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História Com Você - Céu e Inferno II


Escrita por: MannuRodrigues

Notas do Autor


Demorei, mas cheguei. 🥰🥰

O capítulo é curtinho, mas acredito que vocês vão aprovar. 💖💖

Boa leitura pessoal e obrigada pelo carinho!!😍😍

Capítulo 11 - Céu e Inferno II


Fanfic / Fanfiction Com Você - Céu e Inferno II

Céu e Inferno II 

NATHAN  

— Ela está muito mal, e eu não sei mais o que fazer, chorou a noite toda e teve um sangramento, estou com tanto medo.  

Treena continuava falando, se movimentando pela sala, Lou estava no quarto terminando de se trocar para que levássemos ela ao médico, eu percebia o medo, o pânico nos olhos dela e a cada passada que dava em volta da mesinha de centro me deixava atordoado e ansioso para que Lou descesse logo.  

Poderia começar falando algo do tipo: "eu sou homem, foi impossível não reparar no quanto Treena estava linda e gostosa", mas não é ocasião para isso, na verdade eu fico surpreso por ela ter mexido em questão de segundos com o instinto sexual e isso me deixou irritado, até agora com o jeito mais simples em que estava, com uma calça jeans e uma camisa azul claro me deixavam a beira de um ataque de nervos.  

— Meu Deus... — passei a mão pela testa, tirando um pingo de suor, o dia estava quente e Lou demorava para descer. 

— O que foi Nat? — a forma como ela pronunciava meu nome me deixava arrepiado.  

— Olha Treena eu vou subir e tirar a Louisa daquele quarto, inferno que demora. Ela deve estar passando mal. — levantei do sofá bruscamente e assim que coloquei os pés no primeiro degrau da escada vi Lou descer se segurando no corrimão, com os olhos repletos de lágrimas, sua blusa vermelha estava um pouco larga no corpo, apesar de não ter nada ali ainda para disfarçar.   

— Tive outro sangramento. — ela me disse com a voz baixa e chorosa me preocupei novamente isso não é nada bom. — Acho que perdi meu filho.  

Ela deu mais um passo, estava descalça e eu corri para abraça-la. Assim que minha pele tocou a sua percebi que queimava em febre, a peguei no colo e desci as escadas, Treena  pegou a bolsa e uma sapatilha de brilhinhos que estavam ao pé do sofá, abriu a porta para que eu pudesse passar e a trancou logo em seguida.  

— Você vai com a gente? — perguntei surpreso, a ideia era ela ficar para distrair a mãe assim que chegasse.   

— Não vou deixar minha irmã sozinha Nat, jamais. — a olhei impressionado com sua determinação. — Aliás fiz mamãe ir no mercado com Tomas e eles vão demorar, qualquer coisa eu volto e dou uma desculpa. — assenti e coloquei Lou no banco da frente do carona, Treena entrou atrás conferindo na bolsa os documentos dela e da irmã, entrei no carro e passei o cinto em mim.  

— Fica calma, Lou. — ela me olhou. — São doze minutos daqui no outro hospital, vai dar tudo certo, confia em mim. — ela assentiu e soltou murmúrios de dor enquanto colocava o cinto, a olhei mais uma vez e pedi aos céus para que a protegesse, olhei pelo retrovisor e vi Katrina apreensiva, sorri para ela e arranquei dali o mais rápido que consegui.  

 *** 

— Rápido ela precisa de atendimento, é urgente. — entrei com Louisa no colo quase desmaiada. Eu conhecia aquele hospital, trabalhei nele alguns anos atrás antes de me dedicar ao atendimento domiciliar e o mais importante, eu ainda tinha amigos.  

— Não podemos atende-la agora, o hospital está lotado, não tem mais vagas. — dizia a recepcionista a Treena que xingou a mulher de um nome não muito agradável. 

Elas começaram a bater boca de verdade e eu entendia, Louisa estava prestes a perder o bebê e Treena era sua irmã faria de tudo para ajudar, quanto mais a mulher gritava mais Treena berrava deixando todos atônitos e o movimento do hospital parou para ouvir a discussão.  

— O que está acontecendo aqui? — os gritos cessaram quando Manoel chegou, ele era meu amigo, fizemos faculdade juntos. — Nathan? Filho do Gabriel, o enfermeiro de Londres?  

— Eu mesmo... E aí, cara. — ele sorriu me cumprimentando. — Me dá uma força Manoel... ela está perdendo o bebê.  

Ele olhou para Louisa que contorcia o rosto em meus braços e arregalou os olhos, foi aí que percebi o sangue correndo e manchando o short branco que ela usava, e sem dizer uma palavra a tirou de mim levando para dentro. 

Ele gritava dando ordens a todos os outros funcionários que a ajudassem e chamassem o médico responsável e assim fizeram.   

Eu entendi o porquê daquilo.  

Não era por Lou ser minha amiga ou ter o convênio mais caro do mundo, mas por causa da política do hospital que preservava a vida de mulheres grávidas. 

Era uma história antiga que escutávamos nos corredores sobre a mulher do fundador ter perdido o primeiro filho deles e ficado infértil não podendo mais ter filhos, ela se suicidou na frente do marido o culpando pela vida que tinha.  

Treena me seguiu com dificuldade por entre os corredores já que tinha ficado para trás por causa da discussão, ela me seguia com certa distância. Colocaram Lou em uma maca e correram para dentro de uma sala nova que tinha ali, parei e me sentei nos bancos de espera, respirei fundo sabia que agora não adiantava nossos esforços, só nos restava esperar.  

— Acha que ela vai ficar bem? — ela ficou de frente para mim, olhei em seus olhos caramelados e meu peito se apertou.  

— Vamos acreditar que sim... — então Treena chorou e senti meus próprios olhos marejarem, beijei sua mão e ela me surpreendeu quando sentou em minha perna colocando a cabeça na curva do meu pescoço, seu cheiro suave invadiu meu espaço pessoal e me senti bem por ter o poder de confortar, dar carinho a ela.  

Acariciei seu cabelo curto com uma mão e entrelacei a outra que estava em sua perna a mantendo ali mesmo beijei sua testa enquanto ela soluçava baixo, tentando se controlar. 

— Lou é forte, vai sair dessa querida, acredite. Essa baixinha tem uma força incomparável. — ela levantou o olhar e sorriu em meio as lágrimas e ficamos assim, nos olhando por um tempo.  

*** 

— Toma Treena, está quente, vai te fazer bem. 

— Não quero café. 

— E ficar sem comer nada não vai adiantar.  

— Faz uma hora e meia que estão ali. — apontou para a sala e se colocou de pé pegando o copo de minhas mãos e tomando em um gole, foi até o lixo, jogou fora o copo descartável e voltou cruzando os braços na altura do peito. — Ninguém fala nada, ninguém nem olha para a gente, eu quero saber se ela está bem, é pedir muito?  

— Tem que ter paciência...  

— Mas eu tenho. — ironizou. — E muita paciência, só pra constar. Mas, me fala Nat, cadê o Will agora? — dei de ombros, Will não queria ver Lou nem por um decreto. 

Ele tinha me contado o porquê, mas sinceramente não acreditava que ele pudesse ter essa... essa coragem de abandonar Lou, de dizer que não queria o próprio filho.  

Ele saiu de casa de madrugada naquele dia, não queria contar aos pais, o vi atordoado e nada do que eu falava ele concordava, parecia querer sofrer e agia como uma criança mimada, não o reconheci. 

— Ele não quis a criança, não foi? — fiquei quieto e ela sorriu negando com a cabeça inconformada — Desgraçado.  

— Ele vai acabar aceitando, deve ter sido um choque para ele como foi para sua irmã, a única coisa que a gente não pode Treen, é julgar. Eles vão se resolver.  

— Assim espero. — disse decidida. Um médico se aproximou de nós e Treena o encheu de perguntas, ele continuava sério deixando ela gritar, desabar enquanto isso mandei uma mensagem para Will. 

Não parecia o certo, apesar de tudo, esconder dele. Talvez isso o comovesse, quem sabe? Mas não seria eu o responsável por deixar de avisar, sei que Lou vai querer me estrangular ou simplesmente me esquartejar, mas não importa no momento.  

Lou caiu da escada.  

Está no hospital.  

Teve sangramentos e pode perder o bebê.  

Se ainda a ama, venha para cá.  

Nat.  

— Nat? — me aproximei de Treena e coloquei uma mão minha sobre seu ombro esquerdo. — E então doutor, não vai responder nada do que te perguntei?  

— Senhorita Clarck. — ela levantou uma sobrancelha impaciente. — Louisa está bem, contivemos o sangramento, ela vai ter que repousar por pelo menos três dias, vamos mantê-la aqui em observação enquanto isso. A bebê está bem e vai crescer saudável.  

Treena suspirou como se tivesse tirado cem toneladas de peso das costas, mas ela não se atentou precisamente ao que o médico disse, sorri comigo mesmo... era a notícia mais maravilhosa que eu poderia receber, então eu seria padrinho de uma...  

— Espera... — o médico me olhou. — O senhor disse "a" bebê?  

— Foi... Louisa está grávida de uma menina. Fizemos a sexagem nela duas vezes e confirmamos. Parabéns a família!  

— Ela já sabe?  

— Sabe, dissemos a ela antes que dormisse. Ela precisa descansar por algumas horas e eu preciso ir, temos mais pacientes para cuidar. 

Ele se despediu de nós e Treena pulou em meus braços passando as mãos em volta do meu pescoço. A abracei apertando seu corpo ao meu e controlando o inconveniente que surgia em mim de agarra-la, ela beijou meu rosto, a felicidade emanava de seus poros e foi impossível não me alegrar com isso.  

— Uma menina Nat, tem noção de quantas roupinhas de princesa eu vou comprar? Meu Deus se ela nascer loira vamos fazer dela a Cinderela e se nascer morena vai ser Bela de A Bela e a Fera.  

— Do que está falando Treen?  

— A festa de um aninho, nossa estou até imaginando... — gargalhei e ela sorriu me abraçando de novo, mas seu sorriso logo se desfez ao ver Will parado nos encarando com uma expressão nada amigável. 

Treena me soltou e o olhou torto, deu dois passos para avançar nele e eu a segurei pela cintura impedindo, ela cruzou os braços e ficamos encarando ele por alguns segundos.  

— Então, é uma destruidora?  

Ele sorriu e suas palavras feriram até mesmo a mim, ele não ouviu nada do que falei, das horas que conversamos e isso magoava.  

E em questão de segundos, Treena se soltou dos meus braços e correu em direção a ele, me deixando apavorado com o que via.  



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