História Cologne - Não se bate em uma mulher nem com uma flor Justin.

Justin Bieber POV

Amasso mais um papel e jogo para o lado, ele cai e se junta com os outros dez que eu amassei há alguns minutos atrás. Já faz algum tempo que estou sentado na grama verde escura do grande colégio Garfield. Estou tentando escrever algo. Tenho algumas frases e acho que começo da musica, mas está tudo muito difícil sem algo para fazer a melodia, um violão seria ideal.

Eu poderia comprar e já começar a praticar algo o quanto antes. Mas levanto em conta que quem me banca é o meu Pai e que ele odeia tudo relacionado a musica, dificilmente vai querer comprar um instrumento para mim.

Desde sempre meu Pai quis que eu jogasse como ele, segundo ele, eu tenho todas as oportunidades as quais ele não teve na minha idade, até ai eu entendo, mas eu não entendo o seu  certo ódio por musica, já que minha mãe, pelo que ele me contava, amava e vivia por isso. A foto que eu tinha ao lado de minha cama era possível ver o brilho em seus olhos, eu não precisei a conhecer para saber que cantar era o que lhe fazia feliz.

Eu nunca tive muitas informações sobre Pattie, a não ser as quais meu Pai me fornecia quando era menor. Segundo ele, meus avós maternos já tinham morrido antes mesmo do meu nascimento, e minha mãe não tinha irmãos. Ele também nunca contou como ela morreu. Quando eu era mais novo eu ainda perguntava sobre ela e era nítido que o incomodava, parecia que sua dor, tristeza e sua raiva se misturavam em uma só expressão. Eu nunca quis o perguntar o porquê sentia raiva, até porque eu sei que ele não me responderia.

Conforme o passar dos anos, eu fui crescendo e não o questionava mais nada sobre ela. A foto que tenho ao lado da minha cama, eu achei enquanto procurava meu certificado de nascimento uma vez que precisei, não pensei duas vezes e a peguei para mim. No início Jeremy não gostou muito, mas era a única coisa que podia ter dela, ele não poderia me negar a isso. Pelo menos a imagem dela eu precisava ter.

Eu cresci com o pensamento e ensinamentos iguais ao de meu Pai, ele era a única pessoa que tinha para me espelhar. Homens não demonstram seus sentimentos, muito menos choram. O que era contraditório, pois já o vi chorando. Em momento algum se deve engravidar uma garota, ela pode acabar com sua vida em uma só noite, era o que ele dizia. Se fosse para me descrever nos julgamentos de hoje, certamente eu seria um machista. Se é que eu não sou, ou melhor, era.

Pensamentos e atitudes que estão sendo quebrado dia após dia. Todos os dias em que olho a morena dona de um sorriso radiante e único. Todos os dias em que me lembro o quanto ela já me fez mudar, comparando a um tempo atrás, coisas e pensamentos que eu construir durante toda a minha vida e que somente  em algumas semanas se desfez afim de mudar minha imagem com uma certa latina.

Me desperto ao sentir uma presença sentando na grama ao meu lado. Seu cheiro de lavanda invade minhas narinas e logo confirmo que é a garota que estava em meus pensamentos a alguns momentos atrás. Ela está linda hoje, o que é algo normal de todos os dias. Ela está com algo nas costas e sem nada nas mãos, creio que tenha deixado suas coisas em seu armário. Eu sorrio e ela retribui. Já mencionei o quanto seu sorriso é lindo?

– O que é... Tudo isso? – Ela aponta paras os papéis que amassei a alguns minutos atrás.

– Sou eu e a tentativa de escrever algo – Sorrio nasalmente e levo minha mão até minha nuca. Passo ela suavemente pelo local. Ela rola os olhos sobre minha face e tira o que estava em suas costas.

– Experimenta usar isso aqui – Ela coloca o objeto em minha frente e ao tocar no mesmo eu tenho a plena certeza de que é um violão, eu a olho confuso. – Talvez isso ajude – Ela levanta um canto de sua boca, seu ato faz se formar um leve sorriso em sua face, logo após ela da de ombros.

Eu tiro a capa preta existente sobre o instrumento e meu queixo cai formando um círculo em minha boca. É um lindo violão, da para notar que não é novo, mas também é conservado, talvez não tenha tido muito uso.

– N-Não, eu não posso aceitar – Digo cobrindo o mesmo e movimentando minha cabeça fazendo um sinal negativo. – Esse violão é seu.

– Sim, mas eu não estou te dando, talvez lhe emprestando para poder usar enquanto faz a musica – Ela inclina seu corpo para trás e faz de suas mãos seu apoio para que não cainha sobre a grama. – Me admira você não ter um violão, quase todos dessa escola possuem um, nem que seja de decoração. – Ela da de ombros e nós gargalhamos juntos. Isso de fato é uma verdade.

– Eu sei – Pauso e coloco o instrumento ao meu lado. Penso muito se devo dizer as próximas palavras, afinal, nunca havia comentado isso com ninguém. – É que o Sr Jeremy não curte muito musica – Digo aquilo mais para mim, mas tenho certeza de que Selena ouviu.

– E você é de obedecer a seu Pai? – Agora ela cruza os braços e arqueia suas sobrancelhas. Sua feição é um misto de surpresa e deboche.

– E porque não obedeceria? – Junto minhas sobrancelhas.

– Porque você parece o típico garoto popular, rebelde onde as únicas leis e normas existentes são as próprias.

– Disse certo Gomez, pareço – Inclino minha cabeça em sua direção – Não de deve julgar ninguém por aparência Gomez, achei que sabia disso – Agora ela revira os olhos. – Meu pai não impõe muitas regras a mim, então acho que as únicas que ele diz eu devo obedecer. Não acha? – Agora ela me olho com um pouco mais de curiosidade.

– Ele não deixa você tocar, ou coisas parecidas? – De imediato nego com a cabeça.

– Nada relacionado a musica.

– Então porque está na peça?

– Parece que Mariah pediu, e ele aceitou – Dou de ombros e viro minha cabeça a fim de encarar o nada. Gomez continua com seus olhos em mim.

– E isso não é estranho para você? – Ela pausa, parece querer reformular sua frase. – Quer dizer. Seu Pai não parece ser muito fácil de convencer a algo.

– Não ele não é – Sorrio sozinho. – Mas ela pediu para o time todo participar – Dou de ombros.

– Mas acontece que o time, não é filho do treinador Jeremy.

– Enfim, eu prefiro não ficar pensando nisso – Solto o ar em que eu tinha em meus pulmões. – Você vai à festa da Jenner? – Eu sei a resposta, mas eu não queria que o assunto se encerrasse ali.

– Claro que sim, e você?

– Não sei se você lembra, mas eu moro em frente à Kylie, não tem como não ir.

– É verdade – Nós dois rimos. Ela se levanta e logo faço o mesmo.

– Ahn... Selena... – Ela que antes passava a mão em sua bunda a fim de limpar qualquer vestígio de terra ali, agora me olha com mais atenção. – Amanhã acaba o mês em que você me deu, mas eu estive pensando, o que iremos ganhar quando isso acabar? Quer dizer, eu estou mesmo com meus pensamentos e atitudes diferentes, mas e você? – A morena coloca a mão sobre o queixo e encara o nada, parece pensar em algo.

– Verdade, eu não tinha pensado nisso – Ela pausa – Bom, se você não conseguir mudar sua imagem comigo, você nunca mais vai tentar algo comigo, como aconteceu naquele ensaio. Nós voltaremos a ser o que éramos antes.

– Mas o que aconteceu naquele ensaio foi apenas o que o roteiro mandava. – Eu sorrio de modo sarcástico e ela franze o cenho.

– Vamos lá Bieber, sabemos que quis se aproveitar da situação.

– Tudo bem eu admito – Levanto minhas mãos em sinal de rendição e ela bate em meu ombro. – Agora, se eu conseguir mudar minha imagem com a Senhorita... – Faço o mesmo gesto que a morena e dedilho meus dedos sobre meu queixo. – Você terá que me dar, aliás, nos dar uma chance.

– Oque? – Selena quase grita e arregala os olhos logo após isso. – Porque acha que tenho que te dar uma chance? E porque acha que isso pode dar certo? – Ela gesticula com as mãos. – Nos conhecemos a anos e eu nunca olhei para você e nem você para mim – Ela pausa – E sem tirar o fato de que eu ainda não gosto de você.

– Então porque está aqui?

– Agora eu te suporto é diferente

– Mas veja, tudo vai depender de você. Porque está irritada? Sinal que eu tenho chances de ganhar? – Ela revira os olhos. Eu sei que sim. – Amanhã na festa você diz o que vai ser – Dou de ombros.

– Tudo bem

– Feito? – Estico uma de minhas mãos a fim de que ela toque como se selássemos um acordo e assim ela faz.

Ao sentir o toque de sua mão puxo seu corpo que se choca bruscamente contra o meu. Seu corpo fica rígido com o contato da minha mão em sua cintura. Revezo meu olhar entre seus lábios e seus olhos.

Quando estou próximo de encostar meus lábios aos seus ela me empurra quebrando qualquer tipo de contato que existiu entre nós.

– D-Deixa eu ir Bieber, eu ainda tenho que falar com Zayn antes de ir para casa – Ela se atrapalha um pouco em sua fala e eu travo meu maxilar. Eu não gosto desse cara, principalmente quando ele está com Selena.

– Já te falei que eu não gosto desse cara?

– Já te falei que você não tem que dar pitaco na minha vida? – Ela franze a testa e sorri – Nós não temos nada Bieber.

– Não ainda. Gatinha – Toco seu queixo e ela deposita um leve tapa em minha mão. – Até amanha.

Ela sorri se despedindo e caminha entrando ao grande colégio. Pego minhas coisas que estão no chãos e recolho os papéis amassados que estavam sobre a grama.

Passam-se alguns minutos e também entro no colégio, vou em direção ao meu armário para deixar ali alguns livros, já que hoje é o ultimo dia e não terei mais nenhuma aula. Os corredores não estão com muitas pessoas, já que o horário já se encerrou a maioria das pessoas já devem ter ido para suas casas.

Estou indo em direção ao local onde meu carro está estacionado. Quando o mesmo aparece no meu campo de visão consigo ver os dois garotos encostados sobre o automóvel. Ryan e Alfredo. Reviro meus olhos pois já sabia que teria que dar uma carona para ambos.

– O que vocês estão fazendo ainda aqui?

– Esperado o nosso irmão cara, jamais que iríamos sem você – Ryan quem fala, logo após todos rimos, com a ironia do garoto. Cumprimento os dois e logo entro no carro, eles fazem o mesmo.

O caminho foi rápido já que eles não moravam tão longe da escola. Conversamos sobre a festa de amanhã e de como vai ser diferente já que os dois estão, de certa forma, namorando, talvez não ainda mas eu encaro isso como um. Eles me questionaram sobre o violão, quando disse que era de Selena eles se entreolharam e eu já sabia o que estavam pensando. Fiz questão de desfazer todos os pensamentos dos dois garotos. Quando chegamos ao local nos despedimos e falamos mais algumas coisas do tipo: “Nos vemos amanhã”.

Não sei por que, mas eu sinto que essa festa na casa de Kylie vai dar muito o que falar.

Talvez eu esteja certo.

Jenner’s House

Saturday

22:23 PM

Estou na casa de Kylie a alguns minutos e já ingeri alguns copos. A casa de Kylie é grande, três andares para ser mais específico, mas em festas como essas, apenas o primeiro e o segundo andar é liberado.

Já entrei aqui algumas vezes enquanto namorava Kendall, mas não era como se eu vivesse aqui, era o contrário, Kendall que vivia em minha casa.

Ando em direção ao local em que está sendo servindo as bebidas e encho mais um copo com uma mistura de energético e Absolut.

O teor de álcool em meu sangue já tem algum efeito, mas não é como se eu estivesse bêbado, para ficar desse jeito precisaria de muitas garrafas. Volto ao andar de cima e fico sobre ele olhando que está embaixo na pista. Com o intuito de encontrar a morena. Sei que ela já chegou pois Stephie está aqui e também já veio falar comigo.

Finalmente a encontro, ela está linda, mais que o normal. Com um vestido preto colado em seu corpo, que marca perfeitamente suas curvas. Ela dança ao som de Work, da Rihanna, rebolando o quadril como ninguém. Se eu pudesse me ver, eu próprio me ofereceria um babador. Literalmente um babão ao ver a morena dançar.

Meu corpo fica rígido e meu maxilar se trava automaticamente ao ver ele se aproximar dela. Zayn. Ele chega por trás e ela nem ao menos checa quem está se aproximando, continua sorrindo e movendo seu quadril para ele.

Eu não deveria me importar, afinal essa era Selena em festas, ela nunca ligou para nada, vinha para dançar e era só. Mas tudo piora quando ela se vira e para ele e ele roda sua mão direita em sua cintura. Meu sangue ferve ao ver ele se inclinar para beija-la e ela ceder ao ato. Eles estão se beijando.

Vadia!

Parece que tudo se escurece ao meu redor. Meu coração está acelerado e eu não consigo conter os meus atos daqui em diante, por um segundo aquela paz e os novos pensamentos das últimas semanas somem e eu me vejo como o antigo Justin.

Desço as escadas, piso firme, é como se eu fosse capaz de abrir um buraco por onde eu passo. Esbarro em algumas pessoas, umas nem se importam com tal ato, outras me olham reprovando meu contato brusco com seus corpos. Mas eu estou focado demais para me desculpar.

Ao chegar em Selena em um só ato a afasto de Zayn, ela me olha confusa.

– O que pensa que está fazendo? – Ela junta suas sobrancelhas e grita, mas devido ao som alto, seu tom parece ser normal aos meus ouvidos.

Eu ignoro totalmente sua fala e ao olhar a cara de Zayn penso em quebrar a cara dele, mas ao voltar meus olhos à Selena, sinto como se a culpa fosse toda sua. Porque diabos ela teve que fazer isso? Pego em seu braço e a arrasto em direção à saída da casa.

– Justin. Para. Esta me machucando – Ela fala com uma voz chorosa e tenta se soltar de minha mão. Mas por este ato a seguro mais forte, tenho certeza que no dia seguinte o local estará marcado. – Justin as pessoas estão olhando – Mais uma vez ela tenta se soltar.

– Foda-se – Grito. Rolo meus olhos e consigo ver os olhos das pessoas. Algumas assustadas, outras com pena.

Chego ao gramado da casa de Kylie e atravesso a rua, estou indo em direção a minha casa. Abro a porta da mesma e continuo segurando o braço de Selena. Subo as escadas em direção ao meu quarto. Ao chegar ao local abro à porta e jogo a garota para dentro do cômodo. Ao entrar tranco a porta do imenso quarto. Meu sangue ainda ferve, ando de um lado para o outro e vejo Selena se levantar do chão, que tinha caído há alguns minutos atrás. Eu estranho ao olhar seu rosto, ela não chora.

– Qual é a merda do seu problema? – Ela quebra o silêncio. Ela não grita, nem afina a voz. Ela só talvez queria entender o que está passando em minha mente. E nem eu sei.

Vou rápido em direção ao seu corpo e o prenso na parede. Agora ela se assusta.

– Porque você fez isso? Porque me fez pagar de otário? – Eu grito em seu rosto e ela fecha os olhos – EU ESTAVA GOSTANDO DE VOCÊ. PORRA. – Mais uma vez grito.

– Justin... – Seu tom é calmo, está me irritando toda essa calmaria.

– Você não deveria ter despertado o velho Justin – Vejo meu punho e penso nos meus próximos atos com meus olhos fechados.

– Você vai me bater? – Abro meus olhos e encaro sua expressão calma e confiante. Ela olha no fundo dos meus olhos. É como se ela tivesse certeza que eu não teria coragem de fazer tal ato. – Não se bate em uma mulher nem com uma flor Justin.

– PORQUE VOCÊ FALA COMIGO ASSIM? – Grito. Soco a parede ao seu lado e ela fecha mais uma vez os olhos. Ela se assustou com meu ato.

– Justin... Não se combate fogo com fogo, se você gritar, eu irei falar o mais baixo possível, eu quero entender o que está sentindo. Não te julgar.

Com suas palavras minhas pernas me traem e meus punhos abrem. Ao olhar sua feição eu me pergunto o que eu estava prestes a fazer. Pergunto-me quais seriam os ensinamentos que minha mãe teria me dado. Ela seria assim? Calma como um dia de Sol? Pronta para me ouvir a qualquer momento?

Eu caio de joelhos em sua frente e choro, sim eu choro. Choro por todas as vezes em que não tive minha mãe para me dizer o que estava certo ou errado. Choro por todas as vezes que cheguei a machucar Kendall.Choro por me perguntar o que minha mãe acharia dessas minhas atitudes. Choro ainda mais por saber que ela ficaria triste. A mãe, eu queria ta que você estivesse aqui. 

Meus soluços são é a única coisa que faz som no quarto. Selena se abaixa em minha frente e pega em meu rosto. O sinto quente, e creio que está vermelho. Selena me olha como se me compreendesse e me abraça, esse ato faz com que eu me sinta mais acolhido e por isso choro mais uma ver. Dói a falta dela, e é como se essa dor saísse em junto com minhas lágrimas. Eu aguentei isso durante todos esses anos.

Selena se levanta e vai em direção a minha cama, eu pareço uma criança enquanto espera sua mãe preparar sua cama. Ela senta e pede para que eu deite em seu colo. Assim faço. Ela acaricia meus cabelos, até que eu pegue no sono. Foi assim o fim da minha noite.

Como uma criança que acaba de brigar com os pais eu choro até dormir, só que antes de pegar no sono profundo pude ouvir sua voz, sussurrar em meu ouvido.

– Eu te manterei seguro e aquecido, mesmo quando você estiver sozinho em casa, quando só restar a minha Colônia em seu pensamento.

Não combata fogo com fogo

Se eu estiver gritando, fale com mais calma

Seja mais compreensiva e paciente

Sinta a dor que estou enfrentando

Change Me - Justin Bieber