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História CN Beyond: Terrível - Reviravoltas Inesperadas


Escrita por: Primus7

Notas do Autor


Olá leitores! Esse é o último capitulo do enredo da história. Ou seja, até aqui é história em si. Contudo, haverá dois capítulos entras que estarei postando mais pro final do mês. Assim como em O Laboratório, eles serão como se fossem cenas pós créditos.
Esse capitulo será mais tranquilo e irá esclarecer algumas coisas e por fim finalizar a origem de Billy e Mandy nesse universo.
Espero que tenham gostado da história e não deixem de comentar e dar a sua opinião. Isso me ajuda muito.

Trilha sonora completa aqui: https://open.spotify.com/playlist/5jMHrEU2J5hHPNWNt2R2Hu?si=Vrwlw-FgQE-RiRuLZWrQLA

Capítulo 5 - Reviravoltas Inesperadas


Fanfic / Fanfiction CN Beyond: Terrível - Reviravoltas Inesperadas

Trilha sonora - Ghost Riders in the Sky - The Ventures

Devia ser umas cinco da manhã, o sol estava nascendo e dando seus primeiros resquícios de luz na Terra. O nosso quinteto de adolescentes peculiares andava pela estrada acompanhados pela morte ruma as suas casas. Sperg segurava sua ex-namorada nos ombros assobiando uma música aleatória que viera em sua cabeça. Pudim estava segurando sua boneca da “Sua Gatinha” tentando superar o seu recente trauma. Irwin bebia com um canudinho o sangue da cabeça arrancada de um dos bruxo que estava furada como se fosse um coco de praia. Já Billy, ficava cutucando o buraco de bala em sua cachola por pura diversão e como de costume não parava de tagarelar.

— Puro-Osso! Puro-Osso! Puro-Osso — Repita o garoto enquanto saltitava.

— O que é agora, Billy? — Resmungou o Ceifador.

— Quantos vezes eu morri e voltei a vida? — Perguntou o garoto idiota.

— Quarenta e Três, Billy! Quarenta e Três MALDITAS vezes! — Murmurou.

— Legal! Qual é record de vezes que alguém foi trazido de volta a vida?

— Um só, Billy. UMA SÓ!

— Legal! Estou quase lá! — Disse o rapaz demonstrando não entender absolutamente nada sobre números.

Mandy começou a se incomodar muito com a falta de higiene de Billy em ficar ponto o dedo toda hora no buraco daquele testa.

— Billy, se você não parar de enfiar o dedo nesse buraco eu juro que vou enfiar uma furadeira ai! — Avisou Mandy.

— Mas... é legal. Faz cócegas no cabeça.

Mandy olhou para Billy, mas não com raiva, com preocupação o que era raro. Ela tirou um lenço do bolso da calça e limpou o excesso do sangue que escorria do buraco de bala da testa do menino abobado.

— Billy, eu falo isso para o seu bem. Se ficar pondo o dedo ai, nunca vai cicatrizar. — Explicou Mandy com um tom suave e gentil enquanto limpava a ferida.

— Acha que vou perder meu cérebro? — Perguntou Billy.

— Billy... não pode perder o que não tem. — Brincou ela.

Por mais que Billy fosse burro como uma porta, irritante, tagarela, estupido e nojento, Mandy amava aquele bobalhão desgraçado. Apesar dos pesares, ele ainda era o seu irmãozinho. Essa situação toda fez parar refletir um pouco sobre si mesmo, de como ela era anos atrás o que se tornou hoje. Recordar o passado a faz perceber que havia mudado, mas não do jeito que esperava. Quando era criança e viu Billy morrer na sua frente, ela não sentiu nada. Agora, quando Nigel o baleou, ela apenas fingiu que não se importava, todavia, doeu como se fosse de verdade. Mesmo, sabendo que ele não iria morrer de verdade, ela sentiu algo. O que houve com ela? Estava ficando fraca? Estava amolecendo? Isso deveria acontecer? Ela se perguntou. Enquanto refletia algo veio a seus pensamentos. Começou a suspeitar de uma coisa que fez tudo se encaixar, estava na sua cara o tempo toda e ela nunca havia percebido antes. Quando concluiu perguntou-se como foi tão tola de não ter percebido antes. Ela ficou cega pela vitória que não percebeu uma coisa tão óbvia.

— Puro-Osso... — Chamou Mandy.

— O que foi agora garota?

— Lembra do nosso jogo de xadrez?

— Como eu poderia esquecer? — Ironizou Puro-Osso. — Foi esse maldito jogo que fez virar o seu servo e ter que lidar com suas tolices humanas pelo restos da minha existência.

— Lembra como eu derrotei você? — Indagou a garota. — Você me colocou em cheque e eu te matei com a minha rainha.

— Eu lembro...

— Você foi muito burro em fazer isso. Burro demais. — Acusou Mandy.  

— O que está insinuando, garota? Que eu deixei você ganhar? Parar virar seu servo e mentor eterno? Poupe-me, quem iria se submeter de proposito a isso? — Questionou o ceifador.

— Diga a verdade! — Ordenou Mandy para o seu servo.

Um curto silencio desconfortável se formou por alguns instantes onde se ouviu apenas o som de Irwin sugando seu elixir vermelho pelo canudinho e todos voltaram seus olhos ao ceifador. Logo, Puro-Osso começou a gargalhar sarcasticamente o que não era comum para tal criatura.

— Está bem, você me pegou. Eu deixei mesmo você me vencer. Está satisfeita?

Os olhar de Mandy se tornou agressivo e começou a ficar vermelha de raiva ao saber a verdade de seu servo.

— Por que você fez isso? Você é idiota por acaso? E aquele seu sonho idiota de ceifador de criar a vida? Você poderia ter a minha alma e criar a vida que tanto sonhava e agora se tornou meu servo para toda a sua existência. Diga-me, Puro-Osso, por que jogou fora tudo o que você queria assim? — Questionou Mandy que estava até chorando de raiva inconformada pela decisão estupida de seu servo.

— Quem disse que eu não consegui ter o que eu quero? Quando nos conhecemos, Mandy, você era uma criança morta por dentro. O único pedaço de sua alma estava nas mãos de um garoto que estava fadado a morrer naquele dia. Sua alma estava vazia, não me serviria de nada. Então, enquanto jogávamos, eu pensei: E se eu pudesse mudar isso? Eu se pudesse concertar a sua alma? Quando eu disse que o sonho de todo ceifador era criar a vida, não me referia apenas no sentido biológico. Você só tem uma alma quando tem uma vida e deu uma você. É que bons adultos fazem por suas crianças, elas dão vida a elas e passam a diante seu conhecimento. Sendo seu servo e mentor, eu poderia aos poucos te ajudar a te reconectar com sua humanidade, te ensinar valores e responsabilidades, te moldar e de te ajudar alcançar o seu verdadeiro potencial. Não percebe, Mandy? Eu te dei uma alma, eu te dei a vida. Você é a minha criança, Mandy.

A respiração da garota ficou acelerada e ela começou a lacrimejar de ódio e revolta ao saber toda verdade.

— Você me tornou fraca! — Reclamou. — Encheu a minha cabeça dessas bobagens. Esses sentimentos... me impedem de fazer o que for necessário. Eu tenho que ser forte... eu tenho que ser.

— — Pare de falar bobagens, garota! Acha que uma pessoa fraca faria o que fez com Nigel Planter? Não! Você é forte, Mandy. É forte porque eu lhe dei essa força. Você só sabe ver da perspectiva humana. Vocês, humanos, tendem a achar que suas almas, suas humanidades são descartáveis, prejudiciais ou que de alguma forma os enfraquece. Porém, acredite nas palavras vindas de um ser que não tem alma, essa é sua maior força! Eu não lhe dei apenas amor, Mandy. Eu lhe dei um ódio brutal tão forte quanto que está crescendo dentro de seu coração. Você tem trevas e luz dentro da sua alma. Isso te torna justa, lhe torna forte e lhe torna imprevisível. Se eu treinasse você, se eu te desse o meu poder sem te dar essa vida, você seria igual a todos os outros ceifadores sem almas, sem objetivos e sem nada a não ser sua existência.  Entretanto, com uma alma, você teria as trevas, a luz, o livre arbítrio e nunca poderia morrer ou cair no esquecimento. Seria um ser extraordinário. Isso é forte o suficiente para você? Eu sei que esses sentimentos machucam, mas, é isso que é estar vivo. Não lute mais com eles, deixe-os fluírem, pois eles irão te dar o que você tanto almeja. Anos atrás você era só uma criança vazia e solitária. Olhe para você agora, tem amigos, uma família, um proposito, e uma força destrutiva e impiedosa dentro de si que faz pessoas como Nigel Planter preferem encarar o castigo de Lúcifer a você. Isso, Mandy, é a vida. A vida que dei a você.

Mandy secou as lágrimas com um pano ficando calma e aceitando os fatos. Ela olhou para sua frente e viu um deslumbrante sol emergir no horizonte iluminando sua manhã. Era a coisa mais bonita que vira na vida e sentiu no seu coração que o céu era uma analogia sobre si mesma. Mundo precisava do terror da noite e do conforto do dia para funcionar. Se quisesse ser quem ela deseja ser um dia, teria que aprender a aceitar essa sua humanidade. Como o dia e a noite, o seu ódio brutal e prazeroso contra seus inimigos tinha que estar em equilíbrio com o amor que sente pelos seus amigos, mesmo que esse sentimento doesse seu coração. É assim que universo funcionava. Essa era quem ela é, é a vida que Puro-Osso havia lhe dado e, ironicamente, percebeu que estava satisfeita com isso. Essa sua nova vida é realmente cheia de surpresas e reviravoltas inesperadas.

— Se eu sou a sua criança... isso faz de você o meu pai? — Indagou a garota ao seu servo e mentor.

— Não necessariamente... acho que o termo “padrinho” é mais apropriado.

— Como naquela história dos Irmãos Grimm? Em que a morte se tornou padrinho de uma criança... — Comparou.

— É. Apesar que eu preferiria que você andasse com amigos menos patéticos e irritantes que esses daí. — Resmungou Puro-Osso.

— Alguém me chamou? — Disse Billy.

— Billy, você é o meu maior arrependimento. Eu sonho com o dia em que a Mandy se cansar de você e eu puder finalmente levar a sua alma desgraçada.  

— Eu sei que na verdade você me ama, amigão! — Brincou Billy.

— Amo a ideia de nunca mais olhar para esse teu narigão. — Declarou o ceifador sinistro.

Mandy deu uma leve risadinha da situação. Uma simples e meio tímida, mas, ainda uma risadinha. Eles eram perdedores, mas eram os seus perdedores, sua família e não queria mais esconder isso. O ato extraordinário o deixou todos os 5 chocados como se algo que não fosse possível tivesse acontecido.

— A Mandy deu risada, galera! — Apontou Irwin chocado.

— Bizarro! — Disse Sperg.

— Pensei que ela só fizesse isso quando faz alguém se fuder. — Afirmou Pudim e depois olhou para os lados de forma discreta e com desconfiança de tudo. — Ela fez alguém se fuder e eu não vi?

— Essa não! — Gritou Billy para o alto. — Fizemos a Mandy sorrir! Nós infringimos a ordem natural das coisas, o universo vai se desfazer!

Billy começou a ficar agitado e neurótico e correu do meio-fio da estrada para ficar bem no meio dela completamente alucinado e berrando de forma histérica, desatenta e amalucada.  Preocupada, Mandy alertou.

— Billy, não fica ai no meio da rua! Você pode acabar sendo...

Não deu nem tempo da menina dizer a frase completa que um caminhão veio e transformou seu amigo querido em um tomate atropelado. O sangue dele jorrou nos cincos deixando-os encharcados de vermelho por todo o corpo. Frustrado, Puro-Osso gritou:

— Puta Que Pariu! Agora são QUARENTA E QUATRO VEZES!!!

Fim?

Encerramento - Constantine Theme song - Bear McCreary


Notas Finais


[ Dicionário de Referencias, Easter Eggs e Curiosidades ]
1) Sua gatinha é uma boneca presente no universo do desenho, uma sátira a Hello Kitty e que Pudim ama muito.
2) Assim como no desenho Mandy é ambiciosa e anseia por ser alguém forte e poderosa no futuro.
3) Quando Mandy diz “vou enfiar uma furadeira ai!” é uma referência a episódio piloto da série “Trepanation of the Skull and You” feito por Maxwell Adam na faculdade. Nesse episódio que trás Billy e Mandy bem diferente do desenho original e que faz paródia de desenhos antigos, Mandy tenta convencer Billy que fazer uma trepanação no crânio (abrir um buraco) é bom e no final quando ele aceita fazer ela enfia uma furadeira na cabeça de Billy.
4) A história dos Irmãos Grimm “ O Padrinho Morte” é uma da inspirações para a história.
5) Quando Billy grita “Nós infringimos a ordem natural das coisas, o universo vai se desfazer” é uma referência ao episódio “My Fair Mandy” onde Mandy acaba sorrindo devido a um concurso de beleza e realmente faz que o universo seja desfeito. Quem grita a frase “Vocês mexeram na ordem natural das coisas” é o personagem Sir Raven. Esse foi um dos meus episódios favoritos da série.
6) O atropelamento do Billy no final e fiz inspirado nos finais dos filmes de Todo mundo em pânico.


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