Nascemos em cima de seus pelos e nos maravilhamos como tudo é tão perfeito.
—Nós flutuamos! — dizia criança.
—Sim, aprendemos isso na sua idade. — outro mais velho respondeu lá de baixo, na raiz da pelagem do nosso coelho, do nosso universo.
—Como não saímos voando? — indagou novamente a criança.
—Por causa da gravidade. Ela nos mantém aqui. — falou o mais velho de modo irritante, aquelas perguntas o cansavam.
A criança murchou. A gravidade os deixava ali, e pronto. Tem tecnologia à vontade, era só viver.
A pequena pessoa decidiu descer de cima dos pelos, ficar no fundo como os outros e se acomodar. Era isso que todos faziam mesmo.
Ela iria fazer isso se uma voz não chamasse sua atenção ao dizer:
—Uma força invisível, posso dizer até sobrenatural, nos mantém presos aqui enquanto flutuamos nesse planeta... Isso é... Incrível. — um rapaz, que tinha mais idade que a criança, disse admirando o universo. Era um filósofo!
—Olhe, esse vampiro dessa série voa! — uma pessoa disse no fundo da pelagem do coelho.
—É verdade! Inacreditável! — outra comentou ao ver o programa.
—Agarrem-se aos pelos do coelho! Subam e veja como flutuamos! Olhem o nosso Universo!! — a pequena pessoa gritava para as pessoas do fundo.
—Quanta barulheira! —ouviu-se um resmungo.
—Vocês souberam que a princesa teve um bebê?!
—Mais um?!
E assim conversavam sem cessar.
—Eles se acomodaram. Para eles nada disso tem importância, virou natural algo tão surreal. — o filósofo disse entristecido para a pequena.
Subam... Vejam como flutuamos...
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