História Colegas de quarto - Conhecendo um outro lado

- Ana? Chegaram

- estou indo- ao chegar na sala vi dois meninos, o mais alto era um belo rapaz com porte atlético, malhado, cabelos cacheados castanhos e olhos negros. O mais baixo, era mais tisgo, porém com alguns músculos em formação, bem branquinho com cabelos dourados e olhos azuis

- Esses são Tiago e Ferdinando

- Oi, prazer, Ana- disse ao estender a mão para os dois, me cumprimentaram e sorriram.

- Vamos?- Marcela disse caminhando até sua cama, até que eles à seguiram

Peguei uns naggets coloquei num vaso, peguei alguns copos de plástico e refrigerante, e então, levei para eles depois de um tempo

- Hora do lanchinh- logo fui parando de falar quando vi Mercela berrando com Tiago, o mais alto

- Já falei mil vezes, que numa maquete não se passa muita cola, quer que a gente zere?

- Calma Cele, a gente ainda consegue tirar o excesso- Disse Ferdinando

- Passa essa tesoura pra cá- disse ainda muito emburrada

Por mais que eu visse ela estressada com os outros, ela nunca tinha ficado desse jeito comigo, Marcela, na verdade, só se estressa quando tá bem cansada, os meninos devem ter ficado em choque.

- Como eu estava dizendo, hora do lanchinho, parem um pouco, descansem os nervos e venham comer.

Marcela parou o que estava fazendo e deitou no chão, os meninos vieram na minha direção para comerem

- perdoem ela. Faz tempo que não descansamos

- Perdoar o que? Aah, essa gritaria? Fica tranquila, ela é assim o dia todo, é até estranho ela parar um trabalho pra descansar- dizia Tiago

- É, realmente, você fez alguma macumba com ela?- o galego ria enquanto bebericava o refri

Eles riam, enquanto relembravam algum dia que ela jogou uma cadeira num colega de classe. Por mais que ela se estressasse aqui por alguma coisa, logo ela se deitava, tomava um remédio e vinha conversar comigo, como se nada estivesse acontecendo. Eu não conheço a Marcela que eles estão falando. Ela é diferente comigo? Mudou seu jeito... Por mim? Nãa, exagero meu.

- Além do que ela é bem grossa, nunca responde normalmente, sempre fria, parece que ela tenta se esconder da sociedade- disse Tiago olhando pela janela, enquanto eu ficava cada vez mais chocada- Mas e você? Parece ser mais amigável.

- Bem, eu- fui interrompida

- Chega de papo furado, voltem pro trabalho- Tiago me deu uma piscadela e saiu, enquanto Ferdinando o seguia

- Por que?- ela parou de andar, se virou e me encarou confusa- Por que está sendo tão grossa com os meninos?- perguntei calma, não queria estressa-la ainda mais.

- Esse é o meu jeito Ana, achei que tinha se acostumado

- você nunca me tratou assim- ela me encarou como se eu tivesse descoberto alguma coisa dela, por um momento achei que tinha visto um leve rubor em suas bochechas

Marcela on

A primeira vez que a vi, ela tinha uma aura, como se fosse uma luz branca sobre ela, meu primeiro instinto foi ser gentil para poder ter sua confiança e amizade. Quando eu converso com Ana, todas as minhas mágoas vão embora, não parece que sou anti-social eu só sou a Marcela. Não percebi que a tratava diferente... Agora era a hora de mudar ou, seria descoberta e ela começaria a me tratar diferente

- não sabia que queria que fosse ignorante com você, minhas desculpas, irei mudar

- Não estou dizendo isso, só quero saber por quê é diferente e pelo visto... Apenas comigo, tem medo que eu não goste de quem você realmente é ou coisa parecida?- abaixo  o rosto minimamente - ei não precisa fingir ser outra pessoa eu- interrompi com um semblante diferente.

- para nossa convivência dar certo, único motivo para eu te tratar minimamente diferente, não tenho medo de nada disso, não tenho nada para fingir- me perdoe por palavras tão frias, mas necessárias- não se ache tão especial- eu não queria estar falando isso, por favor me desculpe.

Vi em seu olhar uma decepção

- Claro, entendo. Volte ao seu trabalho

Queria abraça-la e dizer que a amava demais (amava? Ahh foda-se amava) para ser fria como sou com os outros, que não importa o quanto ela me odeie, sempre vou querer o seu bem e é por isso, que não vou poder demonstrar meus sentimentos, porque não posso perde-la, preciso te proteger de mim mesmo então desculpe pelo que estou fazendo aqui.

- Você que me fez parar- virei de costas, voltei a fazer o trabalho, fiz uma cara de indiferença completa, mas senti seu olhar angustiado em minha direção, queria chorar, mas não podia, por mais que os outros estejam acostumados com meu jeito.. ela não.

[...]

- Tchau, cuidado com vento, pode levar as casas- falei enquanto os meninos levavam cuidadosamente a maquete

- Sim, adeus- disse Ferdinando

- Sim, senhora- Tiago, adorava me provocar

Fechei a porta, e percebi que ficaria sozinha mais ela. Não podia, não conseguiria, abro a porta novamente e ela chega atrás de mim

- Vai fugir?