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História Colégio Ventos Uivantes - George


Escrita por: dfcrosas

Notas do Autor


Venho trabalhando nisso há um tempo. Queria fazer alguma coisa tipo Once Upon a Time, só que com personagens literários de vários dos meus autores preferidos. Espero que vocês gostem. Tem elementos de todas aquelas séries colegiais que a gente gosta (Gossip Girl/Skins/Rebelde).

P.S.: Uns dos personagens principais vão ser Margaret Hale e John Thornton de Norte & Sul. Se algum de vocês nunca ouviu falar, faça um favor à você mesmo e dê uma olhada na série que foi feita pra TV. Se você curte Jane Austen (Orgulho e Preconceito ou outros) garanto que vai amar. A série é de 2004, tem 4 capítulos de mais ou menos uma hora e é baseada no livro de Elizabeth Gaskell, uma escritora fantástica de romances de época. #Fica a dica.

Neste capítulo:
George Knightley
Gabriela Knightley (mãe de George)
Isis ou Siri (irmã de George)

Capítulo 1 - George


Fanfic / Fanfiction Colégio Ventos Uivantes - George

George Knightley estava preso nas memórias de seu pai. Eles haviam sido bem próximos, íntimos, chegados. Faziam tudo juntos quando podiam. Até que seu pai foi morto. Tão de repente, tão injusto. Um homem que havia sido tão amoroso, tão querido, tão bom com todos e tudo. Um homem que foi tirado de sua família sem misericórdia, por outro homem; outro homem que não era nada como ele. Ruim. Perverso. Desgraçado.

Iris, sua irmãzinha, veio correndo e se jogou no seu colo. Seus sorriso era puro, seus olhos inocentes. Ela parecia tanto com o pai que os dois haviam perdido. E nem fazia ideia. “O que você está fazendo, Georgie?”

“Pensando em nosso pai,” ele disse. Jamais mentiria pra ela.

“Penso nele, também,” ela admitiu. “Você é muito parecido com ele, sabia?” George sorriu. Estivera pensando a mesma coisa sobre ela. Será que ela sabia? “Fico te olhando dormir às vezes,” ela disse timidamente, como se temesse a reação dele.

“Ah é?” ele manteve o sorriso aberto e leve. “E posso saber por quê?”

Iris baixou a cabeça e deixou a tristeza entrar. George quase podia vê-la encolhendo-se para dentro de si, fechando-se como uma ostra, sua pérola perdida pra sempre. “É como se o papai tivesse voltado pra casa,” ela diz em uma voz tão pesada, tão machucada, que faz com que os olhos de George fiquem molhados. Mas ele segura as lágrimas. Pelo bem dela.

“Ele não vai voltar, Siri.”

A respiração dela é pesada e Iris demora pra responder. Parece perdida dentro de si. Um sentimento que George entendia até muito bem. “Sinto falta dele, Georgie.”

“Sinto o mesmo, Siri. Mas ele mo-- ele morreu. Não vai voltar mais.”

A cabeça dela levanta com violência. Seus olhos estão molhados e sua inocência foi levada embora. Tudo que restou foi raiva e desentendimento. “Por quê? Por que ele morreu, George? Por que foi embora? Estava cansado de nós? Por que nos deixou?”

George balança a cabeça e tenta explicar pra sua irmãzinha as injustiças do mundo, a falta de misericórdia das pessoas, a maldades que alguns são capazes. Ele tenta fazê-la entender que seu pai jamais se cansaria deles, dela em especialmente que era a caçula, a luz de seus olhos, a alegria de sua vida. Então George pára, sem mais palavras, sem saber como contar-lhe tudo que aconteceu. Ele não mentiria, mas também não tinha forças pra lidar com a verdade. Não agora. Ainda não.

“É por causa desse homem mau que não temos nada? Que perdemos tudo?”

“Sim,” disse George.

Iris limpa o rosto com a parte de trás da mão. “Você conhece esse homem, Georgie?” ela pergunta pensativa.

“Ainda não,” ele responde, seus sentimentos tomando o controle. George ainda viria a conhecer tal homem. Ele o encontraria e o faria pagar pelo o que tinha feito.

Um barulho faz os dois darem um pulo. “Queridos,” disse a Sra. Knightley entrando no quarto e dando um beijo na testa de cada um dos seus filhos. Ela não nota, ou finge não notar, as lágrimas de Iris ou o ódio de George.

“Como foi lá?” filho perguntou pra mãe.

A cara dela fechou-se. Parecia pronta pra evitar o assunto, mas George insistiu. “Foi bem,” ela mentiu. Ela sim, sempre mentia pra eles, sempre que achava necessário, sempre que queria protegê-los. George entendia, mas não gostava daquele hábito de sua mãe. “Vendi a casa,” ela adicionou quando viu o olhar que George lhe dava.

“Ótimo,” ele disse contrariado. Agora eles poderiam pagar as dívidas que seu pai havia deixado. As dívidas que aquele homem havia imposto nele.

A Sra. Knightley deixou-se cair na cama ao lado de George e Iris. Fechou os olhos, fez uma careta e então pôs-se a chorar. Imediatamente, George tentou consolá-la. Iris a abraçou e a Sra. Knightley soluçou. “Essa casa,” ela disse. “Todas as nossas memórias... todas as coisas boas... tudo que fizemos. E o seu p-pai... e os sonhos dele. Não posso acreditar que vamos nos livrar de tudo! Que vão tirar tudo de nós! Não é justo!”

Toda lógica parecia tê-la deixado. Todo o instinto materno que a fazia mentir para proteger seus filhos. Ela não tentava protegê-los mais. Chorava e deixava-os ver sua fraqueza, sua humanidade. E era tão mãe quanto sempre fora. George a viu de outra maneira, de uma nova forma. Viu por de trás da armadura, e a amou ainda mais. Neste quarto estavam as duas únicas pessoas que o entendiam completamente. Elas sabiam. Elas também sentiam a falta dele.

“Vou vender a minha moto,” ele contou. Agora chorava também. Não importava mais.

A Sra. Knightley encarou-o. “Não. Não vai. Não podes. Foi um presente de teu pai. E com o dinheiro que ganhei pela casa... Posso pagar tudo. Fique com a moto, George. Eu imploro.”

“Quero te ajudar,” ele insistiu. “Antes de partir.”

Sua mãe o empurrou pra longe. Havia parado de chorar e seu rosto tornou-se lívido. “Não posso pagar por aquela escola, George. E não quero que vá embora.”

“Vou conseguir uma bolsa,” ele disse com uma certeza que não tinha. Não estava certo de nada mais nessa vida, além de sua necessidade de vingar-se.

“Não quero que vás,” ela repetiu. “É perigoso e--”

“Já discutimos isso, mãe,” ele cortou.

“Sim, já. E eu disse que não.”

“Por favor, não discuta comigo. Não sobre isso. Preciso ir. Não vou conseguir descansar se não for. Entenda, mãe. Preciso que você entenda.” Mais uma vez, faltaram-lhe palavras e George encontrou-se apenas repetindo aquela reza, “Entenda, por favor, entenda.”

“Seu pai não ia querer que partisse,” ela disse chorosa. “Tenho certeza.” George continuou com sua prece. “Já vi que não há nada que eu possa dizer,” ela cedeu finalmente. A Sra. Knightley puxou seu filho pra perto e o segurou em seu peito de onde George implorou por perdão. Ela lhe deu mais do que isso – deu-lhe sua benção.

“Vou sentir saudades, Georgie,” disse Iris numa vozinha doce de criança.

“Também vou, Siri.” George lhe beijou a mão. “Vou mantê-las no coração.”

A Sra. Knightley o ninou como se ainda fosse um bebê. “Lembre-se do que ele pedia de nós. Do que ele sempre exigiu que fizéssemos.”

George concordou, chorando. “Que fossemos felizes. Sim. Vou encontrar minha paz se eu for, mãe. Vou encontrar minha paz,” e ele repetiu aquilo até que ele mesmo quase acreditou.


Notas Finais


Ainda tem muitos personagens por vir, fiquem atentos.

E aqui está o jornal com todo o "elenco" --> https://socialspirit.com.br/perfil/sslytherin/jornal/colegio-ventos-uivantes-casting-297612


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