História Closer - Capítulo X

Por incrível que pareça, a semana continuou num ritmo agradável. Esporadicamente Delphine e eu trocavámos beijos nos nossos quartos, a correria para festa do sábado estava consumindo e estressando todos, até mesmo Scott e eu. Confesso que foi complicado dar aula na véspera da festa porque as alunas só comentavam sobre o tal evento, sobre os garotos, sobre fantasias… Eu juro que tentava entender o lado das garotas, porém eu tinha todo um cronograma para seguir e no domingo entregar o relatório semanal para Delphine.

Quando, finalmente, o sábado chegou os surtos de histeria coletiva invadiram os corredores do instituto. Algumas garotas possuíam o dom da costura e conseguiram fazer pra si mesmas algumas fantasias, mas a maioria pediu para ir a Paris comprar as suas. A demanda foi tanta naquela semana que Delphine pediu ajuda para Felix e Evie na hora das monitorias e checagem da lista, eu juro que podia ver o estresse em seu rosto.

Scott me contou que havia elaborado uma fantasia de Einstein, enquanto Evie iria de viúva negra. Eu nunca tinha visto um casal tão oposto quanto eles, mas estavam felizes e isso era o que realmente importava. A felicidade do meu melhor amigo era tão importante quanto minha felicidade.

Os funcionários da empresa que Delphine contratou se apropriaram do espaço e já estavam colocando o jogo de luzes no grande salão de festas que ficava quase que nos fundos da escola. Paul e eu fomos espionar os detalhes da festa a mando de Delphine, que queria fotos em tempo real da decoração. Era engraçado ver a sua preocupação com todo o ambiente, mas ao mesmo tempo preocupante porque eu podia sentir seu estresse. Enquanto Paul e eu conversávamos ele deixou escapar que nunca esteve tão feliz quanto naquele momento, ao lado de Sarah. Segundo Paul, ele realmente gostava de Delphine, porém como uma irmã mais velha, uma figura para se admirar.

- Mas me conta qual é a sua fantasia? - Paul perguntou depois de rir das mensagens que Delphine enviava preocupada com a festa.

- Eu escolhi viking, e você?

- Apesar de não ser o barato da Sarah, ela topou fazermos uma fantasia de casal, então escolhemos Mortícia e Gomez Addams.

- Sério?

- Sim. - Paul gargalhou mais uma vez. - Eu não tenho nada a ver com o Gomez, mas ela disse que só aceitaria se fosse assim, e aproveitaria para irmos à festa na escola da Kira.

- Kira? - indaguei curiosa.

- Ninguém te contou? Kira é a filha da Sarah, ela tem sete anos e é a criança mais fofa do universo. - pude notar um brilho nos olhos do Paul falando da enteada. - No começo ela me odiava porque Sarah deixou Cal, o pai dela, pra ficar comigo, mas hoje em dia somos bastante amigos.

- Então vocês dois deixaram corações partidos?

- Nem tanto, pra ser sincero, Delphine e eu estávamos em crise há um tempo porque eu sentia que ela não queria casar e não tínhamos nada a ver. Tivemos uma conversa sincera sobre tudo quando terminamos e ela contou que só estava comigo por pressão.

- Wow. - eu estava chocada com aquela corrente de verdades sendo lançada no meu rosto.

- E enquanto Cal e Sarah, eu não posso falar porque isso é extremamente pessoal. - comentou.

- Compreendo, mas o importante é que vocês estão felizes e que não enganaram ninguém.

- Acho que além da nossa felicidade isso é muito importante… E enquanto você? Eu só sei que você saiu do Canadá porque teve o coração quebrado, quer falar sobre? Porque eu acredito que você só conheceu uma pessoa se sabe das decepções amorosas dela.

- Sério? Então se prepare para me conhecer, Paul Dierden. Eu realmente saí do Canadá porque meu coração foi partido. - fiz uma voz de choro enquanto coloquei a mão no meu peito. - Nós duas namorávamos desde a minha pós graduação e ela era bem legal, mas simplesmente do nada falou que seria melhor terminarmos… Eu até agora não entendo a razão.

- E teve alguma conversa sincera?

- A última coisa que ela quis fazer comigo foi ter uma conversa. Ela simplesmente chegou com essas mesmas palavras e falou: “Cosima, acho que será melhor terminamos nossa história por aqui, nada que você disser pode mudar isso.” Saiu do meu apartamento me deixando com a maior cara de que porra tinha acontecido.

- Pesado. Que mulher louca! - Paul fez uma cara confusa me fazendo rir.

- Você não faz ideia, e ela tinha uns hábitos horríveis de me stalkear e mexer no meu celular, infelizmente peguei o primeiro hábito pra mim, mas eu conheço o limite pessoal em um relacionamento.

- Isso é importante demais! Limite e liberdade no relacionamento andam de mãos dadas, mesmo parecendo antônimos. Ela não te procurou depois, nem nada?

- Até agora não, e eu acho que nem irá, mas também eu não procurei correr atrás já que ela mesmo afirmou que nada que eu fizesse ia fazê-la mudar de ideia.

- Você fez certo. - Paul me encorajou. - Talvez ela queria ver você se arrastando atrás dela, não sei, parece que as pessoas vivem um complexo pesado de Christian Grey…

- Realmente. Ei, tá na hora de mandarmos mais uma foto pra Delphine. - falei assim que notei a instalação de pequenas luzes de led no teto juntamente com uma rede que simulava a teia de uma aranha.
 

Paul prontamente pegou seu celular que estava no bolso e tirou uma foto logo mandando para Delphine analisar como estavam as coisas. Apesar de gostar bastante de decoração, confesso que a melhor parte seria quando a buffet chegasse. Delphine respondeu contando que achava que a festa iria ficar maravilhosa, e de fato ela estava tomando uma forma encantadora, mesmo sendo uma festa para Halloween.

-Me mostra a cara dela. - Paul ordenou assim - Da complexada com Christian Grey.

Peguei meu celular e procurei no Facebook por Shay Davydov, e assim que seu perfil ficou pronto mostrei a foto do seu perfil. Era uma selfie com seu chapéu de costume enquanto dava língua com seus olhos azuis expostos.

- Ela não parece ter esse complexo, mas quem menos parece é quem mais tem. Não se preocupe, Cosima, você vai encontrar uma francesa a sua altura! - Paul falou fazendo-me arregalar os olhos e engasgar um pouco com saliva.

- Eu acho que a última coisa que eu preciso na vida é encontrar um amor agora, eu preciso é de estabilidade financeira. - menti.

Paul fez uma cara de falsa compreensão, fingindo que acreditava na mentira que eu havia contado. Será que Delphine havia contado logo para Paul sobre nós? Para Felix eu já tinha certeza desde nosso primeiro beijo, mas Paul? Seu ex noivo? Aquela dúvida ficou martelando minha mente por um bom tempo.
 

Durante a tarde a correria só aumentou, a tal da Marión Bowles chegou na escola juntamente com o buffet se instalando na cozinha do grande salão de eventos. Ela tinha uma cara de poucos amigos, mas relevei porque possivelmente era devido ao estresse do evento. Com certeza aquela festa estava consumindo os neurônios de todos.

[...]

A festa iria começar às 19h, e quando o relógio bateu às 18h, eu já estava começando a me arrumar, queria parecer mais atraente para Delphine, que estava tão misteriosa quanto ao lugar que iríamos quando a festa acabasse.

Com certa dificuldade vesti a roupa que era um tanto colada corpo, só os céus sabem o quanto nervosa eu estava por conta daquela roupa, queria apenas parecer sexy, não vulgar. Elaborei muito mais a maquiagem do que eu costumava fazer, o delineador já era um clássico meu, mas resolvi dar mais destaque nos lábios com um batom vermelho. Prendi meus cabelos em um rabo de cavalo e finalmente calcei a bota. Antes de poder sair, eu recebi uma mensagem de Delphine que me fez sorrir.
 

“Não se esquece que quando der 0h, iremos até Paris. Separe algumas roupas e escova de dente. Tem uns armários logo na entrada do salão, deixe a mochila com o rapaz que tiver lá.”

Separei um pijama de flanela, uma roupa para irmos a Versalhes e outra de reserva. Coloquei coisas essenciais como carregador e escova de dentes. Se eu falasse que não estava ansiosa, certamente estarei mentindo. Depois de uma semana trocando beijos e algumas carícias, Delphine iria se abrir mais comigo sobre tudo. A alegria tomou conta do meu corpo como nunca.

Esperei Scott e Evie no saguão principal e quando eles desceram constatei realmente o que sempre desconfiei. Eles estavam apaixonados, apaixonados de uma maneira que eu nunca tinha visto Scott ficar. Desde que eu o conheço ele tinha tido uma única namorada antes, mas apaixonado daquele jeito, eu nunca tinha visto.

Paramos um pouco para poder tirarmos algumas fotos daquela noite. Fotos que iriam parar no Facebook mais tarde naquela noite. Esperamos a movimentação das alunas parar um pouco para podermos seguir até o salão da festa. Quando finalmente saímos do saguão podemos ver cerca de 10 ônibus estacionados em um dos grandes estacionamentos da escola, e deles estavam descendo garotos com aproximadamente 16 anos. Tudo parecia ser tão glamuroso para eles, até mesmo para mim que nunca tinha frequentado esse tipo de evento.

Chegamos no salão que a festa estava acontecendo e eu entreguei a mochila pro funcionário encarregado, milagrosamente, Scott não perguntou nada sobre aquela mochila, nem o que eu pretendia fazer mais tarde. Parte de mim se sentia culpada por não contar a ele que eu estava ficando com Delphine, porém a outra se sentia aliviada por não preocupá-lo com alguma desventura que viesse por acontecer.

Assim que entramos no salão pude ver Sarah e Paul sentados numa mesa afastada. Sarah estava linda de Mortícia e Paul estava no mínimo engraçado de Gomez Addams. Sentamos junto com eles e conversamos sobre o trabalho que Paul e eu tivemos mais cedo, como fiscalizadores de decoração. A mesa riu da nossa nova profissão. Confesso que a parte ruim daquela festa, com certeza, era a falta de bebida alcoólica, mas relevei até porque aquela festa não foi feita para nós, e sim para os alunos das duas instituições.

Peguei um ponche enquanto dançava discretamente no ritmo de uma música que tocava no ambiente, Scott e eu conversávamos sobre cinema e coisas aleatórias quando eu notei uma presença arrebatadora no salão. Era ela, Delphine Cormier, como a rainha do lago dos cisnes. Sua roupa estava tão bem caída no seu corpo. A parte de cima era formada por uma alça fina e um possível corset dando uma postura ainda mais rígida da que Delphine possuía, enquanto na parte inferior a saia repleta de tule dava uma leveza a roupa. Seus pés estavam calçados com uma sapatilha de ponta em um tom de rosa pastel, mas o rosto de Delphine, ah aquele rosto, estava iluminado com glitter e seu cabelo loiro estava preso em um coque seguro, complementando a roupa estava lá um diadema com uma espécie de redinha cobrindo seus olhos.

Foi inevitável, assim que eu vi Delphine, um sorriso brotou no meu rosto. Eu não fazia ideia de como uma pessoa conseguiria ficar mais bonita ainda. Ela parecia ter sido, naquele momento, pintada por Edgar Degas. Ao seu lado Felix estava vestindo uma roupa de bailarino fazendo companhia a sua melhor amiga. Quando notou meus olhos sobre seu corpo, Delphine sorriu para mim, um sorriso largo e encantador. Ela se aproximou de mim e me cumprimentou com um beijo na bochecha, um cumprimento extremamente francês que repetiu com Scott para não levantar suspeitas.

- A festa está linda. - Scott comentou. - Você tem muito bom gosto, Delphine.

- Obrigada, Scott, mas eu não fiz nada sozinha. Se não fosse por toda a ajuda certamente eu estaria chorando no meu quarto lamentando o fracasso que seria. - Delphine respondeu fazendo Scott rir. - Agora eu preciso dar uma ronda no ambiente, para verificar como está a festa, depois eu volto para falar com vocês.
 

Delphine nos deixou no mesmo lugar que estávamos e começou a circular pela festa falando com Marión e Leekie, que observava de longe a festa. Voltei a mesa com Felix e Scott, entrando na conversa que todos que estavam sentados e debatendo sobre. A música ecoava agitada e a pista de dança estava lotada com os possíveis casais que estavam se formando. Era engraçado ver como uma simples festa já animava todos. Depois de meia hora circulando pela festa, Delphine foi se sentar na mesa principal conosco.

- Delphine eu tenho que confessar, essa festa está incrível! - Sarah contou assim que Delphine se sentou ao meu lado.

- Foi como eu estava dizendo a Scott agora a pouco, essa festa não estaria assim se não fosse pela ajuda de todo mundo! Fala sério, só Paul e Cosima para me enviar fotos enquanto eu estava fiscalizando a saída das meninas.

- E quem estava fiscalizando com você? - Felix tomou a voz fazendo a mesa toda rir.

- Você! Meu melhor amigo, e Evie também teve uma participação bastante importante na realização dessa festa.

- Confesso que Cosima e eu estávamos surtando com a quantidade de fotos que você pediu, loirinha. - Paul chamou Delphine pelo apelido que usava quando se conheceram.

- Isso é verdade! - agora foi minha vez de falar. - Todo segundo Delphine pedia fotos da decoração, os rapazes da empresa pensaram que estávamos desconfiando do trabalho deles.

- Não é pra tanto. - Delphine tentou se defender.

- Não é pra tanto? Marión estava quase gritando comigo pelo telefone. - Felix falou. - Perguntando se eu estava duvidando da capacidade dela como diretora do colégio e responsável pelo buffet.
 

A mesa toda riu com a declaração de Felix, infelizmente, ele não estava exagerando quando disse tudo isso. Delphine era perfeccionista e não negava isso nas suas ações. Se o melhor amigo dela estava julgando essa característica quem seria o resto da mesa para negar?

A conversa da mesa se estendia de maneira dinâmica e quando notamos algumas alunas nos chamaram para pista de dança para extravasar todo o estresse dos últimos três dias. Obviamente não negamos e caímos na dança. As batidas da música tomavam conta do ambiente e todos que estavam na pista pareciam zumbis hipnotizados pelo ritmo envolvido da música. Em certo momento começou a tocar uma música que parecia se encaixar perfeitamente comigo e com Delphine, e com aquele momento que estávamos vivendo.
 

“I want a love so good

So good that it'll make me sick

To touch, but I need it”

Primeiramente, eu não nego a vocês que leem essa história que cada segundo que passava eu me via ainda mais caída por Delphine Cormier, e em segundo lugar vocês certamente não são Paul Dierden, estão aqui de livre e espontânea vontade para ouvir essa história, pelo menos na minha versão.

Delphine dançava livremente pelo salão fazendo com que meus olhos caíssem sobre seu corpo de maneira quase obsessiva. A obra de arte Cormier estava solta no salão e como eu queria tomá-la em meus braços e fugir para qualquer outro lugar em que nosso relacionamento pudesse ser germinado. Não que nosso relacionamento ou o que quer que fosse estivesse proibido, mas nas entrelinhas estava, e isso era o que mais me machucava.

“You are the pin in my grenade

Can't pull you away.”

Delphine e Felix dominavam a pista de dança melhor que os alunos, era no mínimo engraçado ver muitos alunos acompanhando com os olhos cada passo da dupla de melhores amigos. Eu me sentia extremamente ridícula naquela pista porque eles sabiam o que estavam fazendo, enquanto eu só queria demonstrar a Delphine o quão sexy eu poderia ser.

“Tie me up, don't need no restrictions

You can take it all with such conviction

I kinda wish that we could switch positions”

Delphine corria suas mãos até a coxa descendo de uma maneira extremamente sexy. Ela parecia que estava fora do ambiente escolar para estar dançando daquele jeito, mas por outro lado, todos os alunos estavam tão entretidos com a festa que nem notaram Delphine dançando, ou então era comum aquela atitude da mulher mais sexy do mundo.

Quando a música chegou em seu ápice, Delphine parou, olhando paralisada para a porta principal. Sua feição estava totalmente diferente do jeito anterior, sua boca parecia seca. Prontamente tratei de virar para ver o que tinha causado essa mudança de humor tão repentina em Delphine.

Estava ela, Rachel Duncan, a mulher dos currículos em plena porta principal acompanhada de Aldous. Era loucura, aquela mulher ruiva parecia ser o extremo contraste de Delphine. Vestia uma roupa de bailarina também, mas sua maquiagem era extremamente carregada, quase como um cisne negro. Seu cabelo curto estava com uma quantidade considerável de gel fixador.

Assim como Delphine, a mesa toda tinha parado com as risadas também. Todos olhavam para Leekie com uma cara de raiva. Evie negava com a cabeça a cena que estava vendo. Paul estreitou seus olhos num gesto até que ameaçador, mas Sarah o segurou na mesa. Era mais um daqueles momentos em que eu não entendia porra nenhuma.

Felix chegou perto de Delphine, e apesar do volume alto da música consegui ouvir o que ele disse:

- Ele não podia ter passado por cima de você.

- Não só pode, como fez. - a voz de Delphine estava melancólica, quase como um choro arranhando sua garganta.

Tudo passou tão rápido que quando dei conta de mim ela estava correndo em direção ao banheiro, e logicamente eu a segui. Ela estava curvada em uma das pias de vidro do ambiente, Delphine estava chorando.

Quando notou minha presença ela correu em minha direção me abraçando tão forte, parecia um abraço de saudade. Pude sentir suas lágrimas pingando no meu ombro. Ela fungava seu nariz insistentemente, querendo conter as lágrimas.

- Ele passou por cima de mim, Cos! Ele nem me perguntou o que eu achava. - finalmente falou quando conteve um pouco suas lágrimas, sua respiração estava tão pesada. Parecia que Delphine tinha uma lâmina presa na garganta. - Eu sei que ele é o diretor, mas porra, eu sou uma figura importante aqui.

- Eu sei, Puppy. - tentei acalmá-la colocando minha mão em sua nuca, certamente a altura era um fator preocupante, já que Delphine era bem mais alta que eu. - Ele é um babaca.

- Vou esperar ele apresentar Rachel para a escola e depois vamos para Paris, huh? - afirmou. - Eu não aguento dividir um ambiente com ela.
 

Eu ajudei Delphine a enxugar as lágrimas e recuperar sua feição de costume. A sorte foi ela ter usado uma maquiagem à prova d´água por insistência de Felix. Quando saímos do banheiro notamos que a festa toda havia parado. Leekie estava em cima do palco, ao lado da mesa do DJ, juntamente com Rachel e Marión:

- Boa noite, prezados alunos. É com uma enorme satisfação que eu lhes apresento a nova coordenadora do Instituto Preparatório de Garotas, Rachel Duncan. - ela foi ovacionada por palmas dos alunos e professores, porém Paul, Evie, Felix e Siobhan se recusaram a fazer o mesmo.
 

A ruiva tomou o microfone e começou um discurso possivelmente decorado.
 

- Obrigada, Leekie. Bem, é com um enorme prazer que eu aceito esse cargo, honrando o nome da minha mãe, que Deus a tenha, Susan Duncan. Ela foi uma mulher extremamente importante na história dessa instituição, e eu não poderia estar mais feliz.
 

Enquanto ela ainda era aplaudida pelos alunos das duas instituições, eu só conseguia ouvir comentários vindos da mesa em que eu estava. Coisas como: “Susan estaria morrendo de vergonha” ou “Eu não acredito que Aldous fez isso.”

Assim que a música continuou a tocar, Delphine fez um sinal apontando para o lado de fora do espaço. Era a hora de me despedir de todos com a desculpa de uma dor de cabeça, e enquanto Delphine, ela não precisou dar desculpa alguma, simplesmente saiu do ambiente. Em uma mistura de sensações parece que a entrada de Rachel na instituição havia sido no momento perfeito.

Peguei minha mochila na recepção do ambiente, e segui a passos largos para o estacionamento escuro. Se toda a escola não fosse cercada por seguranças, com certeza, eu estaria com medo de ir até o local. Pude ver a silhueta de Delphine de longe, ela já não estava com a saia de tule, a parte de baixo da sua roupa agora era uma calça preta de cintura alta e tecido fino. E seu cabelo estava solto com vários cachos  Seu sorriso, assim como o meu se abriu. Apesar de ser apenas um dia, Delphine Cormier e eu, Cosima Niehaus, ficaríamos um tempo sozinhas e longe de todo aquele ambiente escolar.