1. Spirit Fanfics >
  2. Closer >
  3. Ensaio

História Closer - Ensaio


Escrita por: Rose_Quartz

Notas do Autor


Opa, já que o mundo não acabou, que tal uma atualizaçãozinha esperta?

CONSEGUI FINDAR O CAPÍTULO PRA HOJE AAAAAAAAA

Inclusive, fiz bem grandinho. Vocês merecem, né? Mesmo depois daqueles dois capítulos GIGANTES kkkkkkkkkkk Agora tem mais um ♥

Ilustrei um dos meus momentos prediletos desse capítulo e deixei o link da imagem lá nas notas finais, viu? Espero que gostem!

Já sabem como funciona o esquema do dueto, né? Itálico = Sakura/ Negrito = Parceiro/ Itálico e negrito = ambos. Já deu pra pegar, certo?

Sem mais enrolações, fiquem com mais um capítulo de Closer.

Tenham uma boa leitura ♥

Capítulo 26 - Ensaio


Fanfic / Fanfiction Closer - Ensaio

Era amargo.

O gosto daquele café era terrivelmente amargo.

Sakura gostava de seu café forte e doce.

Bom, ao menos estava forte. Naquilo Sasuke havia acertado.

Mas, pelo visto, ele havia se esquecido de onde estava o açúcar da casa.

Fez uma careta horrível e, junto dela, uma nota mental. Jamais tomaria o café de Sasuke novamente. Por mais que estivesse esgotada e atrasada, por mais que não desse tempo de passar um bom café, por mais que todos os sinais do universo gritassem “Ei, Sakura! Beba daquele café que Sasuke fez noite passada. Está prontinho ali na garrafa térmica em cima da mesa!”.

Ela não beberia.

Olhou para os 450 ml de café fumegante dentro de seu copo térmico e suspirou. Seria um desperdício jogar tudo aquilo fora.

— Não tenho tempo pra pegar um sachê de açúcar na lanchonete… — respirou fundo e tomou outra golada, sentindo os olhos marejarem.

Era pior que água-ardente descendo pela garganta.

Como diabos Sasuke bebia aquilo?

— Sakura — ouviu Ino batendo no vidro. — Vamos! Anda logo — ela estava estranhamente animada.

Mais que depressa, Sakura desceu do carro. As mãos se atrapalhavam com as tarefas de segurar livros, a bolsa e o copo de café que mais parecia veneno.

— Ino, me ajuda — a amiga tomou o copo de suas mãos e esperou que Sakura se ajeitasse.

— Hm, que cheirinho bom… — inalou o aroma do café enquanto andavam para a entrada da instituição. — Posso provar?

Sakura mal teve tempo de avisar. Ino já estava virando o líquido amargo goela abaixo.

— Mãe de Deus — tossiu com força. — Desaprendeu a fazer café, maldita? — entregou o copo para Sakura novamente.

— Esse café não é meu. É do Sasuke. Ele só toma café preto e sem açúcar.

— Deus que me livre! Como você conseguiu beijar aquela boca amarga duas vezes? — Sakura riu, balançando a cabeça. — Enfim, preciso te contar uma coisa — pararam pouco antes de entrarem na sala de aula.

Sakura olhou lá dentro. Nenhum professor e não havia soado sinal algum. Certo, tinha uns minutinhos.

— Fala.

— Eu decidi o que vou fazer — Ino mal se continha dentro de si — Adivinha o que vai ser!

— Eu não s-

— Começa com “M” e termina com “oda” — mordeu os lábios. — Droga, estraguei a surpresa.

— Ino, isso é maravilhoso — Sakura sorria de orelha a orelha. — Meu Deus, finalmente!

— Pois é. Eu pesquisei horrores, você sabe. Esse é o curso pra mim, Sakura. Eu sei disso — os olhos brilhavam.

— Eu fico tão feliz por você, Porca — apertou-lhe o nariz e a puxou para dentro da sala.

— E você? Quando vai assumir que não quer ser médica? — encrespou as sobrancelhas quando Sakura parou bruscamente no meio do caminho, fazendo-a cair em sua cadeira dura.

— Que besteira, Ino. É claro que quero. Esse é meu sonho — falava mais para si mesma.

— Não é preciso de muito pra saber o que você quer fazer pro resto da sua vida, Sakura — Ino suspirou e começou a ajeitar seus materiais quando o professor passou por elas. — Seus olhos brilham por um “M”, mas é o “M” de “Música”.

Sakura queria mesmo poder rebater aquilo, mas não o fez. Primeiro porque o professor pôs ordem na classe e segundo porque, bem, o que diria?

Sakura se permitiu relaxar sobre o encosto da cadeira quando percebeu que Ino já não mais a olhava de esguelha.

Era sexta e só Deus sabia como as aulas de sexta eram insuportavelmente longas.

Porém, naquele dia em especial, tudo passou num piscar de olhos.

Sakura logo estava voltando para casa. O rosto cansado, as olheiras visíveis e o copo de café amargo e frio ao seu lado.

Estava um caco. Queria tomar banho e cair na cama até a hora do ensaio.

Ah, é. Ensaio… 

Mais um show havia surgido para os rapazes e ela fora requisitada. Tocariam no Festival de Música da cidade em alguns dias, o que era realmente importante. Para uma bandinha de garagem, o Festival da cidade — daquela em especial — era quase como um sonho americano. Era a promessa de que, com toda certeza, decolariam e só voariam mais alto dali pra frente. Promoviam o evento todos os anos e, pelo visto, naquele ano em especial, seria muito movimentado.

Akatsuki também estaria lá. Ela soube. O cachê era alto, mas ela jamais pediria que fosse cogitada na divisão. Apenas dava apoio aos garotos quando necessário. Não era um membro real da banda. Estava ali apenas por eles e pela sua paixão arrebatadora pela música.

Sabia que todos eles estavam ensaiando desde que foram chamados, porém, com os horários divergentes, Sakura apenas poderia ensaiar junto deles nos fins de semana.

No entanto, não era realmente um problema. Sakura também ensaiava sozinha. Ensaiava até demais.

Saiu do carro e abriu a porta já se imaginando enrolada em seus lençóis e dormindo até meia-noite.

— Hoje eu vou por o sono em d… — congelou diante do que via.

Ao adentrar a sala, se deparou com a porta da cozinha aberta. Dentro dela, os três indivíduos que dividiam o teto consigo aprontavam alguma coisa.

Aproximou-se mais até sentir o cheiro maravilhoso que vinha de lá.

— Ah, Sakura! Chegou cedo! — Naruto virou com seu sorriso contagiante.

Trajava um avental na cintura com os dizeres “beije o cozinheiro”. A camisa laranja tinha uma mancha mais avermelhada. Exalava um cheiro forte de temperos e tinha uma das bochechas suja de molho.

— Ela chegou no horário de sempre. A diferença é que não estamos dormindo — Gaara debochou enquanto descascava e picava um punhado de pêssegos.

— Vocês estão cozinhando? — Sakura estava quase chocada.

— Achou que vivíamos de comida congelada e pizza antes de chegar? — Gaara a olhou. — Também sabemos ligar um fogão.

— O problema é que nossa massa cinza e sem gosto jamais se compararia com suas obras da culinária, Sakurinha — Naruto foi chegando perto, todo faceiro. Queria lhe dar um beijo estalado na face.

— Então tiraram proveito da minha boa vontade na cozinha? — rindo, Sakura pegou um pano de prato que estava pendurado na cadeira e limpou o rosto sujo do amigo. — O que estão aprontando aí e por que está cheirando tão bem?

— Eu tô fazendo macarronada — Naruto disse todo orgulhoso.

— Eu realmente não sei cozinhar. Fiquei incumbido de providenciar a bebida — Gaara já quase terminava seu trabalho.

— Cadê o Sasuke? — Sakura o procurou pela cozinha.

— Com licença, com licença — ele entrou no cômodo muito sério, mas estava difícil não achá-lo minimamente cômico.

Se o aventalzinho de colo de Naruto era ridículo, o avental de corpo inteiro de Sasuke era ainda pior. E, como se não bastasse, ele ainda pegou um par de luvas térmicas enormes e as calçou, indo direto pro forno.

— Sai da frente, Naruto — empurrou o amigo que xingou baixinho. — Já está quase pronto. — conferiu. — Espero que gostem de almôndegas. Modéstia à parte, serão as melhores que comerão em toda a existência!

— O Sasuke só sabe fazer almôndega — Naruto riu.

— Sim, é verdade, mas com essas belezas, eu não preciso saber fazer mais nada — abriu o forno, todo convencido. — Agora é só por o queijo e esperar gratinar — analisava as bolotas de carne com afinco.

— Sakura, deixe os manés cozinhando e vá descansar — Gaara sugeriu.

— É verdade. Você merece. Depois de tudo que vem fazendo por nós… — Naruto coçou a nuca com a mão que segurava a colher de pau.

Terminou com molho no ombro.

— Por que estão me paparicando? — cruzou os braços.

— A gente sabe como você está se esforçando pra nos ajudar, Sakura — Sasuke se levantou e fechou o forno. — Você ensaia quando não estamos, dedica um tempo que não tem a algo que nem deveria. Reconhecemos seus esforços — apoiou-se na pia.

— Somos muito gratos pelo que tem feito — Gaara foi procurar o liquidificador. — Além disso, estamos muito abusados.

— Terei que concordar — abriu um sorriso. — E de quem foi a ideia desse projeto de almoço?

— Minha, é óbvio — Naruto voltava a mexer o molho e chutar Sasuke para longe do fogão.

Sakura balançou a cabeça ainda sorrindo e os deixou para trás. Um banho mais que merecido a esperava.

Depois de já estar confortável, pensou em se deitar apenas por alguns segundinhos antes de checar se tudo estava pronto no andar de baixo.

Aqueles garotos andavam muito prestativos. Estava claro para Sakura que eles a estavam bajulando por pensarem ser um grande abuso usá-la tanto em suas apresentações. Principalmente as mais importantes ou melhores.

— É bom que continuem assim — sussurrou para si mesma e jogou um braço sobre os olhos, os fechando e rindo baixinho. — Meu Deus, que sono… — pensou no almoço que a esperava. — Só um cochilinho de dez minutos… — fechou os olhos.

Contudo, eles não permaneceram fechados por muito tempo.

O barulho de panelas caindo que saía da cozinha junto do berro de Naruto fora alto o suficiente para ouvir do segundo piso.

Alarmada, Sakura levantou-se mais que depressa e desceu as escadas aos tropeços.

Se a visão dos rapazes cozinhando a tinha impressionado, Sakura não tinha nem palavras para o que aquilo estava fazendo com sua mente.

Naruto estava trepado em cima da cadeira, balançando a colher de pau e respingando molho pelo chão. Gaara estava com as pernas suspensas no ar e seu olhar apavorado era quase cômico. E Sasuke permanecia ali, no meio da cozinha, analisando tudo ao seu redor com olhos de águia e uma posição de defesa.

Enquanto a mão esquerda seguia enluvada e segurando a forma metálica com as apetitosas almôndegas, a direita se agarrava furiosamente a uma vassoura. O olhar assassino fazia Sakura ter uma breve ideia do que se passava ali.

— Sasuke, põe logo esse caralho pra fora! — Gaara pediu com a voz alterada. Seu semblante era de pânico.

— Porra, esse bicho é enorme! — Naruto esperneava.

— Calem as malditas bocas, seus maricas! Se não fizerem silêncio, o rato vai… — não pôde terminar.

A ratazana passou pelos seus pés, esfregando o longo rabo rosado pelos dedos de Sasuke e sumindo atrás do fogão.

O grito estridente que o Uchiha soltou poderia ensurdecer qualquer um naquela casa.

Berrou o mais alto e agudo que conseguiu e, no desespero, soltou a vassoura e o refratário com as suculentas bolas de carne. O pavor era tão grande, que, por impulso, correu para perto dos outros rapazes e deu uma breve escorregada no molho antes de se sentar depressa sobre a mesa.

— Ah, minhas almôndegas — lamentou ao ver seu trabalho duro ali no chão, espalhado em uma poça de queijo e molho de tomate.

— Por Deus! O que aconteceu aqui?

— Sakura, você viu o tamanho daquele bicho? — Gaara seguia em pânico.

— Mata! — Naruto suava.

Sasuke nem mesmo se dignou a falar algo. O coração estava na boca e os olhos arregalados denunciavam seu estado.

Sakura respirou fundo. Era inacreditável! Três marmanjos fugindo de um rato.

Pegou a vassoura caída e, depois de lançar um olhar duro para os três bobalhões amontoados no canto mais distante do cômodo, foi com calma até a porta que dava acesso à lavanderia e, consequentemente, à parte de trás do sobrado. Deu dois tapas no fogão até o rato se mostrar e, com a vassoura, o espantou para fora.

Ouviu três suspiros de alívio quando fechou a porta.

Virou-se e admirou a bagunça. O chão estava completamente sujo de molho, queijo e carne, além de uma bela derrapada seguida por pegadas de Sasuke.

Mirou os patetas que desmancharam os sorrisos assim que viram a carranca de Sakura.

— Eu vou subir, pedir uma pizza e, antes que ela chegue, quero essa cozinha limpa. Fui clara? — as mãos na cintura, o rosto zangado e as narinas dilatadas fizeram com que concordassem imediatamente.

Então Sakura desfez a pose agressiva, cruzou os braços sobre o peito e soltou o riso mais debochado de sua vida.

— Eu não sabia que atingia notas tão altas, Sasuke. Vou te passar uma lista ótima de músicas pro próximo show. Gosta de Mariah? — arqueou as sobrancelhas com o sorrisinho na cara.

Gaara e Naruto olharam para Sasuke e o encontraram com a cara de poucos amigos de sempre.

Caíram na risada. Gaara até tentou disfarçar, mas o amigo realmente havia arrasado no grito.

— Nossa, vocês são engraçados pra caralho — fingiu uma gargalhada seca. — Fui o único que tentou pegar o rato, seus bostinhas. As princesas ficaram aí, em cima das cadeiras e se borrando de medo.

— Você quase chorou! — Naruto mal controlava os músculos faciais.

— Você viu o tamanho daquela praga? — defendeu-se. — Queria só ver se fosse em seus pés que aquele trambolho nojento se esfregasse!

— Naruto choraria até semana que vem! — Gaara riu.

— Como se você não fosse chorar o mês inteiro — Naruto disse e ele parou de rir.

— Não tem graça.

Sakura simplesmente saiu da cozinha e, antes de fechar a porta, puderam ouvir seu berro:

— Limpem a cozinha!

— ὡѼὠ —

A Garagem de Neji parecia maior do que Sakura se lembrava. Os rapazes haviam montado os equipamentos há uns minutos e aproveitavam um tempinho antes de começarem o ensaio para beberem algumas cervejas.

As garotas também estavam lá. Todas se apertavam no sofá.

Sakura sentia-se desconfortável. Não pelo espaço. Não pelas pessoas. Não pela conversa.

Era pela ansiedade.

Ensaiaria pela primeira vez com os rapazes e aquilo a deixava de estômago embrulhado. Queria que tudo saísse o mais perfeito possível e se esforçaria pra isso.

Estava quieta e calada demais.

Uma Sakura calada era sinônimo de que algo não estava bem. E Sasuke percebeu isso. Ao findar sua última garrafa, levantou-se do banquinho onde estava e puxou a gola de Naruto.

— Vamos começar logo, sim? — todos assentiram. — Vamos com a terceira música da setlist. Acho que está muito grave pra Sakura. Poderíamos treiná-la meio tom acima… — ele mexia nas cordas de sua preciosa guitarra.

— De acordo, Sakura? — Neji perguntou e ela assentiu, buscando em sua memória qual era a terceira música.

Posicionaram-se e não demoraram a começar. Ino, Tenten e Hinata curtiam o som. Trocavam palavras vez ou outra. Quando terminaram, elas aplaudiram com louvor.

Havia ficado maravilhoso.

— Certo, acho que essa está ok. Podíamos passar para a sétim… — Neji foi cortado.

— Vamos de novo — Sakura disse e se voltou para o microfone, respirando fundo.

— O quê? Por quê? — Naruto cruzou os braços. — Sakura, ficou incrível!

— Eu errei — disse baixinho.

— Hã?

— Eu errei! Eu errei a letra, perdi o fôlego na metade de uma palavra! Preciso ensaiá-la mais de uma vez — todos se olharam.

O que estava acontecendo?

— Tudo bem, do começo — Gaara suspirou e puxou mais uma vez a música.

Não conseguiram terminá-la daquela vez. Sakura parou no meio da letra e pediu para recomeçar, alegando ter perdido o ritmo. Na terceira tentativa, ela perdeu a hora de entrar. Na quarta, não houve reclamação, mas ela quis repassar de novo, só pra garantir. Quando já estavam no fim da quinta vez, ela sentou no chão, derrotada.

— Nossa, essa foi a melhor! Sem sombra de dúvidas — Tenten tentou contornar a situação.

— Fui péssima — Sakura sussurrou.

— Sakura, deixa disso. Ficou perfeito — Gaara andou alguns passos, pronto para tocá-la no ombro.

— Não! — virou-se de repente, levantando-se com fúria. — Ficou uma porcaria! Eu não consigo seguir as batidas, estou errando a letra. E se isso acontece no palco? — o rosto estava vermelho.

— Sakura, já repetimos a mesma música cinco vezes, não acho que seja necessário — Neji tentou acalmá-la. — Além disso, já treinamos muito. Só precisamos ajustar sua voz à melodia e tudo correrá perfeitamente bem.

Sakura soltou uma risada pelo nariz em clara descrença.

— Qual o seu problema? — Sasuke não desviou o olhar das cordas de sua guitarra para olhá-la. — Estamos bem. Você estava bem. A música estava boa na primeira vez.

— Estava um lixo! — quase berrou e, no mesmo instante, se repreendeu, levando a mão à boca. — Eu… Perdão, não quis gritar. Eu… Eu vou pegar uma cerveja — e, de olhos baixos, correu para dentro da casa, indo para a cozinha.

Na garagem, permaneciam todos mudos. O clima pesava. Estavam todos chocados com aquele comportamento vindo de Sakura. Sabiam que ela tinha lá seus momentos, mas aquilo?

Os rapazes estavam perdidos. Karin nunca dava surtos quando as músicas ficavam ruins ou mal tocadas. A relação dela com a banda era até muito pacífica.

— Eu vou lá falar com ela — Hinata ameaçou se levantar, mas Ino a impediu.

— Não, eu vou — Sasuke se levantou apressado.

Andou a passos largos até alcançar a cozinha e viu Sakura sentada sobre a bancada de mármore dos Hyuuga. Ao seu lado, uma garrafa de cerveja descansava. Permanecia fechada. Sasuke nem mesmo tinha certeza se era uma cerveja. Tudo estava escuro, Sakura não havia acendido as luzes.

Estava ali. Sentada, calada, com as pernas balançando enquanto os olhos observavam um ponto fixo na parede ao seu lado.

Sasuke enfiou as mãos nos bolsos e se aproximou, suspirando. Torcia para que ela dissesse algo antes dele. Não era muito bom que ele começasse um diálogo.

Na verdade, nem mesmo sabia por que havia se oferecido para buscá-la.

— Desculpe ter gritado — ele vibrou internamente quando ela foi a primeira a se pronunciar — Vocês estavam ótimos. Eu é que fui uma estúpida.

— É verdade — Sakura aproveitou a proximidade para acertá-lo no joelho com o pé .— Ai!

— Essa é a hora em que você diz que eu não fui estúpida.

— Sakura, você não foi estúpida. Você foi tonta — deu de ombros.

— Obrigada pela parte que me toca. Não poderiam mandar ninguém melhor para me consolar — a voz banhada em sarcasmo o fez dar um risinho.

— Você foi tonta por não perceber como estava maravilhosa.

— Eu não posso, Sasuke. Isso está fora de controle. O show será a céu aberto e estará lotado. E se eu estragar tudo pra vocês? Não é uma apresentação qualquer. Não é um barzinho. É um festival prestigiado. Toda a cidade estará lá. Por que vocês não estão nervosos? E se algo der errado? E se… — foi calada.

Com um beijo.

Os lábios que se grudaram aos seus vieram tão repentinamente que achou que seus dentes se chocariam antes que o beijo pudesse começar, mas não aconteceu. Foi tão macio e gentil que pareceu planejado.

Beijar Sasuke sempre a deixava aérea e leve. Sentia um arrepio gostoso pelo corpo e a cabeça flutuava.

Aquele beijo, o terceiro, não se demorou como os outros. Eles não pararam para provar dos sabores, para apreciar os toques, para perceber os cheiros. Foi rápido e delicado. Cinco segundos depois, já haviam se separado.

O beijo não havia sido intenso. Havia sido íntimo.

— Você pensa demais, Sakura — segredou contra o rosto ainda próximo dela.

Sua mão esquerda subiu pela bochecha dela e afastou algumas mechas rosadas dali.

— Por que fica me beijando do nada? — encrespou as sobrancelhas como se realmente estivesse brava. Mas não estava.

— Pra te fazer fechar esse bico. Você fala mais que o homem da cobra — riu e passou a mão pela garrafa de cerveja ao lado de Sakura, a abrindo. — E, também, pra te distrair um pouco... — tomou um gole generoso.

— Ora… Então pare com isso — sentiu o rosto esquentar e agradeceu aos céus por estar tudo escuro.

— Não está mais pensando no show, não é? — ela parou alguns segundos. — Tsc, devia me agradecer — outro gole e viu quando ela mordeu o lábio com certo receio. — Sakura, nós sabemos como essa apresentação será importante. Acredite. Mas que graça teria se… — parou de repente e suspirou. — Olha, você gosta da nossa música?

— Eu amo ela. Vocês são tão talentosos...

— Sabe por que ela é boa? Porque ela é um prazer, não uma obrigação — voltou a esconder uma das mãos no bolso. A outra permaneceu com a cerveja.

— Eu… 

— Vem — virou-se e esperou que ela descesse e ficasse ao seu lado. — Vamos terminar o ensaio.

— Não — ela negou com um sorriso travesso. — Vamos nos “divertir”.

— Ah, certo — Sasuke riu baixo. — Acho que sei o que fazer.

Quando despontaram na garagem, Sakura sentiu-se extremamente envergonhada. Porém, felizmente, todos os sorrisos direcionados a si eram compreensivos e amistosos. Tudo parecia estar muito bem.

— Sakura só está precisando se divertir um pouco. Vamos passar a quarta música, então. — ajeitou a guitarra. — Em um dueto.

— Ah, é disso que eu tô falando, baby! — Ino comemorou e, com a movimentação, fez Hinata derrubar um bom gole de sua cerveja.

— 5, 6, 7, 8 — Naruto bateu as baquetas e puxou a introdução.

Tenten só faltou berrar ao ouvir o início de Bohemian Like You, dos The Dandy Warhols.

Sasuke empurrou a guitarra para trás do corpo e agarrou dois microfones. Sabia que a Haruno ainda estava com um pé atrás com aquela maldita insegurança. Nada mais justo que mostrar a ela como se divertir com aquela música.

Como se estivesse atuando, encostou-se à parede ao lado dela e fez pose de galã, passando a mão pelos cabelos e soerguendo uma sobrancelha. Era hora do show.

 

Você tem um belo carro

O que há de errado com ele hoje?

Eu costumava ter um também

Talvez eu vá dar uma olhada

Eu realmente amo o seu penteado

Fico feliz que você goste do meu também

Tá vendo, estamos com um estilo bem legal

Nós vamos pegar você

 

Estendeu o outro microfone à Sakura e ela o pegou sem pestanejar. As batidas animadas e os sorrisos contagiantes de todos ali só colaboravam para a energia que fluía ser ainda melhor.

Resolveu entrar no joguinho de Sasuke. Apoiou-se também e passou a brincar com os cabelos, como se realmente estivesse flertando.

 

Então, o que você faz?

Oh, sim, eu sirvo mesas também

Não, eu não ouvi a sua banda

Porque vocês são bem novos

Mas se você curte comida vegetariana

Bem, venha ao meu trabalho

Vou mandar cozinharem algo para você

Que você realmente ame

 

E então, juntos, quase berrando um na cara do outro, começaram o refrão. Sakura tratava de destoar mais para o agudo, enquanto Sasuke se mantinha fiel ao tom original. Hinata e Ino já estavam em pé, dançando e tentando puxar Tenten, que acompanhava com palmas.

 

Porque eu gosto de você

Sim, eu gosto de você

E eu estou me sentindo tão boêmio quanto você

Sim, eu gosto de você

Sim, eu gosto de você

E eu me sinto... Whoahoa whoo!

 

Espere

Quem é esse cara no seu apartamento?

Ele está parecendo meio... (chateado)

Sim, vocês terminaram, isso é muito ruim

Eu acho que é justo se ele sempre paga o aluguel

E que não reclame sobre

Dormir no sofá quando eu estiver lá

 

Virando e jogando o cabelo para trás, Sakura andou divertida até as garotas e se juntou a elas na dança descoordenada. O que deixava aquilo algo lindo de se ver, eram os sorrisos de pura diversão.

 

Estou ficando sábio e estou me sentindo tão boêmio quanto você

É você que eu quero, então por favor

Apenas uma coisa fácil casual

É isso e eu gosto de você

Sim, eu gosto de você

Eu gosto de você (x7)

E eu me sinto... Whoo-hoo-ooo

 

Sakura jogou-se no sofá, rindo gostoso. Hinata e Tenten caíram ao seu lado e Ino, pulou por cima de todas elas.

Em questão de segundos, Naruto também saía de seu posto na bateria e se esparramava sobre elas, arrancando mais gargalhadas.

De seu lugar, Sasuke observava tudo rindo. Rindo muito. Rindo de verdade. Um riso genuíno. Desses onde vemos a boca escancarada e os dentes aparecendo.

E, quando Sakura recuperou o fôlego e conseguiu focar a visão nele, sentiu seu estômago se embrulhar e as bochechas corarem.

Sasuke tinha covinhas. As covinhas mais lindas que já vira.


Notas Finais


Música:

Bohemian Like You - TDW: https://www.youtube.com/watch?v=CU3mc0yvRNkm (Amo essa música. Ouçam, é muito divertida!)

ILUSTRAÇÃOZINHA EXTRA (kkkkkkkkkkk não é do beijo, viu?): https://i.imgur.com/sBqrZgS.jpg

EU TAVA COM ESSA CENA DO RATO NA COZINHA NA MINHA CABEÇA HÁ MUITO TEMPO, VOCÊS NÃO TÊM NOÇÃO KKKKKKKKKKKKKKK Como é bom postá-la aaaaaaaaaaa

TEVE BEIJO, SENHORAS E SENHORES. BEIJOOOOOOOO AAAAAAAAAAAAA

Gente, um negócio sério agora, rapidão. Minha meta de palavras por capítulo era de 2.500 a 3.500 com uma margem de 100 palavras de erro, algo por aí. MAS, CLARAMENTE, EU NÃO TENHO AUTOCONTROLE. Então estou mandando as minhas próprias regras pro espaço e vou escrevendo até onde der. Se sair com 1.000 ou 5.000, vou seguir o baile bem tranquila. Já diria Dua Lipa, né. Eu tenho novas regras rs.

O próximo ainda não começou a ser escrito, então posso demorar um pouquinho, ok? Por favor, não fiquem bravos se eu atrasar kkkkkkkkkkk Juro que posto mais cedo ou mais tarde, tá?

Espero do fundo do coração que tenham gostado! Mil beijos e até o próximo!


Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...