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História Colors - Tensão.


Escrita por: lycorisrose

Notas do Autor


Primeiramente, eu queria desejar boas festas, mesmo atrasada.
Agora, em segundo, desculpe pela demora. Espero que aproveitem o capítulo para esse fim de ano. E que tenham um feliz começo de 2017, porque eu ainda não acredito que 2016 levou a Princesa Leia aos 45 do segundo tempo e espero que o próximo ano não faça isso também.

Capítulo 4 - Tensão.


 

"Pot estava exausto, porém se sentia mais leve. Muito mais leve. O que estava entalado na garganta há anos havia sido liberado, e por mais que tivesse agido fora de si - pelo menos naquele momento - ele não se arrependia. 

Já estava virando uma esquina não distância de sua casa - já conseguia vê-la - quando acabou esbarrando em um homem de estrutura alta e roupas escuras. Com a cabeça ocupada, ignorou o mesmo e seguiu caminho, porém acabou sendo puxado para trás novamente e ficando cara a cara com o homem. Aí ele percebeu que não estava sozinho.  

- Qual é a tua, pivete? - o homem gritou na cara de 2-D, os dois ao seu lado com carrancas horrendas na direção do ex-vocalista. - Não sabe respeitar os mais velhos?  

Analisando a situação: aqueles três eram fortes, altos e assustadores, pareciam ter saído de uma máquina mortífera. Um tinha barba longa, outro cabelo longo e o que o segurava tinha ambos. Eles usavam roupas caraterísticas de gangues de motoqueiros, mas após ver um símbolo na bandana de um deles, percebeu que se tratava de uma gangue criminosa.  

2-D engoliu em seco: ele era magro ao ponto de alguns ossos estarem expostos sob a pele, alto demais devido as suas pernas esticadas mas fraco para revidar alguém de maneira física. Ele podia ser confundido com um adolescente ou um doente se alguém visse à distância.  

A balança não estava em equilíbrio.  

- E-eu sinto muito, não fo-fo-foi a minha intenção - gaguejou fraco, engasgando em suas próprias palavras. Era medo que sentia. Esperou uma resposta, talvez, mas ouviu estalares de dedos.  

O primeiro chute na área do estômago dada pelo que o segurava, caindo no chão. Abafando o urro de dor, recebeu mais dois seguidos. Risadas foram ouvidas acima de si.  

- Eu não mereço isso... - disse para si mesmo enquanto se levantava. Apenas com os braços apoiados no asfalto, sentiu toda a bebida se revirando dentro de si. O enjoo geraria um resultado desagradável se ele não saísse dali agora.  

Na sua tentativa de ficar de pé, recebeu mais um soco por trás, sendo puxado em seguida para um beco próximo da esquina. Quando caiu no chão novamente, não se manteve atento ao redor, e não fez. Ficou próximo a uma lata de lixo, apenas tentando chamar por ajuda com sua voz arrastada. 

Foi até rápido quando ouviu alguém se aproximar e ficar praticamente na sua frente. A imagem estava borrada devido ao escuro, não dava para ver direto o que parecia ser um homem. 

- Ajuda... - disse, gemendo ao respirar com força. A pessoa veio em sua direção pouco tempo depois, procurando quem teria dito algo. E a surpresa veio quando reconheceu a face do indivíduo. 

- Stuart!" 

 

 

Com bastante dificuldade Murdoc conseguiu deslocar 2-D até a casa, por sorte achando a chave no bolso do ex-vocalista e praticamente jogando-o no sofá. Agora se encontrava andando para os dois lados, completamente perdido no que era para supostamente fazer. 

Primeiros socorros, é claro. Ele faria se ele soubesse como. 

- O que eu vou fazer agora?! - ele se aproximou de 2-D, o ajeitando melhor com o travesseiro. - Como você se meteu em uma merda dessas? - perguntou sério para 2-D. O mesmo não disse nada em palavras, apenas respondeu com um gemido fraco de dor, seguido de uma tosse carregada com sangue. Isso apenas serviu para levar o satanista a um desespero maior ainda. 

Ele retirou o casaco azul, vendo a blusa branca de manga comprida repleta de manchas vermelhas. O rosto estava com diversas escoriações, apenas um lado de seu rosto era reconhecível, o outro parecia uma bola furada de tão ferido que estava. Os bastardos haviam socado diretamente de um lado, talvez poupando a visão dele para que pudesse ver o resto ao seu redor. Ele sabia quem poderia ajuda-lo naquele momento. 

Murdoc voltou a encarar 2-D, que o encarava com seu olho sadio. Ele podia ver que a orbe negra estava brilhante, como se estivesse prestes a chorar, talvez de medo ou de raiva, talvez ele pode estar com ambos os sentimentos pelo que ocorreu antes mas agora não importava. 

- Stuart - ele disse novamente. O azulado o olhou confuso tentando balbuciar algo porém falhando. 

- Mur... - disse, tossindo novamente com força. 

- Poupe suas palavras e tenta descansar - Murdoc disse sério, pegando seu telefone e em seguida saindo do campo de visão de 2-D. Já no pequeno corredor dos quartos e banheiro, ele discou o número de telefone, esperando a chamada até uma voz sonolenta atender. 

No sofá, 2-D tentava controlar as emoções, mas era forte demais para suportar. A cada respirar, ele sentia os ossos da costela se movendo, causando uma dor intensa em si. Uma lágrima escorreu em seu rosto, a agonia de sentir os músculos doloridos se tocando eram horríveis. 

Viu Murdoc voltar, dessa vez de braços cruzados na sua direção e um quase sorriso no rosto verde, quase. 

- Eu chamei ajuda. 

Parecia preocupado, distante e ansioso. Tocou a testa do azulado e suspirou aliviado pela temperatura não ter aumentado. Vendo daquele ponto, parecia realmente outra pessoa. Mais uma pontada de dor, sua pele empalideceu. 

- Que inferno. Aqueles caras fizeram isso contigo? - Murdoc perguntou novamente, dessa vez mais direto ao ponto, mais certo do que havia ocorrido com ele. Ligar o que havia visto antes não era maluquice, apenas parte de sua pequena investigação pessoal. 

2-D relutou em falar sobre, estava cansado e queria apenas dormir. Terminou por assentir, fechando os olhos em seguida. Murdoc achou que ele estivesse piscando, até que ouviu um ronco. 

- Desperta, Desperta! - 2-D foi sacudido com força, gritando com a dor que veio junto. Murdoc não pôde ficar mais espantado, pois mesmo com o grito alto ele havia retornado a inconsciência em seguida. - Merda! Volta a dormir, volta, volta! 

 

. . . "Sinceramente, Murdoc, sinceramente." 

Noodle ainda estava incrédula com a ligação que acabara de ter com o baixista da banda, dizendo que precisava de suas habilidades medicinais. Noodle não era burra, e sabia que algo havia ocorrido entre Murdoc e 2-D pelo endereço. Ele poderia ter feito algo ruim, muito ruim, e não mediria esforços para mostrar para aquele velho que quando havia dito que não toleraria mais aquelas atrocidades, ela estava falando sério. 

- Ey, baby girl - Russel chamou-lhe a atenção - Chegamos. 

A japonesa encarou o lado de fora da janela, vendo a casa com uma das luzes acesas. Suspirou e abriu a porta do carro, indo junto com o mais velho até a entrada. Inspirou, pronta para qualquer que fosse a primeira coisa que visse na sua frente. 

- Ainda bem! - Murdoc apareceu entre um chute na madeira, já puxando Noodle pelo braço. 

- Me explica o que houve, por favor? - ela perguntou impaciente. O satanista engoliu em seco. 

- Não foi culpa minha! 

D ainda estava inconsciente, parecia estar melhor do que antes, mas os ferimentos ainda eram graves e poderiam piorar se não fossem tratados. Ao ter aquela visão na sua frente, a primeira reação de Noodle foi correr em sua direção, tocando seu rosto para ver se estava respirando. Ela não reparou que havia começado a tremer no momento em que viu o rosto marcado em vermelho e roxo até olhar para sua mão e ver um pequeno rastro de sangue nele. 

- Escuta, antes que você me culpe, eu encontrei ele na rua depois de ter sumido em uma discussão nossa. Eu não fiz isso! 

- Você quase matou ele sufocado uma vez – Noodle disse entre os dentes, o encarando com a expressão fechada, mas ainda voltada para D. 

- Eu tinha problemas – ela arqueou a sobrancelha diante da desculpa - Muitos problemas, mas eu realmente não fiz isso. Eu não sou um covarde! 

Ela tomou o fôlego. Seria difícil de acreditar em algo do tipo quando, na sua frente, 2-D estava completamente destruído e a única pessoa com ele era justamente o seguidor de satã. 

Dessa vez quem se aproximou foi Russel. Assim como Noodle, ao ver o estado de D, não conseguiu acreditar e também direcionou o olhar raivoso para o esverdeado. Antes que Murdoc fizesse mais uma defesa, 2-D tossiu, piscando repetidamente os olhos negros pelo despertar inesperado. Os três se aproximaram dele, prontos para amparar a - qualquer - reação que viesse. No caso, foi a dor de um movimento brusco do braço seguido de um estalo, que o fez gritar. 

- Eu não posso, parece que algo está fora do lugar – Noodle disse ao ver o estranho volume no peito dele por cima da camisa.- E está pálido, mais do que o normal. Ele tem que ir para um hospital. Agora. 

Russel sequer esperou ela terminar a frase e o colocou em seu colo, saindo para o lado de fora em seguida. Noodle apertou o passo e o seguiu. Murdoc foi o último a sair. 

- Ele pode ter tido uma fratura interna, Isso é péssimo - continuou falando. Russel parecia estar carregando uma boneca de pano com tamanha facilidade. 2-D ainda murmurava algo, ainda estava anestesiado pela dor. Noodle permaneceu ao lado dele no banco traseiro para garantir que tudo ficasse bem durante o trajeto. Com todos já no veículo, a partida foi rápida para alcançarem o hospital mais próximo o mais rápido possível. 

Ela voltou a pensar no que havia acontecido. Murdoc parecia ter uma explicação, e ela ouviria com toda a certeza. Mas ver alguém tento tempo depois de um longo período sofrendo daquela forma era muito para si. Não podia aguentar. Todos ao redor pareciam nervosos, e não era por menos. De tantas coisas que cada um havia passado antes, se o pior acontecer daquela forma, simplesmente não havia significado, ou sentido. Mas isso não aconteceria, e Noodle sabia que não iria. 

"Vai dar tudo certo," aproximou sua mão da de 2-D, e entrelaçando-a com a sua, encarou ao lado de fora. "em todos os sentidos."

 

 


Notas Finais


Espero que tenham aproveitado! Apesar de tudo, hoje foi um dia que eu finalmente me senti melhor para terminar.
Acho que agora eu posso tomar o rumo que eu quero.
Quaisquer erros de escrita, me avisem.
Nos vemos no próximo capítulo! E um feliz ano novo!


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