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História Colors - One Shot


Escrita por: Niixky-

Notas do Autor


Olá, como você está?

Eu queria dizer que essa história surgiu em exatas 2 horas e 27 minutos (uhu), e eu não faço a minima ideia do que escrevi.
(...) é quebra de tempo, mas disso você já sabe.

Escutei Colors - Halsey, e aí imaginei isso. Saiu como eu queria? Não, mas eu fiquei bem contente com o que fiz.

Apreciem a leitura!!

Capítulo 1 - One Shot


"As vezes azul, as vezes cinza...                              
Se te certificares de admirar o céu, ele possuí muito mais cores
."               

 

A primeira vez que o viu, Jaebum pensou que era um belo homem, e tinha um porte físico perfeito para ser pintado, mas isso logo passou, pois não pensou que valeria a pena gastar sua tinta com um rapaz apenas porque era bonito. Sua mente mudou ao ver o loiro com um cigarro nos lábios, na cobertura do prédio. Deveria pinta-lo ali, com aquele cigarro nos lábios e o céu nublado como fundo.

 

O rapaz loiro percebeu-o, jogando o cigarro no chão e apagando-o com a sola do tênis. Logo após encerrar o serviço, mirou Jaebum e sorriu. Disse-lhe um “olá” e perguntou se Jaebum era novo. Ele não era, mas fazia tempo que não pisava em um hospital. Jaebum disse que sim, e o rapaz loiro apresentou-se. “Wang Jackson, vindo de Hong Kong”.

 

Jaebum também apresentou-se, e os dois tiveram uma conversa agradável sobre diversos assuntos, os qual Jaebum realmente não lembrava.

 

Depois do primeiro encontro, na cobertura do prédio, diversos outros se seguiram. Fosse nos corredores do hospital – onde se cruzavam as vezes, nas escadas de emergência – onde gostavam de ir para falar das enfermeiras e residente bonitas, na cobertura do edifício – onde Jackson gostava de fumar, quando conseguia um cigarro, ou mesmo no leito do mais novo, porque Jaebum nunca deixava o mais novo entrar no seu. Tornaram-se amigos próximos.

 

Depois de uns dias, conheceu a mãe de Wang, e entendeu de onde a simpatia de Jackson vinha. Gostara muito da senhora, e ela de Jaebum, pois passara sempre a levar-lhe algum lanche quando ia visitar o filho, que coincidentemente estava sempre junto do coreano.

 

A verdade era que Jaebum gostava de estar ao lado de Jackson, sentia-se aliviado ao lado do loiro “sempre sorrisos”. E Jackson também gostava da companhia de Jaebum, porque sua serenidade o transmitia paz.

 

(...)

 

— Você não acha que o céu está lindo hoje? – Jackson perguntou. Ele e Jaebum estavam sentados na cobertura, desfrutando de salgadinhos. — Seria bom se todos os dias fossem assim.

 

Jaebum mirou o céu, e pensou se Jackson estaria enlouquecendo. O céu estava nublado e pelas correntes de vento que passavam, talvez chovesse.

 

— Não acha que um céu azul é melhor? – perguntou Jaebum.

 

— Prefiro ele assim, meio cinza!

 

— Por quê?

 

— Quem sabe! Talvez eu apenas goste, sem um motivo. – disse o loiro, erguendo-se. — Tenho uma consulta, então vou indo. Te vejo depois.

 

E Jaebum apenas observou o chinês afastar-se. Sentia-se melancólico sempre que Jackson o deixava para ir a consultas. Sentia medo de que algo acontecesse ao amigo, de ser deixado sozinho, de perde-lo. Sentia medo de Jackson não gostar dele, ou não querê-lo por perto.

 

(...)

 

— Às vezes penso que gosta mais de Jackson, que de mim. – disse Youngjae, o irmão mais novo do rapaz, em uma de suas visitas, fazendo Jaebum revirar os olhos. — Há vezes que você parece até mesmo apaixonado.

 

Apaixonado!

 

Jaebum não sabia se o que sentia era paixão – ou amor, mas sabia que Jackson era um pedaço essencial de sua vida, e começou a perceber isso quando mais da metade de suas telas eram preenchidas com o rosto do chinês.

 

(...)

 

— Você não quer sair? – perguntou Jackson, entregando ao coreano uma latinha de refrigerante, e sentando-se ao seu lado na escada. — Amanhã vai estrear um filme, e realmente quero vê-lo.

 

— Não, Jackson. Você pode ir com aqueles seus amigos jogadores de basquete, porque eu não quero ir.

 

— Não pode fazer isso por mim?

 

Jaebum relutou, e no final, recusou. Jaebum não queria sair. Não queria que Jackson saísse também. Preferia manter-se ali, no hospital, no seu mundinho.

 

— Você tem medo de algo lá fora? – Jackson perguntou, num tom de brincadeira.

 

Jaebum paralisou. Ainda que soubesse que Jackson estava brincando, ele estava certo. Jaebum tinha medo de algo fora das paredes daquele hospital. Algo que ele queria fugir para sempre. Retirou do casaco um frasco com pílulas azuis, e logo ingeriu duas delas. Estava nervoso.

 

Notando a expressão do amigo, Jackson o chamou. Jaebum desconversou, falou sobre o tempo e de como estava agradável. Jackson estranhou. Estava chovendo, e Jaebum detestava dias chuvosos. E Jackson percebeu, Jaebum tinha um segredo. E Jackson queria sabe-lo, antes que não pudesse mais.

 

(...)

 

Por uma semana, o coreano não teve notícias de Jackson. Não o encontrou nos locais que frequentavam, e ao perguntar as enfermeiras, elas desconversavam ou o pediam pra procura-las depois.

 

“Eu preciso vê-lo agora, não depois!” Era o que Jaebum dizia, recebendo olhares estranhos.

 

Passaram-se mais dois dias, até que conseguisse ver o loiro novamente. Jackson estava mais pálido que o normal, mais fraco também, mas isso não afetava sua alegria. Já era noite, mas Jackson insistiu que fossem até a cobertura, e Jaebum aceitou.

 

Seguiu o loiro pelas escadarias até o local, e percebeu que Wang Jackson havia lhe preparado uma surpresa. Uma grande barraca, lençóis estendidos, lanches... Deitaram-se sobre um cobertor estendido no chão, e ficaram a olhar o céu, que devido as diversas luzes da cidade, não permitia ver bem as estrelas.

 

— Por que tudo isso? – o coreano perguntou, mirando a face do chinês.

 

Jackson o mirou, sustentando o olhar de Jaebum no seu. Deu um suspiro rápido e sorriu.

 

— Jaebum, o que você faria se eu morresse hoje? – perguntou o chinês.

 

Jaebum não gostou daquela pergunta, muito menos da resposta que se projetou em sua mente: “Eu morreria em seguida!”. Suspirou, logo respondendo à pergunta.

 

— Eu não sei. Eu nunca pensei sobre isso.

 

— Entendi! – disse o chinês, voltando a mirar o céu. — Eu acho que se você morresse, eu me mataria.

 

— Por quê? – Jaebum perguntou, sentando-se e encarando o rapaz mais jovem.

 

— Já ouviu fala de vida cinza? Quando a pessoa não consegue ver a felicidade na própria vida? Acho que sofri disso, até te conhecer. Gosto de como você meio que coloriu partes da minha vida. Coloriu meus dias, me ajudou a fazer boas memórias, divertiu-me... Acredito que você até mesmo coloriu alguns dos meus sonhos.

 

— Que sonhos seriam esses que eu colori? – perguntou Jaebum, não sabendo o que falar.

 

— Eu costumo ter sonhos cinzas, porque eles nunca poderiam realizar-se. Mas graças a você, eu consegui realizar um deles. – disse, Jackson sentando-se ao lado do amigo e tomando sua face em mãos. — Escute bem, Im Jaebum Quero dizer, que gosto de você. E gosto realmente de você.

 

E mesmo antes de perceber, Jaebum pressionava seus lábios contra os de Jackson, em um selar cauteloso. Afastaram-se por breves segundos, mirando-se e logo voltaram a estabelecer contato. As mãos de Jaebum foram até a cintura do chinês, que escorregou uma de suas mãos até a nuca do coreano, puxando-o contra si.

 

O selar tonou-se um beijo quente quando Jackson pediu passagem contornando os lábios de Jaebum com a ponta de sua língua, e o coreano prontamente cedeu, permitindo tanto a si, quanto ao outro, de explorar a boca alheia.

 

Os beijos deixaram de ser o suficiente, as roupas foram ao chão, e os toques estavam cheios de carinho, envolvidos num sentimento que os confortava e dava-lhes paz. Sob a lua, na cobertura do edifício e dentro de uma cabana, Jackson e Jaebum fizeram amor.

 

Após tornarem-se um do outro, com os corpos quentes e respirações ofegantes, envolveram-se num abraço, enquanto seu corpo estabilizava-se.

 

— Temos que voltar! – disse Jackson, deslizando os dedos sobre a pele do coreano.

 

Jaebum assentiu. Vestiram-se, e deixando seu cenário de amor para trás, retornaram a parte interna do hospital. De mãos dadas caminhavam na direção dos leitos, quando Jaebum parou, fazendo o chinês repetir o gesto.

 

— Jaebum?

 

— Pode vir comigo até o meu quarto? – Jaebum parecia inseguro, relutante.

 

Jackson notou a ansiedade no outro rapaz, assentindo de leve, deixou-se ser guiado até o quarto do coreano. Jaebum abriu a porta adentrando o quarto primeiro, logo permitindo que Jackson entrasse também, e cerrando a porta após o chinês entrar.

 

Wang estava deslumbrado. As paredes do quarto de Jaebum estavam cobertas em azul, com fatos do cotidiano de uma cidade, as telas espalhadas próximas as paredes tinham seu rosto, e tudo parecia tão colorido, mesmo que tudo estivesse em azul. Uma das paredes, no entanto, o espantou. Jaebum desenhara a si mesmo exilado, e deixara claro em sua imagem o quanto era solitário, e o quanto tinha medo do mundo.

 

O chinês sentiu-se abraçado por trás, e quis virar-se para encarar o rosto do amado, mas Jaebum o impediu.

 

— Me escute dessa maneira, por favor. – Jaebum disse, e em silêncio Jackson o ouviu. — Eu não posso sair desse hospital, porque tudo me assusta. O som dos carros, as vozes da pessoas, a minha sombra... Tudo me assusta, Jackson. Porque lá fora, quando chega à noite, nada quero se não morrer. Porque a noite é solitária e fria demais pra mim. Eu não consigo me manter lúcido sem a droga dessas pílulas, porque se não as tomo, me torno agressivo. Tudo lá fora me assusta, inclusive eu mesmo. A solidão me destrói, e eu simplesmente esqueço quem sou. Então, Jackson, por favor, não me abandone.

 

Jackson o abraçou, deixando que as lágrimas escorresse por suas faces em silêncio. Ali estava, o amor claro e transparente que Jackson sonhou. Novamente, os dois se amaram. Dormindo agarrados um ao outro sobre aquela cama, cercada por paredes preenchidas de azul.

 

(...)

 

Ao acordar, Jackson não estava ao seu lado. Jaebum levantou-se, tomando um banho rapidamente, e indo até o leito do mais jovem, porém não o encontrou. Passeando pelos andares do hospital, avistou uma movimentação que lhe chamou a atenção. Mas nada de bom lhe veio a mente, ao ver a mãe de Jackson chorando desesperada, sendo apoiada por duas enfermeiras.

 

“Não! Por favor, não!” Pensou, enquanto dirigia-se a janela, que permitia a vista da sala de emergência do andar.

 

O corpo de Jackson estava sobre a maca, e os médicos tentavam desde a massagem cardíaca, ao uso do desfibrilador, e o corpo do chinês não reagia. Jaebum escorregou ao chão e chorou, porque sabia que Jackson não ia acordar. E Jackson também sabia disso.

 

Quando os médicos saíram da sala, dando as más notícias, Jaebum já estava em um quase choque. Estava quase tão sem vida quanto Jackson. A pessoa que ele amava havia morrido, e Jaebum não conseguia aceitar, porque parecia que Jackson estava abandonando-o.

 

(...)

 

Após duas semanas da morte de Jackson, Jaebum encontrou-se com a mãe do amis novo, que insistiu em vê-lo e entregar-lhe algo.

 

— Quando eu vim recolher as coisas dele aqui, encontrei isso. – disse a mulher, estendendo-lhe um envelope. — Eu acho que isso é pra você.

 

Jaebum recolheu o envelope, e agradeceu. Despediu-se da mulher, e seguiu para o seu quarto. As telas de Jackson haviam sido recolhidas, os médicos pensaram que era o melhor para que Jaebum se recuperasse.

 

Sentada contra a parede que continha seu próprio desenho, Jaebum abriu a carta, logo lendo-a.

 

Im Jaebum;

Eu só quero que saiba que eu o amo, e que não o estou abandonando. Que a vida é apenas uma passagem, e que logo vou te encontrar, em um lugar de céu azul – como você gosta.

Quero te agradecer por colorir minha vida, e por corresponder os meus sentimentos. Por me dar uma amor claro, mesmo que por pouco tempo. Quero que não me esqueça, mas que viva sem mim. Quero que saia desse hospital Jaebum, encare o mundo e viva por nós dois. Quero que encontre alguém que te ame como eu, e que te faça feliz. Quero que deixe de ser uma única cor, Jaebum, e seja toda uma aquarela.

Por favor, seja feliz!

Eu te amo agora, te amei ontem, e te amarei amanhã – e sempre;

Wang Jackson.

 

E Jaebum chorou. Deixou que todos os sentimentos presos em seu peito saíssem. O rapaz sabia que Wang estava certo, que ele era apenas uma cor: Azul. E que Jackson era cinza. Mas fora aquelas duas simples cores, que pintaram toda sua vida, como uma completa aquarela. 


Notas Finais


Se você chegou até o fim, você é um(a) campeããããão!!

Abraços!!


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