Entrei o mais rápido possível no hospital. A recepcionista não ajudou muito me guiando até a ala onde ficava os pacientes graves. Tive que parar vários enfermeiros no caminho para saber onde eu estava. Finalmente, abri a porta da Enfermaria C13, ofegante. Avistei Will em um leito cercado de aparelhos arrepiantes. Entrei no quarto, mostrei o crachá de "PARENTE" para o enfermeiro que estava injetando algo na veia de Will.
- Como ele está?
- Estável. Respirando com a ajuda de aparelhos. Vamos saber mais sobre o estado dele mais tarde.
- O que aconteceu? - Mantenha a calma, Louisa.
- Ele sofreu um acidente. Uma moto o antigiu, e danificou os músculos e articulações que nos mantém em pé. - o enfermeiro deu um sorriso confortante nada convencional.
- Ele não vai poder mais andar?
- Sim.
Meu senti coração parar de baterpor um momento. Sentei-me um instante, digerindo a informação que tinha acabado de receber.
- Posso ficar à sós com ele?
- É claro. Aperte esse botão se algo preocupante acontecer. - ele levantou um fio que estava ligado ao leito e saiu.
-Deus. - falei, inclinando-me na cama. - Ah meu Deus, Will.
***
Finalmente, pouco depois das oito, ele acordou. Eu estava sentada na enorme cadeira ao seu lado, segurando seus dedos no meu com a mão fechada.
- Olá, querido. - eu disse, tentando limpar as lágrimas nas mangas do meu casaco. - Como está se sentindo?
Ele virou a cabeça para todos os lados.
- Dolorido. Onde estou?
- No hospital.
- Sim, percebi... Mas por quê? E por que não sinto meu dedo do pé? - ele disse, cerrando as mãos.
Engoli o nó que se formou em minha garganta, e percebi que estava chorando.
- Louisa? O que aconteceu?!
Olhei para baixo, incapaz de responder à sua pergunta.
- Clark.
- Você sofreu... um acidente. Se lembra?
- Não.
Por um instante, vi os lábios de Will formar uma linha fina. Mexeu seus dedos e levantou a outra mão.
- Eu perdi o movimento das pernas? - ele estava prestes a chorar.
- Will, eu...
Ele fechou seus olhos, fazendo com que eu interrompesse a frase. Quando olhou de novo pra mim, havia mágoa em seu olhar.
- Eu sinto muito.
Will ficou calado. Eu não sabia o que fazer. Por fim, disse:
- Preciso de um momento sozinho, Clark. Por favor.
Não contestei. Levantei-me, arrumei minha saia, avisando que estaria na sala ao lado.
Aproveitei o tempo sozinha e envie uma mensagem para Sra. e Sr. Traynor. Recebi uma resposta de que eles chegariam logo.
A Sra. Traynor chegou desesperada, mas avisei que Will queria ficar sozinho.
- Eu não ligo. Me solte, Louisa.
- Sra. Traynor, seu filho não pode mais andar, e acredite, eu não estou nada feliz. Mas temos que respeitar seu direito de ficar sozinho. - me arrependi de ter falado tão rápido.
Expliquei para os pais de Will sua situação. Camilla não parava de chorar no ombro de Steven, que a confortava sem jeito, tentando ser forte. Mas eu via um brilho nos seus olhos.
- Eu vou entrar agora. Não aguento mais. Meu filho sofreu um acidente e eu tenho o direito de ir até lá.
Ela se levantou rapidamente e correu até o leito. Eu estava a 36 horas sem dormir. Folheei umas revistas que estava ao lado, mas não consegui me concentrar. Camilla está aqui, repeti baixinho e deitei-me naqueles bancos gelados, pensando em como seria nossas vidas daqui pra frente.
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