusive frequentar algumas sessões de terapia pós-trauma chamada Sociedade de Zeros.

É isso mesmo, terapia em grupo para chorar por causa de números coloridos no pulso.

Eu, como todo bom adolescente revoltado, na época achei aquilo tudo uma merda. Claro que eu sentia pena das meninas que sempre choravam nas sessões, mas eu realmente não estava nada abalado com aquilo e odiava o fato da escola e meus pais terem me obrigado a fazer parte daquilo porque achavam que eu era igual todo mundo, que vivia em função daquele maldito relógio marcador, e que eu estava super traumatizado e afetado.

Porém continuei indo às tais sessões da Sociedade de Zeros, mesmo depois de acabar a escola.

Isso porque, conforme fui descobrindo ao longo da minha adolescência e até depois de entrar na vida adulta, ser um Zero era uma grande merda.

E porque eu digo isso?

Porque... Você. Não. Arranja. Namorada (o).

Deixe-me explicar melhor.

 

Todo mundo (todo mundo MESMO) nesse universo acredita no lance do marcador. Então às vezes você até encontra uma pessoa interessante num bar ou numa festa, com o contador ainda rolando. Mas aí de duas uma: a pessoa não te dá bola porque está esperando em Cristo pela sua alma gêmea, ou ela até te dá cartaz mas deixa claro desde o começo que o relacionamento só dura até o dia em que o contador zerar. Porque para uma pessoa com contador andando, um Zero como eu é apenas um caso passageiro até que a verdadeira alma-gêmea apareça.

Então o que eu descobri foi que a Sociedade dos Zeros era um bom lugar para conhecer pessoas que eu podia pegar. Isso porque elas eram iguais à mim, que tinham perdido a chance de encontrarem sua alma-gêmea porque o contador havia zerado em vermelho.

A parte ruim foi que namorei várias meninas depressivas, que sempre acabavam terminando comigo porque “não sentiam o coração palpitar” quando estavam comigo e aquilo piorava a tendência depressiva e elas precisavam de ainda mais terapia para superar a Síndrome do Zero.

A parte boa foi que eu descobri que na verdade eu gostava de caras.

E fiquei pensando, se a minha alma-gêmea no fim das contas fosse uma garota... será que eu seria realmente feliz?

 

Mas o que esse papo tem a ver com qualquer coisa?

Bem, foi em um desses encontros da Sociedade dos Zeros, quando eu tinha lá meus 20 anos, que eu conheci meu melhor amigo, o loiro imbecil e sorridente que estava agora virando um shot de tequila comigo no bar depois do expediente.

Como eu ia dizendo, conheci Uruha em um desses encontros. A princípio, quando o vi, pensei “Nossa, que cara gato, vou investir” (hoje em dia se alguém me disser isso, nego até a morte!). Porém, ao fim do encontro, quando me aproximei dele, percebi que seu contador no pulso ainda estava preto e marcando vários números. Fiquei confuso por ver alguém que não era um Zero estar ali no encontro, e acabei chegando nele apenas para sanar essa curiosidade. Até porque eu já tinha aprendido a lição e não ficava com outros caras que não fossem Zeros.

Ele me dissera que estava ali apenas acompanhando a irmã mais nova (na época, Misa tinha 17 anos) e o contador dela tinha ficado vermelho naquela semana.

Por educação, me dispus a ajudá-lo com Misa se precisasse, já que eu conhecia essa vida de Zero desde os 14 anos. Não esperava que ele aceitasse, mas ele achou aquilo ótimo e no próximo encontro da Sociedade dos Zeros ele veio de novo com Misa, e dessa forma acabamos ficando amigos.

E continuamos muito amigos até hoje, já 5 anos depois.

Somos bons amigos a ponto de eu ter dado o dinheiro inicial para investir na loja de instrumentos musicais que Uruha abrira junto com seu noivo.

Segundo Uruha, não custava nada eu ajudar, porque eu era o amigo rico, e depois a loja ia fazer tanto sucesso que ia me trazer lucro de volta, em dobro. É verdade que eu era o amigo rico e que a loja deu certo, mas até hoje não vi o dobro do investimento voltar. Mas não que eu ligue, eu não sou uma pessoa ruim e realmente me fazia feliz ver o quanto Uruha e o noivo estavam bem com a loja deles.

Ah, sim, em algum ponto entre esses 5 anos de amizade, o contador de Uruha achou sua alma-gêmea e esse é o tal segundo casal mais grude apaixonado da face da terra depois dos meus pais (e como eu disse, a história vai mesmo ficar para outra oportunidade).

 

Todo esse lenga lenga para chegar ao ponto que interessa na história.

Meu nome é Matsumoto Takanori, mas ninguém me chama assim, a menos que queira tomar uma surra no meio da testa. Eu sou um designer de roupas e joias, e tenho minha marca própria de nome Black Moral, e desde que a lancei, atendo pelo nome artístico de Ruki. A marca fez sucesso desde o lançamento, para minha alegria e renovação de fé no bom gosto da humanidade, e como você leitor pôde concluir pelo apelido de “amigo rico” que Uruha me dera, graças à Black Moral posso dizer que vivo consideravelmente bem. E rico.

Se você leitor fez a matemática direitinho, vai concluir que eu já estou na casa dos 25 anos e minha vida amorosa é uma porcaria.

A história de verdade começa aqui, com uma vida amorosa de merda, numa mesa de bar, um Uruha sorridente e um shot de tequila. 


Notas Finais


PS meio nada a ver:
Sei que o estilo narrativo em que o narrador interage com o leitor não é muito o copo d'água de todo mundo, mas prometo que não tá sempre assim, eu só queria testar um pouco porque nunca tentei fazer isso, e como é uma parte da pesquisa que eu estou fazendo, ultimamente tenho me interessado um pouco com isso.

Até a próxima!


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