História Come Home...Laurinah!! - Tierra de los muertos...o início do fim!!

POV LAUREN...

Cancun...o paraíso para qualquer amante de lindas praias, lugares paradisíacos e gente feliz, simpática e hospitaleira!! Eu já tinha ido ao México algumas vezes, mas nunca tinha ficado mais que o suficiente para fazer um ou dois shows, então essa era a primeira vez que estava, de fato, aproveitando a terra de los muertos, como era chamada a festa de finados mais famosa do planeta realizada pelo povo mexicano. Era novembro, pegaríamos justamente o exato período da festa, o que nos deixou ainda mais animadas para curtir cada dia.

Dividimos nossa segunda lua de mel em dias para que nós duas pudéssemos aproveitar, e dias em que conseguíamos incluir Lara nos nossos passeios, assim curtimos praias calmas e paradisíacas e parques aquáticos com ela, como também coisas loucas como praias de nudismo, mergulho com tubarões, golfinhos, entre outros. Dinah se divertia como uma criança, e ao final do dia íamos para o hotel e começávamos nossa segunda maratona...sim, apesar de um casamento de anos e de tantos altos e baixos, nossa vida sexual parecia cada vez mais aguçada, e eu me sentia praticamente uma máquina sexual nas mãos da minha ninfomaníaca linda!!  O desejo sexual de Dinah parecia não ter limites, e eu realmente estranhava todo aquele apetite, afinal ela só havia ficado assim em uma época de nossas vidas...quando estava grávida de Lara!!

No quarto dia de viagem eu era um zumbi, uma verdadeira morta viva...dividida entre as aventuras loucas do dia e as noites em claro de orgias, mas me sentia a pessoa mais feliz do mundo, mais realizada e completa. Já Dinah parecia vinda de um filme de ação, não parava um só minuto, e eu começava a achar que não iria aguentar voltar no dia seguinte para a Cidade do México, para o esperado show mexicano de nossa turnê...

- Amor, tudo pronto já. Agora só buscar Lara na área de recreação dos bebês e depois esperarmos a hora de embarcar, o jatinho deve sair por volta de 14 horas. Disse, terminando de colocar as últimas coisas de Lara na bagagem de mão que sempre levávamos. Nossos quatro dias tinham sido perfeitos, mas era hora de partir.

- Amor ainda são 11:30h, não precisamos ir buscar Lara agora, ela vai almoçar por lá...e eu não estou com fome, bem que podíamos brincar um pouquinho antes de descer, o que você acha?!

- Dinah você passou boa parte da manhã literalmente montada em mim, não está cansada amor?! Eu confesso que estou muertaaa como as caveiras mexicanas!!! Disse, já sentindo o peso dela por cima do meu corpo jogado na cama; aliás, não disse pra ela, mas Dinah estava literalmente pesada.

- Amor você está muito fraquinha ultimamente....acho que precisamos de mais uns quatro dias desses para saciar toda a minha vontade de você...assim que acabar essa turnê quero outra viagem paradisíaca!! Disse a loira, já puxando a camisa da esposa e deixando-a apenas de sutiã. Mais uma sessão de sexo caliente mexicano começava, e só parou quando já estavam atrasadas para o embarque.

POV DINAH...

Passava das 16 horas quando descemos no aeroporto da Cidade do México, e partimos direto para o hotel. Lauren foi direto com o grupo passar o som no estádio do show, enquanto eu ficaria com Lara até o início da noite, depois ela permaneceria com a babá que havia viajado conosco para que eu pudesse ir ver a apresentação que tanto Lauren esperava...era o dia de los muertos, a festa mais divertida mexicana, e a ideia era fazer daquele show inesquecível!! Sim, eu faria daquela noite uma noite inesquecível para minha esposa, afinal lhe contaria a maior surpresa da turnê mexicana...eu estava grávida, seríamos mamães pela segunda vez!!

Passava das 20 horas quando comecei a me arrumar, o show seria as 22 e eu estava ansiosa para que pudesse encontrar Lauren para lhe contar as boas novas...por mais que soubesse que tínhamos passado por momentos difíceis, sabia que havíamos superado, e a gravidez viria coroar essa nova fase que iniciaríamos depois da turnê, novas vidas, sem mentiras, sem pessoas em nosso caminho, sem perigos desnecessários.

Uma caça jeans justa delineando meu corpo, que parecia uma bola por conta da gestação, uma blusa preta também justa, com uma grande caveira estampada, afinal era um show em homenagem ao dia de los muertos...ao contrário do resto do mundo que chora por seus mortos no dia de finados, o México, entre os dias 31 de outubro e 02 de novembro, é tomado por alegres festejos; nas casas, praças, ruas e, sobretudo nos cemitérios, adultos e crianças dançam, comem, bebem, fantasiam-se de morte e erguem altares com retratos de seus mortos cercados com velas, flores e caveiras. São dias de alegria para receber as almas dos mortos que voltam para visitar seus parentes. São dias alegres, festivos e cheios de vida, contrário a mórbida sensação de finados. Fazer um show em um desses dias era um privilégio, afinal os mexicanos estavam em seu ápice da felicidade e festividade. Assim, embaladas pelas festas, estávamos nós, felizes por estar ali.

Logo me despedi com um beijo demorado na bochecha de Lara, que sonolenta, assistia a um desenho com a babá no quarto do hotel; desci pronta para seguir rumo ao estádio, uma vez que seria levada por alguns seguranças que Lauren havia contratado. Como acordado, um utilitário preto já me esperava na porta central do hotel, onde fui guiada por uma das seguranças, e logo me acomodei. Uma música conhecida tocava na parte da frente do carro, que tinha uma divisória que me impedia ver quem dirigia...mas, mais conhecida que a música, a voz que a cantarolava me soava assustadoramente familiar...

“...payback is a bad bitch and baby, I'm the baddestI'm the baddest, I'm the baddest now I'm out here looking like revenge feelin' like a 10, the best I ever been and yeah, I know how bad it must hurt to see me like this but it gets worse (wait a minute). Now you're out here looking like regret ain't too proud to beg, second chance you'll never get and yeah, I know how bad it must hurt to see me like this...” Sorry not sorry – Demi Lovato

“A vingança é uma vadia má e meu bem, eu sou a mais má de todas, a mais má, a mais má, aAgora estou aqui com cara de vingança me sentindo incrível, o melhor que já estive e sim, sei o quanto deve doer me ver assim mas vai piorar (espere um minuto). Agora você está aí com cara de arrependido não muito orgulhoso para implorar, mas você nunca terá uma segunda chance. E sim, sei o quanto deve doer me ver assim, mas vai piorar...” Desculpe, não sinto muito – Demi Lovato

Lea, era Lea, eu tinha certeza absoluta!! Pedi que o vidro escuro que separava a parte da frente do carro da parte em que eu estava fosse aberto, o que foi atendido prontamente pela mulher que eu imaginava ser segurança, mas logo pude visualizar Lea ao volante, cantando e sorrindo enquanto me apreciava pelo retrovisor. Fiz menção de abrir a porta para saltar, mesmo o carro estando em movimento, mas a voz demoníaca da minha ex namorada foi enfática...

- Acho um tanto quanto imprudente deixar-nos assim, pulando de um carro em movimento, minha linda esposa. Mesmo porque as portas estão travadas, o vidro é blindado e não possibilita que quem está lá fora a veja aqui dentro, então sem escândalos desnecessários.

- Lea deixa de ser louca, você não pode me levar assim, logo vão sentir minha falta e virão atrás de você...Lauren virá atrás de você!!! Gritei, quase histérica.

- Então...deixa explicar como a vida vai seguir, para você não fazer escândalos desnecessários, muito menos criar esperanças que não serão atendidas. Lauren não virá atrás de você, nós iremos até Lauren, mais especificamente até o show do dia de los muertos, onde a única “muerta” será a sua paixãozinha. Só estaremos lá para prestigiar a morte dela, pode ficar tranquila...você vai poder assistir!! E logo depois já temos um jatinho pronto nos esperando, claro, com nossa filha já devidamente acomodada com sua babá, que a esta altura deve estar sendo levada para um hangar clandestino...mexicanos além de hospitaleiros, são muito bons nessa coisa de burlar leis, ajudar quem paga bem, proporcionar sequestros perfeitos, mesmo de gente importante querida Dinah.

Dito isso Lea não me permitiu emitir mais um protesto, simplesmente aumentou o volume do rádio, que continuava tocando “Sorry Not Sorry” no repeat, e fechou o vidro que nos separava, me deixando em completo desespero até que o carro parou depois de alguns minutos.

- Vou descer e ver como andam os meus planos para a bela Lauren ser morta no palco, como uma mártir!! Sem escândalos, sem gritaria e principalmente, sem tentar chamar atenção ou pedir socorro querida Dinah, minha amiguinha ficará com você e em outro lugar, desconhecido por você, outro amiguinho está com Lara; se algo acontecer comigo ou se a polícia entrar nessa história, eu juro que você nunca mais terá noticias dela, juro pela minha vida entendeu?!

Dito isso Lea desceu do carro...blusa larga de capuz, cabelos presos com um rabo de cavalo, rosto quase coberto. Passou desapercebida e entrou tranquilamente na portaria do show, afinal provavelmente já havia comprado uma parte daqueles que faziam a segurança do local...meu desespero era cada vez maior, pois sabia que perderia Lauren, ou quem sabe Lara, ou as duas...a vontade de chorar já tomava conta de mim e as lágrimas insistiram em começar a descer pelo meu rosto...