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História Cold Bones - Breezeblocks


Escrita por: scorpiascorpia

Notas do Autor


Eu acho que quem acompanha alguma fic minha (longfic) sabe que eu nunca termino nada, mas por favor me deem um desconto, minha vida social e acadêmica está cagada.

Sobre a fanfic: eu fiquei com muito medo de acabar romantizando assuntos sérios como a depressão e o suicídio. Não é essa a intenção da fic. São assuntos delicados que eu quero falar de uma forma delicada. Por favor, me avisem se essa fanfic estiver, de alguma forma, cometendo algum erro em relação a qualquer assunto!
Eu vou abordar da melhor forma possível, e sem banalizar ou romantizar, assuntos como doenças psicológicas, homossexualidade e assédio etc. E prometo me esforçar para que isso aconteça conforme a história se desenvolve.

boa leitura

Capítulo 1 - Breezeblocks


 

Após perder seu amigo, Kenma Kozume, para o suicídio, Kuroo Tetsurou decidiu que algo deveria ser feito para evitar que mais pessoas perdessem seus melhores amigos. Ele não sabe o que fazer, ou como começar uma campanha que incentive as pessoas a conversarem sobre como se sentem, mas ele sabe como começar: conseguindo a aprovação de Tsukishima Kei, o presidente do grêmio da escola pública onde ele estuda. 

XX

 

Cara,  às vezes parece que eu vou sentir falta do Kenma a vida toda. Tem dias que é difícil levantar da cama e saber que eu não vou poder ver a cara dele e isso é triste pra porra. 

Eu nunca fui o que as pessoas chamam de um cara ruim, mas eu deveria ter sido melhor. Muito melhor. Agora eu tenho que lidar com o fato de que eu nunca vou poder assumir pr'quele carinha que sempre gostei dele. Gostar do tipo de querer casar com a pessoa, sabe? Todo mundo tem alguém assim — ou vai ter. 

Se eu tivesse ouvido mais, feito mais... Meu amigo se matou, ele ingeriu pílulas, muitas delas. Ele se trancou no banheiro, e estava deitado no chão quando eu entrei, eu não sabia bem o que fazer. Tentei chegar os batimentos cardíacos dele, e liguei para a ambulância. 

— Kuroo? Kuroo! — Chocalhei a cabeça ao notar que Bokuto estava parado a minha frente com um olhar preocupado. 

— Hey Bokuto.

— Ei, cara. Tudo bem? — Ele se sentou na carteira a frente da minha e me ofereceu um sanduíche do qual recusei. — Já falou com o Tsukishima? 

— Nah... Eu meio que cheguei atrasado. 

Ele arqueou as sobrancelhas longas e suspirou tristemente. Eu sabia que ele tava se remoendo de preocupação comigo, mas mesmo os meus "Estou bem" não conseguiam mais tranquilizá-lo. E eu sabia o porquê, eu não era mais eu. Dois meses atrás, meu melhor amigo e a pessoa que eu estive apaixonado pelos últimos sete anos se matou. Todos que gostavam de mim estavam preocupados. Eu estava preocupado comigo mesmo, e eu não era mais capaz de gostar de mim.

— Escuta, eu tentei falar com ele, mas ele vê minha cara como um ataque cardíaco. — Riu baixinho, tentando descontrair e eu ri também. — Talvez se você... 

— Eu vou, Bokuto. Mais tarde. 

Meus amigos gostavam de mim de verdade, sabia que era muito amado por eles, mas eles pareciam não saber lidar comigo mais e se afastaram, mas eu entendo. Agradecia Bokuto porque ele ainda tentava lidar comigo. 

— Ok. 

E então aquele silêncio tão incomum entre nós (mas tão presente nos últimos meses) se instalou. E nós não falamos mais nada, porque não havia o que falar. Porque nós nunca conversamos o suficiente sobre o que era de fato importante. 

Eu queria mesmo falar com Koutarou, e chorar em seu ombro, mas eu não sentia porra nenhuma agora. Primeiro, eu estava triste, fodido pra caralho, mas agora eu simplesmente não sinto porra de merda nenhuma. Eu tô triste, mas é um tipo estranho de tristeza, do tipo que não tá indo embora. Do tipo que eu sei que não vai embora. 

Quando o sinal para o final do intervalo tocou, Bokuto se despediu de mim com um sorriso e saiu da sala. 

Eu estava com plano de fazer uma espécie de campanha anti-suicídio. E aquilo até poderia soar como algo egoísta, porque o assunto "suicídio-depressão-doenças psicológicas no geral" só foram deixadas de ser banalizadas por mim quando perdi Kozume; e eu queria, mesmo, do fundo do meu coração ou de qualquer porra aqui dentro, que as pessoas se abrissem, que as pessoas não se matassem e não se sentissem tristes. 

xx

Lembro que quem me falou de Tsukishima pela primeira vez foi Kenma, ele comentou o quão generoso o garoto loiro fora com ele certa vez, e porque Kenma falou isso, logo o tive como uma boa pessoa. 

Kei era, de fato, uma pessoa boa. Mas era ranzinza e odiava o clube de vôlei inteiro, com grande destaque para eu e Bokuto. Ele nos odiava. Tipo, muito. 

Quando eu entrei na sala do grêmio sem bater e ele me olhou furioso, mas logo, suavizou sua expressão. Talvez porque mesmo que ainda me odiasse, eu ainda era Kuroo Tetsurou, o cara que perdeu o melhor amigo recentemente. Ele estava com alguns papéis na mão e parecia estressado. 

— Kuroo. 

— Oi. 

— Oi, o que precisa? — Indagou, ajeitando o óculos no rosto. Ele limpou a garganta: — Tudo bem...?

— Acho que sim, cara. E você? 

— Bem. O que precisa? — Ele refrisou a pergunta, me encarando. Aposto que já sabia, visto que Bokuto o procurara mais cedo. Parecia apenas se certificar de algo. Olhei envolta, pela sala.

— Eu preciso da sua ajuda com algo. 

— A campanha anti-suicídio, certo? O sonso do... Quero dizer, o Bokuto, veio me falar disso. — Assumiu. — Gritando. — Frisou em seguida. 

Assenti e vi que a cadeira a frente dele estava vazia, me aproximei e me sentei ali, colocando a mochila escolar no chão. Ele agora analisava meu rosto. Talvez até mesmo ele tivesse notado que eu não ando dormindo bem, ou comendo bem, vivendo bem...

— Eu acho interessante você querer fazer isso, Kuroo. Mesmo. Mas você precisa me explicar como, tudo bem? E assim nós vemos o que podemos fazer. Eu quero ajudar você. 

— Eu pensei em cartazes e palestras sobre. Pensei que incentivar as pessoas a ser abrirem. — Passei a mão pela minha testa, eu não tinha nada planejado. Apenas queria me mover. 

Vi que Kei anotou algumas coisas que eu disse num bloquinho de cor amarela, e então voltou seu olhar para mim. E ficou me encarando enquanto parecia pensar na'algo. 

— Entendi. Olha, Kuroo, eu vou ser honesto com você. Entendo o seu sentimento, mesmo. Mas não dá pra englobar apenas o tema suicídio quando existem várias razões que levam até ele, entende? É como se existissem temas e subtemas e todos tem que ser comentados. Não é fácil fazer isso só nós dois. E nem só o grêmio. Nós vamos sim fazer essa campanha, mas você precisa me prometer uma coisa. 

— Tudo bem. — Disse meio afobado. 

— Vamos fazer isso da forma mais correta que for possível. Da melhor forma possível.

 

Quando cheguei em casa, ainda estava surpreso. Tsukishima aceitou. Ele aceitou e nem mesmo fez maiores cerimônias para isso. Aquilo já era uma grande vitória. 

Minha mãe fumava um cigarro e assistia TV quando eu entrei na casa, ela sorriu para mim com olheiras e perguntou como tinha sido meu dia. Eu sei que ela tava tentando pra caralho ser uma boa mãe, então eu sorri e disse:

— Foi o melhor dia que tive desde então. 

E subi para o meu quarto, me joguei na cama sem nem mesmo trocar de roupa e fechei os olhos. Ultimamente eu estava tomando remédios para dormir e meu psiquiatra me sugeriu até mesmo um ansiolítico que estava no armário, não tomei nenhum. Eu sabia que não estava bem, que a culpa e aquela estranha tristeza ainda me prendiam no chão sem respirar, mas eu não queria a ajuda de ninguém. 

Eu estava sempre pensando em Kenma, e eu sentia a falta dele o tempo todo também. Senti tanto a falta dele que meus olhos queimaram e eu senti que eu não queria viver num mundo onde eu não via ele. Eu queria tanto, tanto mesmo que tudo não passasse de um sonho ruim, eu queria tanto que ele voltasse. Eu queria tanto vê-lo de novo. Mas as coisas nunca acontecem da forma que a gente quer, então eu só me esforcei muito pra descansar. 

Porque, Deus, eu não consigo lidar com essa situação triste de merda. 

 

Por favor não vá 

Por favor não vá 

Eu te amo amo tanto (Quebre meu coração)

 

 

 

 

 

 

 


Notas Finais


obrigada por chegar até aqui.


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