Olá! Te dou as boas-vindas à segunda parte deste manual, que eu chamei carinhosamente de: Como Ter O Seu Feliz Para Sempre (Com Jimin). Espero que aproveite!
O celular estava programado pra despertar na hora de Jimin tomar os remédios, também estava marcado o nome do remédio no alarme. Eu levantei de madrugada, morto de ressaca, e o mediquei. Li a bula antes pra ter certeza de que não faria mal com toda a bebida que ele tinha tomado. Nós voltamos a dormir depois disso. Eu só não esperava que fosse acordar com outro alarme, pois esse alarme tocava às 15:30 da tarde. E eu não deveria estar dormindo às 15:30.
Mas eu estava e Jimin também. Isso me fez voar da cama atrás dos medicamentos, quase derrubei o pobre Jimin quando fiz isso. Eu havia deixado as caixinhas de remédio no quarto na madrugada e uma garrafinha d'água, então só tive que cutucar ele e o entregar ambos. Eu estava todo bobo pelo sono, me sentei na cama, encostado na parede, enquanto Jimin engolia os comprimidos.
Reparei numa coisa, que eu considero, muito importante naquele momento: eu e Jimin estávamos sem roupa.
Eu fiquei confuso e comecei a repassar tudo que aconteceu na noite passada ㅡ já que eu nem lembrava que a gente tinha transado. Mas pelo jeito havia sido mesmo o Dia de comer o Jungkookie. Jimin se sentou ao meu lado, estava coçando os olhos e colocou seus óculos, enquanto eu ainda repassava tudo da noite anterior.
Eu recebi uma mensagem do Jin… o Jimin leu pra mim. Ele perguntou o porquê tinha "Bom De Cama" no nome do Jin, respondi e ele quis ver o contato dele. Ele viu e… Eu morri de vergonha e ele riu da minha cara. Não podia esquecer de colocar outro nome do contato dele. Foco, Jungkook! Foco!
Ele riu de mim, eu fui no Jin, não fui? Fui, fui… ele me contou que estava gostando do Namjoon e… achei que ele ia pescar o Namjoon, mas o Namjoon que pescou aquela piranha. Isso sim foi histórico. Tinha que ligar e contar tudo para o Tae depois! Mas em um horário em que o Hoseok não estivesse, se ele ouvisse "Jin", me mataria. Mas o Hoseok iria trabalhar naquele dia? Ele não havia tirado folga? Ou será que… Foco, Jungkook! Foco!
Eu… dei conselhos ao Jin e voltei de táxi para o apartamento. Mandei mensagem ao Jimin e perguntei se podia comprar bebi… Puta merda, a gente bebeu as quatro garrafas. Espera… A gente bebeu as quatro garrafas! Jimin bebeu comigo! Meu Deus, será que ele podia com a perna toda fodida?! Calma… falamos disso, não falamos? Sim, sim! Falamos! Ele disse que estava tudo bem. E pensando bem, transar que talvez fizesse mal com a perna toda fodida. Eu devia lembrar de falar disso com o doutor… Mas, voltando ao foco, nós bebemos, ok. Aí bebemos mais e… bebemos mais. Então, obviamente, ficamos bêbados.
Eu falei várias coisas sem sentido, porém o Jimin começou a chorar e… Calma, por que ele chorou? Foi… Ah! Foi porque eu pedi ele em casamento! Calma… Eu pedi ele em casamento?! Calma… Meu Deus, eu me confessei!
Arregalei os olhos e senti um frio na espinha. Minha Santinha, eu me confessei. Mas… O Jimin aceitou, não foi? Meu Deus, foi uma péssima ideia termos bebido.
Eu estava sentado com os joelhos encostados no peito, totalmente paralisado. Jimin estava sentado ao meu lado, com as pernas esticadas, me olhou de canto e logo desviou; seu rosto rubro foi a confirmação de que ele também se lembrava. Os segundos que seguiram foram de puro silêncio e uma tensão muito pesada no ar.
Eu não sabia como abordar Jimin e falar sobre o acontecido. Eu não queria colocar a culpa na bebida, não podia mais negar meus sentimentos. Ele também não disse nada, eu não soube se só não sabia o que dizer ou se não tinha coragem para dizer. Talvez estivesse com vergonha.
As cobertas estavam cobrindo suas pernas e cintura, parecia macio e eu queria me deitar ali e dizer ao Jimin tudo o que eu sentia enquanto ele fazia carinho no meu cabelo. Contudo, eu não tinha coragem pra isso, eu não tinha coragem pra nada. O tempo passava e tudo só ficava pior. Eu sentia o medo me engolir e me matar pouco a pouco.
Aquela não foi a primeira vez que me senti assim. Eu sentia isso toda vez que queria falar meus sentimentos pra alguém. Por isso nunca era eu quem dava o primeiro passo. Mas quando vi Jimin ajeitando os óculos, não sei explicar, eu só… Eu só senti que Jimin merecia. Eu senti que ele, mais do que ninguém, merecia que eu desse meu primeiro passo, merecia que eu fosse corajoso.
Jimin não era como todos os outros, e eu não queria tratar ele como se fosse.
ㅡ Não somos amigos. ㅡ Jimin me encarou com uma expressão confusa quando falei. ㅡ Não somos amigos, Jimin. Eu não sou seu amigo. Eu não te trato como trato meus amigos, eu não transo com você como já transei com eles e eu com certeza não amo eles como amo você. ㅡ Ele engoliu em seco, eu lambi os lábios, busquei coragem para prosseguir. ㅡ Eu te abraço de um jeito que não abraço eles e não quero abraçar mais ninguém. Os seus olhos não são como os deles, Jimin. São nos seus que eu quero me ver. É você que eu quero, Jimin.
Um silêncio novamente tomou conta do quarto. Eu estava quase suando frio, com medo. Medo de como ele reagiria, medo do que ele faria. Medo de ter errado ao ter dito aquelas palavras. Mas eu não podia voltar atrás e nem iria. Estava feito e eu lidaria com as consequências disso.
ㅡ Jimin, tá tudo bem se você não… ㅡ Ele me puxou pela cintura muito forte, estava me olhando nos olhos, eu não consegui dizer mais nada.
ㅡ Você tá falando sério? ㅡ Sua voz saiu baixa, porém ainda séria. Concordei com a cabeça.
ㅡ Muito sério, Jimin.
Ele me olhou nos olhos profundamente de novo. Eu estava nervoso, meu coração estava muito rápido e eu ainda tinha medo. Todavia... não parei de olhá-lo por nem sequer um segundo.
ㅡ Eu também quero, Jungkook.
Jimin me beijou, nem pude processar uma resposta, entender o que estava acontecendo. Só senti sua língua encontrar com a minha e perdi completamente os sentidos, o controle.
Segurei o rosto dele, ele apertou minha cintura. Eu estava derretendo nos seus braços, isso não era incomum. O gosto dele sempre seria bom, tinha se tornado o meu favorito. O modo como ele me tocava parecia poesia, um romance antigo que falava de pecado. O jeito como ele me beijava era sentença, eu tinha certeza. Ele estava me condenando a me apaixonar ainda mais.
Eu não passava de uma criança nas suas mãos.
Eu era um homem adulto que se via minúsculo e necessitado do carinho dele, como uma criança carente. Eu me sentia submisso e não me envergonhava disso.
Sabia que Jimin cuidaria de mim, sabia que ele apenas queria me proteger. Ele não me via como alguém que estava sempre ali para transar ou se divertir quando quisesse, ele não me via como propriedade dele. Não importava o quão forte ele me apertasse em seus braços, eu sabia que ele sempre me deixaria ir quando eu quisesse.
Eu ainda não entendia Jimin completamente, não sabia o quão graves eram seus problemas ou qual o tamanho e peso do seu sofrimento. Mas eu gostaria que ele me fizesse seu aluno e me ensinasse tudo sobre ele. Eu queria ser um especialista em Park Jimin, porque, mesmo sem saber, ele era um especialista em mim. Eu podia ver nos seus olhos e sentir no seu toque: ele me conhecia. Ele me conhecia de uma forma, que senti, que ninguém nunca conheceu.
Quando paramos o beijo para respirar, ele encostou a testa na minha e se deitou; me puxou para deitar ao seu lado. Eu me acomodei de frente pra ele, estava olhando seus olhos que me encaravam de volta. Eu toquei seus óculos, um pedido para tirá-los, e ele não me impediu. Coloquei os óculos do lado do travesseiro, longe o suficiente para que eu não os derrubasse. Toquei sua bochecha devagar, Jimin fechou os olhos e suspirou.
Foi naquele momento em que eu pude realmente tentar entender o que estava acontecendo. Parecia um tanto… bom demais, tudo aquilo.
Será que Jimin estava tão nervoso quanto eu? Ele sentia medo como eu? Medo do futuro? Medo de… nós? Ou ele estava calmo? Será que diferente de mim, ele sabia exatamente o que fazer dali pra frente?
Porque eu não fazia a menor ideia do que fazer dali pra frente. Eu não cogitei uma relação com Jimin nem por um momento. Não romântica. E eu não sabia se ele pensava o mesmo ou até quando nós iríamos fingir que éramos amigos. Pois não menti, nós não éramos amigos. Já fomos, mas fazia tempo que não éramos mais. Eu não sabia o que a gente era, eu gostava, mas não sabia.
Suspirei, ele abriu os olhos e se aproximou. Meu coração bateu mais rápido e fiquei paralisado. Ele beijou a ponta do meu nariz e me abraçou, me envolveu num abraço forte e quente; eu me senti seguro, eu me senti protegido ali.
Naquele momento, eu entendi tudo.
{...}
Eu não mentia ao dizer que passei horas na cama com Jimin, apenas sentindo o calor dele em completo silêncio. Foi a tarde toda, cada segundo, e eu faria tudo de novo. Não queria sair, não queria soltá-lo por nada. Acho que ele também não queria, pois não tirou suas mãos de mim um segundo.
ㅡ Já são 18:00, Jimin. ㅡ Minha voz soou baixa e sonolenta; havia cochilado um pouco. Ele sorriu e mexeu no meu cabelo.
ㅡ Acha que devemos levantar? ㅡ Concordei com a cabeça.
ㅡ Vamos levantar e fazer algo pra comer? Estou com muita fome.
ㅡ Certo. Vamos levantar, escovar os dentes e planejar o jantar. Já é quase noite.
Concordei e nos levantamos, tomamos um banho rápido e escovamos os dentes antes de ir para a cozinha. Jimin queria fazer sopa de macarrão, falei que tudo bem e começamos a cortar legumes e procurar temperos.
Estava tudo muito normal, porém… não estava normal. Estávamos fazendo tudo exatamente como sempre fazíamos e ainda assim tudo estava diferente.
Meus olhos procuravam a boca dele a todo tempo, e os dele procuravam a minha. Ele arranjava qualquer desculpa pra me tocar e eu fazia o mesmo. "Oh, deixa eu ajudar você a ligar a torneira!" e aí nossas mãos se encontravam. Era bobo e simples e matava minha saudade do corpo dele.
Contudo, mesmo que meu corpo não tivesse um pingo de vergonha de desejá-lo tão intensamente, eu ficava constrangido sempre que seus olhos achavam os meus.
A gente contou o que sentia algumas horas atrás ㅡ mesmo que Jimin tenha sido mais direto e curto com suas palavras. Tínhamos mesmo olhado nos olhos um do outro e revelado nossos sentimentos. Eu realmente não fazia ideia de como agir normalmente. Jimin não parecia estar nervoso, só sorria todo o tempo. Realmente estava feliz.
Mesmo que seu sorriso me fizesse muito bem, não podia deixar de pensar que ele estava assim tão feliz porque recebeu uma reciprocidade que não esperava. Eu me lembrava das suas palavras ditas misturadas com a bebida e lembrava de todas as vezes em que ele se depreciou na minha frente.
Jimin não me falou sobre o que sentia porque tinha certeza que não era recíproco. Ele não se sentia merecedor do meu amor. Isso doía, sabia que mais nele do que em mim, mas ainda doía em mim.
ㅡ Por que está me olhando assim? ㅡ perguntei, pois ele estava me encarando há longos segundos.
ㅡ Eu amo você.
Ele falou tão, mas tão do nada, que tudo o que eu pude fazer foi virar a cara e ter um puta surto interno.
ㅡ Eu esperei tempo demais pra dizer isso em voz alta. Espero que não se importe se eu repetir a cada 5 minutos.
Eu mordi o lábio, tinha um sorriso do tamanho da Via Láctea querendo tomar conta de mim. Porém eu não queria parecer tão idiota, então tentei conter e apenas concordei com a cabeça. Quando Jimin voltou a atenção aos temperos, o sorriso escapou e eu fiquei vários minutos cozinhando com cara de palhaço.
Jimin viu, eu sei, porque ele riu alto e deixou um beijo no meu pescoço. Ele teve que apoiar as mãos na pia pra isso, já que estava sentado enquanto cozinhava.
Todo o resto do tempo enquanto cozinhamos foi… um completo paraíso.
Jimin jogou água em mim, eu joguei casca de cebola nele e nos beijamos, e nos beijamos muito. Não deixávamos de rir por coisas que não tinham graça. Éramos dois idiotas tentando cozinhar. E droga, foi tão bom! Eu desejei que fosse assim sempre que a gente cozinhasse dali pra frente.
Quando acabamos a sopa, recordei que não tinha nada para beber e avisei ao Jimin que compraria suco e refrigerante no mercado.
ㅡ Vamos juntos. Tem algumas coisas que quero comprar ㅡ ele respondeu.
ㅡ Não faz mal andar até lá?
ㅡ Não, é perto. Vamos?
{...}
ㅡ Você não quer pegar um pacote de Doritos?
ㅡ Tá falando sério?
Juro que quase chorei de tão emocionado, as lágrimas quase escorreram. Jimin me observou preocupado.
ㅡ O que foi, meu amor? Por que está chorando?
ㅡ É que estou tão emocionado, Jimin. Posso mesmo levar Doritos? Não é uma brincadeira? Não brinca com coisa séria assim. ㅡ Enxuguei as lágrimas nos cantos dos olhos. Jimin riu.
ㅡ Meu amor, o que é isso? Eu não estou brincando, mesmo. Pode comprar Doritos. Só coma eles longe do sofá. Tá bom?
ㅡ Tá. ㅡ Funguei e o abracei. ㅡ Obrigado, Jimin. Obrigado.
Jimin riu mais um pouco e beijou minha testa antes de eu ir atrás do Doritos. Juro que saí saltitando até a prateleira onde ficavam os pacotes. Peguei um bem grandão e abracei com todo o amor do mundo. Levei até o carrinho de compras e ajeitei-o com jeitinho pra não amassar. Jimin riu de novo enquanto procurava ervilhas. Eu já havia pego o refrigerante e o suco, estava só ajudando Jimin a encontrar as outras coisas que queria. Fomos até o caixa e foi então que levei um tapa na cara.
ㅡ Sr. Park! Como vai? ㅡ a moça do caixa perguntou.
ㅡ Bem, e você, Ryujin?
ㅡ Bem. Ah, meus parabéns pelo namoro!
Minhas mãos, que estavam contando o dinheiro, paralisaram e meus olhos viraram bolas saltadas.
ㅡ Namoro? ㅡ Jimin olhou confuso pra ela.
ㅡ Sim! Eu desejei os parabéns para o Jungkook da outra vez, mas não o vi para poder dizer o mesmo. Espero que sejam muito felizes! ㅡ Ela estava tão contente que me senti culpado por querer chutar a cara dela e cobrir sua boca com fita.
ㅡ Ah… ㅡ Jimin me olhou. Eu fingi estar contando o dinheiro. ㅡ Obrigado, Ryujin! E sim, somos e vamos continuar sendo muito felizes.
Ela sorriu e conversou um pouco com Jimin sobre o preço do desinfetante, depois eu e Jimin saímos. Eu não tinha coragem de olhar na cara dele, mas fora isso, estava bem.
ㅡ Então a gente namora? ㅡ me provocou. Eu sabia que ele queria rir.
ㅡ Jimin… por favor…
ㅡ Como eu pude esquecer que a gente namora?
ㅡ Jimin…
ㅡ E ela te deu os parabéns! Por que não me disse que contou a ela sobre nós? ㅡ Prendeu o riso, parei de andar e afundei o rosto no ombro dele, que parou de andar também. Eu estava com muita vergonha.
ㅡ Ela achou que a gente namorava e… eu não quis deixar ela sem graça, então fui na onda.
Eu torci tanto pra que Jimin acreditasse, todavia ele estava se matando pra não rir de mim.
ㅡ Ah, claro. ㅡ Voltamos a andar. ㅡ Você só não quis constranger ela. ㅡ Apertei as sacolas de compras; meu rosto estava queimando. ㅡ Você só não quis deixar ela sem graça, você "foi na onda", eu entendo. Mesmo. ㅡ Ele estava vermelho de tanto que prendia aquela maldita risada.
ㅡ Jimin, para, por favor.
ㅡ Mas o que foi? Eu só estou concordando com você. ㅡ Mordeu o lábio.
ㅡ Vamos só deixar isso pra lá, ok?
ㅡ Não.
ㅡ Jimin!
Jimin explodiu em risadas bem ali, no meio da calçada. Eu parei e fiquei esperando ele estar apto para andar novamente.
Não acredito nisso. Que vergonha, que vergonha. Nunca vou te perdoar por isso, Ryujin. Nunca.
Jimin parou de rir, eu suspirei aliviado, estava pronto para retornar a caminhada quando ele disse:
ㅡ Você gostou da ideia de termos um relacionamento? ㅡ Quase derrubei as sacolas. Fiz que sim com a cabeça. ㅡ É… Quem sabe. É possível termos uma relação um dia.
ㅡ Você acha possível termos uma relação um dia?
ㅡ Você acha? Porque eu acho.
ㅡ Eu também acho. Tipo, eu acho que é completamente possível termos uma relação.
ㅡ Sim, é muito possível.
ㅡ Totalmente, tipo, pode mesmo acontecer.
ㅡ De fato.
Seguimos andando, ambos sorrindo e olhando para o nada. Jimin achava possível termos uma relação. Park Jimin achava possível ter uma relação comigo, Jeon Jungkook. Quase desmaiei.
ㅡ Mas nós já estamos em uma relação! ㅡ ele disse de repente.
ㅡ Estamos?
ㅡ Sim! Você me pediu em casamento ontem, lembra? ㅡ Mordeu o lábio. Ele estava me provocando, mas não estava mentindo.
ㅡ E você aceitou.
ㅡ Nunca diria não. ㅡ Nos encaramos. Eu concordei. ㅡ Somos casados, Jungkook.
ㅡ Somos.
ㅡ De fato.
ㅡ Então você é meu… marido, certo?
ㅡ Yes.
ㅡ Hmm…
ㅡ Dois.
ㅡ Idiota. ㅡ Bati no braço dele, ele riu.
ㅡ Você se casou com esse idiota.
ㅡ De fato.
Ele sorriu e roubou-me um beijo e retornamos a caminhar. Tínhamos que jantar, afinal. Não havíamos comido nada além de um pacote de biscoito desde que acordamos.
{...}
Terminamos de fazer o jantar, ficou bem gostoso. Comemos a panela toda, a fome era mesmo uma realidade. Fomos lavar a louça e notamos que o detergente estava acabando, convenci Jimin a me deixar ir correndo até o mercado. Ele terminaria de lavar a louça com o resto do detergente.
Fui numa corrida, peguei chuva na rua e Jimin ficou maluco, dizendo que eu ficaria com pneumonia, e me mandou tomar banho.
Eu estava tomando um banho bem quentinho quando observei meu pau por uns 5 segundos. Não faria mal bater uma punheta, bem rapidinho, não é? Me convenci de que, não, não fazia mal. Lembrei das minhas transas com Jimin e ficar duro não foi nada difícil, então estava tudo indo muito bem.
Eu tinha bastante costume de me masturbar tomando banho, assistindo tv, antes de dormir e no banheiro da faculdade às vezes. Mas isso diminuiu desde que me mudei para o apartamento de Jimin. Como já disse: estressado não conseguia. Depois que eu e Jimin ficamos amigos, só deixou de ser costume. Passei a ficar muito tempo com ele e depois ele se machucou, então o dei ainda mais atenção. Punheta não era assim tão importante diante dele.
ㅡ Jungkook, posso entrar pra escovar os dentes?
Quando ouvi as três batidas de Jimin na porta seguidas da sua pergunta, quase escorreguei no chão molhado do box de susto.
ㅡ S-sim, pode entrar!
Comecei a fingir que estava lavando o cabelo e fiquei de costas para o box, pra que ele não visse meu pau duro, apontando pra frente.
Suspirei aliviado quando finalmente ouvi o barulho dele cuspindo a pasta de dente e fechando a torneira.
ㅡ Jungkook…
ㅡ Sim? ㅡ Olhei-o por cima do ombro.
ㅡ Você… estava se masturbando antes de eu entrar?
Me amaldiçoei por ter achado que ele não me ouviria gemendo lá da cozinha, com o chuveiro ligado. Apenas balancei a cabeça positivamente como resposta.
ㅡ Então… continue, por favor.
Prossegui olhando para ele por um momento, tentando ter certeza de que não tinha ouvido errado. Aquilo era um pedido no mínimo estranho. Concordei com a cabeça novamente e voltei a me masturbar. Ele se sentou na tampa da privada, bem ao lado do box, e ficou olhando minhas costas.
Eu não sabia se era por Jimin estar ali que fiquei tão excitado, chutei que devia ser. Imaginar que ele estava me olhando, me ouvindo... me fazia sentir uma forte vergonha e também excitação. Me sentia tão exposto e vigiado, parecia errado e isso fazia ser mais gostoso. Eu até tentei não gemer no começo, todavia não consegui manter isso. Demorou pouco pra que eu estivesse gemendo, meu pau estava molhado e não era por causa da água do chuveiro.
Ele abriu a porta do box de repente e puxou meu braço, repetiu o gesto quando o encarei; estava pedindo pra que eu saísse dali. Desliguei o chuveiro e saí, fiquei no tapete em frente à privada, de frente pra ele. Ele pegou minha mão e a levou até meu pau, a moveu para cima e para baixo e depois soltou, esperando que eu continuasse.
Engoli em seco. Jimin já tinha me visto me masturbar, porém foi enquanto a gente transava. Nunca foi daquela forma, comigo todo molhado do banho, ele sentado na privada e eu à sua frente, com meu pau bem perto do seu rosto. Eu estava tímido e nervoso, no entanto excitado também. Supus que sempre ficaria excitado se Jimin me olhasse daquele jeito.
Voltei a me tocar como pedido, estava de olhos fechados, tentando a todo custo evitar seu olhar. Saber que ele estava me vendo fez meu corpo esquentar e ficar todo fraco, me senti prestes a cair. Era muito, muito constrangedor mesmo. E também era muito, muito bom mesmo.
Minhas pernas estavam tremendo e eu apertava os olhos, mexia os dedos dos pés numa tentativa de dissipar toda aquela onda de prazer. Estava curioso sobre o porquê ele queria me observar e como estava reagindo, contudo não abri os olhos por nada.
Jimin levantou, se aproximou do meu ouvido e sussurrou:
ㅡ Goza na minha boca.
Todos os pelos do meu corpo se arrepiaram, engoli em seco e até gemi baixo quando ele sussurrou aquelas palavras. Ele sentou na privada novamente, abriu a boca e deixou a língua pra fora.
Aquilo foi a coisa mais erótica que eu já vi em toda a minha vida. Nada jamais iria superar, tive certeza.
Continuei a me masturbar, minha mão se movia muito rápido e, agora, eu não mantinha mais os olhos fechados, porque não queria perder a imagem de Jimin com a boca toda aberta e a língua pra fora, me esperando gozar. O barulho de minha mão se movendo ecoava pelo banheiro, eu não conseguia me impedir de gemer. Às vezes até gemia o nome dele. Estava tão calor e eu estava suando, senti o orgasmo vindo e isso me deixou muito ansioso.
Jimin aproximou-se do meu pau… e chupou minha glande como se fosse um docinho.
Não tinha como, não tinha. Não tinha. Eu gozei na boca dele e ele continuou sugando, como se fosse mesmo um docinho. Gemi alto e arrastado e se não fosse o tapete abaixo de mim, eu teria caído.
Jimin passou a língua por toda a minha glande bem devagar, tirando qualquer resquício de porra dali. Após, levantou, pegou as muletas e sorriu de canto antes de sair do banheiro.
Permaneci parado, recuperando o ar. Me senti como no dia em que ele me fez um boquete pela primeira vez: totalmente em choque.
Eu só consegui pensar em uma coisa depois daquilo: eu ainda não conhecia Park Jimin.
{...}
Quando saí do banheiro, nós limpamos algumas coisas no apartamento, assistimos tv até tarde e fomos deitar. Não estávamos com sono, afinal tínhamos dormido até às três e meia da tarde. Então só ficamos deitados e falamos um pouco sobre as coisas que a gente gostava.
Descobri que Jimin gostava muito dos filmes dos anos 80 e sua banda favorita era Queen. Ele também sempre teve o desejo de ter um animal de estimação e chamá-lo de Einstein ㅡ como o cachorro da trilogia "De volta para o futuro", que eram os filmes favoritos dele ㅡ, mas ele nunca pôde devido a toda a sua aversão à bagunça e sujeira que um animal poderia fazer. Ele também sabia falar japonês, aprendeu quando ainda era adolescente porque considerava a língua muito bonita.
Eu contei a ele que era Cry Baby, que a Melanie Martinez era tudo pra mim desde o The Voice. Falei sobre ser apaixonado por romances antigos e ter não uma queda, mas um penhasco por Romeu e Julieta. Foi quando li Romeu e Julieta que decidi que queria ser escritor.
Eu queria que as pessoas pudessem ler meus livros e se perder em cada palavra deles como se fossem uma viagem a outro universo, assim como eu me perdi e viajei em Romeu e Julieta.
Em algum momento, paramos de conversar e somente nos olhamos. Era quieto, era o nosso silêncio e eu descobri que o amava.
ㅡ Jimin… você acha que isso pode funcionar?
ㅡ O quê? ㅡ Colocou uma mecha do meu cabelo atrás da orelha.
ㅡ A gente.
Ele suspirou e sorriu, depois olhou o céu pela janela do quarto.
ㅡ Lembra que eu te disse que tinha mania de amar coisas que não podia alcançar? ㅡ Concordei. Ele deixou a janela de lado e me encarou. ㅡ Eu sentia que nunca te alcançaria, Jungkook, mas você veio até mim. Acho que quando algo nos ama de verdade, esse algo vem até nós. Eu sempre estava atrás de você, e você veio até mim. Então se a gente realmente se ama, Jungkook, vamos sempre estar indo um atrás do outro. Vamos sempre estar nos procurando, não vamos nos perder. Podemos funcionar, Jungkook. Se você sempre ir atrás de mim, assim como eu vou ir atrás de você.
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