1. Spirit Fanfics >
  2. Coffee without sugar >
  3. Gelo.

História Coffee without sugar - Gelo.


Escrita por: Meikiwi

Capítulo 7 - Gelo.


CHILDE



Os fios dourados batiam contra a pele das bochechas coradas de Lumine, que mostravam descaradamente sua beleza mais pura em contraste com a lua no céu. Pude sentir um leve arrepio em vê-la dessa forma, na verdade estava genuinamente feliz por não ter rejeitado minha oferta de ajudá-la a superar aquele babaca. Não era como se Lumine fosse uma das piores companhias, muito pelo contrário, ela é perfeita e tem boas conversas. Me sinto mal por que desde o começo eu só queria algo casual entre nós dois, e olhe só...sou um namorado de mentirinha.

O pequeno corpo estremeceu com a brisa gelada assim que saímos da cafeteria, esperei pacientemente ela fechar a porta e ligar o alarme destravei as portas do meu jeep prateado e guiei ela até a porta do passageiro. Minutos depois o carro se encontrava em um completo silêncio confortável.

As ruas até a casa de Lumine eram estranhas e silenciosas, talvez pelo fato de terem fileiras e mais fileiras de lojas no percurso. Com certeza era uma localização comercial, aproveitando os arredores do campus.


— essas ruas são estranhas. — comentei querendo quebrar o silêncio. 


— eu sinto medo de vir todos os dias sozinha. — ela riu nervosamente, curvando sua cabeça para mim. — sei lá, as vezes pode ter algum estranho me seguindo.


— é verdade. — a respondi, não tirando o olho da estrada não tão movimentada. — o que acha de te levar? 


— seria um incomodo. — dessa vez ela cruzou seus braços fazendo uma expressão determinada. — não quero acabar com a rotina de ninguém.


— te levar pra o trabalho não me atrapalha, só torna minha rotina mais agradável. — o farol se fechou e pude ver seu rosto, estava com uma feição adorável. Lumine é realmente adorável ao meu ver, mas nunca falaria por medo de ser morto. — somos amigos, não somos?


— somos. — concordou, tirando os saltos pretos de seus pés e se alongando no assento acolchoado do carro. — meio estranha nossa amizade, mas somos amigos.


— isso se chama amizade colorida meu bem. — sorri pra ela, depois apenas acelerei o carro em sentindo a rua marcada no GPS.


— é. 


Após poucos minutos descemos do carro e já nos encontramos em frente a casa. Assim que a porta abriu um vulto passou escorregando na cerâmica branca da casa, mas senti as mãos de lumine dar batidinhas em meu peito significando que estava tudo bem.

Segundos depois a figura de um pequeno cachorro eufórico apareceu em nossa frente. Ele pareceu me ignorar completamente enquanto recebia carícias da loira.


— não sabia que tinham um cachorro. — me abaixei e comecei a esfregar minhas mãos na cabeleireira do filhote, aque aceitou de bom grado. 


— esse é o mocchi, é um filhote ainda.


— filhote?! — questiono, enquanto noto o tamanho do Golden retriever. — ele é gigante.


— poisé. — diz ela enquanto se levanta, jogando seu cardigã nas costas do sofá. — Aether queria um cão de apoio, que também servisse de guarda. — ela ri, enquanto observa o cão exibindo seu buchinho para mim. — mas parece que ele é simpático demais.


— com certeza ele vai matar um assaltante com sua fofura. 


Ela ri, me avisando para ficar aqui em baixo enquanto se troca, eu apenas aceno e me sento no sofá observando tudo a minha volta.

A casa tinha uma mescla das personalidades dos gêmeos, os dois estilos faziam uma ótima dupla de decoração. As paredes eram repletas de medalhas e troféus, todos com nome de Lumine. Poucos tinham o nome de Aether.

Os portas retratos tinham fotos de todas as idades dos dois, era adorável.

Ri ao ver uma foto de Aether e Lumine dançando ballet, o garoto parecia querer acompanhar a irmã em qualquer trajetória da vida.


— Aether insistiu em fazer balé comigo.— me assusto ao sentir o hálito quente de lumine contra meu pescoço. — chorou por que não podia usar tule também. 


Assim que me viro, posso ver Lumine totalmente arrumada. Pareço engasgar e não saber mais respirar, ela usava um vestido branco cintilante. Que marcava perfeitamente sua cintura e seu quadril esculpido pelos anjos, em seus seios um pequeno decote em formato "v" juntamente com um colar de pérola seguindo o decote. Ela está linda, muito linda. Era a coisa mais linda que já vi.


— porra. — respirei segurando em sua mão para que ela desse uma giradinha. — você está perfeita.


Um leve rubor tomou conta de sua face, pela primeira vez vi ela tão acanhada.


— obrigada... — respondeu, sem conseguir olhar em meus olhos.


— vamos? — questionei, enquanto pegava minha bolsa esportiva. — quero chegar mais cedo, tenho algo a te mostrar.


— o que é? — me seguiu até a saída de sua casa, fechando a porta, com curiosidade estampada no olhar. 


— é surpresa. — respondo já no carro. — talvez mais um desafio para perder o medo.


Quando estava na casa dos gêmeos, algo no meu coração me disse que os pés de Lumine foram feitos para pisar e dançar no gelo. Talvez os troféus e os jornais recortados de suas conquistas, algo em mim teve curiosidade de ver seus anos de glória revividos neste momento. Mas creio que seria outro desafio para ela.

O centro de treinamento ficava a alguns minutos de sua casa, pude vê-la se encolher no banco e fechar seus olhos. Talvez estivesse cansada pelo longo dia de trabalho, admiro seu esforço.

A tela do meu celular se ascende e posso ver o nome de Aether brilhar.

Um simples "ainda estão na cafeteria?"

Respondi enquanto um dos faróis estava fechado.


X


— está vazio? — me questionou a não ver todas as luzes apagadas.


— ainda é um pouco cedo, o recepcionista da noite só chega daqui a uns dez minutos. — respondi girando a chave dos fundos. — normalmente venho mais cedo para me aquecer.


— interessante. — respondeu enquanto me seguia pelo corredor extenso. — uau, quantos troféus. 


— não finja surpresa, você sozinha tem mais da metade destes. — ri lembrando-a.


— é verdade, mas... — respirou pesadamente. — não fazem mais parte de mim.


— Vão voltar a fazer Lumine. — levantei sua cabeça, mostrando a grande pista de gelo em sua frente.


— acho que não Childe. — respondeu, entendendo o que eu estava pensando em fazer. — não tenho nem patins.


— ah, essa é fácil. — dei uma pequena cotovelada no armário atrás de mim, ele se abriu. Vasculhei o cubículo e dentro de uma das caixas retirei um patins prateado. — tome, esse cabe.


— nossa é tão pequeno! — ela comentou assustada, enquanto gentilmente calçava. — de quem é?


— Xiao, ele e baixinho, por isso tem que comprar patins na área feminina. — ri de meu colega.


— isso não é furto?! — tentou tirar os calçados o mais rápido possível, mas a impedi.


— relaxa loirinha, acho que ele não vai ligar. — completei.


— vou confiar em você...


Ajudei a loira a caminhar até a pista mas quando chegou a encarar o gelo, ela simplesmente paralisou. Seu corpo não se mexia um centímetro sequer e ela encarava o chão branco abaixo de seus pés. Senti ela tremer sob minhas mãos. Eu abracei por trás, consegui ver seu pequeno corpo relaxar seus músculos.

 

— eu. — ela colou nossas mãos. — eu consigo. 


— vai. — incentivei. — você consegue!


Seus pés derrepente escorregaram para o gelo, de forma desastrada. Ela não conseguia manter o foco e o medo ainda enchia seus pulmões.


— Childe! — me chamou, a essa altura eu apenas observava ela de longe. — me tira, eu não consigo!


— consegue. — cruzei meus braços esboçando um sorriso. — você consegue loirinha.


— né tira daqui! — me retrucou choramingando. — seu idiota, me tira daqui!


— eita que ela tá putinha. — ri de sua cara.


— me tira! — disse novamente, mas dessa vez seus pés deslizaram pra frente, fazendo-a cair de bunda no chão. Comecei a rir de sua fúria.


— quer que eu te tire? — questionei em cima da pista de gelo, já com meus patins. — então me pegue primeiro.


Deslizei meus pés até o centro, com pouca velocidade no começo. Ouvi um leve ranger no gelo e deduzi ser Lumine atrás de mim, apressei meus passos e tentei fazer uma espécie de pega-pega no gelo. Olhei pra trás e pude ver sua cara raivosa e com certeza desafiadora, não perdia sequer o ritmo de passos e com delicadeza mal riscava o chão em que pisava. 


— olha Lumine! — apontei para o seus pés, ela fez uma cara assustada.


— eu consegui! — ela riu, e eu a abracei. — eu consegui Childe!


— eu sabia que ia conseguir. — me afastei do abraço para olhar em seu rosto. — você pode tudo. Tudo Lumine.


— primeiro você me faz "assinar" um acordo mirabolante e agora me faz reviver minha carreira. — segurou em meus ombros ofegante. — você é... simplesmente a pessoa mais convincente de todas.


— eu mereço uma recompensa? — perguntei, sorrindo de lado. 


— talvez mais tarde. — Lumine só fez né dizer isto e continuar patinando. Lindamente.


X

Observava dos bancos a figura loira se divertir e praticar passos. Enquanto iso ninguém havia chegado além do recepcionista. De longe vejo o pequeno grupo se chegar ao meu lado.


— quem é aquela? — xiao pergunta confuso, enquanto admira a loira patinar no gelo. — aliás, onde tá o porra dos meus patins?


— eu emprestei pra ela. 


— isso é roubo! — rosnou, quase que me batia. 


— ah, tava lá peguei emprestado.


Aether entra, enquanto amarra seus grandes cabelos loiros em uma trança mal feita, visivelmente cansado.

Mas quando vê sua própria irmã ele tenta limpar os olhos pra ver a verdade. Seus rosto se contorce em uma cara orgulhosa.

.


— Childe, você conseguiu?! — perguntou, ainda sem acreditar. 


— sim. — dei tapinhas para que se sentasse ao meu lado. — foi fácil, só fiz ela ficar puta comigo.


O irmão teve uma pequena crise de riso, depois uma lágrima solitária caiu de seus olhos. Aether é um puta de bipolar, isso sim.

Mas não o julgo, quando estou com Lumine tenho um misto de sensações que prefiro deixar muito longe de minha própria consciência. Pelo bem dela.


Minutos depois ela parece se cansar, a essa altura do campeonato os caras apenas aproveitaram para ver o show dela e se sentarem nas bancadas junto a mim. Curiosos para saber quem Lumine era.

Quando chegou na entrada, retirou seus patins. Olhou intensamente para todos os homens a sua frente. Seus cabelos agora ferozmente bagunçados, o suor fazia sua pele brilhar e puta merda ela conseguia ser sexy em qualquer ocasião. Pude sentir não só k meu olhar como o de todos alí observar e comer Lumine com os olhos, um sentimento estranho encheu meu peito, mas fiquei quieto e esperei o desenrolar da conversa.


— Olá rapazes. — lumine finalmente falou, puxando seu cabelo pra trás. 


— oi. — todos disseram em união, hipnotizados. 


— isso deve ser seu. — lumine estendeu o calçado prateado em suas mãos para xiao. — desculpa por usar, espero que não se importe Xiao.


— como sabe que eu sou o Xiao? — questionou, agradecendo pela devolução.


— fácil, disseram que era o homem mais alto daqui.



Altas risadas foram ouvidas depois disso, ninguém perdoa a altura deste ser.



— até a irmãzinha do Aether?! — o esverdeado pigarreou. — porra!


— tamanho não é documento, fofo. — espera, Lumine está flertando?


Repito, Lumine está flertando?

Era pra eu estar feliz dela perder medo de investir, mas porra o que eu ti sentindo?





Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...