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História Colecionadora de Almas - Me conceda a luz!


Escrita por: Yuro_

Notas do Autor


Bem, aqui as coisas começam a ficar sérias... u.u no próximo cap começa a explicação de vários mistérios

Capítulo 9 - Me conceda a luz!


Lucy on:

Foi como quando o mestre disse o nome do Adam, eu senti meu mundo parar, abri a boca e tudo era tão chocante que não conseguia compreender absolutamente nada, de tal forma que estava horrorizada. Só podia ser mentira... Né? Né? Alguém diga que é mentira! Rápido...

Abro a boca que tremia, abro um sorriso estranho por minha boca tremer muito, suava frio, meus olhos arregalados transbordavam o terror que sentia.

D-d-desculpe... Você falou por acaso... "Vila do Massacre da Meia-Noite Sangrenta"?- Vamos ainda dá tempo... diga que foi um engano...

-Sim, algum problema?- Aquilo me atingiu como uma flecha, recuei alguns passos, meu horror completamente visível.

"Impossível, impossível, impossível." Repetia várias vezes em minha mente. Mas eu sabia que era verdade. Só existia um relógio que batia daquele jeito a meia-noite.

-Lucy...- Fala Natsu me olhando.- Gente, acho é melhor acamparmos aqui. Obrigado por se preocupar conosco, senhor, já pode continuar seu caminho.- O senhor acena levemente e se despede.

Eu me abraçava como se esse gesto fosse trazer algum conforto, algum sustento. Mas não traria.

Engoli o seco e olhei para o pessoal, que arrumavam o acampamento na margem esquerda da estrada.

-Onde você irá dormir Lucy?- Pergunta Wendy, que estendia seu colchão na grama.

Demorei um momento para responder, incapaz de me lembrar que tinha o dom da fala.

-Irei dormir numa das árvores.- Falo lentamente e arrastada, numa voz áspera e cortante.

Ela assente um tanto temerosa por causa da minha voz e logo todos se deitam. Num dos galhos mais baixos de uma pequena árvore que tinha pouco mais de três metros, eu não pregava os olhos. Observava atentamente meus companheiros, para ver quando eles estariam dormindo profundamente. O peito de Wendy já subia e descia lentamente e de jeito uniforme, assim como a de Happy, Charlie, Gray, Erza... Não aguentava mais, precisava ir até lá. Sem esperar para ver se Natsu já dormia profundamente, pulo do galho e caio no chão com suavidade, não fazendo mais barulho ao tocar no chão do que faria a pétala de uma flor.

Começo a correr silenciosamente em direção a torre da igreja. Se tivesse sido menos impulsiva talvez um certo rosado não teria se levantando logo em seguida, com sua audição que podia ouvir até bater de uma pétala no chão. E logo que me viu me distanciar, começou a correr atrás de mim.

Corria com um objetivo tão fixo que não percebia que estava sendo seguida. Finalmente, cheguei ao me destino, depois de me espremer entre as árvores da floresta. Prendi a respiração quando pisei na terra desgraçada.

A minha frente, as ruínas de uma vila, a minha vila. As casas estavam destruídas e arruinadas, caindo aos pedaços. Ainda era visível que aquilo já fora habitado pelos objetos caídos num lugar ou outro. Andei lentamente pela vila, olhando as casas, lembrava com precisão os rostos e nomes de seus habitantes, assim como seus cadáver jogados aos chão, manchando a terra com seu sangue escarlate.

Mizuki-san, Taio-kun, Hurukaza-chan... Pensava em seus nomes e rostos enquanto me aproximava da maior casa que havia ali, uma mansão no estilo oriental.

Metade da imponente casa estava queimada, a outra continuava intacta. Com os pés estalando em contato com a pedra fria que levava a entrada da casa, eu me aproximei. Subi os degraus da pequena escada que levava a porta da frente, os degraus rangeram com meu peso. Tudo estava ocorrendo tão lentamente, tão lentamente, que poderia acreditar que o tempo havia parado. Olhei através da porta caída num canto, arrombada a muito tempo. Estava escuro, mas podia ver a poeira e insetos que estavam possuindo o local. Respirei fundo e dei o primeiro passo, adentrando o local. Ele se manteu impassível a minha chegada, não fazendo nada além do de sempre, ouvir o soar do relógio da igreja.

Igreja não é um nome adequado para aquele lugar, que num passado distante e cheio de paz, era um lugar onde as pessoas da vila se encontravam e conversavam, enquanto admiravam seu ídolo, aquela que os salvará e agora era o motivo de ainda viverem. Minha avó, o Anjo Caído.

Bem, esse não é o ponto, o importante nesse momento é descrever a casa, pois ela será o cenário mais importante de toda uma história escrita com sangue que ocorreu no passado, e que seu resultado agora era visível no presente. Uma insaciável, incontrolável... loucura.

Continuei a vagar entre os corredores até parar bruscamente, não, eu ainda não tinha percebido Natsu que me seguia silenciosamente, de tão absorta em minhas próprias memórias desagradáveis. O motivo de minha brusca parada era que havia reconhecido o quarto ao lado, que continuava intacto. Entrei com cuidado, mal conseguindo conter o gritinho de emoção. A minha frente, erguia-se com imponência e sem piedade o quarto onde vivera minha infância. Ainda conseguia ver os desenhos na parede, as manchas que acabavam na parede por conta das minhas brincadeiras, a cama desarrumada por causa da forma que a última pessoa que a usará, há 7 anos, levantará. Podia ver a cama no outro lado do quarto, tão desarrumada quanto a outra. Essa pertencia a outra pessoa, lembrava muito bem de seus olhos vivazes, cheios de alegria e determinação. Olhos de alguém jovem demais para morrer. Percebi que meus olhos estavam inundados pelas lágrimas que queriam transbordar e escorrer sobre minha face. Segurei elas enquanto engolia o soluço que tentava sair.

Quase podia ver o cabelo loiro dele brilhando enquanto ele andava no quarto, com um andar saltitante.

-Adam...- Foi tudo que permiti murmurar enquanto dava as costas para aquele quarto repleto de lembranças.

Não aguentaria mais ficar ali por muito tempo, deveria fazer o que deveria ser feito logo. Continuei andando pelos corredores, deixando para trás a memória do garotinho loiro que me encarava enquanto eu distanciava com um olhar curioso, a boca aberta prestes a dizer "Onee-sama?", mas a memória se dissipou como fumaça antes que pudesse dizer qualquer coisa.

Parei em outro cômodo, esse era maior. Pus-me a verificar o quão intacto ele continuava. Aquele não era o quarto dela, certamente. Se fosse, estaria bem mais consumindo pelo fogo. Aquele era seu santuário.

Haviam uma almofada de seda vermelha na parede oposta da qual estava a porta de onde eu entrará. Atrás dela, um painel revelava uma bela pintura. Mostrava a imagem de um mulher, vestida de um vestido leve que tinha a cor de uma pérola, sua pele branca, mas não alva, aparentava ser macia, embora fosse apenas uma pintura. Seus cabelos loiros voavam em todas as direções, em mechas gloriosas e graciosas. Sua face tinha traços finos e delicados. Seus olhos fechados como sua boca lhe davam uma expressão tranquila. De suas costas, magníficas e imponentes asas negras se erguiam com toda a glória que podiam ter, negras como de um corvo banhado pelo mais escuro piche. A sua volta, pessoas com rostos admirados a admiravam enquanto choravam de felicidade.

-De fato, uma pintura mais do que estúpida.- Falo.- Você realmente chegou ao ponto de acreditar que essa maldição poderia fazer algum bem, não é, vó? Realmente... que estúpido...- Falo me ajoelhando na frente da almofada de seda vermelha, com as mãos juntos sobre o colo.- De qualquer forma, não vim aquilo criticá-la. Vim pedir ajuda. Deve me achar meio idiota por pedir ajuda dos mortos, mas isso pouco importa.- Falo sorrindo de canto, conseguindo imaginar perfeitamente ela dizendo aquilo, com seu ar sábio e irritadiço.- Diga, vó... O que você faria se estivesse em meu lugar? Sei que você teve que aguentar essa maldição primeiro, sem ninguém para te aconselhar... Mas pelo menos você não estava sozinha, você tinha o avô e sua família! Eu... não tenho ninguém... Eu tenho consciência de suas filosofias de vida e que o que estou fazendo vai contra elas. Mas estou lhe implorando... Eu entrei naquela guilda... Fairy Tail... me sinto tão perdida! Não sei mais o que fazer, todos são tão gentis... Eu poderia me deixar cair em seus braços tão doces, e esquecer de tudo! Tudo! Eu poderia até me esquecer dessa maldição! Mas isso... Seria errado não seria? Eu tenho um dever, não tenho? E não posso abandoná-lo por causa das minhas razões egoístas, posso? Então... O que devo fazer, avó? O que você faria? Me responda, avó!- Eu gritava, apertando as mãos em punho.- Por favor, me conceda a luz que preciso para lutar contra as trevas que me consomem!

Enquanto falava tudo aquilo não percebi que Natsu se aproximava, tocado com minhas palavras, nem que minha foice, que havia deitado no chão ao meu lado, transbordava de algo que formava uma poça, mas essa poça era formada por um chão quase idêntico à aquele que estava sob ela, só que mais limpo e novo. E sem eu notar, enquanto Natsu tocava hesitante meu ombro, essa poça já dominará todo o ambiente. enfim abri os olhos, que fechava fortemente para conter as lágrimas que queriam tanto cair. Quando enfim os abri, vi que encarava olhos azuis como o céu no verão. Antes que pudesse conter as palavras, meu choque as expulsou da garganta.

-Avó...?- Estava a frente do Anjo Caído, mas essa encarava fixamente para frente, como se não me vê-se.


Notas Finais


Obg por lerem, no próximo cap muitas coisas vão começar a ser explicadas, principalmente o passado de Lucy u.u até lá ^^


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