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História Como tudo começou - Adaptações


Escrita por: FoCsI_LaDy14

Notas do Autor


Olá! Como estão?

Passando pra deixar mais uma atualização do dia.

Boa leitura!

Capítulo 14 - Adaptações


Fanfic / Fanfiction Como tudo começou - Adaptações

Inverno de 69…


Com a chegada do inverno, as temperaturas caíram um pouco, o que deixou alguns dos pequenos garotinhos um tanto felizes, pois mesmo o outono da Grécia seria um pouco ameno. No entanto, para alguns, ainda era um tanto sofrido.


Camus colocou o suéter que havia ganho do grande mestre e olhou para sua imagem no pequeno espelho que tinha no quarto de Shura, Giovanni e Angel. O louro havia vestido o seu também e se olhava ao lado do outro.


— Tô ponto! — disse e abriu um sorriso para o amigo.


O ruivo olhou para ele e pegou a mãozinha, puxando ele pra fora do quarto. No caminho, Camus bateu de frente com o italiano e olhou para ele seriamente. Milo apertou a mão dele e passou pelo lado, puxando-o pra fora dali. 


— Vamo, Camu… vamu logo! — disse e continuou puxando o mais velho com ele.


Giovanni continuou o caminho até o quarto e fechou a porta, pegando o caderninho que escondia atrás do criado mudo. 


Ao folhear as páginas já escritas, dobrou a do dia anterior e viu a pétala de uma flor amarela que havia anexado com uma joaninha. Passou o dedo suavemente, lembrando da textura fina da pele de Angel e sorriu. 


A porta se abriu subitamente e o italiano escondeu rapidamente o caderno, olhando para o recém chegado. 


— Droga! Não sabe bater?! 


Shura entrou pela porta e a fechou, indo até ele.


— Desculpe. Eu só queria falar com você sobre uma coisa.


O italiano olhou seriamente para ele e fez um gesto com a cabeça para que o outro falasse.


— O aniversário do Olos tá chegando… 


— E daí?


Shura se sentou na cama e colocou as mãos sobre as pernas, respirando fundo.


— E daí que pensei em nos reunirmos pra fazer alguma coisa pra ele. Sabe… gratidão. Sabe o que é isso?


Giovanni revirou os olhos e deslizou discretamente o caderno até o meio da cama com a mão. 


— Sei, mas não quero participar. Me tira dessa.


— Mas… 


— Me deixa sozinho! Tenho mais o que fazer!


Shura cruzou os braços e olhou pra ele.


— É? Como o que? 


Giovanni se levantou e aproximou do outro, levantando um punho.


— Como dar um soco na sua cara, se continuar aqui.


Angel entrou pela porta e olhou para os dois, vendo que se encaravam seriamente.


— O que estão fazendo? 


Shura afastou o italianinho de si e foi até Angel, deixando o outro enciumado.


— Estava falando com ele sobre algo importante, mas como sempre, não quis participar. Você vai, né?


— Participar? 


— É. O aniversário do Olos tá chegando…


— Ah, sim. Claro. — respondeu sem entusiasmo. 


— Legal. Vem! — disse e puxou o outro pela mão. 


Angel olhou para Giovanni antes de sair pela porta e sumiu de sua vista, deixando-o emburrado. Ao ver que estava sendo levado para o outro quarto, parou e puxou a mão.


— Pra que tanta pressa?


Shura olhou para os lados para ver se alguém estava ali e depois para ele.


— Qual o problema? Você também pensa como ele? Não sente por tudo que fizeram pela gente?


Angel desviou o olhar para outro ponto e depois para o chão. Shura notou que algo havia de errado com ele e tocou em seu ombro.


— O que foi? Aconteceu alguma coisa? 


Angel levantou o rosto e olhou para os olhos negros que lhe encaravam curiosos por sua resposta. Ao abraçá-lo, Giovanni viu o carinho através da fresta da porta do quarto e apertou os punhos.


Maledetto!! — pensou e esmurrou a cama sem saber na verdade que nenhum ou outro tinham sentimentos que não fosse apenas amizade. Já ele, tentava de todas as formas arrancar o que sentia sobre Angel e por se tratar de um garoto, só piorava ainda mais as coisas.


Sem pensar, pegou o caderninho que estava embaixo de sua cama e abriu no meio, já amassando a folha marcada com uma lágrima que caiu de seu olho e acabou desistindo de fazer o que tinha em mente. Limpou a lágrima, olhando para o desenho que havia feito de Angel e fechou o caderno, largando embaixo do colchão.


No entanto, por mais que tentasse esquecer um pouco daquela tormenta, as lembranças de seu velho tutor ainda estavam em sua mente:


“Sempre será um marica. Um bostinha é o que você é!!”


Sempre que ouvia tais palavras, a imagem do velho gargalhando em sua mente o aterrorizava.


Depois de conversar com Shura, Angel voltou para o quarto e viu Giovanni sentado em um canto, enquanto segurava a cabeça com as duas mãos. Receoso, se aproximou dele devagar e ficou de joelhos, tocando nos fios do mais velho.


— Gio… Gio… o que…


O barulho do tapa interrompeu a fala do menor e com ele o gosto amargo em sua boca, denunciando que seu amigo novamente não estava em seus melhores dias.


— Sai daqui! Sai! 


— Não! Pode me bater! Eu não me importo e não vou sair de seu lado! — disse e a visão do louro com o canto da boca avermelhado do golpe, o trouxe de volta a realidade. 


Giovanni cobriu o rosto, soltando o choro de arrependimento e sentiu as mãos de Angel sobre as suas, puxando-o para um abraço.


— Está tudo bem, agora. — disse e deitou a cabeça sobre seu ombro — Tá tudo bem.


— 


Shaka meditava de frente para a fonte, quando ouviu alguns risos, tirando o foco de sua concentração. Mu havia feito uma coroa de flores para os três, mas como calculou mal o tamanho da cabeça de Aldebaran, a mesma acabou ficando pequena, gerando um riso do maior.


— Ficô estanho. — riu.


Mu fez bico e se levantou. 


— Nau! Voxê qui tem um cabexão! 


Aldebaran tirou o sorriso dos lábios e abaixou a cabeça. Mu deu de ombros e foi até Shaka, largando a coroa em sua cabeça. O louro abriu os olhos e tocou os dedos sobre a pontas das pétalas.


— Num quelu isso! — disse e tirou a coroa, jogando para o lado.


Mu aumentou o bico e bateu o pé no chão. 


— Voxeis dois são satos! — disse e deu a volta, batendo em Shion, o que causou sua queda.


— O que é isso, Mu?


O menor levantou a cabeça e a abaixou em seguida.


— Tô seio di tetá agadá eies. Nunca bincam dileito. 


O maior se agachou em sua frente e tocou no rostinho, vendo o tamanho do bico.


— Acho que mimei você demais. É esse o problema.


Mu olhou pra ele e cruzou os braços, virando a cara.


— Etão a cupa é xua. 


Aldebaran se aproximou e puxou a manga do grande mestre, o que fez com que o mesmo lhe olhasse.


— Tio Sion… nau liga. Eli é bobo. Tava bigando só puquê nau feiz a coloa dileto. Eli sabi que o Saka não góta de bincá, mai vai lá ensê eli. 


— Nau é vedadi! — respondeu Mu com o cenho franzido.


Shaka ouvindo aquilo e retrucou de onde estava:


— É vedadi. Saka é tetemuia.


Mu fechou a cara, emburrado e fechou os olhos.


— Num sô mai amigo de voxeis! 


Shion abraçou o menor, pegando ele no colo.


— Já que você não quer, é melhor ir dormir que isso passa.


— Nau! Nau quelu dumi!


Aldebaran puxou a veste de Shion novamente e olhou pra ele.


— Quelu ficá aqui fola. Possu?


— Mais um minutos. Daqui a pouco venho pra pegar vocês dois.


— Saka nau vai. 


— Shaka vai sim! Não teime. — disse e saiu, sob os protestos do pupilo que choramingou no caminho porque não queria dormir.


Aldebaran foi até Shaka e sentou ao lado, imitando a pose de meditação.


— Vô meditá tamém. — sorriu.


— Si voxê cosegui… — respondeu de olhos fechados.


— Eu cosigo. Voxê vai vê. — disse e fechou os olhos.


I agola qui eu faxu?


— 


Depois de levarem os menores para o pequeno campo nos arredores do santuário, Aiolos e Saga se sentaram abaixo de uma árvore e os observaram, tendo a mesma lembrança de quando eram menores.


— Parece que foi ontem que eu cheguei aqui…


Aiolos olhou para o amigo e assentiu, pegando uma pequena florzinha do chão, olhando para ela.


— Sim. Passou rápido. O Olia ainda era bebê e lembro que não foi nada fácil cuidar dele. — soltou um riso e olhou para ele — Não conseguiria sozinho e você sabe o quanto foi importante você ficar ao meu lado.


Saga sentiu as bochechas esquentarem e olhou em direção aos menores, vendo Milo correndo com Aiolos e Camus sentado olhando para o céu.


— É claro que conseguiria. Você sempre foi tão forte e determinado.


Aiolos sentiu o rosto esquentar e tomou coragem, encostando a mão sobre a do amigo. Apesar da temperatura estar um tanto baixa, não pode disfarçar o nervosismo, transparecendo para Saga.


O mais velho notou a mão suada sobre a sua e olhou para ele, vendo-o corado.


— Olos… 


— Saga, eu…


— Imão!!! Imão!!! — gritou Aiolia ao longe. 


Aiolos puxou a mão e se levantou rapidamente, indo até o menor.


— Já estou indo!


Saga o acompanhou com o olhar e encolheu as pernas, colocando os braços por cima. Suspirou profundamente e pensou que assim como ele, Aiolos parecia confuso sobre seus sentimentos. A cada dia que passava, notou que estavam cada vez mais próximos e não sabia dizer se era pelo fato de estarem com a responsabilidade de cuidar dos pequenos, ou realmente estava gostando do amigo de fato.


Olhou novamente para o mais velho que se divertia com os pequenos e sorriu. Desviou o olhar para o lado, vendo a flor que ele segurava e a pegou, girando-a entre seus dedos.


O que devo fazer?


— Shagaaaaaa!!! — Milo gritou e saiu correndo em sua direção — Shaga!!


O mais velho olhou para o menor e logo viu quando o mesmo parou em sua frente ofegando.


— Vem… bincá... — disse e o puxou pela mão, fazendo força. 


— Hum. Precisa fazer mais força se quiser que eu vá. 


— Ah! Tá! Ah! — apertou os olhos e puxou, mas acabou desistindo ao deitar no chão. — Nau cosigo. Voxê é muto godo...


— Gordo? — ergueu uma sobrancelha. Vou te mostrar o gordo, pestinha. — disse e o puxou, fazendo cócegas. 


Milo começou a rir e logo soltou alguns gritinhos, chamando a atenção dos outros dois.


— Vô azudá meu amigo! — disse Aiolia ao sair correndo e pular nas costas do outro que o puxou pra frente. 


— Agora tenho dois pestinhas — disse e fez cócegas nos dois, vendo-os rolarem de um lado para o outro.


Camus chegou logo depois e olhou para eles seriamente.


— Camu! Azuda nois! — disse Milo, tentando fugir.


O ruivo revirou os olhos e deu alguns passos em direção a trilha, mas o maior o alcançou, puxando-o para seu colo.


— Esse gosta de bancar o difícil. — disse e colocou as duas pernas sobre os outros dois para não fugirem e começou as cócegas no recém chegado.


Camus olhou para ele seriamente.


— Nau sito cosca… 


— Duvido! Deve ter algum lugar que sinta… disse e continuou fazendo cada ora em uma parte.


— Zá dissi qui… — interrompeu e soltou um gritinho, se contorcendo. — Pala! — riu alto, fazendo até os menores se calarem.


— Eu disse… — parou de fazer cócegas embaixo do bracinho e o ajeitou no colo, afrouxando as pernas para os outros se levantassem.


Milo e Aiolia se olharam e logo pularam em cima do maior para retribuir a brincadeira como castigo.


Aiolos acompanhava a cena com um sorriso no rosto e cada vez mais convicto de que realmente estava gostando de seu melhor amigo.



Kanon puxava um pedaço de coberta, enquanto o garoto ao seu lado dormia para descansar um pouco. 


Ambos tinham um acordo de se revezaram para descansar, ao mesmo tempo que o outro ficava de olho para que não fossem pegos por algum morador da vila. 


Com a caneca vazia a sua frente, olhava o movimento, vendo as pessoas passarem e ignorarem suas presenças, tendo foco em suas próprias vidas. De vez em quando, alguma alma caridosa se compadecia da condição e ajudava com alguma moeda ou até mesmo levando pães. Um prato de comida naquelas circunstâncias era praticamente um milagre, mas não impossível. Não eram todas as pessoas que agiam de forma egoísta.


Cansado e sentindo a barriga doer de fome, encostou a cabeça na parede e se recordou de seu irmão. Pensou sobre seu próprio egoísmo ao julgá-lo por mantê-lo longe de todos. Pelo menos tinha um teto, mesmo improvisado e comida quando sentia fome. Agora que havia perdido tudo, só imaginava onde ele poderia estar, sem saber que na verdade Saga estava mais perto do que pensava.


Notas Finais


Obrigada por lerem!


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