História Como (não) se apaixonar por Jungkook (Jeongguk-imagine) - Jeongguk e suas muitas intensidades

Ser um amante de comédia romântica não era fácil, e eu sabia muito bem. Os dramas adolescentes onde os protagonistas agonizavam em sentimentos ao amar alguém, era tão pouco inovador, mas muito satisfatório para o meu coração apaixonado por qualquer tipo de demonstração de afeto.

Um clássico O primeiro amor, é o meu favorito. É tão bobinho e óbvio, porém eu fiquei em êxtase o filme inteiro.

Ah, eu amo filmes com finais felizes.

E talvez, por ter grande influência de filmes onde o cara se tornava o maior estúpido apaixonado do mundo, eu queria encontrar alguém que fizesse isso comigo. Que me fizesse cair aos seus pés e a adorar com todas as minhas forças. 

E eu havia encontrado. Ela era tudo. ______ era tudo. E como qualquer filme clichê americano, eu demorei para notar isso.

Minha nossa, minha vida parecia um filme clichê americano.

Em primeiro lugar, eu me apaixonei pela garota errada e sofri quando ela terminou comigo.

Em segundo lugar, com o passar dos tempos, descobri o meu sentimento mais profundo pela filha de uma das amigas da minha mãe, ______.

Em terceiro lugar, quando tive a certeza dos meus sentimentos, tentei o meu máximo para conquista-lá, e ela como uma boa protagonista de filmes românticos, me rejeitou.

Em quarto lugar, após muita luta, ciúmes e uma quase desistência de minha parte, consegui fazer o personagem principal da minha história se declarar pra mim.

Em quinto lugar, agora estamos juntos como um dos finais felizes que nem os filmes com finais felizes e casais bobos um pelo outro.

E essa era nossa história. As nossas linhas meio tortinhas escritas em um papel branco da minha imaginação.

Se eu pudesse estar casado com ela, rapaz, a aliança já estaria brilhando no meu dedo anelar da mão esquerda a tempos. Senhor, ela seria linda de noiva.

Nossa senhora, ______ seria muito linda de noiva.

Imaginar um futuro onde eu estou no altar e a bela mulher que eu estou está vindo em minha direção, e nossos familiares nos bancos ao lado. 

Ah, uma lágrima. 

Calma, Jeongguk, calma, somos novos, somos novos, somos novos. Mas o que tem de casar novos? Eu tenho até uma casinha pra nós.

Na verdade, é um apartamento, e é pequeno, mas seria a nossa casinha humilde. Nós poderíamos construir um futuro simples e feliz.

Ah, e os nossos filhos.

Mas será que ela quer ter filhos? Mas, ah, nossos filhos seriam tão lindos. Ai ai, eles seriam mini cópias nossas.

Mas, ai, Jeongguk, vocês são novos. Para com isso, para com isso, para com isso.

O complicado é que evitar pensar na gente era impossível. Eu estava tão ansioso para a nossa vida juntos que tudo que eu fazia era pensando em conjunto.

O nós estava ocupando 100% de tudo em minha volta.

Eu a amava. A amava tanto que não conseguia entender que perdi anos sem poder a chamá-la de minha.

Porque, no fim, ______ era completamente minha e eu conseguia saber disso somente de ver o modo como ela respira ao me ver.

Ok, houve um momento de surto e que eu estava morto de ciúmes, porém eu tinha uma explicação pra isso, a qual, no momento, eu nem gostaria de lembrar. Mas argh, não consigo não pensar quando me lembra disso.

O meu espírito clama que Jimin já gostou de ______. Eu via muito bem os olhinhos do meu melhor amigo acompanhando a minha garota quando ela aparecia por nossas vistas. Me desculpa, Deus, mas eu agradeço aos céus que ele não tenha se aproximado dela por minha causa, e isso era tão óbvio. 

Ainda bem que Jimin não é um amigo talarico, ou até agora ele não foi, ou eu espero que ele não tenha sido. Gente, e se ele foi e eu não to sabendo?

Brincadeiras a parte, era ótimo estar com a garota que eu gosto, mas era péssimo saber que seu amigo já gostou dela.

Jimin era um amigo tão fiel que eu sabia muito bem que ele deixou de tentar qualquer coisa com ______ por eu gostar dela. Ele estava ao meu lado quando eu sofri por Ji Eun e estava ao meu lado quando do nada eu soltei que gostava de ______.

~~

Enquanto o mundo caía lá fora em gotas d'águas grossas e pesadas, Jimin e eu jogamos video game. E não querendo me gabar, mas de 10 jogadas, 7 eu ganhei.

— Vamo, filho, sabe jogar não? — eu disse convencido.

Em segundos o meu personagem grudou no pescoço do jogador de Jimin, o jogou para cima e quando ele encostou as costas no chão, seu peito foi massacrado.

Jimin jogou a cabeça para trás e deixou o controle de lado. Com isso, eu já sabia que não iríamos jogar mais. Ele era um péssimo jogador e um péssimo perdedor.

E olhando para a tela de jogos, uma personagem feminina com traços reais conhecidos por mim me chamou a atenção.

Ela se parecia tanto com ______. Com os cabelos castanhos um pouco abaixo dos ombros, a bochecha grande e parecia ser uma personagem de estatura alta com ombros largos e mãos grandes.

Era igualzinha a filha da amiga da minha mãe, e eu não podia perder tempo não mandando isso para ela. Principalmente quando começamos a frequentar a mesma faculdade e ela parecia me evitar o tempo todo. 

Peguei meu celular, tirei uma foto da jogadora e mandei para ela.

 

- Achei minha jogadora preferida, acredita?

~Jeongguk.

 

- E eu com isso?

~S/N

 

- Tudo ué

- Não tá vendo que é a tua cara?

~Jeongguk.

 

- Não to vendo nada não 

- Só que a mulher ta quase sem roupa.

~ S/N

 

- Todas as mulheres desse jogo estão quase sem roupa.

~ Jeongguk.

 

- O que isso tem a ver comigo, então?

~ S/N

 

- As bochechas, minha querida, iguais

- E os ombros

- Reparando melhor, até a boca pequena de vocês é a mesma.

- Jeongguk.

 

- Me deixa em paz, vai.

~ S/N

 

E quando eu olhei para o lado, o garoto de cabelos azuis me encarava estranhamente.

— Que que é? — perguntei.

— Quer jogar mais? — devolveu minha pergunta.

Sem dizer uma palavra, peguei o controle e me preparei para o próximo jogo.

— Vai jogar com essa daí por quê?

— Porque eu gosto dela, ué. 

— Da personagem? Nunca te vi jogando com ela e olhei que sempre jogamos junt-

— Tô falando da ______ — o atrapalhei — Eu gosto da ______.

E o barulho da nossa luta foi a única coisa que podia ser escutada. 

~~

 

E foi assim, simples e fácil quando eu me toquei que gostava dela. E o meu sentimento crescia a cada vez que a via nos corredores da faculdade ou quando ela ia lá em casa.

É até engraçado pensar que antes de tudo isso acontecer, ______ mal me olhava quando estávamos perto um do outro. Até um simples oi ela me olhava feio, porém, ela nunca se afastava. Ela ficava ao meu lado o tempo inteiro, mesmo sem falar nada, mesmo só escutando as grandes bobagens que eu falava durante horas.

E agora, com tudo se encaixando perfeitamente nos eixos de nossas vidas, imaginar um caminho que não fosse para nós dois não estava em meus pensamentos.

Eu estava esperando pacientemente quando a minha namorada decidiria assumir nosso relacionamento.

Por um lado, eu entendo e imagino o quão desconfortável pode ser para nós quando Ji Eun estiver em nossa volta, mas ela nem gosta mais de mim, então por que ficar tão preocupados com isso? Não podemos esconder sempre, não é?

Pelo amor, quero ir em encontros, quero beijar ela profundamente em público e sendo sincero, eu to nem ai pra quem ver, andar de mãos dadas, mostrar para todos para nunca desistirem de seus sonhos.

Ela era o meu sonho. Totalmente o meu sonho.

O meu celular tocou me despertando de toda a bagunça arrumada que éramos e eu vi o nome da garota na tela do meu celular. Apressadamente eu aceitei a ligação.

— Alôooooo — escutei a risadinha do outro lado da linha.

— Oi — simpaticamente respondeu — hã — ela arranhou a garganta — Você tá ocupado? 

______ parecia ser tão tímida e insegura com o nosso relacionamento que seu tratamento para comigo era tão polido que chegava a limpar meus ouvidos.

— Não tô — sim, eu estava, porém, adeus atividades universitárias, meu bebê me chama.

— Eu to em um café no bairro huasan, quer vir aqui?

— O que você tá fazendo aí? E quase do outro lado da cidade.

— Não exagera, Jeongguk.

— Mas eu nem tô exagerando, princesa. Mas o que você tá fazendo aí?

— Eu… meio que eu… me perdi.

— Como assim? — uma risada era guardada por mim. Ela é tão atrapalhadinha.

— Eu acabei pegando um ônibus errado, e aí beleza, mas aí quando eu parei no terminal, acabei pegando outro ônibus errado e agora eu tô aqui — sua voz de constrangimento era perceptível — Eu não sei como voltar e não tenho dinheiro para pedir nada.

— Nossa, hein, ______, só me liga quando quer as coisas, né. 

— Eu não… Jeongguk, se você tiver ocupado tudo bem, eu me vir-

— É claro que eu vou, fica tranquila — rapidamente comecei a arrumar as coisas para sair — Tô indo te salvar das garras do bairro Huasan.

Peguei um guarda-chuva que estava no fundo do meu armário e em minutos, eu já estava no meu carro, um gol quadrado ano 2011. Como eu quis sair das asas dos meus pais, ter um carro de início era uma grande coisa. Eu iria pagar em diversas vezes? Sim, mas no final ele era meu.

O tempo estava parecendo um dilúvio e se eu não buscasse minha fêmea a tempo, nenhum de nós conseguiríamos entrar na arca a tempo. Uma doideira, né.

Eu juro, meu carrinho é bom, só não é muito bom, sabe?

Os longos minutos foram se passando e logo eu via uma única cafeteria em meio aquelas casas simples.

Como que essa menina veio parar aqui?

Estacionei o carro na frente do lugar, e dando uma corridinha entrei no recinto. ______ estava sentada em um dos bancos do balcão, ela tava meias voltinhas no banco enquanto tomava uma bebida verde.

Como um namorado romântico, não podia deixar passar essa cena e logo tirei uma foto. Uma tristeza que o flash estava ligado e ______ percebeu que eu estava ali. Poxa, consegui tirar só uma fotinha.

Ela sorriu e me chamou com a mão, mostrando uma bebida rosa no balcão. 

Eu sentei ao seu lado e a olhei mais de perto, era impossível não querer dar vários beijinhos nela, e assim o fiz. Um beijo que foi correspondido rapidamente sem se importar com ninguém que estivesse ali perto.

De primeira, estranhei o fato de ela não tentar evitar demonstrações de carinho, já que ______ não queria que ninguém soubesse, mas ali, ela estava tão solta e receptiva que eu aproveitaria todos aqueles segundos.

Escutei um leve pigarro perto de nós, e uma velhinha sorriu para nós dois fazendo um positivo com a mão para nós dois. Deu um positivo para ela também e abracei minha namorada de lado.

— Como que o meu bebezinho mais lindo veio parar aqui, hein — falei enquanto pegava em suas bochechas.

Ela tirou as minhas mãos de sua bochechas e as massageou.

— Eu me perdi, já disse — com a voz baixa, as bochechas vermelhas e os olhos totalmente focados em mim, ela disse.

— Ai, ______, eu te pegava aqui mesmo se não tivesse crianças.

— Você acabou de me beijar. 

— Mas eu nem to falando de beijo, ué — ai ai, se ela soubesse que eu realmente não to falando somente sobre beijos.

— Vamos embora logo — me cortou.

— Tá querendo me pegar no carro? — ela não disse nada e pegou a chave da minha mão — Eita, mas eu nem tomei a bebida que você pediu. Mas pera, não era você que tava sem dinheiro pra pedir um táxi?

— E eu tô, uai, mas tenho dinheiro pra comprar uma coisinha pra beber.

— Certeza que não foi porque queria me ver, não?

— Certeza.

Bingo! Ela estava mentindo! Essa garota é completamente apaixonada por mim e nem consegue esconder por muito tempo ela consegue.

Entrei no carro logo após ela e a mesma me entregou a chave do automóvel. 

— Você pode pegar um CD que está ali no porta-luvas? — a garota pegou o CD e colocou no rádio — Como o som do meu carro é antigo, eu tive que comprar um CD, né. 

Ela paralisou ao escutar a primeira música do CD. Kiss you.

— Você tá brincando, Jeongguk, tá brincando?

SIM, MEUS AMIGOS. EU HAVIA COMPRADO UM CD DO ONE DIRECTION PARA ESCUTAR COM A MINHA NAMORADO NO MEU CARRO.

— Eu sou maravilhoso, não sou? — e sou todo seu.

— Isso é maravilhoso. Sério. 

— Eu sou, não é?

— Eles são tão perfeitos, sério. Ainda bem que eu nasci na mesma geração que eles. Deve ser tão triste pra quem nasceu antes ou vai nascer depois.

— Ok, agora fala sobre mim — e eu fui ignorado novamente.

— Nessa época de 2010, o Louis era o meu favorito, já te disse isso? Nossa. Aí depois do Louis, o Harry fisgou meu coração, mas é claro, eu sempre gostei de todos — quem ganharia o coração de _____ em uma luta, one direction ou eu, Jeon Jeongguk — Eu nunca chorei tanto na vida quando eu percebi que dificilmente eles voltaram a tocar juntos. Olha, sinceramente, só de lembrar me dá vontade de chorar — One direction ganharia, com certeza — É claro, hoje em dia, cada um segue com a sua carreira solo e tá tudo bem, mas eu morro de saudaud- — sua frase morreu enquanto falava.

Quando eu olhei para ela, seu olhar estava preso no tapete do carro.

— O que foi? — seu olhar havia mudado completamente.

— Não foi nada, só achei que seria chato eu continuar falando sobre isso. 

— Claro que não, amor, eu amo ver você animada com algo — disse, e percebi que ela tentava se animar.

— Eu… Jeongguk, essa sombrinha, ela…?

— Peguei porque achei que iria chover.

— Ah, sim.

— Por que?

— Não é nada — seus olhos focaram na estrada e ela continuou a falar sobre sua banda favorita, mas não com a mesma intensidade.

Quando chegamos em frente a sua casa, eu ganhei um beijinho de despedida e um tchauzinho tão baixo que mal deu para escutar.

— Pega o guarda-chuva, já tá chovendo aí fora.

— Eu já to aqui em frente de casa, não preciso.

— Mas até você abrir o portão você vai se molhar. 

— Não precisa, Jeongguk —E ela saiu do carro correndo.

Eu podia ficar no carro e ver a minha garota se encharcar, mas grudei aquele guarda-chuva e fui em sua direção. 

Quando eu cheguei perto, e a água não caia mais nela, ela olhou para trás e invés de ser como uma cena de novela coreana, seus olhos começaram a ficar molhados, e não era pela chuva.

— ______, o que fo-

— Isso tá igual o que você fez… — o final da frase não pode ser escutado por mim por conta do volume de sua voz.

— O que? — perguntei tentando entender.

— Não é nada. É melhor você ir pra casa, hum? — e ela novamente me deu um beijinho e entrou para dentro de casa.

Como um bobão, eu fiquei ali tentando entender o que se passava na cabeça daquela garota. De novo, me deixando plantado em seu portão, ela nem sequer me chamou para entrar.

Se antes de ver ela eu estava feliz, após ver ela eu fiquei feliz e irritado. Porra, já deu de me deixar para trás como se eu fosse um nada. Eu teria uma conversa séria com minha namorada.

Decidi ir para a casa dos meus pais, e chegando lá, ao adentrar a porta uma pessoa baixa e de cabelos compridos estava parada perto do corredor que leva a cozinha. 

Ji Eun.

Após começar a namorar com ______ estar no mesmo ambiente que a minha ex-namorada sem a minha namorada me deixa extremamente desconfortável. Eu nem sabia o porquê dela estar ali, até porque, mesmo que ela se dava bem com os meus pais, não tinha motivos para os visitar, se não fosse por conta de seus pais — e pelo o que eu tinha notado, seus pais não estavam ali. E se eu desse sorte, conseguiria passar despercebido por ela e iria para o meu quarto. 

No entanto, no meio do caminho, vi, em sua mão direita, um objeto igual com o que estava, também em minha mão direita,  vermelho e com joaninhas pretas espalhadas por seu tecido.

Aquilo ali, que estava em nossas mãos ao mesmo tempo, eram os nossos guarda-chuvas de joaninha de casal.

E o pior de tudo aquilo, ______ parecia saber sobre isso.