História Como cuidar de um Loki doente by Thor Odinson - Como limpar um Loki depois de vomitar.

38°C. Essa foi a leitura que Thor viu assim que tirou o termômetro da boca de Loki. Não era à toa que o menino estava tão grudento. Estava ardendo em febre, e o loiro sabia (depois de ter estudado terminologia mais de duas vezes na escola) que quanto mais quente o corpo estivesse, mais frio ele sentiria. Como sua primeira reação foi um olhar assustado e um toque suave na testa do irmão, o garoto sabia que não era bom.

— O que foi?

— Você está muito quente. Eu sinto muito, mas vai precisar de um banho frio.

— Não, eu não quero tomar banho! – chorou o garoto.

O loiro suspirou, tirando a camisa do menino à força.

— Você precisa. Por favor, faça isso por mim. – ele olhou nos olhos da criança e jogou a camisa do pijama num canto da cama.

Loki sabia que não escaparia disso, e decidiu que desta vez talvez fosse melhor aceitar. Estendeu seus braços para ser levantado e então foi levado de volta para o banheiro.

Thor terminou de tirar as roupas do menino e o deixou enrolado na toalha enquanto enchia a banheira com água fria. Quando o recipiente estava cheio, ele colocou o garoto dentro e pendurou a toalha perto.

O menininho chorou assim que tocou no líquido

— 'Tá gelado!

— Sim, porque só assim conseguiremos baixar tua febre. – o loiro afirmou, pegando o sabonete e começando a lavar a criança.

— Odeio a febre.

— Todos detestamos.

Depois de dez minutos, o deus decidiu que havia se passado tempo o suficiente para diminuir a temperatura do menino, então o enrolou novamente na toalha e o levou para o quarto para se vestir.

Uma vez que já estava vestido, o garoto pediu colo novamente, mas Thor não viu, só colocou novamente o termômetro na boca dele, fazendo o pequeno choramingar enquanto esperava um "bip" do dispositivo. Quando ouviram o som, o rapaz imediatamente segurou o termômetro, lendo a indicação de 36°C, o que o fez sorrir aliviado, mas então ouviu o choro do menino.

— Você não gosta de mim?

— É claro que gosto de você, o que aconteceu?

— Então por que não me segurou?

 — Desculpe, irmão, eu não te vi pedindo. – respondeu o mais velho, puxando menino para seus braços, levando uma mordida, que ele ignorou.

— Olhe da próxima vez. – o menininho disse, com uma voz chorosa.

— Sua febre melhorou, podemos ir para a sala assistir desenhos.

O menino sorriu, mas não disse ao irmão que ainda estava com dores, pois não queria atrasar seus desenhos.

Quando chegaram no cômodo, encontraram Stark terminando de guardar suas coisas de volta.

— Meu vôo foi cancelado. Algo sobre tempestades. Você e seu martelo não têm nada a ver com isso, né?

Thor riu e negou com a cabeça, sorrindo para o amigo.

— De forma alguma, amigo Stark. Hoje não tenho tempo para estas bobagens, preciso tomar conta do meu irmãozinho.

— Você sempre precisa. Aconteceu alguma coisa em especial para falar disso hoje?

— Está doente. Acredito que tenha pego algum vírus de vocês, midgardianos.

— Eu negaria, mas Peter também está doente. Parece que começou a ter sintomas ontem à noite, mas não dá pra ter certeza de quando ele pegou, provavelmente quando estava junto com o pirralhinho aí.

— E Peter está bem? Teve sintomas graves?

— Uma dor de cabeça, febre, náuseas e muito vômito. Mas ele está se mantendo hidratado como eu pedi, então não precisa ser internado nem nada do tipo. O pestinha também teve isso?

— Fico feliz em ouvir que o garoto não precisa ficar no hospital, mas a parte do vômito é um pouco preocupante. Loki teve uma febre e um pouco de dor no abdômen, mas já passou.

O garotinho acenou com a cabeça, mesmo sabendo que não era exatamente verdade, já que sua barriga ainda doía, junto com sua cabeça.

— Bom, então melhoras para a miniatura.

— Obrigado.

Thor se sentou no sofá com Loki deitado em seu ombro, ligando a televisão e colocando em um canal infantil. O mais novo não estava prestando atenção, mas ria quando o mais velho fingia uma risada, como se estivesse assistindo.

— Gente, vocês não vão acreditar. – o capitão América anunciou entrando no cômodo, Tony fingiu um interesse irônico e Thor realmente estava interessado. Loki estava prestando atenção em seu próprio estômago revirando, então não ouviu. – Bucky está doente. Eu nunca fiquei doente desde que tomei o soro do super-soldado, achei que ele me tornava imune, mas aparentemente foi só sorte.

— Espera, desde quando? – Tony perguntou

— Hoje de manhã, Sam acabou de me ligar.

— Peter também está doente, desde ontem à noite.

— Loki também! Desde hoje de manhã. – Thor disse, surpreso enquanto ligava os fatos.

— Acha que seu irmão pegou do Peter e depois passou para o Bucky? – o homem de ferro perguntou. – ele foi o único que esteve com os dois, mas o meu garoto está com os sintomas há mais tempo, então é provável que tenha sido o primeiro a pegar.

— Talvez. Quais os sintomas do Barnes?

— Bom, Sam me disse que ele está com febre e dores no corpo. Também está vomitando, mas pouco.

— Peter está na mesma. O pirralhinho é o único que ainda não vomitou.

Ditas estas palavras, quase como um sinal, o pequeno acabou deixando o resto de seu café na camisa de seu irmão mais velho. E então começou a chorar, abraçando o rapaz em busca de algum conforto.

— Desculpa. – o menino disse, entre soluços, antes de se afastar e deixar mais uma rodada em si mesmo.

— Não precisa se desculpar, venha. – o mais velho pegou o garotinho no colo e se levantou, o levando mais uma vez para o banheiro.

— E eu também sou o único aqui que ainda não é rico. – Steve disse em um tom parecido com o de Tony enquanto Thor saía da sala, dando uma risada depois.

Surpreendentemente, o moreno também riu, e disse:

— Bom, sou o único aqui que não tem poderes, só máquinas.

— Sou o único aqui que não é atraente. – o loiro continuou, sem perceber o que havia dito.

— Você me acha atraente?

— Eu não disse isso.

— Acha uma criança de 4 anos atraente?

— Não, ele é uma exceção. Eu quis dizer o único adulto.

— Acabou de admitir que me acha atraente. Não vou questionar sobre o Thor, todos concordamos com você nisso. Mas eu realmente discordo da parte que você não é atraente.

— Ok, Stark. Agora por favor, vá trabalhar ou algo do tipo.

Enquanto isso, no banheiro, o garotinho ainda estava passando mal, ainda vomitando enquanto o irmão passava a mão em suas costas, se sentindo péssimo. Ele gostaria de poder tirar a doença do garoto e sofrer por ele, gostaria que isso fosse possível,mas não, ele estava condenado a ver seu irmãozinho sofrer e não poder fazer nada por ele.

— T-Thor.

— Diga, irmão.

— Desculpa pela sua camisa.

— Não se preocupe, eu posso limpá-la. Posso te limpar também. Por que não me disse que seu estômago doía?

— Eu não queria perder os desenhos.

— Mas agora você já está perdendo eles e está sujo. Eu sinto muito que não prestei atenção em você, devia ter notado. 

Loki apenas assentiu, olhando para o rapaz tristemente, antes de lançar outra rodada perdida de vômito para o recipiente. O irmão apenas voltou a acariciar suas costas, esperando que aquilo acabasse logo.

— Está melhor?

— Tudo bem. – o menino se afastou do vaso sanitário com um olhar de nojo e abraçando Thor.

— Hey, hey... Vai acabar se sujando mais assim. – o rapaz riu um pouco enquanto menino se afastava e ele levantava, fechando a tampa da privada e dando a descarga. – Você vai ter de tomar outro banho, então vou pegar uma toalha. Me espera aqui ou vem comigo?

— Vou com você! – o garotinho disse, e em seguida grudou nas pernas do irmão, que virou os olhos e puxou-o para seu colo outra vez.

Quando chegaram ao quarto e o mais velho pegou a toalha verde do garoto, ele se manifestou, um pouquinho envergonhado, mas ao mesmo tempo em um tom que implorava:

— Você também está sujo. Pode tomar banho comigo?

Thor não entendeu a pergunta à princípio, pois foi dita muito baixa, mas ouviu a primeira frase, então associou a pergunta a ela.  Sem respostas, apenas pegou sua própria toalha vermelha e saiu com o garotinho.

Ele rapidamente ajudou o menino a se despir e retirou sua camisa e calça, continuando com a cueca até terminar de encher a banheira e colocar Loki nela, para aí sim entrar nela.

Mesmo que ambos tivessem o costume de tomar banho juntos de vez em quando, afinal eram irmãos, o mais velho se sentia um pouco  constrangido em ficar completamente despido em frente ao mais novo. O menino não se importava, apenas presumia que quando crescesse, seria como Thor, e isso talvez o deixasse um pouco mais envergonhado. Ele nem se quer sabia direito porque devia permanecer vestido em frente a outros garotos, ou homens, mesmo no calor, então claramente ainda era uma doce criança inocente, o que fazia Thor se sentir menos constrangido e também um pouco derretido com a inocência de uma criança.

— A água está mais quente agora. – Loki sorriu, se encostando na banheira feliz.

— Sim, porque sua febre já baixou. Só preciso limpar o resto do seu jantar de nós dois, então vai ser mais rápido também.

— Então vou poder voltar aos desenhos?

— Na verdade não. Eu preciso te dar alguns remédios antes e talvez eles te deixem com sono, provavelmente nosso próximo destino depois deles vai ser uma soneca.

— E você vai ficar comigo?

— É claro, como sempre.

Quando os dois estavam limpos e vestidos, Thor foi para a sala com o garoto grudado em sua cintura e com a cabeça em seu ombro. Ele ficou um pouco surpreso em encontrar dois visitantes no sofá e um na frente deles.

— Bruce?  – o loiro perguntou, um pouco confuso.

— Olá, Thor. Tony me ligou, ele e Steve me disseram que ele está doente, e nossos dois amigos aqui também. – ele apontou para os dois rapazes no sofá.

— Oi, Thor. – Peter murmurou, virando a cabeça para olhar para o deus.

— Pete, tio Bucky! – Loki cumprimentou, embora pretendesse soar animado, pareceu mais com um lamento.

— Oi, Loki. – os dois referidos responderam quase ao mesmo tempo. 

— Sim, Loki está doente. Mas vai melhorar logo, espero – o mais velho respondeu Bruce.

—Espero que sim, mas preciso fazer alguns exames agora, seria bom para saber o quê ele tem e receitar os remédios certos. Você não deu nenhum remédio para ele, não é? – O "Dr Banner" perguntou.

— Não, só um banho frio para baixar a febre. Pretendia dar alguns remédios agora, na verdade.

— Ótimo, então deixe ele no sofá também, vou coletar exames de todos os três, ok?

— Não quero ir pro sofá. Posso ficar com Thor? – perguntou o menino, se agarrando com força ao rapaz enquanto choramingava um pouco.

Thor sabia que ele estava assustado com a ideia de fazer exames. Em Asgard, tudo era resolvido com alguma poção, magia e talvez dois dias de repouso, então eles raramente precisavam de exames se não tivessem feridas internas ou algum órgão quebrado. O pouco que eles sabiam sobre exames era que envolviam agulhas, isto porque Steve contou que passou por exames quando se alistou, e algumas vezes assistiram algumas séries médicas com Tony. Eles também sabiam que existiam exames que eram como tirar uma foto, como raio X, mas não parecia ser este tipo de exame que precisava ser feito em alguém cujos ossos não estivessem quebrados ou torcidos.

— Você pode. Mas eu preferiria que você ficasse no sofá, assim consigo me concentrar nos três ao mesmo tempo.

— E Thor pode vir comigo?

— Desculpe, amigo Banner, Loki está doente, e ele diz que sente muito mais dor quando não estou com ele. Prometo que não atrapalharei os exames, apenas farei companhia ao meu irmãozinho.

O doutor suspirou e assentiu, antes de dar um sorriso de canto para Thor, que se sentou no meio com o garotinho sentado em seu colo.

— Obrigado, irmão. – o pequeno sussurou, encostando no peito do mais velho antes de encarar Bucky. – Desculpa por ter te deixado doente.

O Soldado Invernal não entendeu o que o garoto queria dizer, pois pensava que ele era quem havia passado a doença para a criança, mas sorriu, um pouco derretido pelo gesto do menino.

Bruce saiu da sala, dizendo que iria buscar algumas coisas no laboratório do andar de baixo, e quando voltasse começaria com o Homem Aranha, que havia demonstrado os sintomas primeiro, e deixaria Loki por último por ser mais novo.

— Garotinho sortudo. – Bucky brincou.

— Ainda não acho que vai doer tanto quanto a mordida dele. – O adolescente disse, rindo.

— Quando se acostumar, não vai doer mais. – O loiro falou, abraçando o garotinho em seu colo.