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História Close Your Eyes • Sterek (reescrevendo) - Mirror


Escrita por: srstilinskii

Notas do Autor


Antes de me matarem, o autor de vocês que sempre some e volta como se nada tivesse acontecido, espero que tenham uma boa leituraaaa! 💖 ilya

Capítulo 12 - Mirror


Fanfic / Fanfiction Close Your Eyes • Sterek (reescrevendo) - Mirror


O som estridente do despertador arrancou Stiles de um sono tranquilo e livre de pesadelos sombrios, algo que há tempos não acontecia. Sendo assim, era mais um motivo, entre milhares de outros que ele poderia listar, para resmungar e voltar a dormir. Mas a voz de Scott martelava em sua mente, um lembrete incômodo de que faltar à escola não era sequer uma opção. 

“Lembre-se do teste de lacrosse, e você já está com muitas faltas…” 

Como se Scott fosse um ótimo exemplo. 

Revirando os olhos e soltando um suspiro arrastado, ele se levantou sonolento, as mãos esfregando os olhos no caminho para o banheiro, que ainda parecia embaçado. Minutos mais tarde, franziu as sobrancelhas ao voltar para o quarto. Algo estava errado. O lampejo preto passando pelo canto de sua visão confirmou o que os seus sentidos gritavam; um leve e gélido tremor que subia da espinha até a nuca. 

— Droga, Stiles, pensei que fosse o seu pai. — As cortinas azuladas de Stiles ondularam e Derek surgiu a partir delas, sustentava um olhar sério e cansado, a voz baixa e ofegante entregava que estava com pressa ou surpreso, o Stilinski não sabia dizer.

Um longo silêncio se seguiu, Stiles permaneceu no mesmo lugar, os pés fincados no chão, para evitar qualquer chance de tropeçar e acabar se arrependendo para sempre. O susto deu lugar a sensações que ele preferia não refletir na frente do motivo delas.

Derek alternou o peso do corpo para a perna esquerda, era difícil encontrar as palavras certas quando apenas rosnados e grunhidos primitivos queriam sair; seu lobo interior estava agitado com a reação de Stiles, todos os sentidos borbulhando na superfície. 

Encarava-o de forma cautelosa, cada detalhe nele despertava fagulhas enervantes por seu corpo; cada pedaço de pele alva e macia que escapava da gola do casaco, a pulsação acelerada no pescoço, as linhas suaves do rosto, marcado aqui e ali por pintinhas pequenas, delineando a expressão sonolenta e as bochechas avermelhadas. O mundo de Derek havia encolhido, e o restante dele reluzia e orbitava naqueles olhos agitados cor de âmbar, nada além deles parecia importar.

— Como você…?

A voz de Stiles mal passava de um sussurro arrastado, havia esquecido de que precisava respirar, e as mãos estavam erguidas, intactas no ar na tentativa de gesticular e afastar o calor que irradiava de seu corpo com o peso daquele olhar.

Piscou e piscou novamente, sem obter resposta alguma do outro, a brisa da manhã atingindo a face e clareando os pensamentos caóticos. Precisou de um segundo para perceber a janela aberta, origem do ar fresco do crepúsculo de fim de verão. 

— Então faz o tipo Rapunzel, hein? Se meu pai subir, e tenho certeza que ele irá, é mais fácil te jogar daqui de cima, pela janela, do que você criar cabelos mágicos e… 

— Stiles… — Derek murmura, o sorriso ínfimo que havia se formado em seus lábios se dissipando conforme uma linha fina tomava o lugar. Por um momento, seus olhos brilharam e  seguiram a expressão que sempre fazia quando estava atento ao redor. Em poucos segundos, e de forma impossivelmente silenciosa para alguém daquele tamanho, ele já apoiava os pés nas videiras que davam no parapeito da janela. 

— Mas o quê…. Não. — Stiles chamou o mais baixo que sua urgência permitiu e correu até o Hale, arregalando os olhos ao perceber que o puxava pela barra da jaqueta. Não tinha necessidade de pular daquela altura, até mesmo um lobisomem poderia se machucar, pensou. — Você está maluco? Quer expor seus dons de cachorro ao vizinhos? Quem sabe até parar naqueles concursos se não terminar caindo daqui de cima e… 

Havia um quê de impaciência e confusão nos olhos de Derek assim que interrompeu Stiles, pela segunda vez naquela manhã, com um rosnado baixo. Ele coçou a garganta, as mãos no ar entre eles em uma demonstração de perfeito equilíbrio, sentindo os pés firmes na planta que cobria a parede amarelada da casa. 

— Eu acabei de subir por aqui, e irei descer sem problemas se você parar com isso. Scott nos fez jogar jokenpô para decidir quem iria acordá-lo, agiram como se fosse uma missão… perigosa. — Derek deu de ombros e acenou com a cabeça para a rua atrás deles, vazia e calma, nuvens encobriam o nascer do sol. Sem esperar resposta, tocou o peito de Stiles com o indicador antes de descer agilmente pelo caminho de trepadeiras. 

Stiles, ainda com as sobrancelhas erguidas e o peito queimando com o toque repentino, não pôde evitar se debruçar sobre a janela. A madeira roçava seu braço de forma desconfortável ao observar além dela.

Ele semicerrou os olhos naquela direção, a pintura do Camaro preto reluzindo feito piche com os vidros abaixados. Duas silhuetas agitadas lhe chamaram a atenção, Scott e Isaac acenavam avidamente, exibindo sorrisos debochados que claramente diziam que estavam ouvindo todo esse tempo. 

É claro. 

Stiles apenas mostrou o dedo e se virou, a atenção agora voltada para a batida em sua porta que crescia. Isso até que se parece com rapunzel, pensou. 

Seria um longo dia. 

[…]

Stiles ofegava ruidosamente, os pulmões lutavam e queimavam na tentativa de puxar o ar, a testa já brilhando de suor. Tudo soava abafado ao seu redor, o bastão de lacrosse caindo ao chão, o apito estridente do treinador, o som de sua pulsação acelerada…

— Ei! — A mão em seu ombro o assusta e traz de volta ao campo, a intensidade da ação fazendo com que ele afunde os tênis na grama, girando por equilíbrio. Scott exalava aquele tom preocupado e cauteloso que se tornara habitual desde Darach, toda a pack sabia o que havia acontecido no Nemeton, o que Derek viu. 

O descontrole. 

Talvez privacidade não fosse o forte de uma alcateia de lobos, pensa Stiles ao se livrar do aperto do amigo. Antes que Scott possa dizer algo, o maldito apito ressoa novamente, seguido por passos apressados do time se reunindo. O treinador chega por último no improvisado círculo de jogadores no centro da quadra, a expressão amarga e o cordão enrolado nos dedos. 

— Acho que eles já entenderam, Treinador. — A voz baixa e grossa causa mais arrepios na pele de Stiles do que ele gostaria de admitir. O que diabos ele estava fazendo ali, no campo de lacrosse? Derek, vestindo os mesmos uniformes vermelho e branco do time, interrompe Finstock. 

— Então é verdade o que dizem sobre os Hales, atrevidos… Atenção! — O treinador diz, mais para si mesmo do que para Derek, mas não parece realmente se importar com ele ou com os tímpanos dos seus alunos. — Derek será o meu substituto por algum tempo, estou de férias a partir de amanhã e não quero ver ninguém relaxando enquanto eu estiver fora! Isso inclui você, Greenberg, segure essa raquete desse jeito e te deixarei no banco por toda a próxima temporada! 

Stiles lança um olhar furioso na direção de Derek, que desvia o mesmo feito um goleiro de lacrosse. A onda de náusea retorna súbita e intensamente, sugando seu fôlego. Com certo esforço, ele se desvencilha dos braços firmes de Scott, os quais, percebia, o impediam de cair até o momento. 

Treinador?

Stiles discutira a manhã inteira com Derek e o restante da pack sobre toda essa atenção exagerada que estavam dando a ele; as rondas noturnas que duravam a madrugada inteira, a “escolta” quando precisava sair de casa para ir ao supermercado ou qualquer outro lugar… Tudo para a sua segurança, alegavam eles. 

E agora isso. 

Derek Hale. 

Na Beacon Hills HighSchool. 

Stiles obrigou seus pés a obedecerem e dar meia-volta, em direção aos vestiários, recusando os braços que tentarem contê-lo. Olhar por cima do ombro não era uma opção, e ele não queria ver as interrogações acima das cabeças de Derek e Scott, confusos e presos na pequena multidão de jogadores agitados com as novas notícias. 

Manter o controle. 

Era isso que precisava, apenas manter o controle. Nada de novo havia acontecido desde que Darach o sequestrara, a monotonia chegava a ser reconfortante, mas sabia que não duraria muito tempo, não em Beacon Hills e com as suas vidas. Se a pack estava alarmada assim, imagina se ele tivesse um colapso nervoso e… sei lá, incendiasse algo?Incendiaria Darach, se já não o tivesse feito. 

Manter o controle. 

Cada palavra ecoou na mente de Stiles de forma lenta e vertiginosa, como se estivesse longe do seu alcance almejar isso. Raiva e frustração cresciam no peito, cortadas pela ferroada que surgiu, queimando e ardendo feito brasa, assim como o dia em que vomitou no banheiro. 

Ele sabia que a testa estaria brilhando antes mesmo de chegar até a entrada, então as mãos não se demoraram em cobrir a têmpora de forma instintiva. Cada passo parecia levar uma eternidade, o tempo se esticando através do espaço que ele percorria, a dor amplificando a ansiedade. 

Por fim, quase gemeu de satisfação ao se deparar com o vestiário vazio, as mãos escorregando na maçaneta na pressa em fechar a porta metálica dupla. Ela parecia fria às suas costas. Ou ele que estava febril?

Os olhos cor de âmbar o encaravam de volta no grande espelho acima da pia, moviam-se depressa, ansiosos e refletindo a luz fraca proveniente da marca em sua testa. Ali, com as luzes apagadas e somente a claridade do fim do dia ultrapassando as janelas, ela parecia mais uma pequena chama iluminando o seu rosto. 

— Ao menos não rachei o espelho dessa vez. — O sarcasmo vacilou na voz grave. Com os braços trêmulos, Stiles se inclinou sobre a pia recebendo outra ferroada, os dedos apertando o mármore frio até tornarem-se pálidos. 

Aguente firme. 

A voz melodiosa e feminina surge novamente, real ou não, parecendo aliviar sua dor apenas para torná-la insuportável novamente. Um sussurro em meio ao silêncio de uma noite fria, uma estática arranhada de um velho rádio quebrado e esquecido.

— Quem é você? 

Stiles sente as lágrimas ardentes percorrerem as bochechas avermelhadas, seu corpo todo parece estar em chamas agora, as ondas de calor vindo da marca, descendo por sua coluna. O silêncio do outro lado soa surpreso, talvez não estivesse esperando que tentasse contato também… 

— Devo estar enlouquecendo, igual a mamãe… 

A raiva se remexe dentro dele, impelindo as ondas de calor de volta à sua origem; a marca. Ele pode notar que, seja lá o que for, aquilo está cessando a dor, reduzindo-a a um formigar na pele. A marca em formato de lua não está mais lá. 

 Os músculos da mandíbula estão enrijecidos quando ele enfim deixa de trincar os dentes, a respiração saindo em uma lufada e embaraçando o seu reflexo distorcido no espelho. Desviou os olhos, não conseguia encarar a si mesmo, não sem se sentir perdido. 

Algo lhe chamou a atenção; o uniforme de lacrosse que antes vestia jazia no chão, ou melhor, o que restou dele. O tecido estava perfurado aqui e ali, chamuscando enquanto cinzas flutuavam com a fumaça fina. 

Em questão de segundos, o sistema de prevenção de incêndios foi acionado, cobrindo Stiles — despreparado e vestindo somente uma samba canção — com uma cortina de jatos de água gelada. As gotas provocavam cócegas em sua pele arrepiada, aliviando o calor que antes sentira. 

Merda. 

O vestiário inteiro encontrava-se encharcado. Seu corpo ainda vibrava com a adrenalina e o esforço, tremendo, como se tivesse acabado de correr uma maratona. Parte dele queria acreditar que estava tudo bem, que ele não estava passando por isso de verdade. 

Mas a parte maior gritava e protestava, mostrando as imagens e flashes do que havia acontecido. O símbolo bizarro, o calor consumindo tudo dentro dele, a dor excruciante que o deixava com raiva, sem noção de tempo e espaço. 

— Já chega! 

Os jatos d’água cessaram, ele podia jurar que vira o líquido retorcer no ar como se obedecesse a algo invisível antes de retornar para a encanação com um gorgolejo. Stiles não ouviu os passos pesados se aproximando, olhava fixamente para as próprias mãos no momento em que as portas abriram. 

— Stiles…?! — Derek disparou pelo corredor, a voz quase assumindo o mesmo tom apreensivo que apresentara no Nemeton, quando descera as escadas para enfrentar Darach. Era doloroso lembrar.

Por um instante, os dois apenas se encararam, incrédulos demais para falar qualquer coisa. Uma onda de calor diferente assolou Stiles, acelerando seu coração e pintando as bochechas de vermelho vivo. 

— Eu… — O Stilinski balbuciou, agitado novamente, levando as mãos o mais veloz possível até a barra da cueca branca que vestia, na esperança de esconder alguma coisa. A luz que entrava pela janela deixava o seu cabelo, agora completamente molhado, ainda mais prateado. 

Derek manteve o olhar nos olhos arregalados dele, sentindo o fluxo intenso de emoções. Os sentidos de lobo que eram responsáveis por isso, mas agora que a ligação sobrenatural estava desperta, era como se o lobo vivenciasse as emoções de seu mate em segundo plano. E talvez o mesmo acontecesse com o bruxo, ainda não sabia.

Derek não pensou antes de cortar o espaço entre eles e envolvê-lo com a jaqueta de couro que sempre vestia, pousando as mãos no rosto de Stiles, traçando o caminho da têmpora até a linha da mandíbula de forma delicada. Tão suave…

— Você… está bem? — É impossível evitar que a pergunta escape, e Derek engole em seco ao perceber o que fazia, recolhendo a mão e controlando as feições do rosto. Precisava mantê-lo calmo. 

Stiles grunhe baixo em protesto, inebriado pelo perfume selvagem da jaqueta que o cobria. Tinha uma ínfima noção de que seu corpo estava dividido entre estremecer de frio e vibrar com o ardor crescente nas bochechas. Provavelmente, estava vermelho como antes. 

A agitação se dissipou com as últimas palavras de Derek, as mãos hesitando, tensas e extremamente cuidadosas, não ajudavam em nada. Agia como se ele fosse de vidro, prestes a se estilhaçar se o tocasse e machucar os outros ao redor com os cacos. Era algo difícil de se acostumar, todos estavam comportando-se de maneira que o fazia parecer uma bomba relógio. 

E poderia culpá-los? 

— Só… Vamos sair daqui? Estou congelando. — O vento que entrava pela fresta da janela arrepiava os fios da pele exposta, e seria terrível se o avistassem seminu com o novo treinador, a fofoca renderia pelo ano letivo inteiro. Lydia e sua popularidade enlouqueceriam.

— Tem alguém vindo… Consigo ouvir os passos no gramado. — Derek começa, ecoando os pensamentos dele, e se vira para a porta escancarada. E mais uma vez a vida decide brincar com Stiles e a sua sorte, ou falta dela. Sempre dá pra piorar.  

— Você não fechou a porta?! — Stiles sibila ao avistar alguém atravessando a entrada. O momento se passa em uma fração de segundo, suficiente para ele puxar Derek para dentro de uma das cabines, vazia e encharcada, mas não para raciocinar que não era necessário que fossem ambos

Ali, confusão e supresa pairam nos olhos de Derek, que piscam e piscam novamente para a cena em sua frente. Na pressa em entrar ali, Stiles o puxou com força demais pela gola do uniforme. E, levando em consideração a torre humana que o lobo é, o tecido se desfez na mão dele. 

O rasgo descia dramaticamente até os músculos do peito, onde a mão de Stiles se encontrava, imóvel. Ele devolveu o mesmo olhar, permanecendo ainda mais parado ao ouvir os passos se aproximando, a respiração afogada na garganta. 

Derek abriu a boca para dizer algo, sendo deliberadamente silenciado pelos dedos finos de Stiles em seus lábios, acompanhado de um olhar de censura violento. Era estranho ele estar calando alguém, e não o contrário. 

Que dia estranho. 

Mas também era fácil esquecer de tudo o que acontecia quando Derek estava tão próximo de seu corpo, o hálito quente de menta mais parecendo um combustível ao seu corpo conforme os dois se observavam. 

Stiles, tomado por um impulso irracional, desce a mão que segurava o tecido frágil, terminando de rasgar a parte de cima do uniforme. Os olhos percorrem atenciosamente cada centímetro de pele exposta que seus dedos conseguem tocar, trilhando um caminho invisível por ali. 

Agora seu coração realmente está martelando no peito, a pulsação correndo como um riacho por todo o corpo, quase vacilando os movimentos tão lentos. Stiles sente que está prestes a explodir, e, pela primeira vez, não se importa com o que pode acontecer. Não quer se importar. 

O aviso no fundo de sua mente grita que está diante de uma barreira enorme, onde claramente não existe volta após a passagem. Tal alarde é esquecido com o toque de Derek em sua cintura, disparando mais correntes elétricas pelo corpo e unindo-os como imãs. 

E então ele finalmente abre os olhos para aquele mar esverdeado que devolve o mesmo olhar carregado de desejo, presos por uma linha intangível. Stiles sente que poderia se dissolver por completo com a profundidade daqueles olhos.

Todos os esforços de Derek para ser cuidadoso, para tentar segurar a torrente de reações e emoções que seu interior há tempos guarda e reprime, caíam por terra. Por um momento único, ele se livra de todas as camadas de proteção formadas ao longos dos anos e permite se entregar. 

Stiles não sabe dizer quando aconteceu exatamente, e nem como, mas Derek encosta o nariz no dele e o puxa pela cintura para ainda mais perto. Estão tão colados agora que mais parecem um só, o cheiro de terra molhada e pinheiro de Derek se misturando ao perfume doce do Stilinski. 

O hálito quente de Derek se mistura ao seu, os lábios a míseros centímetros de distância, hesitando por breves segundos. Tempo necessário para a porta ser aberta com um baque arrastado e alto, o som brincando com as poças d’água no chão e assustando os dois, que se separam.

— Precisamos ir! Greenberg fez uma espécie de despedida pro Finstock, então temos distração para saírmos com o Sti… — Scott surgiu na entrada da cabine, o cabelo castanho emoldurado pela luz suave atrás de si. Abria e fechava a boca, sem saber bem o que dizer enquanto encarava os dois.

[…]

Por volta do entardecer, Stiles observava  a vela recém acesa em sua frente, a chama alaranjada iluminava parcialmente o cômodo e desenhava sombras atrás de Deaton. O doutor pressionara Stiles para começar a chamada mentoria, sessões de treinamento que o ajudariam com os novos poderes de bruxo. 

Desde que Darach colocou suas garras nele, Stiles não conseguia acessar sua magia, exceto nos momentos em que esteve prestes a perder o controle e o fez sem sequer saber. E, claro, quando destruiu a druida. O sorriso macabro o marcaria pra sempre, os lábios curvados repletos de sangue preto. Como se estivesse feliz em morrer. 

Percebendo o devaneio dele, Deaton lançou aquele olhar fulminante, desfazendo o semblante de mestre-inabalável-culto que ele sempre conservava nas aulas. No início,  encontrava-se animado para ensinar Stiles tudo o que estava em seu alcance como druida. Mas conforme as aulas passavam, o menino sabia que a paciência se esvaía. Como ensinar a alguém que não tem a mínima ideia do que está fazendo? 

— Certo… Não era pra eu acendê-la? Sem assoprar e tudo mais… — Ele questionou, incerto, o ar que escapou pelos lábios  estremeceu a vela por breves segundos. Em sua primeira tentativa, assoprar a vela deliberadamente não fez nada além de irritar Deaton. 

— Você não está nem tentando. Arrume a postura, e respire fundo… — Deaton soava sério do outro lado da mesinha de centro, mais do que o menino jamais viu e imaginara, como se… como se realmente tivesse esperança nele. — Agora iremos fazer o contrário, tente apagá-la, Stiles. Imagine, visualize, que você é o ar que apagará a chama. Seja a extensão da sua respiração. 

Um monge. De olhos fechados e sentado no carpete, braços firmes e equilibrados acima das coxas cruzadas, era o que Deaton parecia. E era o contrário do caos que Stiles tentava consertar, começando pelas pernas desengonçadas. 

— Deaton, eu…

— Stiles. — Amava repetir o nome dele, como se precisasse lembrar de quem ele era. Havia algo antigo e austero em sua postura que denunciava que vivera por mais tempo do que deveria, sábio e parcialmente ameaçador.  — Estamos tentando desde que você voltou, sei que é recente e traumático, mas precisamos estar preparados. Exercícios básicos como esse servem para entender como a sua magia funciona. 

— Caso não tenha notado, Deaton, a “minha magia” não funciona, você deveria procurar outro para treinar. Talvez tentar descobrir que ser sobrenatural Lydia é, por exemplo. Seria mais útil para a pack do que isso. — O sarcasmo ácido rompeu o que restava de sua paciência. Stiles chiou ao se levantar e bater o calcanhar na mesinha, estragando a sua saída dramática. 

Fechou os olhos e caminhou até a porta com o pé latejando de dor, as lembranças dolorosas de Darach eram uma corrente gelada e persistente; os cortes incessantes em sua pele, as chamas azuis, o sangue, tanto sangue em seu corpo…

A porta de madeira bateu com força atrás dele, sem perceber a brisa fria que deixava pra trás. Deaton a sentiu no rosto antes de a vela ser apagada por completo, contemplando o pavio bruxuleante. Incrível, pensou ele.

Stiles havia apagado a vela.


Notas Finais


já dizia octavia: we’re back bitcheeees

voltei das cinzas, eu sei
passei por muita coisa nesse tempo todo, sem vontade de fazer as coisas, o que é um lixo pq eu amo escrever e amo trazer os capítulos pra vocês, e não vou desistir!

tô melhorando minhas ideias e escrevendo capítulos mais longos, por isso demorei um pouco mais pra postar esse, isso que ainda tirei uma cena (vou colocar no próximo hihi) então espero que vocês gostem dele, *comentem* e favoritem a fic pq isso me incentiva muito🥺❤️

não quero e nem vou fazer promessas e logo quebrar, mas vou tentar atualizar mais e não demorar TANTO pra isso

tenho muitas ideias pro futuro da fanfic, e vai sim ter um crossover com o universo de TVDU, a bruxinha mais amada talvez vá aparecer 👀

bjssss e bebam água


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