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História Como Assim... Mitologia Grega? - Cap. II - Vendemos um carro um pouco acima do preço


Escrita por: daniunderwater

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Capítulo 2 - Cap. II - Vendemos um carro um pouco acima do preço



***
Narração Zoey
***
***
Deuses. Gregos. Monstros. Semideuses. Crias meio-sangue humanas. Meio-sangue divino. Acampamento. Adam nunca conheceu nenhum dos pais. E Claire também só conhecia a mãe. Meu pai... Eu nunca conheci e nunca soube o por que. Agora, se acreditasse em Dylan, saberia, finalmente. Dislexia. Deficit de Atenção. TDAH. Mitologia Grega. Tudo fazia mais ou menos sentido.
— É, isso. — disse Dylan tentando convencer Claire. — Exatamente.
— Nem tente me fazer de tonta, olha aqui, isso não é engraçado... — Dylan tirou a calça.
— Sou um...
— Fauno. — diz Adam olhando para as pernas tortas e peludas e cascos de bode de Dylan.
— Na verdade, sou um Sátiro — corrige Dylan.
— Então de quem nós somos filhos? — digo pensando na possibilidade de eu não ser filha de Andrea Collins.
— Não sei, exatamente, mas temos que ir para o Acampamento Meio-Sangue. Lá provavelmente seus pais vão reclama-los.
— Nossos pais? — pergunta Claire — quer dizer que... Vamos conhecê-los?
— Não. Quer dizer sim. Hã... Talvez.
— Talvez — zomba Claire.
— Vamos. Esse reformatório não precisa de mais delinquentes.
— Não somos delinquentes!! — grito. Todos olham pra mim. — Pelo menos eu não.
***
 
Andávamos descoordenados pelas avenidas do Brooklyn sem saber qual direção seguir.
— Pra onde nós estamos indo mesmo? — pergunta Adam.
— Acampamento Meio-Sangue.
— E onde, exatamente fica isso?
— Estreito de Long Island.
— Você sabe que precisamos de um barco? — pergunto.
— Ou de uma ponte!? — diz Adam
— São quase 80 km de distancia do Brooklyn até Long Island. — diz Claire. Nós olhamos pra ela. — o que foi? Só por que tenho TDAH não quer dizer que não escuto dormindo. E são quase 80 km se nós estivéssemos na praia.
— Ótimo. Como vamos chegar a praia? A uma ponte ou barco e chegar até seja lá onde vamos? — digo
— De carro! — Claire exclama.
— Onde nós vamos arrumar um carro?
— No ferro velho.
— Claire. Não temos dinheiro para compra um carro nem no ferro velho! - exclamo
— É. Mas nós não precisamos.
— Como? — diz Adam
Claire continua:
— Todo ferro velho, tem mais ou menos uns vinte carros que, ninguém quer, então eles compactam.
— Compactam? Então como vamos usar? — Adam insiste.
— Essa é a questão. — ela para de andar, se vira e olha pra nós três— Não vamos. 
— Então não teremos um carro.
— Não. Nós venderemos um carro. — ela diz — e compraremos um que funcione do ferro velho com o dinheiro.
— Quem vai querer um carro que não funciona? — Adam pergunta.
Claire me encara. Depois todos me encaram.
— Zoey sua mãe é atriz. Ja não tiveram filmes que usaram carros que não funcionassem?
Entendo o que ela esta pensando. E respondo animada.
— Existem filmes que tem carros figurantes. Não funcionam mas são utilizados para explosões e cenários.
Claire retoma:
— Venderemos para um diretor de TV.
Por incrível que pareça, ninguém tem nenhuma idéia melhor.
Então vamos para o ferro velho mais próximo. Que fica 2 quilômetros da Warster Academy.
Odeio ferros velhos. Motivos:
1: Tem carros velhos
2: Cheiro de ferrugem
3: Caras nojentos e repugnantes cuidam dos carros velhos e ferruginosos
4: Você precisa andar dois quilômetros para chegar até eles.
— Já chegamos?
— Não. — respondeu Claire
— Falta muito?
— Talvez.
— Eu tenho que andar?
— Amenos que prefira voar.
— Eu preferiria — resmungo. Pelo menos voando eu não ficaria tão cansada.
***
Chegamos no ferro velho ao entardecer. Montanhas de carros esmagados e inteiros, mas totalmente arrasados – como se já tivessem participado de uma explosão ou algo assim de filmes – alguns deveriam andar. Mas a maioria... Já era.
Um cara, daqueles nojentos e repugnantes, e de uns 40 anos, veio falar com agente:
— Claire! Quanto tempo? 4, 5 anos?
— É... Deve ser por aí, Dave — diz ela batendo na mão de Dave. Depois dando um meio-abraço ainda com a mão junta a dele tipo um "abraço de mano" ou algo assim. — Precisamos de um favor. — ele a solta.
— Sabia que você não ia voltar aqui sem uma boa razão. — diz — favor? Claro. Agora, não posso simplesmente dar um carro a vocês. Nem a você, Claire.
— E... — ela olha em volta. — Aquele? — ela diz apontando para um velho fusca, em uma garra que está prestes a tritura-lo e jogá-lo em um incinerador, ou esmagador, seja lá o que for aquilo, era enorme e eu não tinha dúvida de que era para destruir o carro.
— Ei! Parem aí! — ele grita e alguém faz um sinal de continência e a garra de metal para — E o que você, Clairezinha, eu nem pode digirir, faria com um carro que nem anda?
— Podemos ou não? — ela insiste.
— Já que é aquele carro... E que é você... Pode.
— Ótimo! Agora...
Eu não ia andar de novo aqueles 2 quilômetros. Não mesmo.
— Agora eu ligo. — digo.
— Que? — Adam pergunta, não entendendo.
— De jeito nenhum vou andar mais dois quilômetros. Mal chegamos qui. E agora vamos voltar? Não é por preguiça nem nada. Mas fala sério. Quatro quilômetros? Em um dia? E a noite? Vou acabar logo com isso.
— Na verdade nós não íamos andar...
Pego meu telefone e interrompo Claire. Alexandre Faxon...
~ Ligação On ~
— Alô?
— Zoey... Não acho que seja uma... Hã boa ideia. — implica Dylan.
— Shhiu — faço entre os lábios para que ele cale a boca.
— Sim? Quem fala? Oh mais uma garota querendo um papel no filme? Oh por favor, trabalho somente com profissionais, sinto muito...
— Alex, sou eu, Zoey. Zoey Collins, lembra? Do "sorriso de Afrodite" — isso era de um comercial de pasta de dente que ele fez comigo, "sorriso de Afrodite" era o meu apelido por causa do papel de minha mãe no filme Tróia.
— Zoey!! Querida! Nossa, a ultima vez que te vi pessoalmente tinha 6 anos! Como vai Andrea?
— Na verdade...
— Oh sim, ela me falou que a mandara para um reformatório por uma coisa horrível. Mas eu não acreditei que você fosse capaz... Zoey, o que você fez, querida?
— Nada! Quer dizer, isso não importa. Alex, estou com um problema.
— Nem fale! Aposto que com as roupas que te fazem usar aí você está quase morrendo de desgosto! Quer que eu te mande umas roupas, maravilhosas que...
— Não, não tem nada a ver com roupas, eu queria saber se você está precisando de carros figurantes.
— Carros figurantes? Que pergunta mais absurda. Mas se bem que estávamos pensando em fazer o filme da Viúva Negra, talvez precisemos de carros figurantes, que possam explodir.
Tapo o telefone com a mão.
— Eu disse. — digo — Claire, qual carro vamos comprar?
— Dave, qual você nos venderia para ir até... Onde?
— Long Island.
— Isso.
Dave aponta para um carro que não sei reconhecer. Acho que o menos velho e enferrujado que há nesse ferro velho.
— 395 U$.
— Aquele carro? — Adam diz. — Acho que vocês tem preços meio absurdos vocês po... — Dave o encara feio. — Absurdamente bons!! — corrige-se ironicamente.
Faço sinal de silêncio com o dedo sobre os lábios e continuo.
— Alex, o que acha de um fusca que pode sem vias de dúvidas explodir?
— Por que?
— Se aceitar, poderia pagar só 500 U$ por ele.
— Geralmente custam mais caros, como...
— 700?
— 500?
— 650.
— 600.
— Ta bom, 600.
— 600 U$? — Adam fala sarcasticamente — Aquela lata velha vale muito mais! — Todos nós sabemos muito bem que ela não deveria valer mais que vinte dólares, mas Alex é um amigo. É tipo um empréstimo. Mas, como diria Adam, sem devolução.
— Quieto. — Ameaça Claire.
— Alex, estamos no ferro velho do Brooklyn. A mais ou menos dois quilômetros — falo fazendo careta para todos, demonstrando claramente que não vou andar de novo dois quilômetros. — do centro. Pode nos pegar aqui?
— Acredito que sim, vou mandar o Henry aí. — Henry, o piloto do helicóptero.
— Alexandre! Alexandre! — uma voz diz baixa no telefone — Os efeitos especiais de neve queimaram o circuito. Devo chamar um eletricista?
— Bom falar com você, Zoey. Mas acho que sem mim, esse estúdio vai buraco a baixo. Mesmo que por cinco minutos. Até, smack smack.
~ Ligação Off ~
Desligo o celular.
— Acho que vai demorar tipo, uma hora, no máximo. — Todos olham para mim, boquiabertos. — Que foi?
— Temos que aprender muito com essa garota. — Dave fala, depois anda até mais perto da garra de metal instruindo os outros caras a descer o fusca.
Claire nos guia até uma pequena casa – que eu não tinha reparado antes – entre as pilhas de ferro velho. Abre a porta com uma chave que ela tira de debaixo do tapete, e senta em uma poltrona velha e rasgada.
— Não mudou nada. Só os carros.
Ainda sem entender a situação, entramos na sala.
— Quando exatamente você já veio nesse ferro velho? — Eu pergunto.
— Ah, ja faz um tempo... Antes de ir para Warters Academy.
— Que tal nós dizer uma coisa menos obvia? — sugere Adam
— Dave foi meu padrasto. Quer dizer, depois que eu fui para o reformatório, minha mãe se divorciou dele. Mas ele é um cara legal.
— Bom saber. — Diz Dylan.
Dylan aparenta não ser tão corajoso quanto deveria se é de um mundo de Mosntros e Deuses, sei lá.
Acho que se eu já estivesse acostumada com monstros, e atirasse muletas em diretoras-empousai, provavelmente não teria tanto medo de Clarie. Espera, eu não estava acostumada, e não tinha medo de Claire. Ou Dylan é muito medroso, ou eu, e Adam somos mais corajosos do que deveríamos. Ah não, espera, ele atacou uma empousai com uma muleta né? Então está 1 à 1. Mas Claire não é tão cruel quanto ele pensa.
— Zoey!!! O que você fez??? — grita Dylan quando Adam fecha a porta.
— O que eu fiz?—Pergunto.
— Você usou um celular!!!
— E... — Adam diz.
— Arhg. Quando um semideus usa um celular, é como se estivesse mandando um sinal vermelho brilhante para os monstros escrito "Ei estou aqui, alameda tal número tal, venham me devorar, sou delicioso!"
— E por que você não me avisou antes??? Vamos ter que lutar contra um monte de empousais??
— Provavelmente, ou pior.
— Ótimo, mais monstros, pelo menos poderemos acabar com esses, não deixá-los para trás como medrosos. — Ela olha para Dylan.
— Na verdade...
— Lá vem. — conclui Adam.
— Monstros não morem, eles viram pó dourado...
— Também serve.
— Dai eles vão para o Tartaro, onde remontam seus pedaços, depois voltam para o mundo mortal, geralmente, com vingança na cabeça...
— Ótimo mesmo! — ri Claire — Vamos acabar várias vezes com os mesmos monstros.
— Mas as vezes demora anos, ou até séculos para eles voltarem. — Diz Dylan, sem se importar em ser interrompido.
— Ou não. — diz Adam, se referindo a Claire, como se Dylan fosse uma máquina.
—Qual monstro? — pergunto á Dylan.
— Não sei.
— Como não sabe? Até agora você parecia uma enciclopédia sobre "isso", ambulante. — Reclama Claire
— Não sei qual monstro pode ter reparado o sinal, ou quantos. Só posso senti-los a poucos quilômetros.
Claire odeia não estar certa.
—Quilômetros? Então não tem monstros por perto? — Claire parece irritada com o fato.
—Sempre tem monstros por perto. Mas o seu "perto" é diferente do meu.
— Bom saber.
— Monstros são muito rápidos. Alguns voam, a velocidades, que você não imagina, se estiverem a quinze quilômetros, chegam em menos e um minuto aqui.
— Não estou vendo nenhum monstro. — réplica Claire.
— Claro que não, Nova Iorque, tem muita névoa. Até para semideuses é difícil ve-los.
— Então tem monstros aqui? — Diz Claire olhando os lados
— Ah, deixa pra lá, vocês não iriam entender.
— Por que não faz sentido! — Digo.
— E semideuses fazem? Sátiros fazem? E as aulas de matemática?? fazem sentido??
—Não... — responde Adam tão baixinho que acho que só seu pude ouvir. — Nenhum sentido.
Um silêncio surge. Por alguns instantes.
— Está... — Olhamos para Dylan, chocado. — É muito rápido. Acho que corre com quatro patas... Ou mais. Talvez.
— O que? — Claire diz furiosa.
— Sentiu vocês. Está perto. Muito perto.
— Quantos quilômetros? — Adam quer saber.
— Qual deles? — Dylan pergunta.
— Melhor perguntar: — digo — Quantos são?
— Muitos. Mas um está vindo com o triplo da velocidade dos outros.
— Qual? — Pergunta Claire.
— Está muito rápido.
— Se ele continuar assim, é que vamos ser devorados vivos.
— Quatro quilômetros.
— Acho que ele não escuta o que perguntamos. — diz Adam batendo na cabeça de Dylan.
— Ei! — diz Dylan — Três quilômetros?!
— Que? — digo — não foram nem 30 segundos!
— Eu falei. Esse é muito rápido. E nem voa. O que...? Dois quilômetros. — Dylan parece sei lá, hipnotizado, mas com o nariz, não os olhos.
— Esse monstro andou tanto quanto a gente ou mais, e não parece estar reclamando, Zoey. — Claire provoca
— Mas espera encontrar comida aqui.
— Comida? Tem comida? — pergunta Adam, sei que ele está brincando, mas não consigo ser zombada assim – mesmo que amigavelmente – sem revidar. 
— Nós somos a comida, Adam!! — digo
— Isso não é muito bom. — brinca ele. Péssima hora para piadas.
— Ahh! — resmungo irritada e vejo ele rindo levemente. — O que foi??
— Nada! — diz ele tentando parar de rir.
— Menos de um quilômetro. — Dylan revela.
— O que vamos fazer? Duvido que muletas desmaiem esse aí! — Adam supõe.
— Tenho certeza que não... — Dylan fixa os olhos em meu pulso. — Sua... — ele pega minha pulseira. Aquela pulseira é a única coisa que meu pai deixou para mim antes de "sumir". Mas, espera, se meu pai era um deus, aquela pulseira... Ela não podia ser normal... Podia? Minha pulseira era azul celeste, com pingentes dourados, em formatos diferentes: um tinha a forma de um raio; outro, tinha a forma de duas alianças entrelaçadas; um de um garfinho quadrado; uma harpa; uma flecha; uma flor; um elmo de guerra; uma pena; chamas; uma espada; um escudo; e uma carta.
Eu nunca entendido que aquelas coisas significavam.
— É um presente dos deuses. Já usou? — Perguntou encantado.
— Pra?
— Tudo, claro, cada um desses pingentes tem um modo de utilidade, diferente, quando necessário, você descobrirá como usar cada um.
— Como sabe disso? — Pergunto desconfiada, será que existiam várias pulseiras iguais a essa?
— Está no livro. Todo sátiro protetor tem que ler antes de ter sua primeira missão. Qualquer um que usar essa pulseira, ao dizer determinada frase, desencadeia certa habilidade, que só os próprios deuses e seus filhos tem direito.
— Mas eu já não sou filha de um deles?
— Mas não tem as habilidades de uma filha de todos eles, juntos. — Dylan diz eu olho para Claire, depois para Adam. Aquela pulseira tinha poderes, maiores do que eu jamais imaginei.
De repente a parede caiu em cima de mim e Adam. Um nevoeiro de pó de cimento cobriu a sala.

 


Notas Finais


***
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