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História Como Se Apaixonar Por Um Viking - Surpresa!


Escrita por: RafaelaRuna

Notas do Autor


Oiii pessoal!
Se eu não voltar a falar com vocês até lá, feliz natal para todos!
Estou sem tempo para responder aos comentários, mas assim que possível irei fazer isso :D
Enfim, boa leitura e até mais o/

Capítulo 11 - Surpresa!


Mais um dia começou. O sol nasceu, a neve fina que se acumulou nas janelas derreteu e embaçou os vidros na forma de vapor, as pegadas deixadas durante o dia anterior foram apagadas pelo vento e o pólen das flores se dispersou no ar e viajou por quilômetros.

Eu não podia deixar de aproveitar o lindo amanhecer...e a insônia que tive essa noite apenas contribuiu para isso. Mal deitei e acabei perdendo a paciência de tentar pegar no sono. Nessas noites em que minha mente está turbulenta, gosto de tomar um pouco de leite fervido ou uma dose generosa de chá, com direito a uma linda paisagem como acompanhamento.

Fiquei sentada em um balde vazio virado ao contrário, servindo como banquinho improvisado. Fiquei hipnotizada pelo movimento das nuvens, sua passagem pelo céu e os formatos adquiridos por elas. Em certa ocasião, uma se se parecia com um machado...acho que penso demais em machados.

Cortando o silêncio matinal e o clima da paz da alvorada, o lado viking de Berk despertou, graças aos seus habitantes. Alguns dos pescadores já estavam preparando suas redes e uma pequena frota de barcos para uma passada no mar conhecido como Banheira de Odin. A primeiro voz familiar que ouvi na vila foi a de um viking irritante já bem conhecido.

– Acordada tão cedo, Astrid? Geralmente você é preguiçosa. - Melequento não resiste a uma piada sem graça mesmo.

– Eu levantei mais cedo só para cortar a sua língua! - Respondi da forma mais sarcástica que consegui. Ele conseguiu me irritar de verdade agora.

– Ah...eu acordo cedo porque o chamado de aniquilação de um guerreiro indestrutível não descansa nunca!

– Qual é o seu problema?

– Sou um daqueles gênios incompreendidos, que só são reconhecidos depois da morte.

– Aposto que é.

– Agora sério, você não conseguiu dormir de ansiedade por causa do seu encontro com o Soluço?

– Ele te contou do encontro?

– O encontrei agora pouco. Ele disse que estava ansioso e que não conseguiu dormir.

– E não tem nenhum problema em você me contar isso?

– Deve ter, eu sei lá.

– Ele te disse mais alguma coisa? Algum detalhe, por exemplo.

– Não! Ele diz que eu sou fofoqueiro, dá para acreditar?

– Que pena.

– Eu sei, é muita injustiça!

– Não por isso, é por ele não ter falado nada.

– Se ele não contou nada para mim, ninguém em Berk deve saber.

– Que pena, estou morrendo de curiosidade!

– Converse com o seu irmão, ele é bom em acalmar as pessoas.

– Nunca pensei que diria isso, mas é uma ótima ideia! Só espero que não cruzar com os gêmeos até lá.

– Se cruzar com eles, diga para o Cabeça-Dura devolver o meu elmo reserva. E diga também que eu não gostei da brincadeira.

– Acho que só eles gostam...depois dele quase pôr o nosso plano com a Heather e o Dagur a perder, nada mais me surpreende.

– Tive que me segurar para não falar umas verdades para ela! Ninguém rejeita um Jorgenson dessa forma! Falando nisso, você acha que a ideia do seu tio vai dar certo? Eles formariam um casal muito estranho.

– Os dois são lunáticos e tem um ódio extremo dos Exilados.

– E o Dagur gosta de você e a Heather do Soluço. Isso quer dizer que além da vingança, eles também querem desfazer o casal mais...

– Nem continue.

– Tanto faz, eles são dois estraga-prazeres.

Alguns passos próximos chamaram a minha atenção. Por que fomos falar dela, hein...

– Oi, pessoal. Vocês viram o Soluço? - Heather chegou com um sorriso no rosto. Dissimulada como sempre.

– Não. - Melequento respondeu, ríspido.

– O que foi? Isso é por causa das cartas, não é?

– Não.

– Tem certeza?

– Tenho.

– Então não viu mesmo o Soluço?

– Já disse que não.

Heather não disse mais nada, apenas saiu andando. Ela deve pensar que ele agiu assim pelo vexame que ela deu na Academia. Ela disse que voltou a Berk para treinar um dragão e na hora em que a escolha do seu dragão foi oferecida a ela, não houve uma resposta.

– Que tal "acharmos" o Soluço antes dela? - Melequento sugeriu, cruzando os braços.

– Só se for agora. - Sorri e fomos direto para onde os primos haviam se encontrado há poucos minutos.

Nós sabíamos onde ele estava o tempo todo. Se a Heather precisava saber disso? Claro que não.

Agora que temos a desculpa perfeita para mostrar nossa objeção à presença dela em Berk, é hora de aproveitar essa oportunidade.

O Soluço estava colocando a sela no Banguela na frente de sua casa quando chegamos. Seu dragão ainda estava um pouco sonolento, todavia parecia disposto a sair em uma aventura.

– Espere! - Melequento.

– O que foi, primo? Ah...oi, Astrid. - Soluço.

– A Heather está te procurando. - Eu.

– Entre na sua casa para ela não te ver! - Melequento.

– Mas por que eu... - Soluço.

– Entra logo! - Melequento.

Após ser empurrado para dentro, Soluço ficou confuso. Acho que ele não vê necessidade em passarmos batidos pela Heather, entretanto eu vejo! Ela precisa pensar que realmente estamos bravos.

– Nós não combinamos nada sobre ignorá-la. - Soluço.

– E daí? Isso só deixa o plano melhor. - Melequento.

– Nunca pensei que diria isso...ele tem toda razão. - Eu.

– Tudo bem, vou fazer o mesmo então. - Soluço.

– Ah, acabei de me lembrar que esqueci de dar o lanche do Dente-de-Anzol. Vou indo! - Melequento.

Ele saiu correndo de lá, sem falar mais nada. Ele não está tentando ajudar no clima entre eu e o Soluço mais porque é impossível. Até que o Melequento não é tão insuportável assim.

O Soluço se abaixou um pouco e deu um beijo na minha bochecha...na bochecha, qual é!

– Então, milady...como você está? - Soluço se apoiou a porta semi-aberta e começou a coçar sua nuca.

– Estou ótima! E você? - A situação despertou uma timidez inesperada em mim, bem como uma curiosidade e uma falta de assunto irritante.

– Estou muito bem...tive insônia, como imagino que o Melequento já tenha contado. Ele é sempre tão discreto que a essa altura todos em Berk devem saber.

– Não se preocupe com isso. O Cabeça-Dura e o Perna-de-Peixe quase arruinaram nosso plano ontem também, então entendo perfeitamente.

– Ainda bem que demos a volta por cima. Seria uma desvantagem considerável se o Dagur descobrisse que estamos nos preparando para a invasão.

– Então, mudando de assunto, o que faremos durante o nosso encontro? Será um jantar, um passeio, o que?

– Não sei se consigo te surpreender, mas acho que vale a pena tentar.

– Você sempre consegue! Aliás, será que pode me dar uma dica?

– Se eu aceito não te deixar curiosa como você fez comigo quanto à resposta ao casamento? Não me parece justo...

– Conte logo!

– Tudo bem. Inicialmente, imagino que você sinta saudades de seus pais, de Illéa e da vida que tinha antes de vir para Berk.

– Muitas coisas boas aconteceram desde que vim para cá...mesmo com esses últimos dias sendo perfeitos, uma parte de mim não vê a hora de voltar para lá. Já outra parte, não quer ir embora.

– Eu quero que hoje seja tão incrível para você quanto esses últimos dias tem sido para mim...então pensei: "por que não vamos até lá para fazer uma visita à família da Astrid?".

– Mas por que?

– O comerciante Johann deixou uma carta enviada de Illéa para você com o meu pai. Aposto que a carta só vai fazer com que a saudades que você sente de seus pais e da ilha aumente.

– Soluço, eu não quero trapacear no acordo. Pensei que eu tivesse que ficar aqui até o fim do mês.

– Mas não tem nenhuma proibição quanto a você fazer uma visita, especialmente quanto a eu te levar.

– Você é maravilhoso...ah, quer dizer...onde está a carta?

– Eu estava colocando a sela no Banguela justamente para ir buscá-la com o meu pai.

Nos interrompendo, Stoico abriu a porta com força, impulsionando-a com tanta força que a maçaneta do lado de dentro da porta bateu na parede e deixou uma pequena marca nas tábuas de madeira.

– Desculpem...não quis atrapalhar. Da próxima vez fechem a porta. - Ele se segurou para conter uma risada.

– Pai, esso não é a situação embaraçosa que o senhor está pensando, e nós estávamos justamente falando do senhor. - Soluço segurou a porta para que Stoico não a fechasse.

– Aposto que estavam.

– Onde está a carta?

– Ah, por que não disse logo?

Ele entregou a carta para mim e foi embora, dando uma piscadinha para o Soluço. Se não tivesse sido tão constrangedor, eu acharia isso muito engraçado.

Voltando o meu foco para a carta, eu a tirei o envelope de papel pardo e li o conteúdo escrito na folha. Era enviada pelo meu pai, sem dúvida alguma...ninguém borra tanto o carvão na hora de escrever. Li o seguinte:

"Querida Astrid.

Eu e sua mãe estivemos com o Stoico hoje, e ele trouxe notícias maravilhosas.

Soubemos que você e o Soluço se deram bem, e que com a ajuda dele você treinou uma Nadder Mortal, e que a chamou de Tempestade. Lindo nome! Como se isso já não fosse incrível por si só, ele nos contou que outros não se aventuraram a arriscar uma tentativa de aproximação dela...minha filha é tão corajosa!

Fora isso, você conseguiu fazer um acordo que salva o nosso povo da inanição e que lhe dá a opção de escolher se quer se casar. Essa é a minha garota, nunca deixa que os outros lhe obriguem a fazer o que não quer!

Espero que seu irmão esteja bem, especialmente montando em uma Gronckel. Ele me deixou muito orgulhoso, assim como você.

A essa altura, você já deve conhecer bem seu tio Bocão inconveniente e seus primos bobos. Essa foi a descrição dada pela sua mãe, que também pediu que mandasse um abraço para eles e dissesse que ela ama você e seu irmão.

Nós dois estamos sentindo saudades de vocês. Todos em Illéa aguardam ansiosamente pela sua volta. Obrigado por ser essa guerreira corajosa que faz justiça aos nossos ancestrais.

Até o fim do mês!

Asgard Hofferson."

Depois de ler a carta, fiquei com um sorriso no rosto. Como é bom receber notícias de casa!

– Era do meu pai. - Me lembrei que o Soluço estava comigo e comentei.

– Você parece feliz. - Ele comentou, segurando a minha mão e se aproximando.

– É ótimo saber que eles estão bem e que ficaram contentes com as notícias do que aconteceu aqui em Berk.

– Aposto que estão orgulhosos.

– Pelo que disseram, estão sim.

– Então, vamos vê-los?

– Eu pensei em ir no aniversário da minha mãe...e daqui a...ai meu Thor, é amanhã!

– Então quer adiar para amanhã?

– Acho que faz mais sentido.

– Tudo bem...mas eu não quero abrir mão do nosso encontro.

– E não vamos perder nem mesmo 1 segundo.

Aproveitando que eu e Soluço estávamos já de mãos dadas, o puxei para fora de sua casa. Fomos andando até o ponto mais alto da aldeia, de onde conseguíamos ver os dragões passeando de um lado para o outro, comendo arenques e bacalhaus à disposição deles, bebendo água e brincando com as pessoas.

Todos convivem tão naturalmente juntos que nem posso acreditar que sobre esse chão muito sangue já foi derramado, tanto de vikings quanto de dragões. Illéa, onde todos os dragões foram extintos, é uma demonstração do que aconteceria a Berk se o Soluço e o Banguela não tivessem se conhecido e dado origem à amizade maravilhosa que existe entre eles.

– Você sempre faz coisas incríveis...para as pessoas, para os dragões e...- Enquanto estávamos sentados admirando, me voltei para ele e olhei profundamente em seus lindos olhos, porém ele me interrompeu com um beijo. E dessa vez foi um beijo na boca, do jeito que eu estava com saudades.

Com suas mãos, ele apertava de leve meu antebraço e apertava seus lábios com força contra os meus. Cada segundo durante o nosso beijo parecia intensificar mais um pouco cada sensação que seria captada no momento seguinte. Quando o beijo acabou, ficamos abraçados por um tempo, bastante nostálgicos e entusiasmados.

Mais tarde, fomos para a Academia e treinamos dragões junto com os outros pilotos...já estou me acostumando com essa vida. Adoro treinar dragões, e não me imagino sem fazer isso quando voltar para Illéa.

Quando já estava anoitecendo, fomos todos para nossas respectivas casas e fomos dormir. Tivemos um dia difícil com alguns Terrores Terríveis filhotes, então uma boa noite de sono seria mais do que bem-vinda.

Enquanto todos dormiam, os dois traidores se encontraram perto da clareira. Lá, onde Dagur esperava Heather, os dois se juntaram para uma conversa séria sob a luz das estrelas e do luar.

– Você é um completo fracasso. - Dagur começou a discussão.

– Do que está falando? - Heather se irritou, ela detesta afrontas.

– Estive observando você e nossos adoradores de dragões pelo dia todo! O Soluço e os outros fugiram de você como ratos fogem do convés de um navio durante um temporal. Parece que você não conseguiu tirar as suspeitas deles de você. E falando nisso, o casal Soluço e Astrid ficou aos amassos na colina por mais tempo do que você tem de vida se não fizer algo a respeito!

– Se acha tão fácil, por que não vai fazer algo você mesmo?

– Não me desafie, garota...

– Você que não pode me desafiar, Dagur! Posso acabar com os planos da sua invasão em um instante. Ouse tentar alguma e você vai se arrepender.

– É bom não me desapontar dessa vez.

Os dois se separaram e cada um foi para um canto da floresta. Esses dois não deveriam ser aliados, afinal não se entendem muito bem...mas pelo que pude perceber, não há nenhum problema pessoal entre eles. Acho que é hora de colocar o plano do tio Bocão em ação, e a ida à Illéa amanhã vai ajudar bastante com isso.



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