– Explique-se em dez versos! Nojento! Pervertido! Aspirante a irmão!
T-tá, tenho que admitir. Nojento não está fora do contexto já que não visito o senhor chuveiro à dois dias.... Mas! Não-não-não. Vamos com calma. Pervertido?
Como assim...”pervertido”! Recuso-me a concordar com este ponto de vista! Posso as vezes invadir seu quarto ou em outras revirar o álbum particular do seu celular e talvez, só talvez! Posso tentar espia-la no banheiro! E o que? Agora me acusas de ser um total delinquente? U-um t-tarado?!
B-bom...n-não é como se não houvesse b-bons argumentos m-mas...d-digo...Aspirante a irmão?!
Sem chance!
– A cada minuto sem desembuchar nada, você perde a possibilidade de falar um verso, dez minutos, e você perde os seus direitos humanos! – Disse aquela silhueta agradável e ao mesmo tempo, violenta. De longos cabelos azuis acompanhado das mais avantajadas proporções da família...as vezes tento decifrar o mistério sobre ela partilhar a mesma origem que a minha.
Mentirosos matemáticos. A ordem dos fatores altera o produto.
– C-como assim versos...direitos humanos...? E em primeiro lugar, por que diabos preciso falar em contados versos?!
Ela...não, melhor; elas...sempre foram o problema! Digo...o que imaginamos quando o assunto são irmãzinhas? Não! N-não pense naqueles inúmeros hentai’s agora...esqueça-os. Estamos falando de fatos verídicos, sim, vou repetir por que é importante (além de bonito); v-e-r-í-d-i-c-o-s.
Hu-uh, continuando, que vem à cabeça? Com certeza, caso alguém seja um iludido, pode idealizar algo como abraços fofinhos, momentos fofinhos, versinhos fofinhos, rostinhos fofinhos e falas fofinhas como “11/10 Oneee-chann!” ou “ Você é demais Onii-chan!!”. E talvez, só talvez...sem a parte do “chan”. Porém, afinal, quem segura o "chan"? quem amarra o "chan"? quem resiste o "chan"?
Exatamente; ninguém.
– É claro que tens de tagarelar limitadamente! Pois de qualquer maneira, babaca, tu se explicando ou não, o resultado é inalterável.
– R-resultado...?
– ....
– ....
– Surra.
Wooahhh! Um momento. Qual a droga do seeeeu problema? Que ato levaria a tanta violência?! Me nego a aceitar isso! R-e-j-e-i-t-o! Tenho de mostrar quem está no controle aqui. Quem é o mais velho aqui!
– I-Iori-chan...m-mas o que e-eu f-fiz?
“Okay”, isso também não foi muito intimador mas... e-eu sou apenas d-diplomático! Uma questão de elegância! No entanto, em contrapartida, por outro lado, no oposto; devia ter me lembrado que diplomacia nunca funcionaria contra...tirania.
– A-ainda...p-pergunta? – Ela disse em tom irritadiço, porém, rosando notavelmente as bochechas.
A assustadora garot...digo, minha querida irmã, com movimentos bruscos e nervosos rapidamente lançou mãos em meu notebook, que sinceramente, estava...uh...”soado” e com um “aroma peculiar”. Iori acabou não se segurando. Olhando mais uma vez para o que exibia os pixels na tela, corou. Enquanto introspectivamente me questionava se ela era ou não uma tsundere-old-school, ela direcionou o eletrônico à mim.
– O que você vê? – Indagou extremamente nervosa e ríspida.
– Vejo uma ótima! Ideal! Estupenda! E “maravilhosaaa”, irmãzinha! – Repliquei exaltante..
– 2D...? – A jovem narcisista comentou com o desgosto explicito no rosto.
– N-não a o-ofenda assim! I-idiota!
O que insinuou com “2D”, ehhh? O que? O 2D não pode ter sentimentos? Não pode ser tratado como humano? Não pode possuir direitos?! Uh-uh-uh...t-talvez n-não m-mas...inferioriza-la colocando-a apenas como uma imagem de duas dimensões?!
I-na-cei-tá-vel.
– Suficiente, Heno! Não dou a mínima para suas “doisdedisses” ou seu simulador de namoro virtual! O que importa aqui – exclamou agravando a medonha voz – É que a merda dessa loli 2D, tem a merda do meuuu nome ! Do meuuuu cabelo! Dooo meuuuuuu rosto!!!
– A-ah-ahn... – Olhei ao redor do quarto sem palavras. E lá estava eu, sentado naquela velha cadeira marrom, dentro do meu privado quarto mofado, levando bronca da ignorância em pessoa! Pois, quem poderia maltratar tanto uma loli?! E ainda mais; uma 2D! Imperdoavel, sua sem coração. M-mas...o-o que eu poderia f-fazer? De fato a lolita era...ah...uma versão melhorada de Iori! Uma verdadeira obra de arte criada orgulhosamente por mim, em um simulador...de n-namoro...v-virtual.
Sem rir, baka!
– Ah,ah,ah? Desembucha logo! Confessa! Implore por perdão seu siscon¹!
– 2Dcon – Tentei corrigi-la.
– 2Dcon & siscon – Falou e fitou-me com desprezo.
– Concordo.
Ela tinha chegado ao limite. Céus! Os nervos da cabeça começavam a aparecer! Era a transformação da vilã e...quer dizer, a forma superevoluida da imouto²! Nenhum protagonista clichê de shounen poderia derrota-lá...não...até Saitama³ cairia aos pés diante de tal medonha força!
Era a brutalidade em pessoa.
Certeiro, preciso, calculado, direcionado, esmagador e perfeito. Esses foram, do meu pequeno vocabulário, as melhores palavras para descrever...o poderoso chute de Iori. Seu mais refinado movimento especial; OnichanSmasher. Desenvolvido por ela e testado por mim desdá sexta série, quando tentar dar um selinho nela.
Valeu. Valeu a pena.
Acho.
Minha cabeça doía e tinha certeza de que com o impacto do meu crânio contra o carpete, meu QI havia diminuído dez pontos, sem contar a diminuição da vida útil na coisa toda. Ultimamente, antes de definitivamente dar os pontos e admitir derrota, pude ouvir Chino exasperando-se lá da cozinha. Amável Chino. O que ela teria feito para o almoço?
Não me entenda mal, não era ansiedade.
Era medo.
Chino nunca soube cozinhar.
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