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História Colored Life - Will This Really Work?


Escrita por: Fic_MJ

Capítulo 2 - Will This Really Work?


Fanfic / Fanfiction Colored Life - Will This Really Work?

          May on

Assim que pisei fora daquele aeroporto, senti o ar quente me envolver e um tremendo calor. Como reflexo, tirei minha jaqueta e passei a mão na testa, limpando a gota de suor que descia ali. 

- Aqui, em Sidney, é muito calor. - disse John, também conhecido como meu pai. - Trouxe roupas frescas? 

- Passei os meus últimos anos em lugares frios. Infelizmente, não. - disse sem me preocupar muito. 

- Talvez a Meg possa te ajudar a comprar algumas roupas. 

- Meg?

- Ah, claro! - ele pegou minhas malas e as colocou no porta mala enquanto falava - Ela trabalha lá em casa.

Apenas assenti observando todo aquele local e, meu Deus, que sol era aquele?? Ao entrarmos no carro, foi quase impossível que não pedisse a ele que ligasse o ar condicionado e, em seguida, deu a partida. Ligou o rádio. Uma música do Green Day começou tocar e foi inevitável não cantar junto. 

- Gosta desse tipo de música? 

- Eu amo essa banda. Uma das minhas preferidas. - sorri. Minutos de silêncio se estalaram.

- Como vai a escola?

- É difícil dizer especificamente. Me mudo muito de escola, então, é complicado. 

- Você tira notas boas?

- Às vezes. - talvez isso seja mentira. 

- Tem certeza?

- Então, tem coisas melhores para conversar do que escola... 

- Você tem namorado? 

- Ok, vamos voltar ao assunto escola. 

- Você é engraçada, May, mas não respondeu minha pergunta. 

- Qual das?

- Você sabe. 

- Ah, claro! Tenho absoluta certeza que tento tirar notas boas, geralmente eu consigo mas, às vezes... 

- A outra pergunta, May. 

- Ah. - olhei o caminho, dando uma pausa para voltar a respondê-lo - Não, eu não tenho namorado. 

- Já teve algum?

- Que assunto, hein! - revirei os olhos. Pela primeira vez ele me olhou com aquele olhar e me senti obrigada a falar - Já, já tive. 

- Quem era?

- Um garoto. Olha, pai...  Quer dizer, John, eu não gosto de falar sobre isso. 

- Ok. E pode me chamar de pai. - apenas joguei a cabeça para o lado. Era algo ainda difícil de assimilar.

- Então, pai - dei ênfase no "pai" - Você namora ou é casado com alguém?

- Ah, não! É complicado.

- Ok. Acho que agora temos algo em comum. 

Sua risada tomou conta. Eu apenas dei um sorriso ladino, sua risada era realmente escandalosa. Mas, por um certo segundo, me senti confortável naquela situação.

Sua risada foi parando aos poucos e o silêncio voltou a reinar. 

- May?

- Hum?

- Você ainda é virgem?

- Ai. Meu. Deus! - falei assustada com a pergunta. Ele já estacionava o carro na garagem. Saí do carro, pegando apenas a mochila que estava comigo. E entrei pela porta - May! - o ouvi gritar - O carro ainda estava em movimento! - mas sua voz saiu longe demais para ouvir nitidamente. 

A porta da garagem, que ficava localizada embaixo da escada da casa, dava para um pequeno canteiro de plantas ao lado esquerdo e a grande porta de madeira da entrada a direita. Andando mais um pouco, seguindo como se tivesse entrado pela porta principal, estava uma grande sala - que pra mim era enorme, se devo dizer. Os apartamentos em que vivi com minha mãe tinham apenas um quadrado pequeno como sala, às vezes mal cabia o sofá. 

A sala por si só já me deixou deslumbrada. Haviam dois sofás enormes e duas poltronas que, juntos a TV que parecia uma tela de cinema, integravam o quadrado que formavam a sala de estar. E tinha um tapete, daqueles tão macios que você poderia dormir neles tranquilamente. Seguindo para o lado direito da sala, havia uma enorme mesa de jantar que cabiam tranquilamente umas doze pessoas, decorada com um lustre em dourado assustadoramente deslumbrante. Andando mais um pouco saímos na cozinha e, meu Deus! Que cozinha era aquela? Tinha uma enorme bancada com pequenos banquinhos para sentarmos, um fogão embutido ali e uma geladeira de outro mundo! 

Eu estava seriamente impressionada com aquilo tudo. Era real mesmo ou só apenas um sonho? Tudo era tão lindo. Observava todos os detalhes presentes ali. Ao voltar para a sala, meus olhos pararam nos porta-retratos presentes em um fino e comprido armário branco. Eram fotos minhas, em diversos lugares pelos quais eu e minha mãe passamos. Involuntariamente, passei os dedos entre as fotos.

- Sua mãe me mandava todas as suas fotos. Tem outras em um álbum... 

Sorri. Eu podia pensar muitas coisas sobre meu pai, mas com certeza eu podia dizer que ele não me abandonou por completo, ou que eu abandonei ele, afinal, parecia existir um pedacinho de mim ali em todo canto, mesmo eu nunca ter tido pisado os pés naquela casa antes daquele dia.

Minha concentração parou sobre a mulher que surgiu atrás de nós. Não era velha nem muito nova. Parecia ter uns 40 anos. Cabelos pretos e olhos castanhos. Ela era bonita. 

- Meg! - falou John - Essa é a May. 

- Olá querida! - chegou perto - Seu pai falou muito de você! 

- Falou? - perguntei alternando o olhar entre ela e ele. Meg assentiu freneticamente com a cabeça deixando meu pai vermelho. 

- Bom, eu tenho umas coisas para resolver. Meg, por favor mostre a casa para ela. Volto antes do jantar. 

Concordamos. Então, ele saiu pela porta da garagem e só foi possível ouvir o barulho do motor e logo se distanciando.

- Venha querida, vou lhe mostrar o seu quarto.

Ela pegou uma de minhas malas, mesmo depois de ter dito que não precisava, e eu a outra. Subimos aquelas escadas que tinham um formato em L e seguimos para o corredor a direita. Aparentemente meu quarto era o primeiro a esquerda, já que foi o cômodo no qual entramos.

O quarto também era de um tamanho bem grande. Logo ao entrar no quarto, estava a cama com a cabeceira encostada na parede da frente da porta. Ao seu lado havia um espaço vazio na qual eu já imaginava pôr uma penteadeira com um puff redondo para sentar. Seguindo na parede do lado direito, haviam duas grandes portas de vidro de correr que davam para a varanda. Na parede oposta, no rumo da cama, havia uma porta que dava para o banheiro, seguido de um guarda-roupa que ocupava até pouco mais da metade da parede, colado com uma escrivaninha que fazia um L com a parede do guarda-roupa e a da porta, e uma televisão - razoavelmente grande - embutida na parede acima da escrivaninha. Tudo estava nos tons de branco e sem nenhuma decoração.

- Bom, não está decorado nem nada. Não sabíamos o seu gosto, então deixamos assim. 

- Não tem problema nenhum. - sorri simpática - Está mais que perfeito!

- Que bom que lhe agrada! Tem algumas tintas na garagem e coisas para decorar, caso você queira. - ela tinha o sorriso mais simpático e alegre que eu já tinha visto.

- Obrigada!

- Ah! - disse ela quase saindo do quarto - Seu pai está muito feliz que você está aqui, May. Ele pode até não admitir, mas sei que esse era um grande sonho dele.

Sorri para ela. Surpreendentemente eu acreditava em suas palavras, mas decidi não pensar demais nelas. Olhei em volta e resolvi ir olhar as coisas que Meg havia dito que estavam na garagem. De lá peguei algumas tintas, principalmente a preta, alguns quadros e até mesmo um violão que eu vi ali.

(...)

- Venha May! O jantar está na mesa! - Meg gritou. 

- Estou indo! - desci as escadas - Eu acho que foi por conta do calor, mas eu nunca tomei um banho tão bom quanto esse! - sentei a mesa - Sabe, quando eu estava em Londres era muito frio, eu quase não conseguia tirar o casaco.

- Olá meninas! - entrou John apressado pela porta - Desculpa o atraso! Do que estavam falando?

- May estava contando como era frio em Londres... 

E foi assim que o jantar seguiu. Meg e meu pai se sentaram a enorme mesa posta apenas para nós três e conversamos até mais tarde sobre minhas viagens, detalhes sobre a minha nova cidade e moradia e sobre a vida de meu pai que conhecia tão pouco. Eu estava gostando dali e das novas experiências que estava vivendo. Será que isso realmente iria dar certo? Pensava eu.

 

 

 

 

 

 


Notas Finais


Obrigada pela leitura! Até o próximo capítulo. :)


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