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História Com amor, Simón. - 11. Com amor, o cara perdido na rua.


Escrita por: gabyborges_

Capítulo 11 - 11. Com amor, o cara perdido na rua.


Ambar era a mistura do paraíso com todas as melhores sensações que eu já havia provado. Ela era o sol, a lua, as estrelas e todo o universo naquele exato instante em que nos beijávamos. Como alguém podia beijar tão bem? E por que nosso beijo se encaixava daquela maneira? Não haviam explicações certas para tanto sentimento, mas uma coisa eu tinha completa certeza, eu estava apaixonado e já não podia escapar.

-Você quer ir pro meu quarto? –Ela me perguntou meio sem fôlego, em nenhum momento havia percebido que a estava pressionando contra a parede. A cabeça parava de funcionar quando estava perto dela.

-Isso é um convite? –Perguntei sorrateiro.

Era obvio que não.

-É uma ordem. –Ela abriu um sorriso me puxando para o meio da sua sala de pintura, seria eu a pessoa mais grata por está naquele lugar? –Quer dizer, eu tenho uma ideia melhor. –Ela se afastou de mim, trancando a porta.

Eu abri um sorriso de imediato.

Ela tirou a camisa branca larga e deixou os sutiãs a mostra. Tremi.

Por que tão bonita?

-Eu nunca vou poder dizer que não transei aqui. –Ela abriu um sorriso no canto da boca.

-Era um fetiche? –Perguntei.

-Não exatamente. –Ela tirou a calça. –Eu só queria entender porque você ainda está vestido...

-Eu queria observar a paisagem. –Falei.

-A paisagem se cansou de esperar. –Ela se aproximou de mim desabotoando minha casa. Eu queria dizer palavras ruins por ter pensamentos tão bons. –E a paisagem está completamente viciada em você, o que me diz da visão? –Ela desabotoou o sutiã.

-Céu. –Falei sem querer.

-Como?

-Paraíso.

-Oi?

-Você.

-Eu?

A beijei. Com pressa. Com força. Com amor. Com tudo.

-Você me ama mesmo? –Ela me olhou como se estivesse ainda um pouco insegura, eu havia falado aquilo sem pensar, com certeza, mas era verdadeiro, era algo que estava dentro do meu coração. Talvez no fundo não fosse o momento certo, talvez eu fosse apressado de mais, talvez isso... talvez aquilo... no mundo dos meus talvez, eu podia está certo de algo: eu a amava.

-Ambar, qual das respostas que você quer, a primeira ou a segunda? –Perguntei.

-Não deveria haver apenas uma? –Ela me olhou confusa.

-Não. –Abri um sorriso. –Eu te amo mesmo. –Respondi. –E eu te amo mesmo. –Respondi de novo. –Te amar não é uma opção ou uma resposta, te amar é um sentimento e olha só, ele é bem nítido. –A beijei.

O cabelo de Ambar tinha aroma de tulipas recém colhidas, como é que ela conseguia aquilo? E o beijo dela? Fantástico, ficava cada vez melhor, como se estivéssemos aprimorando a sinfonia de bethovem. As mãos delas entrelaçadas as minhas, ela nua na minha frente. Em algum momento minha calça tinha ido pro espaço e eu estava por cima dela no chão, olhei sem querer para uma das paredes e me deparei com um gato siamês olhando para mim.

-O que é isso? –Apontei sem querer.

Merda, nós estávamos a ponto de...

-Tentei pintar a bela. –Ambar riu.

-A bela?

-Minha gatinha falecida. –Ela explicou. –Foi o presente mais incrível que eu já ganhei, ganhei dos empregados no meu aniversário de 10 anos, quando a Sharon fez uma viagem para Paris e me deixou sozinha na mansão. Igual, não sei como eles conseguiram comprar a gata, devem ter achado por aí. De qualquer forma, ela foi minha melhor amiga por muito tempo.

Estávamos falando de uma coisa triste agora, por que eu não podia simplesmente me manter calado?

-Ah. –Falei meio sem jeito.

-Mas sabe uma coisa muito mais divertida que falar sobre gatos? –Ela puxou meu pescoço, me arrepiei por completo.

-O que? –Arqueei as sobrancelhas.

-Isso. –Ela me beijou de novo e eu quase agradeci em voz alta, ela sabia muito bem como retomar um clima. ‘

 

-Ei é, a camisinha. –Ela me parou por um minuto. Eu era um pouco apressado quando estava com ela, não sei exatamente o por que, eu perdia todo o meu controle.

-Ah claro. –Respondi. Peguei o saquinho rapidamente da minha calça.

-Você anda meio fora de si... –Ela riu. –Algum problema, Simónzinho?

-Com?

-Não sei. –Ela entrou entre as minhas pernas, não sabia que ela era capaz de fazer aquilo. –Você parece meio tenso. –A voz dela me fazia estremecer, era como se meu corpo precisasse dos comandos dela para ceder. –Eu posso tentar ajudar.

Ajuda, por favor ajuda.

-Como pretende fazer isso? –Perguntei.

-Assim. –Ela sentou no meu pênis.

MERDA.

-Assim. –Ela sentou mais uma vez.

MERDA.

-E Assim. –Mais uma vez.

O que diabos ela estava fazendo com meu psicológico?

 

Eu não sabia como ela podia me controlar daquela maneira. Nem sabia o porque ela fazia com tanta vontade, mas era incrível.

Eu não me sentia dominado, pelo contrário, me sentia completo.

E ao mesmo tempo, além do prazer, que era realmente incrível, eu sentia algo mais, sentia que era real.

 

-Então... –Ambar se deitou ao meu lado, ela estava um pouco ofegante ainda. –Você acha que essa foi a melhor que a outra?

-Você quer comparar nossas transas? –Perguntei risonho. –Todas foram incríveis, Bonita.

-hmmm. –Ela murmurou.

-Que? Não era essa a resposta que você queria?

-Não sei. –Ela falou olhando para o teto. –Muitas coisas ultimamente que eu não faço ideia, sabe? Você é uma delas, você me fala seus sentimentos mas eu não tenho certeza sobre eles, sua cara demonstra algo mas ainda assim, eu não acredito. Eu tento entender o que é real na minha vida e o que não é, de qualquer maneira, eu ainda me sinto feliz, confusa, mas feliz. –Ela se virou para mim. Os olhos azuis iam de um lado para o outro como petecas nas mãos de uma criança.

-Eu te acho fantástica. –Falei. –Tudo com você é fantástico. E você sabe que pode contar tudo pra mim, não sabe? Eu sou seu namorado agora, eu não sou o Matteo, nem sou o cara mais galante ou rico do mundo, mas eu posso ser um bom namorado, se você deixar.

Ela riu.

O típico sorriso que era a melhor coisa que eu podia receber.

-Eu estou confusa sobre mim. –Ela respondeu de imediato. –Sobre quem eu sou, sobre o que eu gosto, sobre o que eu quero fazer, sobre tudo. –Ela suspirou. –Eu estou confusa sobre minhas atitudes, sobre minha filosofia, sobre meus objetivos. Em algum momento, Simón, eu perdi minha confiança e deixei de ser a garota intocável de sempre. E eu não sei se acho isso ruim ou bom. Na verdade, não ando sabendo de muita coisa. –Ela disse por fim.

-Você não precisa saber de tudo. –Respondi sincero. –Você só precisa deixar que o tempo leve as coisas. As vezes, decidir é bem complicado, mas na maioria dos casos você nem precisa se esforçar tanto, as respostas estarão sempre debaixo dos seus olhos e quando você enxergar tudo vai parecer mais bonito. –Falei sorridente.

-Você é incrível. –Ela me beijou. –E sabe o que mais? Isso com certeza não sairia da minha boca com tanta facilidade, ou para uma pessoa qualquer. Mas olha só Simón Alvarez, quem diria, eu também te amo.

E era tudo o que eu precisava ouvir.

Música.

Um eu te amo reciproco.

Existe melhor sensação do que essa?

 

Ambar dormia como um anjo, observa-la me enxia de ternura. A respiração calma, os olhinhos fechados, as mechas de cabelo caindo pelo seu rosto sem direção certa. Ela dormia agarrada em mim como se eu fosse um grande urso e eu adorava.

-Sharon. –Ela resmungou. –Sharon eu não sei. –Ela resmungava assustada.

E então eu me assustei.

-Sharon não. –Ela disse com um tom mais elevado. –Sharon por favor....

Uma das coisas que lhe atormentava era a tal madrinha e eu podia ter certeza agora. Se ela estava até nos pesadelos da afilhada, ficava me perguntando o que será que tanto ela fazia a Ambar.

Meu telefone soou, era mensagem de alguém. As vezes, eu nem me tocava que dividia apartamento e que devia satisfações a Pedro e Nico.

-Onde você está? –Pedro perguntou.

-Na mansão. –Respondi.

-A essa hora?

-É, a essa hora. –Respondi com uma cara feliz.

-Você está com Ambar, não está? –Ele perguntou como se já soubesse a resposta.

-Sim. Sim. Sim. Sim. SIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIM. –Respondi, talvez ficasse claro se eu evidenciasse a situação, assim ele me deixaria em paz rapidamente.

-Que? Vocês andam transando tanto assim? Amigo, você não pode correr riscos, a família dela é meio louca e muito rica. –Ele falava como se me adverte-se de algo.

-Está tudo tranquilo, a madrinha dela está viajando, eu estou num lugar que ninguém vem, ela dorme com um anjo e eu não posso ser mais feliz, para mim um cenário perfeito, agora se o senhor me dá licença, eu estou exausto e preciso dormir, talvez, não sei, você queira fazer o mesmo. Eu te amo, Pedrinho, você é um amigo sensacionaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaal, saiba disso, e o Nico também, vou preparar um jantar incrível para vocês amanhã, boa noite. –Mandei.

 

 

O amanhecer era algo dolorido, eu não queria me desapegar dela, queria ficar ali abraçado toda uma vida. Ambar ainda dormia, então me retirei com delicadeza do monte de lençol que ela havia armado. Olhei meu relógio, ainda não estava atraso, o que era um ótimo sinal. Ambar me dava sorte.

Andei pelo local ainda maravilhado, as paredes eram incríveis. Passei a minha mão por um dos locais e pude sentir que estava recém pintado. Era um banco de praça, parecido a um que havíamos frequentado. Então percebi que Ambar registrava tudo naquele espaço. Era sua caixa de memórias. Seu mundo.

Andei mais um pouco e vi um arco íris e um patins em seu fim, em baixo havia uma frase curiosa “A vida te faz gostar de coisas inimagináveis, para depois você ama-las como nunca imaginou.”

Andando pude sentir o aroma vindo da brisa do jardim, a janela estava um pouco aberta. Fechei. Com aquele vento, Ambar provavelmente pegaria um resfriado. Perto da janela havia um lista meio esquisita, como se ela tivesse desenhado a mão, estava bem escondida.

1.Entrar num restaurante e comer sem pagar
            2.Dormir mais de 16 horas
            3.Tentar surfar
            4.Prender minha respiração por 30 segundos
            5.Cozinhar
            6.Criar uma cobra ou ao menos, tocar uma
            7.Pintar um lugar famoso
           8. Velejar sem destino
           9. Ver o por do sol de uma ilha
          10. Dizer um eu te amo sem remorso

Coisas que ela pretendia fazer, abaixei um pouco para ler o resto com mais clareza, havia uma escritura nova, bem abaixo do dez.

11. Tentar um futuro com Simón.

Abri um sorriso.

Eu me senti uma prioridade. Me senti parte dela. Me senti dentro de algo muito mais especial. Não pude conter a alegria, quase escorreguei em um pedaço de pano.

Um lenço.

Quadriculado.

Familiar.

Um lenço que eu provavelmente havia visto antes em algum lugar, o peguei do chão, observei com clareza.

Não, não podia ser. Meus olhos encheram de lágrimas rapidamente, não podia me controlar. Havia sido ela? Havia sido ela quem quebrou o patins da juliana e porque, porque?

POR QUE?

Eu estava no ápice do transtorno mental, o pico do melhor dia de todos ao pior foi rápido de mais, quase insuportável. Meu coração queria sair pela boca e eu queria gritar, queria gritar porque tudo parecia tão real.

A mudança nela parecia tão verdadeira, o sorriso dela parecia diferente. Ela parecia um anjo e eu, bem completamente perdido na minha ilusão. Eu não podia ter me entregado daquela maneira, e um desespero insano começou a tomar conta de mim.

Saí do quarto com tudo, com pressa. Não queria vê-la, não queria ouvi-la, não queria toca-la, não queria sentir a respiração no meu ouvido. Não queria nada dela, por que no fim, eu nunca tive. Foi tudo produto da minha imaginação fértil e apaixonada.

-Simón. –Ouvi Luna ao longe, mas meus pensamentos incertos não me faziam entrar em razão.

Corri.

Corri.

Corri.

Apressado.

Sem rumo.

Sem nada.

O amor pode te trazer a mais bela face da felicidade, mas também pode te trazer a mais real da decepção. 


Notas Finais


Eu esperei um momento bom da novela para postar este cap. Não me matem.


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