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História Como Fogo e Pólvora - Tensões


Escrita por: AvineDelRey

Notas do Autor


Oiii pessoal, demorou mas enfim saiu!!! Muito obrigada pela paciência e compreensão! Esse capítulo foi bem longo na minha opinião, por essa razão acabou demorando mais para sair, eu adoro escrever mas sempre fico com preguiça de revisar.. haha, por isso sempre acaba passando em erro ou outro, peço que façam vista grossa caso encontrem algum, por favorzinho hihi. Sem mais delongas, espero que gostem desse capítulo, tanto quanto eu gostei de escreve-lo.

Forte abraço e boa leitura! E antes que eu me esqueça, feliz ano novo também hehehe

❤️❤️❤️❤️

Capítulo 4 - Tensões


Fanfic / Fanfiction Como Fogo e Pólvora - Tensões

Nathaniel me olha curioso assim que atravesso a porta do grêmio estudantil, a procura de qualquer indício em minha expressão de que eu havia feito o que ele tinha me pedido. Eu me aproximo de seu gabinete e em seguida coloco a folha de ausência em branco sobre a mesa.
- Aqui está.
- Ele não quis assinar?- Pergunta o loiro me olhando sério.
- Não exatamente. Ele resistiu um pouco, mas eu não quis insistir.
O representante das turmas me encara com a mesma expressão de decepção que teve ao me ver chegando para cumprir detenção.
- Certo. Obrigado por sua ajuda. - Ele fala indiferente e eu sinto uma pontada de ironia em sua voz, mas não me importo.- Ao final da detenção, vc deve levar esses papéis para a diretora assinar, como prova de que vc concluiu o castigo.
Nathaniel me estende duas folhas de papel grandes.
- Certo.- Eu digo num enorme suspiro, apanhando os documentos.
   Quando o sinal tocou, eu já tinha terminado de organizar todos os papéis, me despeço do Nathaniel, mas ele pareceu estar distraído com algo e não me ouviu, ou talvez tenha fingindo que não escutou. O corredor estava lotado de alunos que saiam de suas aulas ansiosos, a última aula do dia era sempre a mais cansativa de todas, porém o pátio estava relativamente vazio, naquele dia eu também ansiava pela minha casa mais do que tudo, atravessei o portão principal com a minha bolsa transversal, cuja os livros pareciam estar mais pesados do que no início daquela manhã, sei lá como aquilo era possível. Estava andando pelo extenso gramado que dava para a estufa, pois queria ver se o Jade precisava de alguma ajuda com o clube antes de eu ir para casa, quando alguém simplesmente se meteu na minha frente, por pouco eu não esbarrei naquela pessoa,  meus olhos encontraram um par de outros olhos acinzentados e profundos, que eu conhecia muito bem.
- Vc ainda está com aquela maldita folha de ausência?- Castiel me pergunta de forma ácida.
- Não. Acabei de deixa-la no grêmio, com o representante das turmas.
Ele faz uma careta assim que me ouve.
- O que aquele imbecil disse? E por que vc não larga do meu pé, garota?- ele parecia realmente irritado.
- Eu? Acredite se quiser o mundo não gira ao seu redor. Eu realmente estava cumprindo detenção no grêmio e por isso o Nathaniel me pediu para que fizesse vc assinar a folha. -Digo também sem paciência
- Até parece que uma garotinha como vc me convenceria de algo...- Disse ele aborrecido.
Eu rio com ironia.
- Ótimo. Agora que já terminou seu espetáculo, poderia me dar licença? Eu estava indo fazer algo antes de vc aparecer...- Falo voltando a caminhar, mas ele se coloca na minha frente novamente.
- Não antes de vc me dar algumas explicações.  O que vc fez com o documento? Falsificou minha assinatura?
- Claro, eu realmente não tenho nada mais importante para fazer...- Eu digo tentando passar por ele.
- Espere...
Nesse momento, Castiel olha para as folhas da detenção que eu tinha nas mãos, cuja eu já devia ter entregado para a diretora assinar.
- O que é isso?- Questiona ele.
- Não é da sua conta. - Rebato.
Minha resposta pareceu atiça-lo ainda mais.
- Deixa eu ver...- Castiel tenta pega o papel das minhas mãos, mas eu me desvencilho.
- Não, não tem nada a ver com vc!- Eu falo tentando me livrar dele.
- Então me deixa ver..- Diz ele determinado, como se não fosse desistir daquela ideia facilmente.
- Não!- Eu falo escondendo os papéis.
Nesse momento, Castiel avança sobre mim, eu tento empurra-lo, enquanto ele luta para tomar o papel das minhas mãos, quando ele estava prestes a conseguir, eu dou um passo para trás, ao mesmo tempo que ele se inclina para frente, seu peso sobre meu corpo faz com que eu me desequilibre, e tudo acontece rápido demais, eu caio sobre a grama e ele cai por cima de mim, sinto a raiva me preencher por completo assim que atingo a terra. Uma raiva incontrolável crescia dentro do meu peito, junto com a vontade de xinga-lo, abro minha boca para falar algo, consequentemente uma ofensa, e é nesse momento que meus olhos instantaneamente encontram os dele,  estávamos muito próximos, próximos demais, tão próximos que consigo sentir sua respiração pesada em meu rosto, tão próximos que eu conseguia ver as pintinhas verdes ao redor de suas iris acinzentadas, um detalhe tão sutil, que somente com aquela proximidade para perceber, e como eram belos os seus olhos vistos assim de tão perto, por um pequeno instante, me esqueço completamente de tudo que existe ao meu redor. Castiel também mantinha seus olhos firmes nos meus, olhando-me de forma acentuada, sua expressão era um completo mistério para mim, não poderia adivinhar o que ele estava pensando nem se quisesse muito, tento achar força para sair dali, mas meu corpo parece não me responder e a minha mente também parecia não estar funcionando com precisão, pois de repente começo a absorver detalhes que não deveriam me importar nem um pouco,  como o fato dos nossos corpos estarem completamente conectados nos lugares mais errados possíveis, e que seu peso sobre mim parecia me oscilar de alguma maneira, beirando a todos os sentimentos, menos a indiferença. Fui tomada por uma sensação nova e completamente desconhecida, aquilo não tinha forma e nem nome, mas mesmo assim me fazia perder o senso. Sinto meu corpo reagir  instantaneamente ao contato físico dele, meus sentidos me trairem de forma violenta, pois ao sentir o cheiro de seu perfume, eu estremeço mais ainda, sabonete cítrico e erva doce. Me odeio ao pensar no quanto aquele cheiro era bom, mas do que bom, era... atraente. Seus olhos permanecem presos nos meus, nossas respirações pesadas se misturando, demonstrando raiva e irritação, mas por algum motivo, nenhum dos dois fala nada, não sei ao certo quanto tempo ficamos assim, mas agradeci aos céus quando finalmente consegui pronunciar uma frase:
- Qual seu problema?- eu questiono.
Castiel pisca rapidamente, e de repente pareceu ter voltado a si, como se estivesse em um tipo de transe ou algo do gênero. Sua expressão embora raivosa, possuía também uma outra emoção envolvida, algo que eu não conseguia identificar.
- Qual o seu problema, garota...- Ele repete minha pergunta de forma retórica e em seguida sai de cima de mim. Seu interesse pela papel que eu tinha nas mãos pareceu ter sumido rapidamente, pois depois da nossa queda, ele simplesmente se levantou, me deu as costas e foi embora. E eu fiquei ali, completamente absorta em meus pensamentos, tentando entender o que tinha acabado de acontecer.
...
Quando cheguei em casa, minha mãe estava ao telefone. Ela não percebeu minha cara de poucos amigos e eu agradeci internamente por isso. Corri para o meu quarto e tranquei a porta, precisava de um banho quente e talvez um bom livro para esquecer todos aqueles estresses, desejei ser capaz de me teletransporta para um mundo aonde não existia a diretora, a Ambre, a folha de ausência e o Castiel, principalmente o Castiel. Não conseguia entender porque eu estava daquele jeito, mas minha cabeça dava voltas e mais voltas ao redor do momento anterior ocorrido naquela tarde. No fim das contas o único ponto positivo que a Sweet School havia me trazido até agora foi a Rosália. Eu também gostava muito da companhia do Alexy e do Armin e era legal ter o Ken por perto novamente, mas eu não me sentia ligada de fato a nenhum deles e não sabia dizer exatamente se aquilo era bom ou ruim. Um barulho repetitivo na minha porta de madeira antiga interrompe meus pensamentos.
- Entre.
Minha mãe abre a porta bruscamente, seu rosto demonstrando uma completa desaprovação em relação a algo.
- Sabe com quem eu falava no telefone?
-Er...com seu ortopedista?
- Avine!- Ela grita.
Definitivamente aquela não era a hora para fazer piadas.
- Desculpe.- Eu murmuro. As vezes eu usava o humor para aliviar certos tipos de tensões, nem sempre funcionava, principalmente com a minha mãe.
- A diretora me disse que vc e outra aluna saíram no tapa hoje e que vc cumpriu detenção depois da aula.
- Eu posso explicar...- Tento falar.
- Eu não quero explicações. - Ela me interrompe. - Vc e eu vinhemos para cá porque era o melhor para você, mas eu não vou admitir que vc tenha esse tipo de comportamento, não importa quantos problemas de adaptação esteja tendo, fui bem clara?
Eu concordo com a cabeça.  Ela sai do meu quarto como um furacão, e eu atiro uma almofada ao longe assim que me vejo sozinha. Talvez se eu não tivesse escolhido tomar as dores do Ken, nada disso tivesse acontecido, mas essa era eu. Em hamisviller, nenhum dos meus assim chamados amigos, ousou me defender quando a escola inteira me chamava de vadia, mas eu não conseguia evitar, defendia aqueles que eu gostava com unhas e dentes.  Respiro fundo e em seguida olho para o teto,  dizem que de todos os elementos da natureza, o fogo era o mais perigoso, isso porque ele é incontrolável, ninguém controla o fogo, ninguém controla as chamas, as vezes eu sentia que minhas emoções eram assim, chamas incontroláveis e intensas. No fundo, eu tinha medo de acabar perdendo o controle de mim mesma. Acabei adormecendo enquanto divagava sobre isso.
...
O dia amanheceu ensolarado na manhã seguinte, era sábado e eu me sentia profundamente aliviada por não precisar colocar meus pés na Sweet school. Eu ainda usava meu pijama baby Doll azul e uma meia calça desfiada quando minha mãe apareceu no meu quarto novamente, sua expressao dessa vez era tranquila.
- Tem uma amiga sua aqui. - Disse ela parada na porta.
Eu me sento na cama meio confusa, não me lembrava de ter convidado ninguém para vir a minha casa, e a única amiga próxima que eu tinha nessa cidade, era a...
- Bom dia!- Rosa passou pela minha mãe entrando no meu quarto.
- O que está fazendo aqui?- Eu pergunto assustada.
- É assim que vc trata suas visitas?- Ela me questiona sentando-se na minha cama, super a vontade.
- Vou deixar vcs conversando. - Disse minha mãe ao sair do quarto.
- Não é isso que quis dizer, é que não me lembro de ter te passado meu endereço, como descobriu aonde eu moro? - Eu falo assim que ficamos a sós.
- Ah, foi fácil.  Eu conheço a Melody, ela também participa do grêmio junto com o Nathaniel e tem acesso a ficha dos alunos, eu a convenci a me dar seu endereço.
- Que bonito...- Digo com ironia e em seguida puxo o lençol, me levantando.
- Ei, seu quarto é legal! Eu amei. - Disse ela olhando para minha decoração.
- Obrigada, eu mesma quem decorei. - Disse.
- É sério?- Ela me olha impressionada, admirando as várias fotos e posters que eu tinha na minha parede, misturados a luzes de natal e folhas artificiais.
Eu confirmo com a cabeça ainda meio sonolenta, meio mal humorada, eu odiava as manhãs. Principalmente aquelas que eu não precisava acordar cedo e mesmo assim acabava despertando por alguma razão, que no caso era Rosalia, que nesse momento me encarava de forma fixa enquanto eu vasculhava meu armário em busca das minhas pantufas.
- Enfim, adivinha só a minha grande novidade!
- Sou péssima em adivinhaçoes. - Eu a provoco.
- Pfff... tenta vai.
- Vc arranjou outra pessoa para acordar antes das nove de um sábado?- Eu chuto.
- Há há, engraçadinha, não!- Ela faz uma pausa. - Esse final de semana é o meu aniversário.
Eu me viro, olhando para ela meio surpresa, pois finalmente tinha conseguido prender minha atenção.
- É sério?
- É claro que é! E esse ano eu darei uma festa de arrasar e preciso da sua ajuda.
Eu reviro os olhos, mas no fundo estou sorrindo também. A empolgação de Rosália me deixava alegre, eu não podia negar.
- Quer tomar café?- Eu a convido.
- Claro, as panquecas da sua mãe estão cheirando super bem...
- É a especialidade dela.
...
       Eu e Rosália decemos até a cozinha, meu irmão caçula ainda estava dormindo, pois não o vi na sala tomando leite de caixinha em frente para televisão e nem ali, sentado a mesa.
- Voltando a seu aniversário, vc precisa de ajuda exatamente em que?- Eu pergunto curiosa, enquanto puxo uma cadeira.
- Bom, pra começar nós temos que fazer compras. Eu quero estar linda e vc também. A escola inteira vai estar lá.- Diz Rosália, sentando-se ao meu lado na mesa.
- Er...A escola inteira?- Eu questiono meio apreensiva.
- Não se preocupe, menos a Ambre. - Ela diz piscando para mim.
Eu suspiro aliviada, porém a Ambre não era a única das minhas preocupações.
- Quer leite?
Rosália confirma com a cabeça e eu a sirvo.
- Preciso falar com a banda do Lys-fofo para saber se ele topa se apresentar no dia.- Fala ela enquanto eu encho seu copo.
- Lys fofo? Quem é Lys fofo?- Eu pergunto meio que segurando uma certa risada.
- O Lysandre.  Vc não o conhece? Ele é o melhor amigo do Castiel.
Lembro-me automaticamente do garoto vitoriano.
- Ah, eu lembro sim, só não esperava que ele tivesse esse tipo de apelido...
- Só eu chamo ele assim, ele é meu cunhado.
Eu quase engasgo nessa hora.
- O que?!
Rosália me olha assustada.
- O Lys é  irmão mais novo do Leigh, por que que a surpresa?
- É que eu não esperava que vc e aquele garoto tivessem algum tipo de ligação, e por sinal, também não sabia que ele tinha uma banda...- Explico enquanto me recomponho.
- Não só ele, o Castiel também toca.
- O Castiel é músico?- Eu pergunto no mesmo tom de espanto.
- Foi o que acabei de dizer.
Eu suspiro. Por essa eu não esperava.
- Termina logo esse café.  Precisamos ir na casa do Lys, a festa já vai ser próximo final de semana. Preciso convence-lo a tocar!- Diz Rosália assim que terminou de comer suas panquecas.
- Vc quer que eu vá com vc na casa do Lysandre?- Eu pergunto levando meu copo de leite a boca da forma mais lenta possível só para provoca-la.
- Quero.- Ela fala como se fosse a coisa mais natural do mundo.
- Mas eu nem o conheço, e vc acabou de dizer que ele é melhor amigo do Castiel, que me odeia.
- Não se preocupe, lá é a casa do Leigh também. Eles moram juntos, como um bom irmão mais velho, o Leigh cuida do Lys fofo,  vc será minha convidada.
Aquele dia realmente estava cheio de novas informações.
- E os pais deles?
- Moram no interior. Até aonde eu sei, eles são fazendeiros ou algo assim.
- Eu não sei não...- Eu digo de forma séria dessa vez.
- Ei, relaxa. Eu tenho certeza que o Lys não tem nada contra vc, ele também sabe o quanto o Castiel é osso duro de roer. - Fala Rosa colocando uma mão no meu ombro, ela realmente sabia ser solidária quando queria.
- Falando nisso, como vc vai convencer o osso duro de roer a tocar na sua festa? Ou seu cunhado vai fazer todo o trabalho sozinho?
Rosa faz uma careta.
- Claro que não. O Lys é bom músico, mas precisa do resto. Ele sabe dialogar bem com o Castiel, aliás é uma das únicas pessoas que tem essa proeza, se tudo der certo, não precisarei convencer ninguém, o Lys irá amansar a fera....
Eu dou de ombros e em seguida mordo meu waffle.
- Se vc comer isso mais devagar, acho que conseguirá atingir a validade dos ingredientes. - Rosália estava realmente impaciente.
- Calma lá, estressadinha. -Digo.
- Estou mesmo, só vou me acalmar quando vc tirar esse pijama horroroso, vestir uma roupa decente e sair por aquela porta comigo!
- Ei, não fala do meu pijama, tá bom? Foi presente da minha mãe...
- Jesus!- Rosa torce o nariz.- Vc é a única pessoa que eu conheço que dorme de meia calça por falar nisso.
- Eu acho confortável. - Dou de ombros.
- É sexy, mas com esse pijama não. - Observa ela.
Eu reviro os olhos, após mais algumas leves discussões com Rosália, eu finalmente subo para tomar banho e vestir alguma coisa.
...
Lysandre e Leigh moravam num apartamento no centro da cidade, não muito distante da escola, e a poucas quadras da minha própria casa. Rosália e eu fomos até lá caminhando, e assim que parou na frente da porta do apartamento do seu namorado, ela deu uma boa conferida em sua aparência, estava linda, como sempre, aliás duvidava de que algum dia, Rosália pudesse ficar feia. Um garoto alto, de cabelos escuros e pele clara atendeu a porta. Não demorou muito para que eu soubesse quem era, pois Rosa se jogou nos braços dele assim que o viu.
- Oi, meu amor. - Disse ela depois de lhe roubar um beijo daqueles.  Me senti meio constrangida naquela cena.  O rapaz estava corado, e então olhou de sua namorada para mim, Rosa seguiu o olhar dele.
- Essa é minha amiga, Avine. -Ela falou sorrindo. - Avine, esse é o Leigh.
Eu abro um sorriso educado.
- Muito prazer.
Ele sorri de volta para mim.
- Seja bem vinda. Se vc é amiga da Rosa, então será minha amiga também. Pode ficar a vontade.
Eu agradeço e o rapaz finalmente nos convida para entrar. Eu e Rosália passamos pela porta da frente, sendo seguidas pelo Leigh, aonde chegamos a uma pequena sala de estar, a decoração era meio rústica, com móveis de madeira e alguns quadros vitorianos que destonavam da casa. Percebo o pequeno sofá no canto do cômodo, havia duas pessoas sentadas sobre ele. Lysandre e Castiel descansavam confortavelmente no sofá da sala, Ah não, o Castiel não.  Não esperava que ele estivesse aqui.  Lysandre se levanta assim que nota nossa presença, mas Castiel continua sentado, ele me encara assim que me vê, e eu tento não sustentar seu olhar.
- Olá, Rosa. - Diz o Lys de forma formal, ele então se vira para mim. - Olá, er...Avine? está correto?
Eu confirmo com a cabeça sorrindo.  Não sabia se estava feliz ou não por ele lembrar meu nome.
- Lys, nós duas vinhemos até aqui porque queremos te pedir um favor...- Começou Rosa. - E pra vc também, Castiel.
Nesse momento eu travo, como assim nós? Até aonde eu sabia, eu estava ali para dar apoio moral na tarefa de convencer o Lysandre a tocar na festa. Castiel permanece calado, nos observando de forma séria e intrínseca, eu não queria que ele pensasse que eu estava pedindo algo para ele. Rosa então conta sobre a sua ideia, os garotos a escutam com atenção. Lysandre é o primeiro a falar quando ela termina:
- Eu não sei se é uma boa ideia, mas como é seu aniversário, eu digo que sim. -Disse de forma amigável.
- Já eu digo que não.- Castiel se levantou do sofá de forma brusca. - Não estou com paciência para fazer esse showzinho, e nossa banda nunca tocou em público, Lysandre.
- Pra tudo tem a primeira vez. - Eu falo.
-Ninguém te perguntou nada. - Ele me corta.
- Não preciso que ninguém me pergunte nada para poder falar.- Rebato.
- Ah é, eu esqueci que vc adora se meter aonde não é chamada, não é mesmo?- Ele me provoca.
- Eiii.- Rosália se mete se botando entre mim e o Castiel. - Vão com calma, esquentadinhos.  Não quero vcs dois brigando na minha festa.
- Até parece que eu perderia meu tempo discutindo com sua amiguinha...-Diz Castiel com arrogancia. Eu sinto meu sangue ferver nesse momento.
- Cassy, eu sei que por trás dessa sua pose de Bad boy, vc é uma pessoa normal. Então por favor,  trata de concordar logo, vc sabe que não sou só eu que irei ganhar algo com isso...- Tenta Rosália.
- Ah é? E o que eu irei ganhar?- Ele pergunta.
- Bom, além de visibilidade para a banda de uma forma geral, eu vou pedir para a Peggy do jornal da escola que conhece vários jornalistas de verdade, fazer a cobertura de vcs em primeira mão, quem sabe, vc e o Lys fofo não acabam chamando atenção de algum produtor?
- Para isso,  teríamos que estar bem ensaiados, coisa que não estamos, e a banda nem está completa, ainda precisamos de um baterista e um baixisista e quem sabe um segundo vocal...
- Segundo vocal?
- É, desde que a Deborah saiu, eu e o Lys estamos procurando uma voz feminina para ocupar o lugar dela, mas não pode ser qualquer uma...
-Verdade, isso porque a Deborah cantava muito bem.- Comentou Leigh falando pela primeira vez na conversa.
- Ninguém é insubstituível. - Falou Castiel com arrogancia, consegui identificar nele quase a mesma raiva que ele utilizou quando se referiu ao Nathaniel para falar dessa garota, seja lá quem fosse essa tal de Deborah, ele não parecia gostar muito dela.
- Enfim, de qualquer forma o Lys canta super bem...- Falou Rosa redirecionando a conversa.
- Evidente, mas não vou fazer isso sem um baterista e um baixista.- Continua Castiel.
- Certo, se eu e a Avine encontramos um baterista e um baixista para tocar, vc está dentro?
- Por que insiste tanto nisso, Rosália?- Ele falou revirando os olhos. - Está bem, eu concordo.
Nesse momento, Rosa deu pulinhos de alegria e em seguida me abraçou. Eu não tinha a menor ideia de como faríamos para achar um baterista e um baixista, mas mesmo assim permaneci calada e me obriguei a sorrir de volta para ela. Lysandre e Leigh começam a falar algo entre si, e de repente, eu sinto a sensação de estar sendo observada, aquela sensação era familiar, meus olhos se cruzam com os do Castiel, ele tinha o olhar fixo em mim, me fitando de forma séria e enigmática, eu sustento seu olhar e ele parece não se intimidar com aquilo. Como se não se importasse nem um pouco por eu ter percebido que ele me encarava, desejei mais do que tudo saber o que se passava em sua cabeça, e o que aquela expressão queria dizer, mas nada. Aquele garoto nunca me dizia nada.


Notas Finais


Próximo Capítulo: a festa de Rosália. Fiquem de olho! Hihihi


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