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História Close to the Flame - Capítulo XI - Transições - Parte II


Escrita por: xEuphie

Notas do Autor


Olá pessoas lindas! <3

Não demorei tanto para postar esse capítulo, demorei? ;-; faltava só o final dele para terminar, mas nos últimos dias eu fui atingida por uma puta falta de inspiração, na qual tudo que eu escrevia parecia ficar um lixo kaka inclusive, ainda não sei se ficou bom, mas tentei dar o meu melhor :c

Agradeço de todo o coração a vocês que ainda acompanham a história e continuam deixando comentários, me alegrando e estimulando mais em cada capítulo! Obrigada mesmo <333

Espero que gostem!

Capítulo 15 - Capítulo XI - Transições - Parte II


Fanfic / Fanfiction Close to the Flame - Capítulo XI - Transições - Parte II

[MIKASA]

[...]

Enquanto já me virava para levar Mina lá para fora novamente (não ia ter jeito, ela teria que vomitar no gramado mesmo), uma voz familiar chamou meu nome.

– E aí, Mikasa!

Ao me virar na direção da voz, me deparei com Hanji. Ela sorria abertamente e, embora as circunstâncias não fossem nada favoráveis a mim naquele momento, me permiti dar um pequeno sorriso de volta. Ela olhou curiosa para Mina, que mantinha uma das mãos sobre a boca.

– Ia perguntar se está tudo bem – ela continuou. – Mas, considerando que a sua amiga está verde, acho que nem preciso.

Concordei com a cabeça, deixando escapar uma pequena risada. Quando já ia continuar a andar até lá fora, no entanto, ela segurou meu braço.

– Venha comigo.

Olhei-a sem entender enquanto ela me puxava rumo às escadas.

– Mas... – antes que terminasse de falar, ela me interrompeu, explicando:

– Tem um banheiro lá em cima também. Era só para os moradores da Rep usarem, mas... – ela me deu uma piscadinha. – Acho que podemos abrir uma exceção.

Ao ouvir isso, acelerei o passo. Não sabia nem como agradecê-la! Hanji era uma pessoa realmente muito, muito legal! Ah, se ao menos o Levi se deixasse influenciar por ela...

Assim que chegamos no banheiro, que, graças aos deuses, estava completamente vazio, agradecia-a do melhor jeito que pude e me despedi, entrando rapidamente com Mina.

A garota imediatamente se ajoelhou em frente ao vaso sanitário, e eu segurei o seu cabelo enquanto ela colocava até as tripas para fora. Fazer o que, ao adquirir um pacote de amizade, o acompanhamento durante vômitos vinha de brinde.

Depois de alguns minutos, já não parecia haver nada em seu estômago que ela pudesse expulsar e, para o meu alívio, ela parou de vomitar.

– Como você está se sentindo agora? – Perguntei depois que ela lavou a boca.

– Com sono... – Respondeu completamente mole, para logo em seguida se jogar no chão do banheiro e fechar os olhos. – Vou dormir um pouquinho.

Ah, claro, super normal dormir no chão do banheiro (embora a pessoa que tentou dormir no chão da sala do Levi não tivesse muita moral para falar sobre isso).

– Você não pode dormir aqui!

Dizer isso ou, dizê-la para se levantar, no entanto, foi completamente inútil. Mesmo cutucando-a freneticamente, ela permanecia imóvel.

Suspirei. Bêbados realmente eram difíceis. Não pude deixar de imaginar se eu havia dado tanto trabalho para o nanico quanto ela estava me dando agora.

Já que ela não queria se levantar por vontade própria, eu mesma a ergui e passei novamente seu braço em volta do meu pescoço, voltando a sustentar o peso do seu corpo para que pudéssemos andar. Ela não era muito pesada, então carregá-la não era uma tarefa difícil.

Quando saímos do banheiro, percebi que não sabia o que fazer. A garota claramente já não estava em condições de ficar em uma festa, mas não podíamos ir embora sem Sasha. Além de termos combinado que iríamos embora juntas, a garota batata era a única que tinha levado celular, ou seja, só ela poderia chamar um táxi. Conclusão: precisava encontrá-la imediatamente. Mas, com Mina dormindo no meu pescoço, seria bem mais difícil.

Bom, parando para pensar, aquilo era uma casa, certo? Em uma casa, naturalmente, há quartos, com camas e tal... E, considerando o tamanho daquele lugar, chutaria o balde se não houvesse ao menos uns cinco quartos. Acho que não faria mal a ninguém se pegasse um quarto emprestado para que Mina pudesse dormir enquanto procurasse por Sasha, não é mesmo?

Já sabendo o que fazer, comecei a andar pelo extenso corredor, o qual levava a outros dois corredores menores. Virei à esquerda, entrando no primeiro corredor menor e notando que havia três portas, todas as três fechadas. Bom, ao menos alguma tinha que ser um quarto.

Cheguei até a primeira, ficando extremamente feliz ao girar a maçaneta e perceber que a mesma não estava trancada. Assim que a abri, no entanto, gostaria que tivesse a opção de “desfazer” na minha vida. Fechei-a novamente o mais rápido que pude, inconformada com o que havia visto. Era, de fato, um quarto, mas já estava em uso. A cama, que inocentemente teria usado para colocar Mina para dormir, já estava sendo palco do sexo fervoroso de um casal de jovens que, graças aos céus, desconhecia.

Parti para a próxima porta, abrindo-a novamente. Droga, Mikasa, será que você não aprendeu que deveria bater antes?! Fechei-a tão rápido quanto fechei a outra, pois, novamente, o maldito quarto já estava em uso! E, a pior parte, dessa vez eu conhecia as pessoas que estavam na cama: Hannah e Fran, meus dois colegas de turma! Céus, como gostaria de apenas não ter sido obrigada a ver aquilo. Por sorte (sorte mesmo, ou me jogaria da janela), os dois estavam tão entretidos no que faziam que não me viram.

Já na terceira porta, finalmente me dei ao trabalho de bater antes de abrir. E para minha profunda desgraça, uma voz masculina soou do outro lado: “já está ocupado!”.

Segui para o próximo corredor, rezando a todos os deuses que conhecia para que apenas um único maldito quarto ainda estivesse disponível. Sério, será que era pedir muito?

Bati na primeira porta, e meu coração até pulou algumas batidas de alegria quando nenhuma voz se declarou do outro lado, mesmo depois de ter batido uma segunda vez para confirmar. Quando girei a maçaneta, no entanto, a felicidade murchou. A porta estava trancada.

Já estava bufando de raiva e quase perdendo as esperanças, quando a última porta do corredor se abriu. Esperava que de dentro saísse um casal, mas, ao invés disso, saiu um rapaz cujo rosto me era familiar. Olhei-o atentamente, e logo lembrei-me da onde o conhecia: era um dos amigos do Levi, já havia o visto andando com o nanico na faculdade.

Percebendo que eu o observava (sério, precisava aprender a encarar as pessoas de modo mais sutil), ele colocou um sorriso no rosto e veio em minha direção. O trajeto curvilíneo de seus passos denunciava que, como a maioria das pessoas daquela festa, também não estava completamente sóbrio.

– E aí – cumprimentou-me quando chegou perto o suficiente.

Depois que o cumprimentei também, perguntou meu nome, e mesmo que eu não tivesse perguntado qual era o seu, disse se chamar Oluo. Então, perguntou também o que eu fazia ali. A julgar pela forma que me olhava, estava claramente com segundas intenções para comigo. Aparentemente, ter uma garota desmaiada em seus ombros não impedia nenhum cara de flertar com você.

– Minha amiga não está bem – expliquei, embora isso fosse óbvio só de olhar. – Estava procurando uma cama para ela dormir.

– Então você teve sorte em me encontrar – respondeu confiante, querendo parecer galanteador (e falhando miseravelmente). – Eu moro aqui, você pode deixá-la no meu quarto.

– Sério?! – Perguntei, me animando pela primeira vez durante aquela conversa. Não sabia que ele era um dos moradores daquela república, mas parecia que finalmente as coisas haviam começado a dar certo para mim!

Depois de confirmar, ele me guiou até o fim do corredor, me levando até a porta de onde ele primeiramente havia saído. Entramos e eu imediatamente coloquei Mina na cama, que ainda estava tão bêbada que sequer pareceu notar a diferença entre meu ombro e o travesseiro.

– É seguro deixá-la aqui? – Perguntei, sentindo-me preocupada pela primeira vez ao vê-la dormir tão profundamente. Não havia pensado naquilo antes, mas agora havia tomado consciência de que a maioria dos quartos estavam sendo ocupados por casais quaisquer, então o que impediria que outras pessoas da festa entrassem ali enquanto ela dormia? A garota estava tão mal que poderiam fazer qualquer tipo de coisa com ela.

– Sim, relaxa – Oluo respondeu. – Eu tranco a porta e deixo a chave com você, se quiser.

Olhei-o extremamente grata ao ouvir isso. Seria perfeito, isso resolveria o problema e acabaria com as minhas preocupações. Será que todos os amigos do Levi eram legais, menos ele?

Assim que saímos do quarto e eu tranquei a porta, no entanto, percebi que talvez sua gentileza não fosse de toda inocente, como era a de Hanji. Ele me olhou de forma maliciosa, e antes que eu tivesse a chance de sair de seu alcance, fui encostada na parede. Colocou seus braços um de cada lado do meu corpo, visando me manter presa ali. Aproximou o rosto do meu e disse, com uma voz que devia julgar sensual:

– Agora que já arranjei um lugar para sua amiga dormir, podemos ficar sozinhos.

Ora, era só o que me faltava! Que ele havia se aproximado de mim com interesse desde o começo, eu já sabia, mas que ele havia sido legal só para tentar algo comigo era novidade! Então quer dizer que ele agora esperava que eu o “retribuísse” pela gentileza?! Faça-me o favor!

Antes que pudesse colocar aquele sujeito em seu devido lugar, no entanto, algo inesperado aconteceu.
 

***
 

[LEVI]

Aquela festa estava sendo um saco.

Já havia sido obrigado a ver três pessoas vomitarem, sim, três. E o pior de tudo era que, em uma das vezes, quase fora no meu pé. Isabel, aquela caloura idiota que agora andava com a nossa turma por ter conhecido Farlan, já havia bebido muito mais do que deveria e, por sorte (minha e dela), conseguiu se segurar antes de sujar os meus sapatos. Sensatamente, depois disso, Farlan a levou para passar mal longe de mim.

Gunter e Erd haviam ido, inutilmente, tentar tirar as pessoas da piscina, e até a última vez que tinha visto a situação, o próprio Gunter já havia desistido e pulado na água junto com os outros. Já Oluo, devia estar beijando alguma garota qualquer por aí. E para finalizar, o desgraçado do Erwin havia sumido com a Hanji. Ao meu lado, então, só sobrava Petra, que havia se recusado a desgrudar de mim por um instante sequer daquela festa idiota.

Embora não tivesse bebido muito, ela não estava completamente sóbria. Seu jeito de falar já havia se alterado um pouco, e ela estava muito mais risonha do que o normal. Eu também estava bebendo, mas se aquela cerveja havia surtido algum efeito em mim, era o de me deixar mais irritado com as coisas ao meu redor.

Petra havia passado algum tempo tentando me convencer a ir com ela até um dos quartos da casa. Reclamava de estar com saudade, dizendo que fazia tempo que não a chamava para ir ao meu apartamento. Era verdade. Por algum motivo, nos últimos dias não havia sentido vontade de sair com ela em nenhum momento, e agora também não era muito diferente. Mas, no fim, depois de me cansar de ouvir as mesmas coisas, acabei enfim cedendo. Não me agradava nem um pouco a ideia de ficar com ela numa cama que não fosse a minha (vai saber que tipo de coisa poderia haver naqueles lençóis), mas pelo menos não teria mais que ver pessoas vomitando. Os próprios Erwin e Hanji já deviam estar em algum quarto também, aqueles malditos.

Quando já estávamos dentro da casa procurando por um quarto vago, no entanto, nos deparamos com uma cena que me surpreendeu completamente. Oluo, que eu acreditava estar por aí com alguma garota, de fato estava, só nunca imaginei que essa garota pudesse ser a minha prima.

Ele a pressionava contra a parede, próximo demais, ousado demais. Senti a irritação queimar dentro de mim ao vê-lo aproximar seu rosto do dela – ele não iria beijá-la, não podia beijá-la. Sem que pudesse ignorar o que acontecia, abandonando toda e qualquer razão, livrei-me das mãos de Petra e fiz a única coisa que queria fazer: fui até eles e tirei Oluo de cima da pirralha, para logo em seguida segurá-la pelo pulso e puxá-la dali.

Ignorei completamente os gritos de Petra, que perguntava o que eu estava fazendo, e apenas continuei a segurar o braço de Mikasa, levando-a para fora daquele corredor, para longe de Oluo.

Embora estivesse completamente tomado por raiva pelo que havia visto, me mantinha controlado o suficiente para não segurar seu braço de forma forte e machucá-la, e, quando ela pareceu se dar conta do que estava acontecendo, se livrou facilmente do meu aperto e parou de andar. Ainda estávamos em algum cômodo dentro da casa, embora eu não soubesse ao certo para onde a havia levado.

– O que diabos está acontecendo? – Perguntou irritada. – Por que fez isso?!

– Eu é que te pergunto! – Devolvi com a mesma irritação, totalmente sem pensar. – Oluo estava quase com a língua dentro da sua boca!

Ao ouvir isso, ela pareceu recuar um pouco, completamente surpresa pelo que eu tinha dito. Algo ainda queimava dentro de mim, mas, agora, estando ali sozinho com ela e ouvindo minhas próprias palavras, a razão parecia retornar aos poucos, me fazendo perceber que eu também não fazia ideia do que estava acontecendo.

Mikasa, após alguns segundos de completa perplexidade, se recompôs e estufou o peito, se aproximando alguns passos de mim, como se me desafiasse.

– Escuta aqui – começou, no mesmo tom irritado de antes. – Mesmo que estivesse, o que você tem a ver com isso? Eu me envolvo com quem eu quiser!

Ouvir aquilo foi como se a realidade me esbofetasse.

Era verdade. Ela estava completa de razão.

A essa altura, já havia voltado a raciocinar, e aquilo que queimava dentro de mim há alguns segundos atrás já havia se apagado. De fato, ela podia se envolver com quem quisesse. De fato, caso estivesse prestes a beijar Oluo, eu não tinha nada a ver com isso. Ela não tinha dono, não devia satisfações a ninguém – muito menos a mim, que sequer era próximo dela. Eu era apenas o primo com quem era obrigada a dividir um apartamento.

Por que, então, aquilo me incomodava tanto?

Por fim, após vários segundos de silêncio, só pude pensar em dizer uma coisa:

– Oluo não é o tipo de cara para você.

Embora meu tom já não fosse carregado da mesma irritação irracional de antes, ela pareceu ainda mais ofendida ao ouvir isso. 

– E desde quando você sabe o que é melhor para mim?! – Retorquiu no mesmo instante. – Você não sabe nem o que é melhor para si mesmo, já que fica deixando aquela Petra se esfregar em você!

Ouvir aquilo me deixou surpreso. Embora soubesse que ela não gostava de Petra, não imaginava que era assim que pensava. Obviamente, tais palavras saíram de sua boca de modo impulsivo, pois assim que se deu conta da minha reação, ela desviou o olhar, parecendo arrependida de tê-las dito.

Eu não soube mais o que dizer, então apenas ficamos em silêncio. Ela não voltou a me olhar, mas, mesmo assim, não desviei meus olhos dela.

Aquilo era... estranho. Sem dúvidas, havia algo acontecendo. Algo que, a julgar por nosso silêncio, nenhum de nós dois sabia explicar. Tudo era confuso, improvável, imprudente e... errado. Irresistivelmente errado.

– Eu tenho que ir procurar a minha amiga – após algum tempo, ela quebrou o silêncio, finalmente olhando para mim.

Concordei com a cabeça. Não iria detê-la, não iria segui-la.

Observei-a me dar as costas e sair em passos rápidos, como se quisesse fugir. Não poderia culpá-la.

Depois daquilo, era melhor que ela realmente fugisse.
 

***
 

[MIKASA]

Saí da casa sem olhar para trás, voltando rapidamente para o quintal onde a festa ainda estava em seu auge.

Estava irritada, confusa.

Tentava, mas não conseguia compreender o que havia acontecido. Nunca havia visto Levi daquele jeito. Irritado por sujeira já havia o visto várias vezes antes, mas irritado por me ver com seu amigo? Aquilo não fazia o menor sentido.

Não conseguia entender por que ele havia dito aquelas coisas, e nem mesmo por que eu havia dito aquelas coisas. Do mesmo jeito que ele não tinha como saber se Oluo era o melhor para mim, eu também não tinha como saber se Petra era o melhor para ele. Ainda assim, acreditava veementemente que não. Ainda assim, detestava vê-lo com ela.

As batidas do meu coração continuavam agitadas, e agora minha cabeça já começava a latejar. Mas mais do que queria poder silenciar aquela música, queria poder silenciar meus pensamentos. Tratei de afastá-los, precisava retornar ao foco: encontrar Sasha. Uma vez que a encontrasse, finalmente poderia pegar Mina e ir embora. Agora, mais do que nunca, queria apenas poder deitar minha cabeça no meu travesseiro.

Olhava para todos os lados enquanto andava no meio daquelas pessoas, procurando no meio daquela multidão de rostos pelo único que não conseguia encontrar. O som da música alta estava fazendo com que minha dor de cabeça aumentasse e, junto com ela, a minha necessidade de encontrar a garota batata.

Depois de dar várias voltas, visualizei, ao menos, alguns rostos conhecidos. Jean e Marco estavam sentados em um canto do gramado e, a julgar pela forma como Jean parecia dormir no ombro de Marco, parecia estar bem bêbado.

– Está tudo bem? – Perguntei quando me aproximei.

Marco, que deu um grande sorriso ao me ver, olhou preocupado para Jean ao ouvir a pergunta. Este sequer se mexeu, continuando com os olhos cerrados.

– Ele bebeu demais – explicou, embora nem precisasse. – Estou esperando ele se recuperar um pouco para podermos ir embora.

É, Marco, eu entendia bem a sua dor. Depois de oferecer ajuda (ele a rejeitou educadamente), perguntei se ele havia visto Sasha ou Connie em algum lugar. E para minha profunda decepção, a resposta foi que não.

Continuei a procurá-la, agora com uma dor de cabeça maior ainda.

Quando cheguei a um pequeno corredor na parte lateral da casa – ponto que, por estar mais escuro, poderia atrair a presença de casais – me deparei não com Connie e Sasha, como tinha esperanças, mas, sim, com duas pessoas completamente inusitadas: Armin e Annie.

Me afastei rapidamente, escondendo-me atrás da parede da casa antes que tivessem a chance de me ver. O que diabos Armin e Annie estavam fazendo sozinhos em um local como aquele?! Aquilo era extremamente estranho! Armin devia estar com Eren, não com ela, não ali, como se estivessem se escondendo.

Embora uma parte de mim quisesse chegar mais perto e tentar ouvir sobre o que conversavam, não ousei fazer isso. Armin era meu amigo, seria errado. O que quer que estivesse acontecendo, só poderia saber depois que lhe desse a chance de me explicar. E, com toda a certeza, não deixaria essa passar sem que lhe cobrasse uma boa explicação mais tarde.

Saí dali e continuei a andar pelo que devia ter sido uns 15 minutos, mas que, para a dor de cabeça que sentia, parecia uma eternidade. Mesmo assim, nada de encontrar Sasha ou Connie. Nesse meio tempo, encontrei Reiner e Bertolt, que dançavam animados (bom, Bertolt nem tão animado, mas ainda assim acompanhava o amigo) e assim como fiz com Marco, perguntei a eles se não haviam visto Sasha e Connie. Reiner era bastante próximo de Connie, por isso alimentava expectativas de que tivesse o visto, mas foi em vão. Eles também não tinham notícias do carequinha há um bom tempo.

A essa altura, já me perguntava se os dois não haviam simplesmente ido embora. Talvez Sasha tivesse procurado por mim e Mina enquanto estávamos dentro da casa e, por não nos ter encontrado, tivesse ido embora com Connie. Se esse fosse o caso, agora sim eu não sabia o que fazer.

Enquanto dava uma última volta à sua procura, relutante em desistir, foi Eren que avistei por fim. O moreno, aparentando estar completamente bêbado, cambaleava e ria enquanto se mantinha abraçado com uma garota, uma loira que eu nunca havia visto antes.

Embora tenha sentido uma pontada dentro de mim ao vê-lo novamente com outra, aquilo não me afetou como deveria. Talvez fosse por conta da dor de cabeça. Talvez fosse porque algo, ou melhor, alguém, já estivesse ocupando meus pensamentos. Ou, talvez, fosse porque a maior parte de mim já parecia haver entendido que ele nunca seria meu como algo além de amigo.

Ainda assim, não tive coragem de me aproximar dele. Apenas dei-lhe as costas e segui por outro caminho, querendo me distanciar ao máximo de tudo aquilo.

Já absurdamente cansada, não aguentei mais. Minha cabeça doía tanto que a qualquer momento parecia que meu cérebro iria criar vida própria e saltar do meu crânio. Procurei por um canto menos habitado, e quando encontrei, não hesitei em me sentar.

Não sabia mais o que fazer. Sem Sasha, não tinha celular para chamar um táxi. Minha única alternativa, agora, era encontrar novamente um de meus amigos e perguntar se algum deles havia levado um celular que pudesse me emprestar para fazer a ligação. Aí, pegaria Mina no quarto e iríamos embora sozinhas.

Fechei os olhos e massageei minhas têmporas, me preparando para que pudesse me lançar novamente em meio àquela multidão de pessoas. Antes que os abrisse, no entanto, uma voz me sobressaltou.

– Levante-se.

Olhei para cima assustada, constatando que não estava imaginando coisas, pois de fato o dono da voz era Levi.

O nanico estava parado à minha frente, com aquela mesma expressão fria de sempre. O que diabos ele estava fazendo ali?

– Por quê? – Perguntei. Minha intenção já era me levantar de qualquer forma, mas não queria que ele pensasse que estava o obedecendo. Como sempre, gostava de desafiá-lo.

– Vamos embora – respondeu sem emoção. – Irei levá-la para casa.

Aí sim fiquei surpresa. Fiquei algum tempo o encarando, sem acreditar que era sério. Aquele realmente era o Levi?

Na minha cabeça, tinha certeza de que a uma hora dessas ele já devia ter voltado aos braços de Petra, mas a ruiva sequer estava por perto. Era com ela que ele estava quando me viu com Oluo, e embora na hora não tivesse pensado a fundo sobre isso, se ele estava naquele corredor dentro da casa com ela, era porque pretendia levá-la para um quarto.

– Não precisa – respondi, desviando o olhar. Era claro que precisava, mas não queria ser um peso a ninguém.

– Não seja orgulhosa, pirralha. Está estampado na sua cara o quanto você quer ir embora – ele se virou de costas para mim. – Vamos logo.

Por fim, me rendi. De fato, quando sua cabeça está prestes a explodir de dor não é o melhor momento para ser orgulhosa. Não havia por que oferecer resistência a um dos raros momentos em que ele se mostrava disposto a me ajudar. Minha teimosia não me levaria a nada, estaria sendo idiota se continuasse a tentar resolver tudo sozinha.

Assim que percebeu que eu já estava me levantando, ele começou a andar, indicando que o seguisse. Antes que pudesse, no entanto, lembrei-me de que precisava avisá-lo sobre Mina – não tinha como eu ir embora sem ela.

– Preciso buscar minha amiga que está dormindo no quarto do Oluo – expliquei. – Não tenho como deixá-la aqui. Você pode dar uma carona para ela?

Temi que esse fosse o momento em que ele enfim iria implicar, já que não fazia o seu estilo ter todo esse trabalho por alguém que sequer conhecia. Para minha surpresa, no entanto, ele apenas concordou com a cabeça.

– Vou estar esperando lá fora.

Observei-o se afastar, ainda aturdida por sua súbita atitude gentil. Mas aquele não era o momento para refletir sobre a recém descoberta gentileza do meu primo, pois uma forte latejada em minha cabeça me lembrou de que precisava ser rápida.

Me esgueirei entre as pessoas e entrei na casa. A sorte finalmente parecia estar ao meu lado, já que enquanto subia as escadas e cruzava os corredores não encontrei ninguém que atrasasse o meu percurso – mais especificamente falando, Oluo. Apesar de ser grata por ter emprestado seu quarto à minha amiga, ainda não havia esquecido o infeliz momento em que ele tentou me agarrar.   

Ao destrancar a porta e entrar no quarto, não me surpreendi ao ver que Mina continuava exatamente como a havia deixado, não tendo sequer mudado de posição enquanto dormia profundamente.

A cutuquei para que acordasse, e ela se levantou, resmungando algumas coisas sem sentido. Expliquei a ela que estávamos indo embora, e, para meu alívio, o efeito do álcool já havia diminuído, pois ela concordou com a cabeça e foi capaz de andar sozinha. Deixei a chave que Oluo havia me emprestado do lado de dentro do quarto, e então saímos.

Mesmo que ela já estivesse melhor, a ajudei a descer as escadas, já que ela ainda estava totalmente mole. Quando deixamos o local da festa e chegamos ao portão da frente da casa, avistei Levi nos esperando na calçada do outro lado da rua.

Ele nos guiou até o automóvel, que estava estacionado há um quarteirão dali. Deixei Mina no banco de trás e me sentei no banco de passageiro ao lado de Levi. Como era de se esperar, o carro do nanico era impecavelmente limpo, qualquer um que não o conhecesse diria que era novo.  

Não trocamos uma palavra sequer durante o percurso, mas de minuto em minuto lançava olhares de esguelha ao banco de trás, visando me certificar de que Mina estava bem. Apesar de já estar melhor, imagina só se a viagem a enjoasse e ela vomitasse dentro do carro. Nem imagino o que Levi faria com ela, e comigo.

Deixamos Mina em sua casa e seguimos, ainda em silêncio, até o nosso apartamento. Felizmente, esse trajeto foi mais curto, e logo já estávamos no estacionamento do prédio.

Quando entramos em casa, uma enorme sensação de alívio me preencheu. Ah, como era bom finalmente estar em paz. Sharon se esfregou nas minhas pernas e nas pernas de Levi, enquanto miava feliz em nos ver. O nanico se dirigiu até a cozinha, não dando muita atenção à coitada, então a peguei no colo.

Depois que a coloquei no chão e estava prestes a ir para o meu quarto, Levi voltou. Sem avisos, jogou um frasco em minha direção, o qual peguei instintivamente. Olhei-o sem entender.

– O que é isso?

– Remédio para dor – respondeu simplesmente.

Certo, aquilo apenas me deixava mais confusa. Não me lembrava de ter me queixado da dor de cabeça que sentia em nenhum momento sequer. Será que ele era algum bruxo ou extraterrestre capaz de ler mentes? Sério, não duvidava.

– Como diabos você sabia?  

– A forma como você apertava sua cabeça no carro deixou bem óbvio.

Olhei-o surpresa. Claro, embora às vezes me esquecesse, Levi era um estudante de medicina. Notar o mal-estar das pessoas não devia ser uma tarefa difícil a ele. Embora pequeno, me permiti lhe dar um sorriso.

No final, ele seria um bom médico.

Bem como era uma boa pessoa.

 


Notas Finais


O que acharam? :3

Não foi um capítulo engraçado, nem teve pegação, caso alguém tenha imaginado que teria ;-; q
Maaas foi bastante importante para a relação dos dois! Agora a Mikasa vê o Levi como uma pessoa legal, o que sem dúvidas vai facilitar muito as coisas daqui para frente :3 juro que o beijo e a putaria virão logo hihi

Peço para que quem puder, deixe um comentário dizendo o que achou! A opinião de vocês é muitíssimo importante, sem falar que é o melhor estímulo que tenho, além de, claro, me deixar imensamente feliz <33 críticas, sugestões... tudo é completamente bem-vindo :3

Até o próximo! <3


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