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História Committed - Nossa, Danvers. Eu não conhecia esse lado do seu coração.


Escrita por: brunacezario

Notas do Autor


Saiu bem maior do que eu esperava, mas é aquele ditado né.

Ótima leitura!

Capítulo 3 - Nossa, Danvers. Eu não conhecia esse lado do seu coração.


As duas passaram o restante do dia pesquisando sobre casos similares com o que estavam trabalhando e encontraram mais alguns casais. Curiosamente, todos os casais estavam vivos e possuíam basicamente a mesma história: eles foram sequestrados por um louco que os colocou em um detector de mentiras que dava choque caso eles não fossem sinceros nas respostas das perguntas que ele fazia.

Nenhum dos casais soube dar mais nenhum detalhe sobre o homem que os sequestraram ou o lugar que ficaram presos. A única coisa que os casais lembravam antes de acordarem em suas devidas camas era do homem dizendo que eles nasceram mesmo para viverem juntos. Eles não sabiam nem o motivo de não terem tido o mesmo fim dos três casais que fizeram aquele caso ganhar a devida atenção.

Na verdade, agora eram cinco casais.

Colocaram a Supergirl para ajudar na pesquisa sobre os casais para ver se assim ela se sentia um pouco mais útil e parava de reclamar no ouvido das duas e assim ela conseguiu encontrar o corpo de mais dois casais que tinham sido dados como desaparecidos há alguns dias.

A teoria que possuíam era que se o dono da joalheria não estivesse por trás disso, alguém da degustação de bolos estava envolvido, portanto elas teriam que prestar atenção em um por um para ver se encontravam algum rosto conhecido ou suspeito.

Alex foi a primeira a chegar na frente do pequeno salão que estava sendo realizado a degustação de bolos. Ela usava um vestido vermelho evasê na altura do joelho, os cabelos estavam soltos com as pontas enroladas e a maquiagem em seu rosto era leve com direito a um batom nude.

Não demorou muito tempo para que Maggie chegasse. A detetive usava um vestido de renda azul também na altura do joelho, os cabelos estavam soltos, somente com uma mecha de cada lado preso para trás e a maquiagem no seu rosto também era leve, com exceção do batom vermelho em sua boca.

As duas ficaram uma de frente para a outra sem dizer uma única palavra. Elas ficaram basicamente uma admirando a beleza da outra e, possivelmente, nem perceberam que estavam fazendo, caso contrário teria começado a sessão de piada e sorrisos sem graças.

Mas o que podiam fazer?

A beleza de ambas era natural. Não precisavam de muita coisa para destacar o quanto eram lindas. Qualquer coisa fora da roupa que usassem no dia a dia era somente algo que conseguia quase cegar uma a outra de tão bonita que ficavam.

Elas sorriram.

Sorriam por causa de seus sentimentos.

Sorriam por causa de seus pensamentos.

Sorriram por uma sempre poder contar com a presença da outra, independente de repetirem para si mesmas que elas só passavam a maior parte do tempo juntas por causa do emprego, nada demais.

- Eu estava prestes a reclamar da demora, mas... – Alex olhou Maggie de cima a baixo. – Valeu muito a pena esperar.

Pela primeira vez, Maggie deixou escapar um sorriso sem graça. Não conseguiu nem amaldiçoar-se mentalmente por isso por causa do sorriso convencido que Alex abriu por tê-la deixado sem graça.

Desde que conheceu Alex, a detetive tentava a todo custo ser a pessoa que deixava Alex sem graça com seus flertes e comentários.

A maioria das vezes não era proposital. Era somente seu mecanismo de defesa por não saber como agir na frente de Alex. E, sempre que ela se sentia dessa forma, a única saída que encontrava era de deixar a agente sem graça com alguns de seus comentários.

Mal sabia ela que naquela noite Alex tinha resolvido elevar mais ainda o seu “como se não fosse nada demais”.

Alex tinha passado o dia inteiro trabalhando ao lado de Maggie, por muitas vezes no dia a detetive conseguiu deixá-la sem graça e para o caso isso era um problema. Ia ser difícil manter a postura e procurar um alienígena serial killer ao mesmo tempo, portanto ela resolveu que iria usar todo o seu treinamento como agente para conseguir lidar com aquela noite sem acabar quase sendo atropelada por um carro.

As chances de falhar eram altíssimas. Tudo que envolvia Maggie extrapolava as probabilidades. Seu treinamento como agente para agir naturalmente diante das situações mais desconfortáveis não seria diferente.

- Você também não está mal, Danvers. – disse com um sorriso sacana de canto de rosto, tentando recuperar a postura que Alex roubou com seu elogio. – Eu posso te pedir um favor?

- Eu já falei que eu não vou dizer para as pessoas que você salvou a minha vida caso elas perguntem como nos conhecemos. Isso não é verdade. Eu que salvei a sua vida.

- Na verdade, sua amiguinha Supergirl que salvou a vida de nós duas. – Alex fez um positivo com a cabeça, concordando com a observação de Maggie. – O favor que eu quero te pedir é... – tirou a escuta de sua orelha. – Será que podemos passar essa noite sem a Supergirl em nossa cabeça? O alienígena não vai nos sequestrar em uma festa cheia de pessoas.

Alex ficou olhando para a escuta na mão de Maggie por alguns instantes. Estava receosa em acatar o pedido da morena. Era tentador ficar mais algumas horas sem ter que aguentar Kara em seu ouvido sendo uma irmã totalmente diferente do que ela estava acostumada, mas também era completamente irresponsável.

E se alguma coisa acontecesse? A vida das duas poderia ficar em risco e ela não teria reforço.

Por outro lado, quantas vezes as duas já não tinham ido cuidar de casos que não precisavam da Supergirl 24 horas por dia ouvindo cada passo que elas davam?

Alex sabia que no momento que precisasse de ajuda a irmã estaria lá e, dependendo da velocidade que ela chegasse, não daria tempo nem dela sofrer um único arranhão.

Então, levando em consideração todos os prós e contras que passaram em sua cabeça, ela tirou a escuta do seu ouvido, pegou a escuta que estava na mão de Maggie e guardou as duas dentro da bolsa de mão que carregava.

- Eu não vejo porque não. – respondeu, por fim, com um pequeno sorriso.

Surpreendo Maggie pela segunda vez naquela noite, Alex ofereceu sua mão para que a morena a pegasse e as duas pudessem finalmente entrar no salão.

Maggie olhou por alguns instantes a mão de Alex. Subiu rapidamente seu olhar para o rosto da agente pensando que não seria notada, entretanto seus olhares acabaram se cruzando. Elas sorriram ambas sem graças. Maggie por ter sido pega a olhando. Alex por ter sido pega de surpresa com aquele olhar da morena.

Quando aquela sensação tão boa e ao mesmo tempo tão assustadora iria desaparecer? Ela era uma agente treinada para não deixar se levar pelos seus sentimentos enquanto estivesse trabalhando, mas por que com Maggie tinha que ser diferente? Elas podiam ter muitas afinidades. Uma podia completar a frase da outra. Mas isso ainda era um trabalho, não era?

“Como se não fosse nada demais”.

O mantra teve que voltar para os seus pensamentos. Se começasse a pensar mais uma vez em como Maggie mexia consigo ia acabar enlouquecendo e toda a postura que adotou para aquela noite iria se perder.

Se pelo menos Maggie estivesse passando pelos mesmos dilemas...

Ignorando todo o conflito interno que também estava vivendo, Maggie finalmente entrelaçou sua mão na mão de Alex e as duas entraram no salão, prontas para provar os bolos para o falso casamento – e também para tentar descobrir quem era o alienígena matador de casais.

O lugar não era muito enfeitado. Com exceção das mesas que eram todas decoradas com toalhas vermelhas, com um pequeno vaso de flores no centro e uma cabine de fotos logo na entrada, toda a extensão do lugar tinha praticamente o mesmo ambiente da confeitaria.

Em uma enorme mesa, em uma parede do outro lado do salão, ficavam os mais diversos sabores de bolos. Todos com seus devidos nomes na frente para que os casais soubessem qual bolo estavam comendo para não escolherem o errado.

Como esperado, o salão estava repleto de casais. Muitos aparentavam estar realmente felizes pelo grande passo que dariam no seu relacionamento outros pareciam que estavam sendo obrigados até a viver.

A cada passo que as duas davam para dentro do salão, elas olhavam atentamente cada um dos rostos. Até o momento, nenhum conhecido.

Bom, isso não era verdade.

O sorriso de Alex desapareceu, dando espaço para uma expressão confusa, quando seu olhar parou em uma jovem loira que usava óculos. Seus cabelos estavam presos em um rabo de cavalo e ela trajava um vestido verde de bolinhas. Pela risada sincera que ela estava dando por causa do que um dos convidados havia dito ninguém podia dizer que ela passou o dia inteiro exalando mal humor.

- Mas o que...

Maggie olhou para Alex com confusão, tentando entender o motivo da morena a arrastar para o outro lado do salão sem nem ao menos dar uma explicação.

- Kara! – Alex forçou um sorriso. – O que você está fazendo aqui?

- Eu? – A Garota de Aço se fez de sonsa. – Eu estou trabalhando. – balançou o bloco de notas que tinha em sua mão. – Você sabe como a CatCo gosta de cobrir todos os tipos de eventos. Deixar as pessoas informadas que eles existem.

Alex esboçou um sorriso amarelo, entendendo muito bem que não era sobre o seu emprego de repórter que a irmã estava se referindo.

Estava difícil de admitir, mas Maggie tinha razão. Kara estava mesmo com ciúmes das duas trabalhando juntas e elas precisavam conversar urgentemente. Não queria ter uma discussão parecida com a que tiveram quando o Clark estava na cidade. Eram melhores irmãs que isso.

Sem abrir espaço para que começasse uma discussão, Alex levou sua mão até as costas de Maggie, trazendo-a um pouco mais para frente.

- Maggie, essa é a minha irmã, Kara. Kara, essa é a detetive Maggie Sawyer.

- Então você é a famosa Kara. – a detetive disse simpaticamente apertando a mão de Kara. – A Alex sempre fala de você. Pensei que ela nunca fosse nos apresentar.

- Sério? – Kara forçou um sorriso. – Engraçado, ela nunca falou de você.

O sorriso de Maggie desapareceu.

Sabe a expressão “um tiro doeria menos”?

Para alguém que já tinha levado dois ou três tiros nessa vida de mulher da lei, Maggie achou que, sem duvida alguma, levar um tiro doeria bem menos do que descobrir que ela não era assunto na conversa das irmãs Danvers.

O sentimento de decepção era ridículo, mas não tinha nada que ela podia fazer no momento para não senti-lo, afinal, Alex falava mesmo de Kara sempre que tinha a oportunidade. Às vezes ela achava que conhecia de verdade a irmã da morena mesmo que elas nunca tivessem sido apresentadas. Mas, aparentemente, falar para Kara de sua existência não era importante.

- Você anda trabalhando demais. – Alex tentou contornar o clima estranho que se instalou por causa do comentário de Kara. – Claro que eu falei da Maggie para você. Ela é minha nova parceira.

- Eu pensei que a sua parceira fosse a Supergirl.

E finalmente lá estava o tom de voz sentido de alguém que tinha sido trocada por outra pessoa.

Alex conhecia muito bem aquele sentimento. Foi tudo que ela sentiu nos dias que Clark Kent aka Superman passou alguns dias na cidade e também quando Kara disse que iria mudar para Metropolis achando que seus sentimentos não importavam.

Ela só não conseguia entender o motivo da irmã estar se sentindo daquela forma. Normalmente ela era que precisava de Kara, ela era que queria ter Kara por perto, não o contrário.

Elas definitivamente estavam precisando conversar.

- As duas são. – foi a única coisa que conseguiu dizer. Somente aquelas três palavras não seriam o suficiente para que Kara parasse de se sentir excluída, mas teria que bastar até que elas pudessem conversar. – Bom... Nós vamos deixar você trabalhar porque nós duas também temos que trabalhar.

- Foi um prazer te conhecer, Kara. – disse Maggie simpaticamente.

- Igualmente. – mexeu na armação dos óculos para que Maggie não percebesse mais um de seus sorrisos forçados.

Às vezes sentia-se mal por causa da birra que tinha da detetive. Ela era uma boa pessoa, uma excelente profissional, mas se tinha uma coisa que aprendeu em todos esses anos que estava na Terra era que era muito difícil vencer o bichinho do ciúme.

- Você não disse que contou para sua irmã que trabalha para o DEO. – Maggie comentou assim que se distanciaram de Kara. – Ela também é team Supergirl, não é?

- Ela é. – respondeu com um pequeno sorriso olhando rapidamente para trás. Kara entrevistava outro convidado. – Eu tive que contar, caso contrário, os segredos iriam acabar nos distanciando e eu não podia deixar que isso acontecesse. Ela é uma das pessoas que eu mais amo na vida.

- Nossa, Danvers. – deu um passo largo, parando de frente para Alex, obrigando-a a parar de andar. – Eu não conhecia esse lado do seu coração.

Alex soltou um riso, envergonhada.

Exceto para J’onn e a própria Kara, ela jamais abriu essa parte do seu coração para ninguém mesmo. Nunca achou que fosse necessário já que a irmã sabia muito bem como ela se sentia.

- Deve ser legal fazer parte das pessoas que Alex Danvers mais ama na vida.

Ela teve que completar a frase, não teve? Ela ainda teve que abrir um sorriso exibindo suas covinhas, não teve? Ela ainda teve que sair andando como se não tivesse dito nada demais, não teve?

A única coisa que restou para Alex fazer foi balançar a cabeça em negativo e soltar um riso, desacreditada com a forma que Maggie conseguia usar as palavras para atingi-la.

Pela forma boa que Maggie conseguia usar as palavras para atingi-la.

Elas passaram muito tempo naquela festa de degustação tentando extrair o máximo que podiam de informação de todos que estavam ali, mas todos pareciam inofensivos. Algumas noivas tinham cara de que a qualquer momento iriam acabar matando o seu noivo por causa de todo o desinteresse que mostravam pelos sabores de bolo, mas fora isso, não tinha nada de novo sob o sol.

A dona da confeitaria as reconheceu de mais cedo e demonstrou toda a sua felicidade por elas terem conseguido ir a festa. Mais uma vez encheu as duas de elogios, indicou alguns sabores de bolos que ela achou que combinaria com o casal e, mais um pouco, era capaz de até pedir um convite para ir ao casamento.

No fundo as duas estavam se divertindo com aquilo. Acreditavam que se fossem um casal de verdade talvez não convencessem tanto quanto estavam convencendo como um casal de mentira.

Ah ta bom viu!

- Você já pensou em casar alguma vez? – a pergunta veio de Maggie.

As duas estavam paradas ao lado da enorme mesa com bolos degustando um dos sabores que a dona da confeitaria sugeriu.

Elas começaram a achar que a festa era mais um beco sem saída, então, para não ficar suspeito as duas terem ido para uma festa de degustação e não estarem provando nenhum dos bolos, ambas resolveram que era hora de comerem alguma coisa. A fome que elas estavam sentido também foi um dos fatores decisivos para provarem alguns daqueles bolos.

- Esse bolo é muito bom. Prova. – deu um pedaço de bolo na boca de Alex. – É bom, não é?

- Bom? – levou o verso da mão até a boca, terminando de mastigar o pedaço. – É ótimo. Esse aqui também... – deu um pedaço de bolo na boca de Maggie. – Excelente.

- Excelente! – concordou, esboçando um sorriso.

Elas ficaram em silêncio por alguns segundos, somente se olhando. Algo que andavam fazendo muito ultimamente como se fosse a coisa mais natural do mundo. Como se elas fossem igual muito daqueles casais apaixonados que estavam na festa.

Elas não eram um casal.

- Eu acho que nunca tive a oportunidade para pensar em casamento. – Alex resolveu responder a perguntar para quebrar aquele contanto visual que mais um pouco ia acabar a hipnotizando. - Quer dizer, eu sou uma agente de uma agência secreta que caça alienígenas, não tenho tempo nem para pensar em namorar quanto mais para pensar em casamento. – levou um pedaço de bolo até a boca. – E você? Toda essa festa não te deu vontade de pedir ninguém em casamento?

- Ninguém ou alguém? – Alex ergueu os ombros. – Não. – balançou a cabeça em negativo, confirmando a sua resposta. – Ainda não, mas nunca se sabe. – abriu um sorriso de canto de rosto.

- Você conversou com a...

- Conversei. – interrompeu antes que Alex pudesse dizer o nome de sua namorada. – Eu expliquei para ela tudo que aconteceu. Está tudo bem.

Alex teve certeza que não conseguiu esconder sua decepção com o pequeno sorriso que forçou ao ouvir aquilo. Continuava repetindo para si mesma que não queria que o mal entendido de mais cedo na joalheira fosse o causador da separação de Maggie, mas também não ia ser hipócrita e negar para si mesma que não ficaria feliz em saber que detetive estava solteira.

Provavelmente não mudaria nada em seu status do Facebook, mas mudaria muita coisa em suas noites mal dormida, em seu humor e em seu coração.

- Eu ainda não vi vocês tirando nenhuma foto. – disse a dona da confeitaria, encerrando o assunto casamento. – Ou vocês são aquele tipo de casal que odeiam fotos?

As duas olharam para a cabine fotográfica que estava um pouco mais a frente. Durante toda a festa elas passaram bem longe dos casais apaixonados que saiam dali de dentro morrendo de amores pela tira de fotografias. Era como se estivessem em uma festa de dia dos namorados, só que a animação de muitos ali era mil vezes pior.

Alex e Maggie se entreolharam.

Pelo pouco que conheciam daquela alienígena que conseguia ser mais persistente que os humanos não iriam nunca deixar aquela festa sem antes tirarem as fotos se dependesse dela. Portanto, elas deram de ombros como se dissessem que não tinham nada a perder caso tirassem uma tira de fotos e caminharam até a cabine.

Assim que entraram na cabine, elas já se preparam para as poses.

Na primeira foto, elas simplesmente sorriram.

Na segunda foto, elas fizeram uma careta.

Na terceira foto, uma ficou de costas para a outra, simulando que estavam brigadas.

Na quarta foto, Alex apoiou seu braço no ombro de Maggie. A detetive colou sua cabeça na dela e ambas sorriram, com mais vontade do que na primeira foto.

Na quinta foto, Maggie deu um beijo no rosto de Alex, pegando a morena completamente de surpresa e fazendo com que as coisas saíssem do controle.

O momento em si foi rápido. Na hora que Maggie encostou seus lábios na bochecha de Alex, a cabine registrou a foto, encerrando aquela sessão. Mas, para Alex, aquele contanto durou uma eternidade.

No instante que os lábios de Maggie encostou em seu rosto, tudo em si começou a pegar fogo. Alex conseguia sentir as suas bochechas queimando. Ela só não conseguia distinguir se era de vergonha ou por causa do desejo que reprimia sempre que o assunto era a sua parceira.

Quando o contato foi desfeito, os rostos ainda estavam próximos. A respiração de ambas estava pesada, irregular, denunciando que Alex não tinha sido a única afetada com aquele beijo no rosto.

As duas não conseguiam se olhar. Sempre que elas ameaçavam levantar o olhar, vinha o pensamento de que a outra poderia estar fazendo o mesmo, então desistiam.

Só que uma ficar encarando a boca da outra também não estava ajudando. Elas começaram a fantasiar como seria se os lábios se encontrassem. Como seria o gosto daquele beijo. A cabeça estava enlouquecendo em pensamentos. Entretanto, nenhuma das duas conseguia olhar para outro lugar e muito menos tomar uma atitude de levantarem e saírem dali antes que o desejo falasse mais alto.

Maggie colocou uma mecha do cabelo de Alex para trás da orelha, deixando o rosto da agente mais visível. Finalmente os olhares se encontraram e, fora o desejo, uma só conseguia ver confusão no olhar da outra.

A detetive estava brigando com a sua razão. A parte sensata do seu cérebro dizia para ela não prosseguir com aquilo, mas sentir a respiração de Alex misturando-se com a sua estava a deixando irracional. Ela não conseguia pensar no depois caso unisse os lábios das duas naquele exato momento.

Por sorte, ela não precisou pensar em absolutamente nada. Um casal atrapalhou o momento das duas achando que a cabine estava vaga. No mesmo instante elas se separam, completamente sem graça e saíram da cabine.

- Oh meu Deus! – exclamou Kara ao encerrar o uso de sua visão de raio-x. Ela usou a habilidade na cabine de fotos por ter sido o último lugar que restou para procurar Alex e Maggie assim que ela percebeu que as duas tinham sumido de sua vista. – Eu sou uma idiota.

- O que você fez? – perguntou Winn. – Você comeu o bolo de pasta de amendoim? Nós dois sabemos que quem inventou o bolo de pasta de amendoim deveria ser preso. Não é gostoso.

- Não. – ela soltou um suspiro, decepcionada com si mesma. – A Alex...

- Ah... – Winn girou em sua cadeira, entendendo ao que Kara estava se referindo. – Ela gosta da detetive Sawyer, não gosta?

- Você sabia? Por que você não disse nada?

- Eu descobri hoje cedo. Você tinha que ver o humor horrível que ela estava, mas quando a detetive ligou... – Winn abriu um sorriso, se lembrando da cena, como se Kara pudesse vê-lo para entender o seu momento shipper. – Ela virou outra pessoa. E eu pensei que você soubesse por isso o ciúmes todo.

- Eu não estava com ciúmes. – fez um barulho de indignação com a boca e ajeitou os óculos no rosto. – Eu só pensei que estava sendo trocada, tem uma grande diferença.

- Aham, tem sim. – concordou Winn em tom irônico. – Nós já terminamos? Ou vamos espionar mais um pouco o novo casal do DEO?

- Nós terminamos. – disse Kara chateada.

Ela deu uma última olhada em Alex e Maggie. Como não tinha percebido antes?

- Nós vamos dividir as fotos? – perguntou Alex balançando a tira. Estava fazendo de tudo para que as coisas não ficassem mais estranhas do que já estavam depois do que quase havia acontecido. – Ou você quer tirar outras?

- Nós somos um casal. – pegou a tira de fotos da mão de Alex. – Essas fotos vão para a retrospectiva do nosso casamento. – a detive também estava fazendo de tudo para que o clima voltasse ao normal. – Será que nós podemos ir embora? Quem quer que esteja sequestrando os casais não está aqui.

- Eu concordo. – soltou um suspiro, olhando mais uma vez ao seu redor, somente por mania, não ia encontrar nada de diferente mesmo. - Nós podemos continuar os monitorando do DEO.

- Tudo bem. – as duas começaram a andar para fora do salão em uma distancia considerável, sem mãos dadas. Ainda estavam se recuperando do que quase aconteceu na cabine. – Nós encomendamos mesmo aquele bolo de casamento? – Alex riu da pergunta da morena e fez um positivo com a cabeça. – Quem vai pagar? Ou nós podemos cancelar quando esse caso acabar?

- Se o DEO pagar nós podemos ficar com ele. O bolo é bom.

Maggie riu, exibindo as covinhas.

Um silêncio se instalou enquanto as duas caminhavam lado a lado na calçada. Só que aquele silêncio não era bom. Estava estranho. Isso porque elas não tinham se beijado, caso contrário uma não estaria nem olhando para a cara da outra.

- Você quer tomar alguma coisa? – Maggie quebrou o silêncio com sua pergunta. – Eu conheço um bar aqui perto, acho que...

- Eu adoraria. – Alex respondeu com um pequeno sorriso. – Eu só espero que não seja um bar alie... – Alex não concluiu a frase por ter sido atrapalhada com um farol alto bem em seu rosto. – Amigo, você está querendo cegar alguém? – perguntou com a mão na frente dos olhos, realmente incomodada com aquela luz.

Alex não recebeu nenhuma resposta. Quando se deu conta, estava caída no chão ao lado de Maggie e só conseguia ver os pés do dono daquele carro com o farol alto por causa do tiro com tranquilizante que ambas levaram. 


Notas Finais


Parece que elas realmente convenceram como casal, não convenceram?

Queria avisar que o próximo capítulo só vai ser postado lá para o meio da semana porque eu tenho outra fic pra terminar de escrever, então não vão achando que eu abandonei não viu?

Até o próximo capítulo.


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