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História Color Me In The Dark - Sublime


Escrita por: seulthesis

Notas do Autor


oin gent, bem eu queria que ficasse claro que está tudo acontecendo rápido mas é assim mesmo que tem que ser e desculpa se estiver confuso para vocês.
espero que gostem deste capítulo, particularmente eu prefiro muito mais esse do que o primeiro, sla eu estava mais inspirada (?)

betada pela linda e mais cheia de glamour rafaela dare
boa leitura ^~^

Capítulo 2 - Sublime


Fanfic / Fanfiction Color Me In The Dark - Sublime

Sublime

 

 

O desespero era escutado de longe, corri o máximo que pude vendo-o correr também, eu não deveria deixar que aqueles homens o machucassem. Senti uma pancada forte em direção a minha cabeça, alvo de pancadas. Cai no asfalto gelado e não vi mais nada, apenas ilusões, porém não eram aquelas contraditórias de antes. Estas terminavam com um final feliz, deve ser porque eu estava feliz. Ou não.

Dedos passavam sobre meu rosto, dedos macios, acariciando-me. Aquela sensação era muito boa, não a pararia por nada, mas minha lucidez denunciou-me. "Eu sei que você está acordado." Uma voz doce ecoou sobre as quatro paredes de um lugar qualquer, esta mesma voz a qual eu já conhecia muito bem e estava presente em minhas felizes ilusões.

"Não pare, por favor." Supliquei, pondo minha mão sobre a sua.

"Você está muito fraco e pálido, tem de comer algo. Faz quanto tempo que não comes algo decente?" Puxou-me fazendo com que eu sentasse sobre aquilo que acreditara ser uma cama. Não queria abrir os olhos, não queria que aquele momento fosse apenas outra imaginação minha. Não queria que Minseok sumisse...

"Abra os olhos, eu estou aqui." Disse como se pudesse ler meus pensamentos. De imediato fiz e vi, o quão frio e quente, o quão carinhoso e rude, o quão perfeito e imperfeito uma pessoa poderia ser. Kim Minseok era uma antítese.

"Seu quarto?" Perguntei logo quando vi que estava em um lugar desconhecido, havia móveis antigos mas limpos e organizados, e o que mais me chamou a atenção, muitos quadros estavam presentes naquele quarto, cores brincavam na decoração, criavam poemas.  

"Sim" Ouvi baixo, como um sussurro. "Vou pegar algo para tu comeres, ficas a vontade." Disparou-me os pensamentos mais baixos quando avistei o outro usando apenas uma blusa de lã retirando-se do cômodo rapidamente. Consegui me levantar mesmo sentido dores descomunais por todo o corpo, caminhei até os quadros, alguns eram feitos com pinceladas leves, outros com pinceladas mais fortes. Cores claras e escuras, tiras listradas e lisas. Uma perfeita exibição de arte.

"Gostou das pinturas? Não sei de quem são mas creio que sejam originais, encontrei-as na rua a muito tempo atrás. Uma pena, pois gostaria de agradecer o autor por ótimas obras." Disse ao pé de meu ouvido, com o queixo encostado em meu ombro. "São muito lindas mesmo." Sussurrei e fechei os olhos, apenas sentindo a brisa do ar fresco e o corpo de Minseok encostado a mim. 

Silêncio.

 

▼ △▼ △▼ △▼ △

 

"Perdoe-me mas, eu não sei teu nome, e não me lembro de ter dito antes." Estávamos na varanda de sua casa, coincidentemente dando de frente a minha. Ofereceu-me comida caseira e um bom banho de banheira, até tuas roupas eu usara.

"Não tem problema, chamo-me Luhan." Sorri fraco, recebendo um na mesma tonalidade. "Luhan, teu nome não me é estranho, devo ter escutado daqueles traficantes de ontem. A propósito, por que se envolve com coisas desse tipo, não sabes que te fará mal? Se já não está te fazendo." Olhou-me com um olhar feroz, senti como se quisesse se impor a mim. Porém era delicado demais. 

"E por que você estava lá? Olhe, eu já sou viciado a muito tempo então um pouco a mais e um pouco a menos não fará diferença alguma, pode acreditar." Senti um olhar de dó por sua parte, odiava quando sentiam dó de mim, odiava quando se importavam comigo. 

Mas com Kim Minseok tudo era diferente.

"Luhan, por que você faz isso consigo? Por favor, pare." Não entendi o por quê que ele estava se preocupando tanto, eu era apenas um pintor vagabundo que não se importava com nada ao meu redor, e nem comigo mesmo. Os olhos de Minseok não eram mais frios e vazios, eram calorosos e cheios de compaixão. Acredito ser a única vez que eu avistara olhos tão belos e vivos como aqueles. Pareciam uma paleta de cores.

"Por que se preocupa tanto? Achei que tu eras aquele tipo de pessoa que ligas apenas para si mesmo como mostrou na primeira vez que nos conhecemos. O que te fez mudar tanto?" Um doloroso silêncio pairou no ar, pássaros pararam de cantar, os carros pararam de passar, tudo estava em completo silêncio. Menos a minha consciência.

"Por que não me responde?" Pronunciei depois de longos minutos que mais pareciam como horas. Este apenas olhou para baixo "A vida finalmente me deu motivos para continuar vivendo, Luhan. E acho que você deveria procurar por eles também." Sua voz era chorosa, senti que iria chorar mas nada fez.

Levantei seu rosto com a mão em seu queixo e com a outra acariciei a tua bochecha. Minseok clamava por amor, pelo menos eu achava que sim. Mas tudo parecia rápido demais, talvez fosse porque nada de mais era interessante na minha vida. Apenas Minseok.

 

▼ △▼ △▼ △▼ △

 

Conversar com Minseok era algo que nunca imaginei ser tão bom, este possuía uma criatividade sem limites e uma ótima lábia, o que me fascinava o tempo todo. Acabei por descobrir que seus pais também não estavam disponíveis para si e não tinha amigos. Trabalhava desde a um tempo como decorador de espaços exteriores e amava a natureza. Incrível era como ele contava sobre suas plantas as quais eram vívidas e coloridas. Ficar com Minseok era tão bom que me fazia esquecer de meus problemas e vícios e apenas curtir a bela vista das manhãs.

Dias se passaram e cada vez mais eu via Minseok, este cada vez mais fazia parte de minha vida. Cada vez mais mostrara que viver não era tão ruim assim. As cores em meu coração já se mostraram mais fortes e coloridas. Com aquele esquilo elas chegaram a ser misturadas, saíam do básico.

"Luhan, vamos ao cinema? Quero assistir a um filme de terror." Minseok fez uma expressão pidona, fazendo-me aceitar de primeira. Saímos de sua casa e fomos direto ao shopping, onde se encontrara o cinema. No caminho, percebi que o tempo mudaria drasticamente, fazendo ameaças de chuva. Puxei-o pelo pulso e começamos a correr para finalmente alcançar o táxi.

"O tempo não está nada bom, ainda bem que não fomos atingidos pela chuva." As gotas de chuva já estavam fortes no tempo afora, pessoas já começavam a correr e se cobrir com agasalhos. Poças já eram formadas nas ruas da cidade. O céu estava cinza escuro.

Quando chegamos, Minseok arrastou-me direto para o cinema, escolheu um filme de terror qualquer e entramos. Já estava muito escuro, o filme logo começaria, sentamos nos melhores lugares e esperamos os comerciais passarem.

"Luhan, se eu ficar com muito medo posso te abraçar?" Acredito que foi o verso mais acanhado que Minseok já pronunciara.

"Não precisas ficar com medo. Nada é real. É apenas um filme." Olhou-me com arrependimento e virou-se para o telão. "Perdão." Disse e peguei em tua mão acariciando-a. Este deu um sorriso mas nada saiu de sua boca.

O filme finalmente começou. Sangue desde o começo ao fim, muito clichê, o principal fugindo do monstro. Todos sabemos que este irá morrer no final. Porém algo me surpreendeu, depois de alguns minutos, quem era o personagem que estava vendo na tela de cinema não era mais o ator e sim, eu. Eu estava fugindo do monstro, uma aberração sem rosto, apenas uma mancha escura em sua face e uma única frase "Que da morte você nunca escape."

 

We locked ourself inside.

The clown was out of control.

He stood there with his knife,

But we had spoons and fire.

 

Minha vista ficara embaçada, nada estava mais ao meu ver, desesperei-me e comecei a coçar os olhos. Apenas pude ver sangue em minhas mãos, o cheiro de ferro, o gosto de ferro. Meu mundo parecia desabar, tentara gritar por ajuda mas a voz não saía. Senti minha espinha contorcer-se toda, a cabeça girava, as pernas não pareciam estarem mais por lá.

"Ajude-me! Por favor! Faça parar!" Era tudo o que eu tentara gritar. Escutara mais e mais aquela frase amedrontadora, não sabia mais o que fazer. O desespero era tão grande que tentara me debater sobre o nada.

Escuridão.

 

▼ △▼ △▼ △▼ △

 

"Luhan, vamos?" Claridade. "Nem foi tão assustador assim vai." Lucidez. "Você não vai me assustar com essa expressão de morto, pode parar." Normal. Tudo voltou ao normal. Minseok agarrou-me pelo pulso e assim saímos da sala. 

"Minseok, aconteceu alguma coisa enquanto estávamos assistindo ao filme?" Tudo continuava vagando sobre minha mente, será que eu dormira? Parecia muito real para ser apenas um sonho. Fora aterrorizante.

"No meio do filme você paralisou, só isso, como é medroso." Riu de mim, sentindo-se superior. Caminhamos até o ponto de táxi e por lá esperamos por um. A noite estava rigorosamente gelada, o céu já se encontrara negro. "Luhan, me abraça?" Pegou-me de surpresa, fazendo uma expressão angelical. Além de tudo, Minseok era muito carente,todas as noites ele pedia por abraços, todas as noites ele pedia para que eu ficasse com ele lendo livros e pintando quadros abstratos. Nada disse, abracei-o apertado, com isso pude sentir teu cheiro forte de hortelã, o qual eu já conhecera muito bem.

Por algum momento inexplicável, senti uma de suas mãos passar por debaixo de minha blusa e acariciar minhas costas, um arrepio em minha espinha, o coração acelerado, não era muito rápido? Tudo isso estava sendo muito rápido. Mas eu não ligava. Ligava apenas para Minseok. Este conseguiu me fazer esquecer de todos os males da vida e me tornar no ser humano amoroso que nunca pudera ser antes. Nunca.

Por mais meloso que fosse, era a mais pura verdade. "Minseok..." Sussurrei em seu ouvido, sendo respondido por um breve "Sim". "Tu não achas tudo isso muito rápido?" Perguntas. "Você acha?" Sendo respondidas por outras perguntas. "Acho?" Uma simples palavra. Um simples gesto. Um simples sentimento. Sendo seguido por muitos outros.

 

Before he came to us,

He went to a house of mirrors.

His face, he painted white.

He came while no one knew him.

Kill the clown.

He's so unfair.

 

Aquela mistura de cores jamais sentida por mim. Aquele complexo de rosa coral, azul violeta, prata e o mais predominante, vermelho fogo. Um perfeito mosaico. A cada toque, a cada selar, uma cor, tudo era perfeito, nunca pensei que seria possível pintar-me junto a outra pessoa. Pintar algo que eu nunca pensara existir em minha vida medíocre. A Paixão.

Tão delicado, tão caloroso, tão...irreal?

Trovoadas, janelas incansáveis, madeira rangendo. Acordo-me de supetão. "Minseok?!" Saíra quase como um grito. Corro o olhar por todo o quarto, porém não encontro nada e nem ninguém. Escuto passos vindos da cozinha e direciono-me para este cômodo, sussurrei um "Alguém está ai? Minseok?" mas fora apenas perguntas vagas. Senti-me nervoso, talvez estivesse enlouquecendo e tudo mais, deve apenas ser um trauma de minha mente.

Um objeto de vidro cai ao chão, me virei rapidamente e vi apenas um vulto "Só pode estar de brincadeira." disse gaguejando, não acreditava em espíritos, porém naquele momento tudo me parecera ser possível. Outro barulho vindo da sala, corri para ver o que era e por fim encontrei algo o qual, mesmo possuindo pele pálida, não era um fantasma e sim, Kim Minseok.

"Por Deus, que susto! Por que sempre aparece pelas sombras?" Andou até mim e me deu um beijo na bochecha. "Dormiu bem?" Murmurou com aquela voz a qual fazia meu corpo todo se arrepiar. "Minseok, nós..." Ainda não podia ter toda certeza do que havia acontecido conosco. Queria ouvir de Minseok, o único que sinto ter conhecimento de todos os fatos.

"Nós o que Luhan?" Olhou-me com uma expressão de confusão, será que era apenas uma rudimentar ilusão? "Você sabe..." Tentei disfarçar minha vergonha olhando para baixo, porém este era o pior jeito de disfarçar isso. Gesticulei e fiz caras para fazê-lo entender do que se tratava, "Sexo? Luhan, por qual motivo pensas isso? Nunca dormimos juntos, voltou a se drogar por acaso?!" Minseok jogou verdades sobre meu teto, fatos dos quais eu não tinha certeza absoluta, apenas ele. 

"Perdoe-me, tu sabes que parei de me drogar a um bom tempo, sabes que faço tudo por ti, porém não estou tão lúcido, e o motivo eu não consegui desenredar ainda. Perdão, perdão..." Chatear a Kim Minseok era a única coisa da qual eu fazia de tudo para não acontecer. Chateá-lo era como se o mundo todo estivesse contra mim. Por isso tentara inibir a palavra "perdão" de meu vocabulário.

 

His eyes were blue and green.

His mouth was red and yellow.

We opened up the door

And ran outside to fight him.

Kill the clown.

He's so unfair.

Let him die.

 

Tudo confundira-me, o que eu pensara que acontecia na verdade era pura ilusão. Quando a Lua iluminou a noite, quando eu já me encontrara sozinho naquele quarto escuro, chorei como nunca, chorei como se não houvesse o amanhã, tudo tinha sido tão relevantemente bom, a textura de tua pele sobre a minha era sobre-humano, teus selares em meu pescoço eram sublimes. Teus selares em meus lábios eram mais ainda. 

Choro ao canto dos grilos, choro ao uivo dos lobos, choro ao barulho das ondas do mar. Choro.

 

Preto, escuro, sofrimento.

Azul, escuro, noite.

Vermelho, escuro, luxúria?


Notas Finais


nossa eu sinto que uma hora vou por umas palavras _bem_ sem sentido nesse finalzinho slkalkslaskl
vou demorar mais tempo para postar o próximo capítulo, peço mil perdões, mas o terceiro terá muitos huhuhu
ah sim e obrigada por tudo <333
a música é Kill the clown da Sóley https://www.youtube.com/watch?v=xqH-q-u-zZQ

bjos


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