O céu estava lindo.
A lua brilhando como nunca.
As estrelas pareciam brilhar um pouco mais forte.
O vento frio e aconhegante poderia reconfortar qualquer um.
Mas... Tudo estava triste, todos em luto.
Shelly tinha cometido suicído naquela manhã, Poco encontrou a morena morta, e era o mais abalado se todos, aquele dia ele não tocava canções de alegria e amor, mas a mais tristes e solitárias músicas já feitas.
Ele ainda tocava na porta do cemitério, ficou ali a manhã, a tarde, agora a noite, e se duvidar ficaria ali a madrugada toda, tocando para a parceira de equipe, que acreditava que estava no céu naquele momento, vendo a lua e as estrelas que sempre admirou... Ela sempre lhe mostrava as mesmas duas constelações que sabia, e que o esqueleto sempre esquecia, mas tinha ela para lhe lembrar.
O enterro tinha sido de tarde, alguns brawlers ainda não tinham ido embora, Amber e Piper acabavam de sair do local com os olhos vermelhos de tanto chorar, a de cabelos trançados não tinha expressão nenhuma enquanto abraçava a loira, que tinha o rosto vermelho e estava avoada.
Não estava sendo facil, Bull nem sequer compareceu, sempre dizia que odiava ela, e agora se culpava, sentia que tinha ajudado no processo da decisão. O touro somente ficou sentado na escada do bar de Barley e não saiu de lá desde a notícia.
Poco durante um tempo parou de tocar, lembrando das palavras que tinham no papel que achou em frente ao corpo sem vida de Shelly, dizia que não aguentava mais os seus demônios lhe mandando fazer aquilo, que não aguentava mais se sentir insuficiênte e que Colt nunca lhe amaria, que já tinha tomado a decisão e que estava de partida.
Lá estava escrito para nunca desistir da música, que sempre deveria continuar a sorrir, mas como? Ela era a pessoa que mais amava escutar as suas músicas, que sempre esteve ali para cantar junto.
Olhava para o céu, nem se lembrava daquela sensação de vazio... Era horrivel e parecia que estava lhe consumindo.
Conseguia ver Colt cambaleando se aproximando, já conseguia ver que não era nada bom, se levantou, pegando o seu violão e se distânciando um pouco do portão, vendo o ruivo entrar no local.
~~
Colt claramente estava bêbado, passando pelas inúmeras covas que tinham ali, conseguiu ver o túmulo de marmore branca, Mortis terminava de colocar velas ao redor, ele tinha o olhar triste e estava mais quieto do que o normal, Rosa estava de saída, olhando para baixo, claramente refletindo sobre aquilo.
Nita passou correndo por si, a ursinha chegou perto do túmulo deixando uma foto da morena ali, ela se ajoelhou, fazendo uma pequena oração e se levantando, saindo do seu campo de visão.
O ruivo se ajoelhou em frente ao túmulo, cheio de velas, flores e pequenas coisas que lembravam a morena, como a sua bebida favorita e alguns bolinhos de morango que amava comer.
Mortis observava o xerife ali, e depois vendo Lou colocar um pratinho de sorvete sobre o túmulo de marmore, e se retirando, agora só tinha restado os dois ali.
- ... Você é tão idiota Shelly... - Colt falou rindo fechando o seu punho lentamente - Uma vadiazinha que nunca soube fazer nada direito.
- Colt, para - Mortis pediu, respirando fundo.
- Com o que? Ela já tá morta.
... Aquilo já era a o bastante para o vampiro, que pegou no braço do ruivo, olhando no fundo da alma dele.
- Escuta aqui, você é o principal motivo dela ter partido, e agora quer vir aqui, no túmudo dela e a xingar? Qual o seu problema Colt? Eu vou ser bonzinho o bastante com você, você sai daqui agora e deixa ela morrer em paz - O vampiro apertava cada vez mais as suas pontudas unhas no braço do outro - Ou eu mesmo vou ser o encarregado de te mandar para o inferno, quase todos vieram aqui se despedir, deixar coisas que ela amava, porque não tá no lugar do Bull? Ele nunca fez nada para ela e tá se culpando... Vaza, vamos respeitar ela e não brigar enquanto a alma dela se vai - Mortis jogou o ruivo para trás, fazendo ele cambalear e rir, indo embora.
O de olhos amarelados olhou para a tumba, retirando folhas que tinham caído ali e arrumando o quadro da morena.
- Você odiava quando ele ficava bêbado... Lembro que eu te prometi deixar ele longe quando estivesse assim - Falou olhando para a foto da de cabelos roxos - Eu... Não vou quebrar essa promessa, Shelly.
Olhou para cima, vendo o céu limpo com as estrelas brilhando.
- Você decidiu partir em uma noite tão linda... Eu espero que... Você possa apreciar as estrelas e ver as constelações de perto, e que possa voar com as asas que não teve aqui na terra... - Continuou falando, sentindo lágrimas escorrerem lentamente de seus olhos - Se você ao menos soubesse o quanto que o meu coração batia forte quando te via, mesmo eu sabendo que iria perder no combate.
O vampiro colocou as suas mãos em seu rosto, limpando as lágrimas que teimavam em sair, se soubesse que nunca mais iria ver ela, iria ter feito tantas coisas.
Ouviu passos pesados atrás de si, vendo Frank, que deu um sorriso triste, com a arma de Shelly em suas mãos.
- Ah... Oi Frank, eu deixei um lugar separado para a arma dela, aqui no meio - O vampiro se levantou, abrindo espaço para o outro, iria deixar a arma da mulher onde tinha mostrado.
Bem na hora conseguiu ver Poco e Bull se aproximando, o maraitachi tocava alguma cançâo lenta e melancólica, Bull tinha o lenço da morena em uma de suas mãos.
- ... Ela tirou na hora que... Se enforcou - Comentou triste, arrumando o lenço onde era para ser deixada a arma, e que Frank colocou em seguida.
- Poco... Que tal aquela que ela gostava? - Mortis falou triste, vendo o esqueleto ficar surpreso, mas começando a lenta melodia, que agora não tinha a morena cantarolando a letra.
A música nem sequer chegou na metade, o esqueleto desabou mais uma vez em lágrimas, as pretas e grossas lágrimas saiam sem dó nem piedade, Bull pegou o violão, deixando Poco se aproximar do túmulo, se apoiando ali e chorando como nunca.
- Dói tanto, tanto, Shelly, porque?? Porque? Ele nunca te mereceu, porque me abandonou dessa forma? Eu sempre iria ficar do seu lado, eu jurei inúmeras vezes - Poco chorou como nunca, nem se lembrada de como era ruim, se sentia ficando cada vez mais fraco.
- ... Ela me infernizava muito... O se infernizava... Ela sempre acabava com os meus planos de dominar o meio, sempre me mantia longe... Eu queria negar que não tinha medo dela, sempre falei que a odiava... Mas eu nunca te odiei Shelly, eu só não aceitava o fato de ter alguém que conseguia me parar, e você me parou tantas vezes... Eu não aceitava o fato de que... Uma mulher, tão pequena, era forte, muito forte, mais forte do que eu... Vou sentir falta da sua super-bala... De escutar a sua risada, você sempre foi uma ótima companheira de equipe, uma ótima amiga e com certeza, uma ótima parceira... Obrigado, você vai fazer muita falta - Bull falava lentamente, olhando para a foto da mulher, dando um pequeno sorriso.
- Ela sempre odiou despedidas - Poco disse triste, encostando na foto de Shelly - Sempre... Mas se ela decidiu assim, não vou julgar, vá em paz Shelly, vou sentir a sua falta, vou sentir falta até mesmo de quando você rushava sem mim, obrigado por todos os momentos, vai deixar muitas saudades... Mas eu ainda vou te encontrar no mundo de los muertos e festejar dia e noite ao seu lado, e você vai me mostrar as constelações mais uma vez.
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