História Com amor, Jonghyun - Capítulo II

A menina, com certa dificuldade, abriu os olhos e Jonghyun se sentiu enfeitiçado naquele mesmo instante, seus olhos eram azuis profundos e por ele, poderia mergulhar neles.

-Ninguém pode saber onde eu estou, por favor…

Todas as suas forças se esvaíram e desmaiou nos braços de Jonghyun. Ele olhou ao redor e ninguém parecia notar os dois.

-Sinto que eu vou me arrepender disso. - murmurou para si e a colocou gentilmente em seu carro.

Pensou seriamente antes de subir o elevador com a menina nos braços, ela não devia ter nem 20 anos. Como ele iria explicar uma menina desacordada e sangrando se alguém os encontrasse? Como aquilo afetaria sua imagem? A imagem da empresa e de seus colegas?

-Aish! Droga! - amaldiçoou encarando a figura feminina recostada no banco do passageiro.

Seria ela uma refugiada? Uma criminosa? Mas todas as moléculas de seu corpo ordenaram a ele para que a ajudasse. Não sabia que sentimento era esse, só sabia que precisava protegê-la com todas as forças.

Com muito cuidado, tirou a garota de seu carro, prestando atenção redobrada no seu braço machucado. Subiu pelo elevador de carga, para evitar maior contato com outras pessoas e também o circuito de câmeras.

Com muito esforço, conseguiu digitar a senha da fechadura digital do seu apartamento. Depositou o corpo da jovem em sua cama - gigantesca por sinal - abriu seu casaco, deixando-a apenas com a fina regata que tinha por dentro, olhou rapidamente a ferida e se não estivesse equivocado, aquilo era um machucado causado por uma arma de fogo, graças a Deus tinha sido apenas de raspão e com o pouco de conhecimento que tinha, não pensava que aquilo iria precisar de pontos.

Foi buscar o kit de primeiros socorros, o qual sua mãe fez questão de dar quando se mudou, Jonghyun colocou tudo o que ia precisar em cima do criado mudo - gaze, algodão, álcool, esparadrapo - começou a limpar o ferimento usando um pedaço de algodão e o álcool para não correr riscos que a ferida pudesse infeccionar, e no final, enfaixou o braço.

-Pronto, eu fiz o que pude. - declarou a si mesmo, no fundo se sentindo um tanto orgulhoso.

Antes de virar as costas, observou o estado que ela se encontrava, as roupas estavam todas sujas se não era com sangue, era com terra.

-미안해요* - pediu à menina inconsciente antes de começar a tirar sua roupa.

Tirou sua regata toda suja de sangue, pegou uma toalha úmida e limpou seu colo e o tórax. Com cuidado, prendeu o cabelo dela num rabo de cavalo, de modo que ela não ficasse com calor. A vestiu com a camisa mais comprida que tinha em seu armário, para que assim pudesse tirar a calça jeans - em sua cabeça aquilo ainda preservaria um tantinho de pudor que ainda restava… Mas de qualquer forma, não podia afastar a ideia de estar invadindo a privacidade da garota.

Aish, nem sequer sei seu nome e já tirei sua roupa.

Depois de deixar a menina confortável em sua cama, foi andando até a cozinha e quando passou pelo enorme espelho na sala, viu que suas roupas também não estavam tão limpas assim. Resmungando, foi direto para o banheiro, jogou as roupas manchadas no lixo e se sentiu até mesmo rejuvenescido quando se vestiu com roupas limpas.

Da cozinha, ouviu a campainha tocar.

Jogou a mochila da garota em seu quarto e fechando a porta, correu para ver quem estava chamando.

-Boa Noite, Jonghyun-ssi, deixaram na portaria para o senhor, e já que não vi o senhor passando por lá... - falou o porteiro do prédio.

Jonghyun soltou uma lufada de ar e naquele momento percebeu que tinha prendido a respiração.

-Gomawo, eu precisei subir pelo elevador de carga. Muito obrigado.

Seus sapatos novos tinham chegado, finalmente alguma notícia para acalmar os ânimos.

Foi rapidamente até o quarto para verificar se estava tudo bem com a garota e mesmo tentando segurar sua curiosidade, pegou a mochila dela para tentar descobrir pelo menos o seu nome.

Tinha muitas roupas dentro na bolsa… Uma nécessaire com uma quantidade considerável de dinheiro. A carteira, onde estavam seus documentos, diziam que ela se chamava Park Hana, tinha apenas 19 anos. Mal tinha terminado o ensino médio. Jonghyun coçou a cabeça em sinal de puro incômodo.

Ele ainda se sentia mal por invadir a privacidade da menina, mas o outro lado de sua consciência tentava lhe explicar amavelmente que suas atitudes foram para algo bom, algo realmente admirável.

Guardou a mochila de Hana de volta no quarto.

Se sentou na poltrona ao lado da cama, revisou sua agenda para os próximos dias, teria alguns ensaios, alguns shows solo e tinha um concerto para dali a dois meses. Tinha muita coisa as quais se preocupar, e não queria que aquela menina fosse um empecilho… Ou queria?

Que loucura! Pensou enquanto passava as mãos no cabelo.

Olhou de relance para a garota e viu que ela permanecia suando. Se aproximou mais e tocou seus braços e cabeça.

-Está ardendo em febre, será que pegou alguma infecção? Mas eu esterilizei tudo… - tentou argumentar consigo mesmo, mas deixou isso para outra hora e foi correndo para buscar o anti-térmico.

Trouxe consigo também algumas bolsas de gelo, para que sua temperatura baixasse de forma mais rápida.

Aqueles episódios de Dr. House vieram a calhar de certa forma.

Hana começou a bater os dentes de frio.

-E-e-e-estou c-c-c-congelando - murmurou batendo os dentes.

-Sinto muito, prometo que vai passar logo - tentou argumentar, mas sentia uma pressão no peito toda vez que ela chiava por causa do frio.

Aos poucos, sua pele foi esfriando e Jonghyun lavou e guardou as bolsas de gelo. Quando voltou para o quarto, a menina tinha puxado o cobertor até o queixo, mostrando para ele o quanto ela parecia sensível.

-Meu Deus, o que eu vou fazer?

Ao se aproximar um pouco mais, para retirar o termômetro que mostrava 37º graus celsius perfeitamente - o que o fez relaxar - a menina levantou o braço machucado e agarrando a mão de Jonghyun o puxou para mais perto.

-Por favor, não me deixe sozinha.

Ela deve estar confusa ou delirante.

Mas não pode negar o pedido da menina, com relutância, voltou a se sentar na poltrona e se apoiou na cama, esperando que ela voltasse a descansar. 

POR FAVOR LEIAM AS NOTAS FINAIS.