1. Spirit Fanfics >
  2. Come wake me up >
  3. Shes My Everything

História Come wake me up - Shes My Everything


Escrita por: uncover5h

Notas do Autor


HEY MEUS AMORES. Demorei demais né? Ok, eu sei, ME PERDOEM. Como eu já disse para alguns de vocês, eu estou em período de provas, está muito difícil para me concentrar e escrever. Espero que gostem do capítulo. As vezes é um pouco complicado usar literariedade o tempo todo num texto, então me perdoem se está um pouco usual. Saiba que dessa vez, foi um pouquinho de propósito. Anyway, espero que gostem do capítulo. É essencial para a estória!

Ah! não postei ontem, como prometi, porque a minha internet bugou e ainda não voltou. Estou usando a internet da minha prima para fazê-lo.

NOTAS FINAIS POR FAVOR.
Quaisquer erros, conserto assim que os ver!

Capítulo 19 - Shes My Everything


Lauren's pov 

Milhares de pensamentos chocando-se a duzentos e quarenta quilômetros por hora, ao mesmo tempo, dentro do seu cérebro, não é das sensações as melhores. Não me suponhas dando dados inventados, a ciência afirma, eu, aqui, só cito. Se é verdade ou não, não é mérito, nem matéria, da minha narração. 

Mérito tenho para jurar por todos os santos, apostando minha mão em um fogaréu (caso me provem o contrário, é claro), que não há agonia maior do que ter tantos pensamentos em uma desordem tal que, não importa o quanto o grito na sua garganta se esforce para sair, o desespero te cala, te emudece, te paralisa. Assim me senti quando ouvi meu nome ser gritado pela pessoa à porta do meu quarto. As engrenagens do raciocínio falharam, os pensamentos escureceram e se me travaram todos os músculos do meu corpo e mais alguns, talvez até uns que eu nem tinha. 

- Lauren... - minha irmã repetiu o meu nome.

Voz falha, fraquinha, quase sem som. Veio-me a ideia de que talvez as engrenagens que me falharam tenham falhado nela também. Essa coisa de engrenagens poderia ser genética. A ideia logo se foi, é claro, a onda do desespero invadiu-me a mente outra vez. 

- Taytay... 

Não me veio à mente, tampouco à língua palavra qualquer que me ajudasse no que quer que fosse que eu pretendia dizer. Disse o nome de minha irmã muito mais porque era o que martelava em minha cabeça do que porque dizer o seu nome pudesse ajudar. Não poderia dizer mais nada, de fato. As circunstâncias me escusam da ausência de gramática correta em situações de desespero. O desespero é sempre uma boa fuga. Não só isto me escusa, mas também há para mim absolvição fundamentada no fato de que Taylor saiu correndo. Ora, não se fala com quem não está mais. Ou se fala? A despeito da repentina ausência de Taylor, também calei porque me faltou a voz, me faltou palavra, me faltou reação. Meus músculos paralisaram. O olhar de decepção da minha irmã me foi de tal impacto que arrancou-me a língua e furtou-me o chão, de tal sorte que, se não fosse Camila, segurando-me a mão, eu teria despencado no buraco que formou-se sob meu corpo. Meu corpo não passaria do chão, é claro, mas minha alma estaria em um abismo sem fim. De certo modo o sentido figurado salvava muitas vidas... Mas também, matava muitas almas. 

- Vá atrás dela! - Camila disse, apertando a minha mão. Percebi alguma dificuldade dela ao falar, parecia estar se controlando para não entrar em surto, como eu. 

Eu não reagi. Ainda não conseguia montar os pensamentos, logicamente, dentro da minha cabeça, não conseguia organizá-los de maneira que me rendessem qualquer reação que não fosse virar uma estátua. Aquela me parecia ser uma boa opção: virar uma estátua. Considerei. 

- Vai atrás da sua irmã, Lauren, ela precisa de você. - Camila apertou a minha mão, dando uma leve sacudida, tentando despertar-me. - Você precisa conversar com ela. Vá! - ela soltou a minha mão e fez carinho no meu rosto. - Eu vou ficar aqui esperando. - seus olhos compassivos pousavam sobre mim, como se, ignorando a própria dor, massageassem a minha alma.

O que me tocou a reagir foi o dito de Camila: "ela precisa de você". Assim que saíram da boca de Camila, as palavras badalavam como um sino insistente e alto demais, dentro da minha cabeça. Não disse nada, apenas deixei sair a respiração que prendia a tempo que não me acode lembrar, mas que foi o suficiente para me queimar a traquéia quando a deixei sair. Parecia chateada por ter ficado tanto tempo presa em meus pulmões e quando pôde sair, vingou-se na minha garganta. Pode ser que tenha sido isto, ou foi só uma reação natural do meu corpo. 

Dei um leve aceno positivo com a cabeça, para Camila, e levantei da cama. Não liguei para as pernas tremendo ou para o vácuo que se formou no meu estômago, obriguei-me a andar. Passo após de passo.

Não olhei para Camila, caso contrário, teria voltado correndo para os braços dela, onde me acovardaria e choraria feito um bebê. Foquei os pensamentos em minha irmã e forcei meus joelhos pesados a dobrarem-se a cada passo que eu dava. Pé diante de pé e venci o corredor sem cair. Poderia ter comemorado. Parei à porta do quarto de Taylor e bati.

- Tay... - não houve resposta, só silêncio. - Taylor. - chamei outra vez e bati mais uma vez. - Vamos conversar por fa...

Abriu-se a porta do quarto e a minha visão passou a emoldurar a imagem da minha irmã e seus grandes olhos chorosos e vermelhos que gritavam e pulsavam em seu rosto. Eu estava a um fio de falar, mas ela adiantou-se. Pôs-se toda para fora. 

- DESDE QUANDO VOCÊ BEIJA GAROTAS LAUREN? – ela gritou tão alto que meus tímpanos estremeceram, reclamaram para mim.

O rosto de Taylor tremia, ela empurrou a porta com força, para que se fechasse “na minha cara”, e saiu andando para dentro do seu quarto outra vez. Eu coloquei o pé na porta, para evitar que se fechasse e fizesse um barulho desnecessário. O grito de Taylor já havia me deixado apavorada demais. Arrastei-me para dentro do quarto e fechei a porta atrás de mim. Taylor andava de um lado para o outro, passando as mãos pelos cabelos. Encostei-me à porta e esperei que ela desabafasse ou se acalmasse e por tal, devo dizer que seria provável ser a mesma coisa, já que a minha irmã, provavelmente só se acalmaria quando pusesse para fora os impropérios que lhe ocorressem. Esperei e não foi em vão.

- QUER DIZER... – ela continuou o que havia começado a dizer quando abriu a porta, com aquele tom angustiado. Virou-se para mim. Seus olhos me queimavam. – DESDE QUANDO VOCÊ É.. – ela franziu o cenho e tentou falar. Não conseguiu.

- Gay? – falei por ela.

Frente a frente com a minha irmã, cresceu-me, novamente, a armadura de irmã mais velha. Taylor tinha só 15 anos e, embora parecesse muito madura em muitas ocasiões, ainda era só uma pré adolescente com confusões suficientes para enlouquecê-la. Eu precisava ser forte para fazê-la entender certas coisas, para lhe apresentar novos pontos de vista e ensiná-la. Eu precisava apoiá-la mesmo quando o motivo de sua queda era eu. Vê-la ali, tão frágil, tão confusa sobre a irmã mais velha, ou seja, eu, fez-me esquecer dos meus medos e das minhas fragilidades para tentar sanar os medos e fragilidades dela.

- Homossexual? – Não desviei os olhos dela e nem ela desviou os seus olhos dos meus. A palavra pareceu chocá-la, mas me obriguei a enfatizar a pergunta. – Você quer saber desde quando eu sou homossexual, Taylor?

- QUE DROGA! – ela gritou outra vez. – EU NÃO QUERO SER UMA PRECONCEITUOSA IMUNDA, MAS VOCÊ É A MINHA IRMÃ E... – eu continuei calada, encarando-a; assimilando e processando cada gesto e palavra de Taylor. – E, QUE DROGA LAUREN, VOCÊ É A MINHA IRMÃ – ela desabou a chorar e deixou o seu corpo cair, sentando-se no chão, bem ao lado de sua cama.

Engoli o nada que estava em minha boca e senti vontade de correr para abraçá-la, mas não me movi de onde estava. Deixei Taylor ter um tempo para si própria e chorar o que achava que deveria chorar. E ela chorou. Eu a observei debulhar-se em lágrimas. Fiquei em total silêncio durante os longos minutos que se passaram embalados pelo choro da minha irmã mais nova. Ter como melodia para o tempo o choro da sua irmã mais nova, ser que você ama e adora é excrucitante. Embora o fosse, Taylor precisava daquele tempo sem consolo, sem desculpas. Eu não tinha motivos para pedir desculpas à ninguém. Esperei passar o tempo em que os anseios de Taylor eram um pedido de desculpas. Esperei o tempo em que os anseios de Taylor fossem já, justamente (digo isto no sentido de justiça), anseios de consolo e explicações.

Quando percebi a respiração dela acalmar-se, caminhei em sua direção e sentei-me ao lado dela, cruzando as pernas em posição de borboleta. Deixei cair os ombros, que já não aguentavam mais estar eretos e repousei as mãos nas pernas. Fitei meus dedos, ainda trêmulos, como notei, tentando eleger qual a melhor coisa a dizer. Respirei fundo e, ao mesmo tempo, Taylor suspirou. Ensaiei uma frase ou outra, mas nada me parecia bom o suficiente para começar a falar o que eu desejava. Taylor continuava chorando, entretanto, mais calma do que anteriormente. Na ausência de elaboração frasal, disse o primeiro pensamento que me veio.

- Tay, você já se apaixonou? – perguntei calmamente. 

Eu já estava calma o suficiente para conseguir deixar o oxigênio chegar adequadamente ao meu cérebro e conseguir formular frases e pensamentos coerentes.

Taylor levantou a cabeça, que estava apoiada nos seus joelhos, e me olhou. Uniu as sobrancelhas, sua expressão era confusa, e fez que sim com a cabeça, olhando-me com aqueles olhos magoados e úmidos. Fiz que sim com a cabeça também e mordi os lábios. Não me furtei ao seu olhar, embora me matasse. 

- Quando você se apaixonou, você escolheu a dedo ou – perguntei-lhe, outra vez.

- Não, mas isso não tem nada... - tentou me interromper.

- Você controlou o que sentiu? – a interrompi e ela se calou – Você forçava o seu coração palpitar quando via a pessoa por quem se apaixonou? Você já conseguiu se obrigar a gostar de alguém, de verdade, Tay? – indaguei e seu olhar poderia se dizer ser uma interrogação, muito por causa da sobrancelhas que se uniam. – Você acha que eu consigo controlar? Acha que porque eu sou mais velha do que você, eu tenho controle sobre as coisas que sinto? – levei a minha mão ao braço da minha irmã e fiz carinho. Ela continuava imóvel, apenas me olhando. – Eu não controlo, Tay. – olhei um pouco para baixo e logo em seguida voltei a olhar para ela. – Eu não posso controlar o que sinto Taylor. Eu poderia sentir isso que sinto por aquela pessoa que está no meu quarto ou por qualquer outra pessoa e você também! A diferença entre nós duas é que você rotula - perdoe o clichê, não me acudiu outra palavra para usar naquele momento. Cérebros conturbados dificultam uma boa gramática. - o seu sentimento por garotas como amizade ou admiração e assim você o limita, enquanto que, para mim, TayTay, não há limites. Sentimento não se trata de gênero, se trata de pessoas. Na verdade, para mim, se trata de uma única pessoa. Aquela pessoa que está no meu quarto, - apontei na direção do meu quarto – é a pessoa que faz o meu estômago dar cambalhotas nas nuvens. É a pessoa que faz os meus músculos adormecerem. Aquela pessoa, – ressaltei novamente a palavra – é quem me faz sentir como se cada célula do meu corpo tivesse finalmente encontrado o seu par. – eu não desviava o olhar do dela nem por um segundo sequer. – E aquela pessoa poderia ser negra ou branca, bonita ou feia, alta ou baixa, gorda ou magra, morena ou loira, homem ou mulher... A mim não importa o que ela é, eu a amaria do mesmo jeito. Amor se trata de encontro de almas, Tay... E almas não tem gênero. A gente não procura o amor, a gente esbarra nele. E o amor, também não tem gênero. - Fiz uma pausa para respirar e pensar no que diria em seguida. - Se você escolher me rotular, não me rotule como heterossexual, homossexual ou bissexual. Me rotule como "Camilasexual". Não se trata do que ela é aqui fora Taylor, - toquei o meu próprio corpo - mas do que ela é dentro dela e do que ela me causa. Ela é o meu "de repente", ela é o meu "imprudente". Eu não penso, quando se trata dela, eu simplesmente faço, porque ela é para mim como respirar: faz parte de mim, é involuntário e não há como prosseguir sem. Você pode achar que isso é inaceitável, você pode continuar decepcionada comigo, mas eu quero que você saiba que eu amo você e que eu vou estar aqui para você todas as vezes que você...

- Eu não tô decepcionada Lauren. - Taylor me interrompeu. Passou a mão pelo nariz e sentou-se de frente para mim. - Eu tô assustada. Quer dizer, caramba! Desde quando você é gay?! E pior, desde quando você é gay com a Camila?! - seus olhos estavam miúdos, comprimidos. - Eu sei que você não acha que é gay, mas...

- Eu... - pensei em como responder as perguntas da minha irmã, ela merecia algumas explicações. - Eu não sei exatamente Tay. Nunca vi nada de errado, sempre vi naturalidade em relacionamentos entre pessoas do mesmo sexo. Antes de Camila eu nunca havia me apaixonado por garotas nem por garotos. Já havia experimentado, já havia beijado outras, mas sempre por...- pensei na palavra adequada. - liberdade. Quer dizer, eu beijava mulheres como beijava homens, mesmo sem sentir atração, eu fazia por diversão. - tentei explicar usando toda a minha verdade e sinceridade. - Eu enxergava pessoas e não sexo masculino e sexo feminino. Quando conheci a Camila, eu só enxerguei ela. Não vi mais nada além dela. Ela rasgou meu coração, se pôs dentro e o fez sua morada e ela é uma excelente dona de casa. Ela deixou o meu coração limpo, pôs cada coisa em seu devido lugar. Desde quando? Desde sempre. - suspirei, colocando para fora a medida transbordante do meu sentimento por Camila. - E TayTay, não é que eu não ache que sou gay, eu só enxergo de uma maneira diferente. 

Taylor me ouvia, mas olhava para si mesma, reclusa. Não fosse o teor da conversa, juraria que me dava pouca atenção ou nenhuma. 

- É estranho. - ela falou, pouco tempo depois. - Eu não quero ser preconceituosa Lauren. - falava, olhando para as pernas. Estava triste, percebi em seu tom. - Eu achava que não fosse, até ainda agora, mas... - percebi-lhe apertar os dentes e contrair os músculos de seu rosto. - mas eu acho que sou. - confessou. - Só que eu não quero ser preconceituosa. Eu estou me sentindo suja por descobrir que não consigo aceitar que a minha irmã é gay. - Sua confissão estava enchendo-me de orgulho o peito. - Quer dizer, você... - ela levou as duas mãos ao rosto e o esfregou de cima à baixo. Deixou sair o ar preso. - Eu não sei como me sinto e não consigo falar sobre isso. Eu tô confusa Laur. - olhou para mim outra vez e os seus olhos eram culpados, raivosos, tristes, envergonhados. - Eu só sei que não quero ser preconceituosa. Me ajuda? - completou e pediu-me, pondo os seus olhos, imediatamente, desviados para qualquer lugar. 

Àquela altura, senti que estava cheia de gás hélio, como um balão, a ponto de flutuar por aí. Dentro do meu peito havia milhões de Lauren, segurando bandeirinhas com o nome de Taylor, gritando freneticamente. Eu me sentia orgulhosa da pequena garota de bochechas enormes à minha frente. Não fiz outra coisa senão abraçá-la. 

- Obrigada Tay. - sussurrei em seu ouvido enquanto a abraçava. Ela não disse nada.

- Acho que você tem que voltar lá com a sua... - Taylor falou, afastando-se do nosso abraço. Aproveitou para enxugar as lágrimas que ainda estavam em seu rosto. - com a Camila. 

- Com a minha namorada. - falei o que ela não teve coragem. 

- É, com a sua namorada. - ela repetiu e deu um sorriso usando somente o cantinho de seus lábios.

- Por que você não vem comigo? - propus. - Você e a Camila se dão tão bem e a Sofia, a irmã dela, está aqui também. Passe a tarde conosco Tay. 

- Não sei... - desviou o olhar do meu. 

- Vamos Tay, por favor. - pedi, quase implorei. 

Minha irmã suspirou e concordou com a cabeça. Gesto curtinho que quase foi um não, mas foi um sim. Se não foi, tornou-se depois. Não deixei-me questionar, apenas me levantei e puxei Taylor para que me acompanhasse. Tendo sido um sim ou um não, Taylor deixou-se ir comigo de volta ao meu quarto. 

Abri a porta do quarto devagar, para não assustar Camila. Ela estava sentada na cama, sobre as próprias pernas, de costas para a cama. Não ouviu a porta do quarto abrir, por isso, provavelmente, não virou. Denunciou que Sofia estava acordada porque falava. 

- Donuts. - ouvi a voz de Sofia. 

- Danoninho. - foi a vez de Camila.

- Dedo! - Sofia falou rapidamente e Camila deu uma gargalhada alta.

- Mas dedo não é comida Sofi! - Camila disse, rindo. Taylor riu atrás de mim, entendendo, assim como eu, do que se tratava a cena ali.

- Isso depende! - Sofia disse. - Se você der seu dedo pra um leão, ele come. A minha professora disse que os leões comem pessoas então eles também comem os dedos das pessoas. - declarou com toda a esperteza do mundo.

Camila riu e eu e Taylor, que até então não havíamos sido notadas, caímos na gargalhada. Sofia e Camila nos perceberam e nos olharam. Sofia deu um pulo na cama e esticou os braços para mim. Camila mordeu o canto dos lábios e olhou para Taylor. 

- LAUREN, LAUREN! - Sofia me chamava, pulando na cama. 

Fui até ela e no caminho, pisquei para Camila, dando-lhe sinal de que já estava tudo bem. Camila sorriu.

- Acordou pequenina. - falei, pegando a pequena reprodução de Camila no colo, dando-lhe um abraço e um beijo na bochecha. - Pensei que fosse dormir mais. 

- A Kaki me acordou, ela disse que já vamos embora. - Sofia fez um bico enorme e eu olhei para Camila que estava olhando para Taylor, mas imediatamente me olhou. 

A questionei com o olhar e com os ombros e ela, deu de ombros.

- Achei que seria melhor que nós fôssemos logo. - Camila falou devagar, mordendo o lábio enquanto falava, franzindo ligeiramente o cenho. Ela estava escolhendo as palavras que deveria usar, eu conhecia bem. 

Eu iria falar, mas Taylor se adiantou. 

- Acho que vocês deveriam ficar até mais tarde Mila. - minha irmã chamou Camila pelo apelido carinhoso pelo qual costumava chamá-la, o que fez Camila sorrir e eu também. 

- Eu também acho! Além do mais, a Sofia ainda não quer ir, não é Sofi? - Falei, olhando para a garotinha no meu colo que fez que não com a cabeça tão fortemente que eu fiquei com medo que seu pescoço quebrasse. 

- Não quero ir não, Kaki. Vamos ficar, vamos?! - A pequenina no meu colo perguntou, olhando para a irmã.

- Okay... - Camila falou, simplesmente. 

- Tive uma ideia! - Taylor declarou, sentando-se ao lado de Camila. - Por que não vamos ao Sea's Park, Laur? Tem um monte de brinquedos no parque, a Sofia vai adorar! Além do mais, tem a pista de mini golf, tem a piscina. - ela revirou os olhos. - Ai, você já sabe. Vamos? - Taylor deu um pulinho na cama e bateu as palmas. 

Camila olhou-me e seus olhos me disseram que ela não fazia a menor ideia do que era o Sea's Park, portanto, quem deveria decidir se deveríamos ir ou não, era eu. Não era nada fora do comum que Camila não soubesse o que era. 

O Sea's Park era um club elitista de Miami. Era uma área enorme, com tudo o que havia direito para divertir os seus sócios. Desde parques para as crianças, até as boates para jovens. Tudo muito bem dividido, para evitar que adolescentes bêbados cruzassem com crianças. 

A ideia me pareceu boa, já que as opções na minha casa se resumiam à piscina. Ponderei por um momento e decidi que seria bom. 

- É bem legal lá, am... - segurei a língua em um sobressalto. - Camz. 

Camila riu. Taylor riu. Sofia riu sem saber porque, mas riu. Eu? Eu fiquei vermelha. 

- Tá Lolo, se você acha uma boa ideia ir, por mim, tudo bem. - Camila disse, mantendo aquele sorriso nos lábios. 

Eu me perdi no sorriso dela por alguns segundos. O coração bateu-me com força, as pernas bambearam e por pouco não fui ao chão. Estava que empalideci. Ou enrubesci. Sabe-se lá como me ficavam as bochechas quando meus olhos se punham em Camila. 

Percebi outro sorriso claro e amigo vacilar em seus lábios e desejei tê-los nos meus. Não pude. Neste ponto (guardo a recordação como se me tivesse ocorrido o seguinte, ontem mesmo), Camila deixou-se morder os lábios e meu nome foi dito por sua boca. Uma...duas...três vezes. Que boca bonita dizia meu nome! "Continua!!", exclamou-me a gritar em euforia o pensamento. Eu estava anestesiada, percebi depois. 

- LAUREN! - Sofia deu um gritinho e despertou-me do transi. 

Olhei para ela e depois para Camila que estava com as bochechas da cor do entardecer. Estava com vergonha... Teria me perdido naquele detalhe, não fosse Taylor ter caído-se a gargalhar extremamente alto. 

- Nunca pensei que fosse viver para ver essa cena! - ela ria muito enquanto falava. Quase pedi para respirar por ela. 

Revirei os olhos.

- Vamos! Vamos nos arrumar para ir ao Sea's. - falei, ignorando a minha irmã. 

Há uma mutabilidade frenética na frequência dos fatos. A felicidade vem e vai... A tristeza vem e vai. Assim lhe podemos atribuir o vai e vem também à agonia, ao desespero, à alegria. Às dez da manhã tens um belo sorriso. Às duas da tarde te tiram o riso. Passa-lhe meia hora ou mais e já se lhe põe outro sorriso na cara. A vida é um vai e vem de sorrisos e não sorrisos. 

A felicidade não é um destino, tome nota. A felicidade é uma condição de se estar vivo. De se estar morto? Ainda não morri, não há mérito em mim para dizer. Mas para a vida, a felicidade é como comer chocolate e depois acabar. É condição. Se está feliz como se está cansado, com sono ou com fome. Se as pessoas pensassem na felicidade como condição e não como destino, a encontrariam em cada esquina. 

Quanto a mim? Eu encontrava felicidade em Camila. Camila era os meus momentos de condição à felicidade. Camila era o meu tudo.


Notas Finais


Espero MUITO que tenham gostado do capítulo! O Caítulo seguinte é bem amorzinho. Estamos chegando a um momento tenso da fic, então, aproveitem os capítulos fofinhos que estamos tendo YAY

Bem, o de sempre, comentem a fic comigo no twitter se desejarem @uncover5h ou no ask.fm/uncover5h e se puderem, comentem fic com a tag CWMU no twitter, pra eu ver o que estão achando. YAY.

Até o cap 20. love ya


Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...