Era só mais um domingo ensolarado. Há um tempo eu não me falava com o Luke sem ser pelo celular e no sábado tive que ir ensaiar. Por causa do adiamento da competição, a professora resolveu acrescentar mais uma música para mim e só tive mais trabalho.
Acordei com meu celular tocando pela terceira vez. Achei que se não atendesse a primeira, a pessoa não insistiria, mas continuou tentando. Sem abrir os olhos, tateei a mão sobre o criado mudo e peguei o celular, o levando até o ouvido.
- Alô?
- Mayzinha?
- Luke? Espero que você tenha um ótimo motivo pra me acordar tão cedo.
- Você sabe que horas são?
- Ah, sei lá!
- Já são 2 horas da tarde.
- Meu Deus. – levantei e sentei na cama. Luke soltou uma risada do outro lado da linha.
- Que tal a gente ir tomar um café?
- Aonde?
- Numa cafeteria aí perto da sua casa. Topa?
- Hum. Pode ser.
- Te vejo daqui 30m.
- O.K.
- Até. - e desligou.
Levantei e fui tomar um banho. Passei uma maquiagem básica. Vesti um vestido preto, um coturno e meias da mesma cor. Acrescentei algumas pulseiras e colares e, é claro, peguei meus óculos de sol. Por último peguei minha mochila pequena que usava com bolsa e saí.
Minutos depois já estava na cafeteria. Luke me esperava sentado em uma das cadeiras acolchoadas de costas para a porta. Andei até ele e o abracei por trás.
- Oi! – falei sobre seu ouvido.
- Ei, oi! – sentei na sua frente – Quanto tempo.
- Estava muito ocupada com a apresentação. – ele assentiu com a cabeça – Aconteceu alguma coisa?
- Pedi um chocolate quente com croissant pra você.
- Luke, não muda de assunto.
-Ta. – respirou fundo - Saí com a Paty ontem.
- Ah. Com foi?
- Meio... Normal. Ela me chamou pra casa dela e eu fui. Achei que isso daria segurança a ela...
- O que rolou? – algo em mim temia a resposta.
- Não terminou na cama dela, se é isso que você quer saber. – soltei um suspiro. – Fomos assistir um filme, ficamos abraçados por um tempo, até que... Que ela me beijou. Eu tive que ceder, se não seria estranho. – ele era cauteloso quando falava – Depois de um tempo, eu comecei a falar de você.
- De mim? – encostei no acento macio.
- Falei coisas como o quanto eu não gostava de você e gostaria de fazer algo a você.
- E ela caiu? – ele assentiu com a cabeça.
- Ela não disse aquilo que você ouviu no banheiro mas, mencionou um plano. Fingi estar interessado e ela disse que teria que esperar.
- E...?
- A mãe dela chegou e eu tive que ir embora. – concordei com a cabeça. Uma garçonete chegou em nossa mesa, colocou meu chocolate quente, o croissant e um café e um sanduíche para o Luke.
- Precisamos que ela diga o plano. Ela precisa confiar em você.
- O que eu devo fazer?
- Não sei. Passar confiança a ela. Não, melhor. Você vai pedir ela em namoro.
- O que?
- É a única forma de ela te contar. Ela vai criar confiança em você e eu sei que ela vai acabar te contando.
- Você tem certeza disso?
- Por que não teria?
- Porque... Você acabou de me dizer pra pedir a Paty em namoro.
- É, eu sei, mas eu preciso descobrir. Não posso deixar meu pai ser trapaçeado assim. – ele concordou – Tudo bem por você?
Luke arregalou um pouco os olhos e concordou.
- Se você não quiser , é só...
- Não, eu faço. – disse e pegou na minha mão – Se isso vai te ajudar, eu faço.
Sorri em retribuição.
- Tive uma ideia. - fez gestos para que continuasse - Você vai usar um gravador. Assim se ela falar. vamos ter provas mai concretas.
- E aonde vai arranjar um gravador?
- Você pode usar o do seu celular. Ela não vai perceber. - ele concordou.
Comecei a tomar meu chocolate quente e, do nada, Luke começou a rir.
- O que foi?
- Você está com bigodinho. – abri um sorriso e peguei um guardanapo para limpar. Depois que ele conseguiu o folego para falar, Luke voltou a me olhar – Mas, como vai a apresentação?
- Vai bem. Minha professora pega bem pesado as vezes.
- É, estou vendo. – disse apontando para as palmas das minhas mãos.
- Ah, isso. Uma das músicas exige que eu suba em uma corda. É complicado de explicar.
- Tudo bem. No dia eu vou saber do que está falando.
- Espera, você vai? – abri um sorriso.
- Pode? Porque se não puder, eu...
- Não, claro que pode! Eu só... Não parei para pensar nisso. – sorriu tímido – Não, espera. Eu fiz Luke Hemmings corar?
- Eu? Isso é natural, O.K? Beleza, natural, já ouviu falar? – brincou. Soltei uma risada.
- O.K. então. – ainda ria.
Depois de conversarmos bastante e Luke soltar um monte de piadas e eu me acabar de dar risada, terminamos de tomar nossos cafés e saímos da lanchonete.
- Acho que não podemos ficar tão perto, alguém poder ver. – disse ele sorrindo. – Que tal, irmos pra aquele lugar?
- Hum. Aquele lugar? – sorri e fingi estar pensando – Talvez você me veja lá, ou não.
- Não se eu chegar primeiro. – e saiu correndo em direção de seu carro.
- Ah, sério? – gritei e ele sorriu antes de entrar no carro.
Corri até o meu e dei a partida, acelerando pra chegar perto do dele, mas o dele ainda estava na frente. Estacionei o carro no lado do dele no beco com pouca iluminação. Subi as escadas correndo e quando cheguei lá, Luke já se escorava no batente. Sorri ofegante e parei de andar.
- Olha, você por aqui. – brincou ele. – Costuma vim muito aqui?
- Não, só quando quero ver coisas bonitas.
- Sim, eu sei, sou irresistível.
- Eu falava das estrelas. – já estava bem perto de mim.
- Ah. – ri e corri até ele o abraçando. Ele me pegou e girou. Paramos com nossos rostos bem perto um do outro.
- Mas, tenho que admitir, já não consigo ficar tanto tempo longe de você.
Ele sorriu e me beijou.
Era incrível como aquilo tinha crescido em dias. Eu não menti para ele. Eu não conseguia mais ficar longe dele. Meu coração batia mais forte e minha respiração acelerava. Aquilo era amor?
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