1. Spirit Fanfics >
  2. Co-star >
  3. A primeira vez

História Co-star - A primeira vez


Escrita por: Icherie

Notas do Autor


Cheguei!!!

Consegui escrever esse capítulo hoje!

As coisas vão esquentar! 💥💥💥💥

Capítulo 16 - A primeira vez


Fanfic / Fanfiction Co-star - A primeira vez

Kit

 

— Nossa, como é bonito! — Emília disse impressionada.

 

Conversávamos sobre minha última viagem de férias. Tinha conhecido a Turquia, no intervalo entre alguns trabalhos no ano passado. Mostrava-lhe as fotos de meu passeio de balão, e da majestosa mesquita Aya Sofia.

 

— Eu adoraria tê-la levado comigo. — Falei sorrindo.

— Provavelmente, seríamos proibidos de voar nestas coisas. Somos muito perigosos juntos. — Ela disse brincando. 

 

Eu rir desse comentário. De fato, ter eu e Emília juntos era quase como manter explosivo e fogo num mesmo espaço. Estamos sempre prestes a acabar com tudo ao nosso redor.

 

— Quem disse que eu seria louco de levá-la num passeio de balão? — Comentei antes de olhar a garrafa de vinho.

— Não? — Ela disse sorrindo.

— Muito mais divertido andar nestas grutas. — Falei olhando-a. — Eu, você, os camelos e só.

 

Emília suspirou em resposta, depois mordeu seus lábios.

 

— Não sei porquê, mas sinto que poderia sofrer algum atentado neste seu programa divertido. — Ela falou irônica.

— Os camelos, realmente, podem ser perigosos.— Brinquei fazendo-a rir.

— Só os camelos? — Ela disse gargalhando. — Ah... você está muito bêbado.

— Somente eu? Olhe para você, Clarke. — Comentei fingindo indignação. 

 

Ela riu, depois olhou ao redor. O restaurante estava quase vazio. Já devia ser madrugada. Garoto dormia tranquilamente aos pés de Emília, comprovando quão tarde estava. Todavia, eu sentia uma necessidade de permanecer ali. Eu vivia um sonho, e não queria nunca acordar.

 

— Você já tirou a virgindade de alguém? — Emília falou do nada, quase fazendo-me engasgar com o restinho do vinho.

— O quê?! — Perguntei espantado.

— Foi o primeiro de alguém. — Ela disse descontraída. — Assim como o Anthony Bridgerton é o primeiro de Kate.

 

Ah... ela estava querendo conversar sobre nossas próximas cenas. 

 

— Já. — Respondi simplesmente.

 

Emília me olhava meio que querendo explicações. Não acredito que iríamos falar sobre isso. Não... por favor, vamos voltar a capadócia e camelos. 

 

— E como foi? — Ela insistiu.

 

Merda. Uma coisa que aprendi em experiência com mulheres é: nunca fale sobre outra que transou.  

 

“Seja sincero, Kit”. Sim... eu preciso ser honesto. 

 

— Eu tinha 17 anos. Ela 16. Não foi muito divertido. Estávamos bêbados e pouco lembro do que ocorreu. É isso. — Falei sem emoção.

— Coitada. — Ela disse com um suspiro.

— Coitada? Já pensou quantas desejariam dizer que conheceram o sexo comigo? — Falei debochado.

— Ah ah... o irresistível Kit Harington. — Emília falou irônica. 

— Tem gente que diria que sou mesmo. — Tentei brincar, mas estava claro que minha co-estrela estava com outra energia. 

 

Merda! Eu sabia: nunca falar de outra transa a mulher que você está paquerando.

 

— Eu a chamei de coitada porque não iria querer perder a virgindade bêbada e com alguém que não me amava. — Emília falou séria.

— E quem disse que eu não a amava? — Perguntei na defensiva.

— Se a amasse não teria tirado sua virgindade enquanto estava bêbada. — Ela respondeu-me no mesmo tom.

— Eu não fiz por mal. E... bem... sexo e amor não são a mesma coisa. — Falei sorrindo.

— Um é parte do outro. — Emília disse séria.

— Eu não acho. Sexo é algo momentâneo, de puro instinto e prazer. Já o amor é algo que dura a vida toda, e bem, faz você se sentir ridículo e ao mesmo tempo nas nuvens. — Eu disse pensativo.

 

 

Emília ficara me olhando por um tempo. Parecia avaliar o que eu disse. 

 

 

 

— Na verdade, pensando bem, eu não amava a garota e sim, transei com ela bêbada. Você está certa em achá-la uma coitada. Eu também me senti horrível depois do que fiz. E, juro, que nunca mais repeti. Tudo bem? — Falei colocando um final aquele início de discussão. 

— Acho que você conseguiu ser absorvido. — Emília disse atuando a perfeita juíza dos libertinos.

— Eu deveria fazer uma festa por isso? — Sorri satisfeito por voltarmos ao clima leve de antes.

— Não sei se em seu estado você conseguiria fazer uma festa. — Ela brincou, antes de beber o vinho, depois disse:

 

— E lá se vai a segunda garrafa. 

 

Sim. Concluímos duas garrafas do vinho. E, putz, sentia meu corpo flutuando, uma vez que bebi muito mais que minha acompanhante.

 

— Vamos pedir outra? — Brinquei.

— Ah... você precisa dormir, Harington! — Ela respondeu sorrindo. — Seu filho já está inclusive roncando aqui em baixo.

— Garoto não iria perder a oportunidade de dormir sentindo seu cheiro, Emília.  Já disse que ele lhe ama. — Respondi deixando-a levemente corada.

 

 

Foi, então, que a vi levantar-se. Não... não podia ser o fim de nossa noite. Eu precisava pensar em algo para mantê-la mais um pouco. Mas não conseguia pensar em nada, uma vez que minha mente estava muito dormente do álcool. 

 

 

— Você já vai? — Foi o que consegui dizer.

— Eu também preciso dormir. Amanhã é o casamento de Kate e Anthony. — Ela suspirou prevendo quão cansativo seriam as próximas cenas. 

— Sim... depois as núpcias. — Pensei alto. 

 

Emília me olhou com um sorriso tenso. É claro que ela também devia ter pensado o mesmo. Teríamos que gravar as núpcias de Kate a Anthony. Não que uma cena de sexo seja novidade entre nós dois, basta recordar os momentos de Jon e Daenerys. Contudo, esta será bem diferente de qualquer uma. Envolve não apenas paixão, mas descobertas e amor. 

 

— Está preocupada com essa cena? — Falei também ficando em pé.

— Um pouco. — Ela disse suspirando. — Nunca fiz uma personagem virgem, do século XVIII, descobrindo o sexo com um dos maiores pervertidos da época. 

— Será divertido e Anthony é um pervertido apaixonado. — Falei tentando fazê-la rir. 

— Mesmo assim ainda é tenso. — Ela falou olhando Garoto espreguiçando. 

— Jon e Daenerys eram bem mais simples, de certa forma. — Comentei fazendo-a me olhar.

 

Ela confirmou com um movimento leve com a cabeça. Depois, meio que me esperou falar com os garçons, antes de sairmos juntos do restaurante. 

 

 

 

Emília 

 

Seguíamos em silêncio até os elevadores. Apesar de não falarmos um com o outro em nossa caminhada, não havia qualquer desconforto entre eu e meu co-estrela. Na verdade, acho que conseguimos, finalmente, encontrar um ponto comum em nossos relacionamento. 

 

Embora nunca mais conseguiremos voltar ao modo Kit e Emília de Game of Thrones, gostei de como estávamos conseguindo lidar um com o outro, principalmente, como consegui suportar ficar tanto tempo perto dele sem pensar em toca-lo. 

 

— Seu quarto fica em qual andar? — Ouvi Kit falando logo que o elevador de serviços chegou.

 

Não pudemos usar o elevador social por causa do cachorro. Todavia, isso não era problema. Claro que o elevador de serviços era bem menor que o social. Ou seja, eu e Kit teríamos que ficar muito próximos. Bem... mas isso não é problema. Não... não é problema. 

 

— Estou no apartamento 601. — Falei observando-o apertar o número 6 e o 7

— 601. — Kit repetiu como se guardando em sua mente este número.

— É. — Suspirei, um pouco mais consciente de quão perto estávamos e do sorriso satisfeito no rosto do moreno.

 

Depois, o que se viu foi o silêncio. E, agora, o silêncio não era nem um pouco confortável! 

 

Kit não fazia nada além de fitar-me. Sua postura era de total confiança, e seus olhos me percorriam como se fosse um predador prestes a atacar. Eu sentia todo meu corpo tremer, ao passo que os andares iam aumentando no visor. 

 

3...4...5... 

 

— Pronto. — Falei soltando a respiração.

 

 

A porta do elevador abriu, mas minhas pernas pareciam congeladas sobre o olhar de Kit. Ah... merda... eu não sabia o que deveria fazer. Ou melhor, eu sabia que devia me despedir e agradecer pelo jantar, porém o meu corpo não queria me obedecer. Na verdade, cada uma de minhas células queriam tocar a pele de Harington e arrancar aquele sorriso sarcástico de seu rosto. 

 

A porta fechou novamente, e logo o 7 estava aparecendo na tela do elevador. Eu olhei o rosto do homem ao meu lado, ele estava sério dessa vez. Porém, quando notou-me observando-o, abriu um sorriso daqueles que me faz suspirar e esquecer tudo ao redor. Ah... e eu esqueci tudo! Esqueci aonde estávamos, quem éramos e quem fomos algum dia. Eu só conseguia lembrar da sensação inebriante daquela boca em meu pescoço.

 

Foi então que enlouqueci, completamente! E, merda... aquela Emília teimosa parecia em festa em minha mente. Sim... estou louca! 

 

Eu segurei a mão de Kit, fazendo-o soltar a corrente do cachorro. Ele me olhava com um misto de surpresa e diversão enquanto eu o pressionava contra a parede espelhada do elevador.

 

— O que fará comigo, Clarke. — Ele perguntou com um sorriso triunfante, abrindo os braços em defensiva.

 

Ah, puta merda, é um cretino! E se eu não estivesse tão excitada naquele momento, daria uma tapa neste rosto perfeito. Mas, não, eu o acariciei. Eu toquei seus lábios lentamente, fazendo-o fechar os olhos.

 

— Você me enlouqueceu, Kit. — Suspirei quando o senti aproximar-me ainda mais de seu corpo. 

— Perdão. — Ele respondeu ainda com os olhos vedados, antes de beijar a ponta de meus dedos.

— Isso é muito irônico. Eu e você num elevador. — Suspirei ainda o acariciando.

 

Kit não respondeu. Ele parecia completamente perdido sobre meus toques. Somente conseguia suspirar e apertar minha bunda. 

 

— Você também me enlouquece, Emília. — O ouvi sussurrar. 

— És o pior dos co-estrelas. — Falei descansando minha cabeça em seu ombro, e descendo minha mão por seu abdome.

— Você me tortura. — Ele falou com a voz arranhando. — Me leva à ponta do abismo, e pede que eu pule.

— Eu também estou neste abismo. E não quero cair. Não... — Falei quando o senti segurando minha nuca e acariciando meu rosto.

— Venha comigo, Emília. — Kit disse implorando. 

 

Não consegui emitir som. A forma que ele me olhava era demais para meu controle. Ali, dentro de um elevador, iniciei minha “queda” com Kit Harington. Balancei a cabeça em permissão a sabe lá o que que me pedira. Não estava mais raciocinando. Apenas o deixei guiar-me com uma mão em minha cintura por um longo corredor. Depois disso, só lembro de ter ouvido o clique da porta fechando, e o som de minha bolsa contra o chão. 

 

Eu cai. Na verdade... eu joguei corpo e alma neste abismo, sem medir as consequências.

 

 

——————

 

 

 

 

Kit mal tinha fechado a porta, e estava me colocando contra a parede. Ele prendia minhas mãos no alto, enquanto devorava a minha boca sem qualquer aviso. Eu gemia durante o beijo. Seu gosto era pura tentação misturada a vinho caro. E, céus, eu queria toca-lo. Queria sentir seus cabelos e os muitos músculos de seu corpo. Queria tirar suspiros daquela boca tentadora. Mas presa da forma que ele me mantinha, eu apenas conseguia gemer e implorar por mais de seu corpo.  

 

— Por favor, Kit..

— Ah...

 

Eu o sentia procurando uma forma de tirar-me daquele vestido. Ele estava impaciente, mas antes mesmo que me lembrasse como abrir o zíper, senti o frio tocar meu corpo quando o tecido escorreu até minha cintura. Ele não rasgou o vestido, não é? Porra rasgou. 

 

— Não acredito que...

 

Eu queria empurra-lo, e fazê-lo pagar por aquela obra cara. Mas, não consegui continuar meu escândalo. Kit me olhava  faminto. Eu quase o ouvi uivar por não haver sutiã, apenas meus peitos ali a sua frente. Ele parecia louco. Sim... muito mais que qualquer outra vez que o vi.

 

— O que foi? — Perguntei confusa. 

 

Não tive resposta. Ele simplesmente agachou-se e puxou o resto de meu vestido com muita força. Acho que gritei assustada, mas logo controlei-me ao vê-lo de joelhos há poucos centímetros de meu corpo. Kit fitava-me em pura adoração. Quase como se eu fosse um pedra preciosa. 

 

— Você é maravilhosa. — O ouvi dizer emocionado. 

 

Soltei o ar num suspiro. Kit estava me levando à loucura apenas com seu olhar. Que homem é esse, meu Deus?

 

Eu ainda mantinha os saltos e a calcinha. Mas não demorou para que ele estivesse segurando meu pé e desabotoando as sandálias com cuidado. Depois, começou a percorrer o meu corpo, de baixo para cima, com beijos.

 

— Nem imaginas quantas vezes desejei você assim. — Ele disse em meio aos beijos.

 

Eu estava escorada na parede, e segurava o trinco da porta como um apoio. Afinal, sentia que podia desabar há qualquer momento, uma vez que meus pés tremiam e minhas pernas pareciam gelatinas sobre a boca do Harington.

 

— Cheguei a sonhar com seu gosto. Eu sonhei com seus gemidos, e sua pele macia. — Kit disse tocando minha calcinha, ele ia deslizando-a lentamente.

— Mas... meu sonho nunca fora fiel à toda sua beleza. — Ele falou fazendo-me abrir as pernas um pouco mais, antes de roçar um dedo em minha abertura molhada.

 

Eu suspirava e tremia. Acho que se não fosse pela parede, eu já teria batido a cabeça no chão. E quando o senti penetrar-me com os dedos, foi quase impossível não deixar as pernas vacilarem um pouco.

 

— Porra... você está muito pronta. — Ele disse interrompendo seus movimentos antes que eu começasse a gritar. — E, eu ainda tenho muita roupa em meu corpo.

— Tira... tira tudo. — Falei quase com um gemido.

 

E, em claro desespero, ele começou a tirar suas roupas e sapatos. Logo, estava apenas de cuecas box. E, meu Deus, seu corpo era perfeito. Quase uma imagem de um daqueles deuses gregos. 

 

Eu queria muito arranhar aquele abdômen. Já estava indo até ele, quando o senti empurrar-me novamente contra a parede. Kit, agora, mordia meu pescoço, enquanto apertava uma de minhas mamas. Eu tentava tirar sua box. Precisava vê-lo por inteiro, assim como ele fez comigo.

 

— Calma. — Ele sussurrou ao meu ouvido, antes de afastar-se para tirar a cueca.

 

E lá estava Kit Harington, inteiramente nu e duro há poucos centímetros de meu corpo. 

 

Aí, meu Deus. O que é esse homem? 

 

 

Acho que falei meu pensamento alto, pois o vi gargalhar antes de começar uma nova onda de tortura em minha boca e seios. 

 

— Sabia que você ia gosta! — Ele disse lambendo minha orelha.

— Oh, Kit! — Gritei quando o senti tocar minha vagina.

— Milly... céus... eu preciso de você. — Ele disse nervoso. 

— Sim... por favor... — Suspirei.

 

Ainda estávamos em pé quando o senti levantar minha perna direita, prendendo-a em sua cintura. Depois, penetrou-me em um único movimento. Ele seguiu movendo-se lentamente. Segurava-me contra a parede, enquanto mantinha um ritmo quase constante. Eu, no entanto, só fazia grita e puxar seus cabelos. 

 

Porém, quando comecei a aproximar-me da onda de êxtase, acho que abri os braços, batendo forte contra a porta. Ao nosso lado havia uma espécie de cômoda. E.. bem... eu acho que empurrei alguns objetos no chão, talvez um frasco de desodorante e roupas. Sim... era um desodorante, tinha que ser um desodorante. 

 

De toda forma, mesmo com toda a barulheira das coisas caindo, misturadas aos meus gemidos, Kit não diminuiu. Ao contrário, suspendeu-me, encostando-me na porta do quarto. 

 

— Oh! — Eu gritei quando uma nova onda me atingia. 

 

Então, o senti perdendo o controle. Ele tremia e dava murros na porta, e logo estava derramando-se em meu interior. 

 

Respirávamos com dificuldade, ao passo que Kit me ajudava a descer. Depois, ele me abraçou contra a porta. Ficamos ali ouvindo nossa respiração e o som da chuva, perdidos no abismo que nos jogamos. 

 

Uma primeira vez que só acabara de mudar minha vida.

 

 

Kit — Dia seguinte.

 

 

Me mexi e logo estava abrindo os olhos sem compreender porque dormira olhando para o teto. Não era a minha forma preferida de dormir. Será que estava tão bêbado que simplesmente cai na cama? Depois, fui tomado por uma dor em meu braço esquerdo. Na verdade, eu sentia um formigamento na mão esquerda e um peso sobre o ombro. Que merda é essa?

 

Tentei mudar a posição, mas não consegui. Senti um doce aroma de lavanda encher minhas narinas. Foi então que olhei para meu lado esquerdo, e acho que meu coração parou. Era Emília Clarke quem prendia meu braço. Eu estou sonhando ou muito drogado?

 

Mas... não.... 

 

Lembrei todas as imagens da noite que tivemos. Na verdade, ainda consigo sentir o efeito das unhas de Emília contra minha nuca. Acho que também escuto seus gemidos, quando transamos pela segunda vez aqui nesta cama. 

 

Eu transei com Emília Clarke! Puta merda! Eu transei com a mulher de minha vida! 

 

Tentei puxar meu braço sem acorda-la. Infelizmente, a dor já passava do suportável. Então, com um movimento leve, a tirei de cima de meu corpo. Eu ainda estava procurando uma posição quando a senti abraçando-me. Aquilo quase me parou o coração uma segunda vez. 

 

Ela só parecia está me procurando em seu sono?

 

Emília estava tão aconchegada ao meu corpo, que seria quase impossível sair dali sem acorda-la. Era no mínimo divertido vê-la tão grudada a mim, quando até ontem pedia distância. Você me ama, Emília Clarke. Afinal, se não é por me amar tanto, qual a explicação para segurar-me com tanta força em seu sono. Ela me prendia quase possessivamente com uma das pernas, enquanto o seu braço direito rodeava meu tórax. 

 

Pelo menos, nesta nova posição, eu não sentia meu braço sofrer tanto. Havia, é claro, fios marrom roçando meu pescoço, e isso me dava um pouco de cócegas. Mas, aquele seu cheiro de lavanda era quase um calmante, e impedia-me de mudá-la de posição. Não resisti em enterrar meu nariz em seus cabelos. Queria guardar para sempre o seu aroma. Depois, pressionei beijos suaves em seu templo, deixando meus dedos percorrerem a pele lisa e nua de suas costas. 

 

Sim... estávamos nus. Lembro o momento exato que adormecemos. Foi logo depois do nosso terceiro tempo, quando eu deixei Emília me abraçar e brincar com meus cabelos, enquanto eu a cheirava e sorria. Ah... que noite! Que noite! 

 

Voltei a fechar os olhos. Ouvia as patas de Garoto percorrendo o quarto, mas ainda não era hora de largar esse paraíso. Logo, deixei-me envolver pelo calor de Emília e seu cheiro, e acho que voltei a dormir.

Contudo, não demorei a acordar. Um som horrívelmente alto saia de algum celular, enchendo meu quarto com músicas infantis. 

 

Aquilo parecia um carro de som. Meu Deus! 

 

Foi então que senti Emília mexendo. Ela abriu uma frecha dos olhos e fitou-me. Em seguida, abriu os olhos em choque. E logo estava pulando da cama, como se estivesse rodeada por baratas ou coisa pior. Não tive tempo nem de segura-la, quando a vi saltando e tropeçando sabe-se lá em que. Só sei que a vi caindo no chão.

 

— Merda! — Ela gritou.

 

Eu saí da cama e a olhei sentada no chão. Ela desvia ter tropeçado nos lençóis que a circundavam. 

 

— Está tudo bem? — Perguntei preocupado. 

 

Ela me olhou, depois virou o rosto nervosa, e disse:

 

— Kit! Por favor, cubra esse... ah... vista algo.

 

Eu não pude deixar de rir. Ela não podia está tímida depois de tudo o que fizemos na madrugada. Sim, podia. Afinal, porque cobriria o corpo com os lençóis jogados ao chão? 

 

— Oi. — Ela disse um suspiro logo que atendeu seu celular. 

 

Fiquei em silêncio, enquanto a observava balançar a cabeça. Olhei ao redor, e porra... o quarto estava um caos. Minhas roupas estavam misturadas as dela, assim como aos papéis do roteiro e minha bagagem. Garoto estava deitado no cantinho do quarto e me olhou como se dissesse: Eu não fiz isso. 

 

— É claro que não voltei para Londres. — Ouvi Emília dizer nervosa. — Onde estou? 

 

Ela me olhou parado próximo à varanda. Depois, cobriu o rosto e começou a sacudir a cabeça. Que diabos ela estava fazendo? 

 

— Estou no meu quarto. — Emília disse fazendo uma careta. 

 

Mas que mentira. Eu fui até ela com um sorriso, e a abracei pelas costas. A senti tremer. Será que ainda teríamos tempo para uma ducha juntos?

 

— Você está batendo em minha porta há quase duas horas?! O gerente do hotel abriu a porta com a chave de segurança... e... não me encontrou. — Ela falava tensa, fazendo-me parar qualquer brincadeira. 

— Eu sai logo cedo, Alice. Fui correr no parque. Estou aqui no jardim. — Ela disse olhando-me nervosa. 

— Está chovendo? Ah... sim... está chovendo. — Emília suspirou.

 

Eu já estava perdendo a paciência com aquilo, e puxei o celular da mão de Emília, e disse à Alice:

 

— Oi Alice. Aqui é o Kit. Tudo bem? 

 

Emília parecia que estava infartando. 

 

— Desculpa o estresse. Emília está aqui em meu quarto. Acordamos agora, na verdade. Daqui há pouco ela está voltando, ok? 

 

Falei isso observando a expressão arrasada de minha co-estrela. Emília estava vermelha. Meu Deus, ela ficava muito linda tímida. Olhando-a encolhida com meu cachorro aos seus pés, nunca diria que nesta madrugada quase me matou nesta cama. 

 

— Obrigado por lembrar das gravações. Sim... eu a aviso. — Falei antes de desligar o celular.

 

Em seguida olhei para Emília e falei:

 

— Pronto, ela não vai chamar a polícia.

 

 

— Meu Deus! — Emília disse colocando as mãos na cabeça. — Eu preciso me arrumar para as filmagens. 

— Eu também. — Falei indo até ela.

— Foi uma loucura o que fizemos. — Ela disse quando a segurei. 

— Sim... uma grande e deliciosa loucura. — Respondi puxando-a contra meu peito.

— Isso... isso... deve estar rolando nas conversas do elenco e produção. Alice... ela disse que Bill estava me procurando. E...

— Não quero saber. — Falei segurando-a pela nuca. 

— Eu preciso sair. — Emília dizia nervosa. — Estão falando do que fizemos... e.. 

— Eu não me importo. E juro que não a deixarei sair antes de beija-la novamente. 

 

Ela me olhou por alguns segundos. Eu vi o brilho em seus olhos verdes. Eu ainda a estava segurando quando a senti me puxando para um beijo. Emília quase me derrubou tamanha fora a força que usou para subir em meu corpo. Logo, os lençóis estavam escorrendo e eu já a acariciava as costas e cabelos. 

 

Emília me segurava quase em desespero. Na verdade, todo o seu beijo aprecia desesperado, como se ela precisasse de meus lábios nos seus para viver. E eu adorava vê-la assim. Sempre soube de sua energia, e isso me deixava ainda mais apaixonado. 

 

Ela é a mulher de minha vida! 

 

Então, quando precisamos para o beijo e respirar, ficamos nos decorando. Ela sorria discretamente, e acariciava meus cabelos. 

 

— Você é linda. — Sussurrei fazendo-a corar. 

 

Ela depois descansou a cabeça em meu peito, deixando-me abraçá-la.

 

— Como será nossas vidas agora, Kit? — Ela disse sem me olhar. 

— Da mesma forma que antes. — Respondi tranquilo. Emília me olhou por um tempo, parecia pensativa e depois disse tensa:

 

— Você teve um caso com Karen, e agora já está comigo. Isso... isso...

— A única que eu sempre quis foi você. Só você. — Falei tocando-lhe a bochecha.

 

Então, de repente a senti afastar-se. Ela parecia triste. Será que falei alguma besteira? 

 

— Eu... preciso ir, Kit. Temos muito o que fazer hoje. — Ela disse séria, fazendo-me soltá-la. 

— Sim. — Sussurrei.

 

Eu a ajudei a colocar seu vestido. Parte dele tinha rasgado durante minha euforia na madrugada. Coloquei um casaco em seu corpo, cobrindo-a quase por inteiro. Ainda a observei calçar suas sandálias e acariciar Garoto levemente.  Depois, ela me olhou com um sorriso que não atingiu seus olhos. 

 

Eu já tinha conseguido vestir a calça que usara ontem. Ela ficou por um tempo me encarando em silêncio, até que foi até a porta. 

 

— Adeus, Kit. — Emília falou sem emoção.

 

Aquilo me deu um pequeno aperto no peito. Não sei porquê, mas senti que ainda não alcancei o céu completamente. Afinal, hoje deveríamos passar o resto do dia neste quarto. Queria tomar banho com ela. Comer ao seu lado. E dormir novamente, para acordar fazendo amor. Sim... viveríamos neste quarto para sempre, se possível. 

 

— Adeus. — Falei observando-a seguir até o elevador.

 

 

Emília

 

 Acordei mais cedo hoje para encontrar-me nua com a mão sobre o peito de Kit. Meu co-estrela nunca foi de levantar cedo, na verdade. Recordo que quando dormimos juntos no passado, sempre era eu quem o sacudia para iniciar o dia. Hoje, portanto, não seria diferente. 

 

Fiquei olhando-o ressonar não sei por quantos minutos. Ele tinha a boca ligeiramente aberta, e estava com o rosto voltado para o meu. Seus cabelos caiam levemente em sua testa, e todas as suas expressões pareciam relaxadas. Kit, é de fato, um dos homens mais lindos do mundo, e seu rosto é perfeito. Não resisti em acariciar suas bochechas, e acho que perdi um pouco o ar quando percebi o canto de seus lábios ensaiar um sorriso. 

 

Sem entender muito porque fazia isso, aconcheguei-me mais ao corpo dele. Usei seu braço como meu travesseiro, e o abracei de forma protetora. Então, em uma névoa sonolenta, o beijei levemente nos lábios, ato que eu certamente nunca pensei ter coragem de fazer.

 

Lembro de ter ficado por alguns minutos observando sua barba crescendo, enquanto acompanhava o ritmo sincronizado de sua respiração.  Aquilo foi melhor que qualquer calmante, nem me dei conta que voltei ao sono profundo. Naquele momento, não éramos atores, cheios de conflitos e problemas no passado, mas, apenas um homem e uma mulher juntos na cama depois de uma noite de amor.

 

Sim... eu fiz amor nesta madrugada. Não há qualquer outra denominação ao que me manteve ocupada. Mesmo com todo o desejo mútuo, eu consegui sentir arder em meu peito algo quando Kit me olhava, e chamava-me de Mili em seu prazer. Alice estava certa quando disse que eu queria tudo isso. Na verdade, este sempre foi meu desejo mais secreto: ouvi-lo sussurrar o apelido carinhoso, que apenas ele usava comigo.

 

Suspirei encarando a porta de meu quarto. Lá estava o número 601 brilhando em dourado. Sabia que encontraria uma Alice extremamente nervosa. Eu vi que falta menos de 30 minutos para o início das gravações. O que posso fazer se aquilo que vivi fora bom demais para querer deixar? Não nego que ouvi meu telefone tocando algumas vezes, mas não tive coragem de levantar-me daquela bola que eu e Kit formávamos.

 

Não... eu queria continuar sentindo seu perfume amadeirado. Talvez, manter aquele aroma para sempre em meus pensamentos.

 

 

 

“A única que eu sempre quis foi você. Só você.”

 

 

Por que você tinha que dizer isso Kit? Mas que merda! Você estava transando, casando e amando outras mulheres em mais de 5 anos. Como pode dizer tamanha mentira? Você pode ter me desejado, mas, pelo visto, só passou de desejo. 

 

Como sou burra em ter deixando-me invadir por estes sentimentos, enquanto ela apenas transava. Sim... você apenas transava Kit Harington, e me fez cair em seu precipício, como a garota da qual falamos no restaurante.

 

 

— Minha nossa! — Alice falou quando finalmente tive coragem de abrir a porta. 

 

 

Devo estar horrível : cabelo bagunçado, vestido rasgado, maquiagem borrada e usando um casaco masculino. O casaco de Kit!

 

 

— Não diga... nada... — Falei tirando meus sapatos e correndo para o banheiro.

 


Notas Finais


O que acharam?

No próximo: Vida e arte se misturam


Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...