Eu já estava me remoendo com a dúvida, mas decidi seguir quem me chamou primeiro.
Sentei entre a Dahyun e a Chaeyoung e por um instante eu me senti sendo esfaqueada pelo olhar da Mina e da Tzuyu.
Todas nós estávamos em um silêncio vergonhoso até que a Dahyun decidiu falar. Eu quase dei um beijo nela só pra agradecer.
— Eu a Chae vamos tomar uma cerveja, vocês querem?
— Unnie! Você vai beber com a gente não vai? - Chaeyoung agarrou meu braço sorrindo com os olhos brilhando.
A Chaeyoung é alguns meses mais velha que eu, mas meu deus do céu é muito fofo quando ela me chama de Unnie, eu sinto como se meu coração derretesse.
Ai Deus.
Eu vi de canto de olho a Mina e a Tzuyu quase assassinarem a Chaeyoung com o olhar, isso enquanto forçavam um sorrisinho.
Sabe o que é você olhar para o lado e ver a Maknae sorrindo com uma FUCKING FACA na mão? Tipo, uma faca sabe, bem basiquinha, com aquele sorrisinho que diz; Toca de novo e você vai ver onde essa faca vai parar?
Tzuyu, minha priminha queria de my heart, EI percebi que você quer atenção, mas não precisa matar a menina pra isso, vamos ter calma que tem eu pra todo mundo, q.
Quer saber, vamo beber que é melhor para esquecer os problemas.
— Eu vou sim. - digo e tiro meu braço do aperto de Chaeyoung.
Melhor ficar sem contato físico também né?
— E você Mina Unnie? - Dahyun perguntou.
A Unnie simplesmente negou com a cabeça e pegou seu celular, enquanto a Dahyun chamou o garçom.
— Três cervejas por favor! - pediu com um sorriso largo.
— Quatro! Eu vou querer uma também. - Tzuyu se pronunciou.
O garçom se retirou e todas passaram a olhar a Maknae com uma expressão de confusão.
Confusa estava eu que nem sabia o que estava acontecendo.
— O que foi? - ela perguntou.
— V-você vai beber? - Chaeyoung perguntou perplexa.
— Vou, qual é o problema? - disse como se fosse óbvio.
Ué gente, eu achei que todo mundo aqui fosse maior de idade, o que tem de errado em deixar a Maknae beber?
— Você odeia bebida, já deixou isso claro umas mil vezes. - Dahyun falou com as sobrancelhas franzidas.
— Hoje eu tô afim. Agora peçam logo essa comida, eu estou com fome.
Nós ficamos conversando, naquele mesmo clima estranho de antes. Só havíamos nós no restaurante e aquilo só piorava a situação. Sabe, não havia aquele barulhinho de conversa alheia para nós destrair.
Ficamos todas caladas quando a comida chegou, não pedimos nada demais, só uma pizza, já que não tinhamos conhecimento sobre os pratos. Parece que a comida deu uma levantada no humor das meninas, todas ficaram animadas com o gosto da pizza e até cogitaram pedir mais coisa, porém dinheiro que é bom nós não tínhamos, e segundo as meninas a Jihyo nos mata se pegarmos mais.
Ficamos conversando enquanto bebiamos, depois de um tempo até a Mina se juntou a nós.
— Já está ficando tarde, as Unnie vão nos matar! - Chaeyoung falou deitando a cabeça em meu ombro.
— Então porque você não levanta a cabeça daí e mete o pé, projeto de gnomo?
Que isso diui? Que deselegância.
— Tá, Tzuyu já está ficando agressiva, tá na hora de ir. - Dahyun falou e pegou sua bolsa, Chaeyoung levantou do meu ombro — Mina Unnie, você vem comigo? Eu vou pagar a conta. S/N-ssi, você é da altura do poste, deve ser forte também, leva ela, a Chaeyoung vai com você.
Eu? Por que eu? Isso é palhaçada viu!
E eu não sou da altura do poste coisa nenhuma, dois centímetros fazem muita diferença!
— Nos encontramos no hotel! - Mina se direcionou a mim, levantando da cadeira para seguir Dahyun.
— Vai encontrar coisa nenhuma! Ela vai dar atenção pra mim! - Tzuyu mostrou a língua.
— Tá bom Tzuyu-yah, eu vou dar atenção a você. A gente se vê!
Sussurrei a última parte antes de me levantar e suspirar, para então me por ao lado da maknae. A Tzuyu parecia sóbria, mas só parecia mesmo, assim que se levantou quase caiu em cima de mim.
Sinceramente, como é possível que uma pessoa consiga ficar assim com três latas de cerveja?
Agora tudo faz sentindo, quando estranharam o fato dela querer beber de repente. Ela é fraca com a bebida.
Palmas para a lerda!
— Chaeyoung me ajuda aqui! - falei ao tentar apoiar o peso da maknae sobre mim.
— Misericórdia, bem que disseram para não julgar o livro pela capa. Esse tamanho todo e não consegue segurar a menina. - negou com a cabeça se pondo do outro lado de Tzuyu.
Isso Chaeyoung, me humilha mesmo, continua vai, eu deixo.
Saímos do restaurante caminhando devagar. Tzuyu começou a cantar a música de um desenho antigo e seguiu cantando ela até o hotel, pra você tem noção até eu decorei a letra da música. Até porque nem era essas coisas todas.
Pi pi pi pi, pi pi pi pi, pingu pingu.
— Cala a boca em nome desse pingu, Chou Tzuyu! - Chaeyoung falou sem paciência.
Não consegui segurar a risada.
— Isso, ri mesmo, não é você quem vai aguentar ela a noite toda.
Decidi ficar calada e continuar andando.
— Argh, eu não aguento mais, ela é muito pesada! - choramingou.
— E a fraca sou eu né? - impliquei — Anda, me ajuda a por ela nas minhas costas.
— Tzuyu-yah, a Unnie quer brincar de cavalinho com você, agora você vai ter que colaborar minha amiga.
Estávamos no hall do hotel, brigando para tentar colocar a Tzuyu nas minhas costas. Levamos uma bela de uma bronca de um dos funcionários quando a Tzuyu ficou em pé em um dos sofás.
Posso fazer nada, aquilo foi necessário.
Pedimos desculpas ao moço e seguimos correndo para o elevador. Eu com dificuldades né, estava segurando o meu peso nas costas, não era fácil.
Ficou mais difícil ainda quando ela deitou a cabeça no meu ombro e começou a respirar no meu pescoço.
Misericórdia.
— Chaeyoung...
Sussurrei com a voz suplicante, fazendo Chaeyoung me olhar.
— O que foi? - ela perguntou, não entendendo nada.
— Meu pescoço, ela tá respirando no meu pescoço! - falei segurando a respiração — Socorro!
— Ficou arrepiada?! - disse olhando para os meus braços — Parece que a Tzuyu descobriu o seu ponto sensível até dormindo. - riu — Você está com sorte, a Tzuyu tem o hábito de beijar as coisas enquanto dorme.
— Por que você falou isso? - perguntei em um fio de voz ao sentir algo molhado entrar em contato com a minha pele.
Esse foi o cúmulo, Chaeyoung caiu na risada vendo o meu desespero. Eu estava segurando Tzuyu pelas pernas, mas meus braços começaram a vacilar com o contato, eu fiquei morrendo de medo de deixar ela cair e levar um tapa depois.
E que porra de elevador é esse que demora cinco mil anos pra chegar?
Chaeyoung finalmente parou de rir e começou a tentar recuperar a respiração esganicada dela, enquanto isso a porta do maldito elevador finalmente abriu e eu pude sair daquele cubículo de metal. Eu não sou claustrofóbica não, mas eu juro que o ar estava começando a me faltar lá dentro, e eu estava sentindo o pane tomar conta do meu body.
— Porra Chaeyoung, abre logo essa porta, eu vou morrer aqui!
— Eita mulher grossa, calma eu tô procurando a chave. - disse revirando a bolsa.
— Diz que você não esqueceu com a Dahyun!
— Puts, eu esqueci.
Não me segura que eu vou voar em cima dessa menina e vai ser com Yoda e tudo.
— Tô brincando Unnie, aqui a chave! - disse erguendo o molho de chaves na altura do meu rosto.
Amém que me seguraram, não me responsabilizo por mortes de anões e machucados em Jedis.
Entrei o mais rápido que pude e pus Tzuyu na cama, me jogando no chão ao lado do móvel mesmo.
— Parabéns, a sua missão foi concluída com sucesso! Você agora pode resetar e voltar para o seu quarto, ou se disponibilizar para uma missão secundária chamada "Banho no Jedi". - Chaeyoung falou, com a voz de uma narradora de jogos eletrônicos. — Eu estou brincando Unnie, pode deixar comigo, eu cuido da Yoda. E prometo que não falo pra ela o que você sussurrou para a Mina Unnie no restaurante.
— Eu não falei nada demais!
— Mas a Yoda é ciumenta, já deu pra perceber né? - disse Chaeyoung sentando na cama de frente a de Tzuyu.
— Não é só ela, vai por mim. - respirei fundo sentando-me no chão.
— Nós estamos juntas a muito tempo, mas você ainda é novidade, as Unnie querem que você tenha uma boa experiência da viagem, por isso estão cuidando muito de você. E nós também queremos mostrar aos tios que somos responsáveis e podemos cuidar da nossa prima.
— Você não tem ciúmes de mim, não é?
— Eu costumo ter ciúmes do que é meu. Então eu não vou sentir ciúmes de você, a menos que você queira ser minha.
— Q-que?
Gelei, tipo, gelei muito, trinquei até o c*
— S/N-ssi! - Dahyun apareceu de repente na porta me fazendo dar um pulo no chão.
Juro, eu fiquei em pé no susto.
— Eu te assustei? - perguntou com um sorriso largo e nervoso nos lábios.
Não magina, só tive três paradas cardíacas aqui.
— Não! - digo em um fio de voz.
— A Mina Unnie está te chamando, ela quer fechar o quarto.
Assenti e me curvei em despedida a Dahyun e a Chae.
Eu saí do quarto parecendo um raio, meu coração mais rápido que as Unnie voando em cima de mim, q.
Eu estava em estado de choque, pedindo a tudo quanto era santo para acalmar meu coração, para me impedir de ter um infarto.
Entrei cuidadosamente no quarto, lembrando que a Momo e a Sana ainda deviam estar dormindo. Deviam, mas não estavam.
Na verdade as duas moças estavam virando o quarto de cabeça para baixo, mudando os móveis de lugar enquanto ouviam música no celular.
— S/N-ssi! Nós vamos juntar as camas, ajuda aqui! - Momo falou sorridente.
— O que? Por quê?
Kikitacontecenoaqui?
— Eu a Sana vamos assistir filmes! - disse novamente enquanto Sana se movia até o celular para mudar a música.
— E e Mina?
— Tá no banheiro, ela não vai assistir conosco mas concordou em juntar as camas, anda, ajuda aqui. - esta foi a vez de Sana falar.
Não disse mais nada, só segui o comando das mais velhas, comecei tirando minhas coisas de cima da cama e em seguida a Momo apareceu, puxando a minha cama para o meio do quarto.
A Mina saiu do banheiro minutos depois de termos terminado de arrumar as coisas, ela vestia um pijama de pinguim super fofo e caminhava até nós mexendo no celular. Só então percebi a vestimenta das outras e vi que eu estava completamente fora do tema. Sana vestia um pijama do que aparentava ser um esquilo e Momo eu tinha quase certeza de que era um pintinho.
Eu me retirei alguns minutos e me vesti a caráter, claro, meu pijama nem chegava perto do delas, mas era um pijama, então conta né?
A luz estava apagada mas a luz do notebook me guiou pelo quarto, Sana e Momo cochichavam algo sobre o filme enquanto Mina estava na ponta da cama mexendo no celular.
— Você vai assistir conosco S/N? Nós podemos usar o fone caso vá dormir. - Momo perguntou.
Sinceramente, eu estava morta, minhas costas doendo pelo peso do Jedi e o tempo da viagem estava começando a pesar. Mas eu ainda estava pensando seriamente em passar um tempo acordada, para não ter que dormir tão cedo.
Nós saímos do restaurante realmente bem tarde, chegamos as duas da tarde e saímos perto das sete da noite. Agora já são aproximadamente oito e meia, e eu estava na dúvida se dormia ou não.
Fiquei alí parada por um tempo alternando meu olhar entre o brilho do notebook e o espaço vazio e escuro ao lado de Mina, que finalmente havia desligado o celular.
Mas, pela primeira vez eu consegui me decidir rápido, e eu fui direto para onde queria.
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