1. Spirit Fanfics >
  2. Como tudo começou >
  3. Solução

História Como tudo começou - Solução


Escrita por: FoCsI_LaDy14

Notas do Autor


Olá!

Hoje terá mais surpresa pra vocês.

Boa leitura!

Capítulo 9 - Solução


Fanfic / Fanfiction Como tudo começou - Solução

Horas depois…


Após o corpo ser liberado para enterro, Aldebaran se viu perdido sem ninguém. Já não havia parentes e as poucas pessoas que conhecia já tinham suas famílias (sem falar na condição social que não era nada boa). Não podiam fazer nada por ele, a não ser confortá-lo diante daquela tragédia.


O pequeno foi encaminhado para uma assistente social que lhe fez algumas perguntas, juntamente com o que havia sido passado para ela a respeito do menor. 


Sua mãe havia morrido pouco depois de nascer por conta do abandono do marido. Havia rumores de que o mesmo fugiu para longe por estar envolvido com tráfico e provavelmente estaria morto. Desde então, foi criado pela tia como se fosse seu próprio filho.


Enquanto continuavam com mais investigações sobre algum possível parente para ficar com sua guarda, Aldebaran foi encaminhado para um abrigo temporariamente.


Ao sair do prédio acompanhado da mulher, o menor teve o prazer de andar pela primeira vez de carro em sua vida. Aquilo era algo novo para ele e por uns momentos, esqueceu a tristeza que sentia ao tocar cada parte do automóvel.


— Óia… eu possu vê eu… — sorriu e acenou para seu reflexo — Tia… Voxê é lica? A mamãe sempi falô qui só zenti lica tem calo.


A mulher soltou um riso e balançou a cabeça para os lados.


— Não sou rica, mas a verdade é que esse carro não é meu. 


— Ah… mai a sinhola não lobô, né? É feio lobá. A mamãe mi dissi.


A mulher voltou a balançar a cabeça para os lados e olhou para ele.


— Sua mãe estava certa. E esse carro é emprestado do meu trabalho.


— Ahhh. Itedi. — disse e abriu o porta-luvas — Quado eu quecê, vô quelê um calo pá mim. Bem munito, comu essi. — abriu um sorriso.


A mulher sorriu e assentiu.


— Só depende de você, meu anjo. Se estudar e trabalhar, poderá ir longe.


— É. Eu vô memo. — disse e olhou para a barreira mais adiante, deixando-o curioso — U qui é aqueies homi lá? — apontou.


A mulher diminuiu a velocidade e notou algumas ambulâncias. Mais adiante havia um carro capotado e um caminhão batido.


— São da polícia. Não se preocupe. 


— Poiça? Hum. — se recordou das poucas vezes que via os homens fardados e se encolheu. — Elis vão atilá na zenti?


— Não, meu amor. — tocou na cabeça dele — Eles não vão fazer nada pra gente. Eu juro pra você.


— Tá.


O carro parou e continuou olhando curioso, até ver um homem se aproximar devagar para falar com a mulher. Ela baixou o vidro e pegou a documentação, alcançando pra ele.


— Boa tarde. 


— Boa tarde, moça. — disse e pegou os documentos, olhando para o pequeno — Ei! Olá, rapazinho! — disse e acenou, mas o pequeno não retribuiu o cumprimento, abaixando sua cabeça — Ah, é do tipo tímido. Sei como é… — olhou o documento e entregou a ela — Tá tudo certo. Só permaneçam no carro por precaução. Vai demorar uns minutos, mas logo volta ao normal.


— Certo. Obrigada. — agradeceu e viu o policial se afastar. Voltou o olhar para o menor — Não precisa ter medo. Já disse que estou aqui para protegê-lo.


— Dicupa eu, moxa. — suspirou.


— Tudo bem. E pode me chamar de Aline.


— Ah, qui nomi munito. Aini… gotei. — sorriu.


A mulher sorriu e voltou a olhar para frente, pensativa. Já o menor, olhava para o céu tentando buscar nas nuvens a imagem de sua mãe. 


— Tia… Puquê eu num vezo a mamãe lá nu céu?


A mulher olhou para ele e olhou para o céu também.


— No céu?


— É. Sempi ovi. Móli e vai pu céu. É vedadi?


A mulher sorriu e afagou rapidamente os cabelos louros.


— É. É verdade sim.


— E puquê eu nau vezo ela? 


Aline ficou em silêncio, diante da pergunta do menor e respirou fundo antes de respondê-lo.


— Porque o céu fica bem longe, querido. 


— Eu quelu i lá… 


— Ah, você não pode, meu amor...


— Memo cum avião? 


— Mesmo.


— I fugueti?


— Também não. Um dia você verá ela novamente, mas até lá, você ainda vai viver muitos anos.


O pequeno abaixou a cabeça e se virou no banco, voltando a olhar pela janela.


Nau ipota… eu dô um zeito. pensou.


Enquanto olhava para o trânsito parado, a mulher olhou para o céu e viu que o mesmo, aos poucos, começou a fechar.


— Droga. Só faltava isso… — disse e olhou para trás, vendo a fila de carros acumulada.


Olhou para Aldebaran e como estava quieto demais, se aproximou, vendo que o pequeno havia dormido.


Assim que os trovões começaram a anunciar a vinda da chuva, os carros começaram a buzinar como se fosse fazer grande diferença.


A mulher voltou a olhar para o pequeno e fechou os vidros, puxando um casaco do banco traseiro para cobri-lo. Olhou para o vidro da frente e viu alguns pingos caírem, não demorando muito para mal enxergar o que estava em sua frente. 


Aldebaran voltou a se virar e continuou dormindo, até o carro sofrer uma batida, impulsionando-os para frente para o desespero de Aline.


— Mas que droga é essa?! — disse e pegou um jornal, colocando-nos sobre a cabeça antes de sair do carro.


Após discutir alguns minutos com o dono do carro detrás, Aline voltou e entrou rapidamente, fechando a porta. 


— Não acredito nisso. O cara de pau ainda disse que não foi… — reclamou e logo ficou em silêncio ao ver a outra porta aberta. Aldebaran não estava mais ali.


Na tentativa de achá-lo em meio aquele mau tempo, Aline passou a procurá-lo em toda parte, mas acabou não achando, acionando a polícia.


Ao notar que estava sendo levado por outra pessoa, Aldebaran começou a chorar e gritar pelo nome da assistente.


— Não dificulte as coisas, garoto!


— Sóta! Quelu a Aini! Ainiiii!!


O homem continuou entrando mata adentro, até achar o jipe que havia deixado próximo de uma estrada antiga que havia por lá. Poucas pessoas a usavam e por esse motivo, escolheu deixar o carro preparado para quando voltasse com o menor.


— Pufavô, me leva pa eia. 


O homem ligou o jipe e deu partida em direção a outra estrada que tinha mais adiante. Olhou de soslaio, vendo o menor choramingar e tirou algumas balas do bolso.


— Não chore. Estava indo para um lugar pior do que esse. 


— O qui vai fazê? Num quelu molê. Pufavô. — olhou com os olhos marejados.


— Não vou maltratá-lo. Não se preocupe.


— Itão leva eu pá Aini.


— Não. E por favor, coma essas balas e fique quieto. Tenho muita coisa pra resolver, antes de levar você para…


Sem se dar conta do que o homem estava para dizer, Aldebaran engoliu o choro e se virou p lado do banco, vendo a chuva escorrer pelo vidro.


Só quelia voxê, mamãe. 


— 


Enquanto isso…


Depois de levar os três menores para o dormitório, Aiolos olhou para Saga e viu que o mesmo continha a mesma preocupação no olhar.


— Não quero deixá-los sozinhos aqui. Você sabe que podem se machucar.


— Eu sei, Olos… mas o mestre nos convocou e não podemos deixar de ir até lá.


— Saga… — suspirou — prefiro levar uma bronca do mestre do que chegar aqui e ver os três brigando.


— Na verdade ainda tem seu irmão.


Aiolos olhou para o menor que estava abraçado em sua mão e o pegou no colo.


— Droga… mas eu não vou deixar ele. É muito pequeno ainda e além do mais, o italiano não gosta dele. 


— Ah, tá bom... — revirou os olhos. — mas não podemos levar os outros. Você sabe o quanto aprontam. 


— É… — olhou para os três que por um milagre estavam comportados e voltou para Saga. — Talvez não seja mesmo um problema. Vamos rápido. Ainda temos que pensar no que dizer sobre o Milo…


— Na ida a gente pensa melhor. — disse e foi até os três — Espero que não briguem ou vão ficar sem ambrosia depois.


Angel fez bico e virou a cara, como se tivesse entendido como ameaça. O italianinho deu de ombros e Shura olhou para ele curioso. 


— Viu? Eles entenderam… — disse Saga ao ir até a porta.


— Eu realmente penso que você seja certo, Saga. Eu espero. — disse e seguiu o amigo, olhando para os três antes de sair — Se comportem — disse e fechou a porta.


Angel olhou para a fresta da porta, enxergando a sombra dos pés de Aiolos e assim que as mesmas desapareçam, se virou para Shura.


— Ambrosia. 


Shura olhou para o menor e pegou a mão dele, levando até a geladeira. Não gostando nada daquela situação, o italiano foi atrás e encarou o espanhol.


— Deixa que eu pego. — disse e puxou a porta com as duas mãozinhas e caiu de bumbum no chão.


Shura soltou um sorriso, mas logo parou ao ver a cara do outro. 


Angel soltou a mão de Shura e se ajoelhou, olhando para o italiano.


— Por que tá sempre brabo? — perguntou e franziu o cenho.


O pequeno olhou para os olhos azuis que lhe fitavam de perto e virou o rosto para o lado, envergonhado.


— Sai…


Angel soltou um suspiro e se levantou, puxando a cadeira para perto da geladeira. Shura foi ajudá-lo e quando o menor finalmente conseguiu se equilibrar sobre a cadeira, olhou para o espanhol e soltou um sorriso.


— Consegui! — disse com as bochechinhas coradas.


Para pegar a compota do doce, o pequeno sueco se inclinou perigosamente para frente e a segurou com as duas mãozinhas.


— Pesado… — apertou os olhos e se virou se desequilibrando um pouco. 


Assim que viu o pote cair da mão de Angel, Shura tentou pegá-lo, mas o mesmo se espatifou, sujando boa parte do chão da cozinha.


Angel olhou para a cena com os olhos marejados e tentou descer rápido, mas para o seu azar, acabou caindo e fechou os olhos já esperando que se machucaria feio.


Ao abrir um deles, ouviu um gemido de dor e se surpreendeu ao ver o que havia acontecido.


— Você?


Shura olhou igualmente surpreso com o que o pequeno italiano havia feito e se aproximou, ajudando Angel a se levantar.


O pequeno sentiu um alívio, mas algo ainda o incomodava. Assim que levantou, olhou para a perna e viu um caco grudado nela, o que gerou mais dor.


Ambos olharam assustados, mas ao fazerem o menor movimento para ajudá-lo, foram logo impedidos por seu braço que se estendeu na frente deles.


— Não preciso de ajuda! — disse e caminhou devagar até o banheiro.


Shura olhou para o menor e depois para o chão, sinalizando que cuidaria da sujeira. Angel assentiu, entendendo uma palavra e outra e seguiu atrás do outro.


Conforme se aproximou de onde o italianinho estava, o menor pode ouvir alguns choramingos, o que lhe deixou um tanto triste. Diminuiu os passos e viu que a porta estava apenas encostada, colocando as mãozinhas de leve sobre ela para espiar o que estava acontecendo.


Ao ver o maior sentado com o caco em mãos, sentiu um aperto e logo entrou, chamando a atenção dele.


— Vá embora… — disse ao engolir o choro. 


Angel parou no mesmo instante, receoso com o que poderia acontecer se chegasse mais perto, mas não desistiu. Deu mais alguns passinhos e se agachou, olhando para o ferimento cobertura por uma toalha. Voltou o olhar para o rosto do maior e assim como anteriormente, o viuu virando a cara para ele.


— Sai daqui… — disse em uma entonação baixa, mas viu o pequeno balançar a cabeça em resposta, o que o deixou irritado — Sai logo, seu merdinha! Sai daqui ou eu… — disse e sentiu o peso da mão do menor em seu rosto, seguido de um abraço.


— Não. Quero ficar com você. Sh! — disse em uma tentativa de fazê-lo entender e acabou surtindo do modo esperado.


O italianinho pensou em afastá-lo novamente, mas acabou cedendo ao carinho do menor. Embora sentisse dor, a simples companhia de Angel fez esquecê-la alguns momentos, até que Shura apareceu. Virou o rosto, preocupado com o que o outro pensaria dele, mas não afastou o louro de si. 


O pequeno espanhol olhou para ambos, enquanto estava parado próximo da porta e não se atreveu em dar mais um passo. Sabia da importância que aquela aproximação poderia significar e acabou deixando-os sozinhos novamente.


Já é um começo…


— 


Ao chegarem no templo do grande mestre, Aiolos e Saga avisaram aos guardas que o mais velho havia convocado eles até ali e aguardaram pela resposta diante da porta do salão.


Saga olhou para o amigo e notou o quanto parecia ansioso.


— Você está muito tenso, Olos.


— Impressão sua. — mentiu, mas a verdade mesmo é que não gostaria de ter de se afastar dos pequenos por muito tempo. Achava arriscado demais, sem falar que se estivessem de fato brigando, se sentiria culpado depois.


A porta novamente se abriu e por ela, surgiu o guarda, sinalizando para que eles entrassem. Aiolos olhou para o mais novo e apertou sua mão de leve.


— Fique ao meu lado. — disse e viu o menor assentir.


Assim que adentraram o local, viram o mais velho sentado em seu trono e olharam para os lados na tentativa de descobrir onde Milo estava.


Receoso com o que poderia ter acontecido com o pequeno, Aiolos se ajoelhou diante de Shion e se adiantou.


— Mestre… sei que o que fiz foi errado, mas é toda minha culpa. Saga não teve nada a ver com isso e Milo também. Se tem alguém que merece algum tipo de punição pelo que aconteceu, essa pessoa sou eu e assumo a pena sem questionar.


Saga olhou para o amigo e depois para o grande mestre. O mais velho observava o menor, analisando a situação e pensava na melhor solução para o caso. 


Temeroso pela situação do amigo, Saga respirou fundo e resolveu se pronunciar:


— Mestre, Aiolos está sendo injusto. — disse e chamou a atenção do amigo que o olhou surpreso.


— Saga, o que… — disse e logo foi interrompido pelo amigo:


— Aiolos, agora é a minha vez de falar. — disse e voltou a olhar para Shion. — Mestre, Aiolos se tornou meu amigo desde que cheguei aqui no santuário. Notei no primeiro instante o quanto é leal, digno e acima de tudo, solidário. Sempre põe a felicidade dos outros acima da dele, pois faz parte de seu comportamento honrado. É uma pessoa admirável e jamais encontrarei alguém que tenha um coração tão puro quanto o dele.


Aiolos olhou para o amigo e como o conhecia como ninguém, sabia que não pararia por ali.


O que está fazendo, Saga...


— Prossiga.


— Mestre, o que eu quero dizer com isso tudo é que não é justo que ele seja punido por ter ajudado aquele garoto. O senhor não viu como ele chegou aqui e mesmo que a conduta de meu amigo seja errada, por fazer o certo, eu assumo a culpa.


— Saga, não! O que…


— Silêncio! 


Aiolos abaixou a cabeça, assim como Saga.


— Você tem certeza do que está me pedindo, Saga?


Saga olhou para ele e assentiu.


— Tenho. O senhor pode até julgar mal o que ele fez, mas fui tão culpado quanto e digo que não me arrependo do que fiz.


— Hum. — esfregou o queixo — Entendo que seja um bom motivo ajudar quem precisa, mas vocês dois sabem que não foi certo trazer o garoto pra cá sem minha autorização. Sem falar que fizeram isso às escondidas.


— Perdão, senhor. Eu não pensei na hora, visto as condições em que Milo estava. Não é de minha índole enganar as pessoas, mas não poderia deixá-lo lá. — suspirou — Não o castigue e se me permite, sairei em missão até que encontre uma família honrada para dar a ele o que precisa.


Shion assentiu.


— Certo. Compreendo seus motivos, mas creio que já abri uma exceção para você ao permitir que seu irmão ficasse aqui com você.


— Entendo, mestre. — abaixou a cabeça.


— Além do mais, temos condutas para manter esse lugar em sigilo. Por mais que o pequeno seja jovem, não se esquecerá do que já viu aqui. 


Aiolos levantou o rosto e olhou tristemente para ele.


— Mestre, permita que ele fique com as servas. Ao menos isso...


Saga interviu.


— O senhor disse que abriu uma exceção para Olos… — fechou os olhos por um instante, pensando em seu irmão.


— Sim, foi o que eu disse.


Droga… Kanon.


— Então, peço por mim. Como se ele fosse um irmão. Sei que o senhor não quer fazer o que se espera que seja feito…


Shion ficou em silêncio.


— O que se espera que seja feito… meu jovem, acha mesmo que pode me falar isso? Quantas vezes você colocou isso em prática?


Saga se calou e abaixou a cabeça. Aiolos olhou para o amigo e depois para o grande mestre.


— Faço o que tiver de ser feito e cumpro minha pena enquanto isso. Eu rogo.


Agora foi a vez de Shion ficar em silêncio.


— Mestre?


— Jovem Aiolos, como espera cumprir com mais responsabilidades, se ao menos percebe quando seu irmão menor some de sua vista?


Aiolos piscou os olhos e olhou em volta, vendo que Aiolia não estava ali.


— Aiolia…


— 


Camus olhava as figuras de um livro, quando ouviu a voz de Mu:


— Ai! Fai dodói. Pala! — empurrou Milo.


— Eu quelu sabê pa qui sévi. — insistiu em tocar nas duas pintinhas, deixando o menor incomodado.


— Nau xei… Pala! — o afastou novamente e viu Aiolia entrar pela porta.


— Mio! Galoto estanho! 


Milo olhou para Aiolia e acenou.


— Oi, buda móie! Qui tá fazeno aqui?


Aiolia se aproximou e pegou a mão de Mu, puxando ele para outro canto.


— Asso que ovi um tossa… mai ela mazinação.


Mu soltou um riso e o seguiu até outro canto. Aiolia olhou para ele e sorriu.


— Voxê tá meió?


— Tô. Bigadu. — voltou a sorrir.


— Di nada… mai, puquê tava com eie? — apontou para Milo que estava caminhando em direção ao ruivo.


— Puquê o oto num quis eu… — disse e abaixou a cabeça.


— Ah... mai, o Mio é tossa. Fica cum eu. Sô mai egal.


Mu soltou um riso e assentiu.


— Eie tava petano aqui. — tocou as pintinhas.


— Puquê?


— Num sei. Eli quelia sabê pa qui seve…


Aiolia soltou um riso e coçou a cabeça.


— É bulo. Eu goto. Asso munitinho. 


Mu sentiu as bochechas corarem e cobriu o rosto.


— Pala… num fala qui tenho vegonha.


— Ah. Dicupa.


— Tá.


Do outro lado da sala…


Camus continuava olhando as figuras para se distrair um pouco, quando notou um certo grego bem ao seu lado.


— Vai bola, galoto… — disse ao olhar para o louro seriamente.


— Ué… Voxê fala…


— Calo, bulo. O qui tem issu?


— Puquê os otos num fala.


— Mai, meu pai insinô eu. Acotece qui sô telizenti. — disse e acabou se dando conta do que havia falado. Abaixou a cabeça e suspirou. 


— Ah… dicupa.


Camus acenou com a cabeça.


— Como é qui voxê sama?


— Camu.


— Camu? Qui nomi estanho pá uma minina…


Camus olhou para ele seriamente e cruzou os braços.


— Num sô minina, ibecil! 


Milo arregalou os olhos e logo fechou a cara, cruzando os braços também.


— Mitila! Voxê num palece galoto!


Camus fechou o livro e bateu na cabeça dele, ouvindo um gemido de dor do outro.


— Ai! Puquê fei issu? — alisou a cabeça com as duas mãozinhas.


— Puquê voxê é dipezivo! Mi dessa!


Milo levantou e mostrou a língua.


— Pá mim, pódi molê cum seu pai idota!! — deu as costas, mas logo foi empurrado e cai no chão. Sentiu os cabelos serem puxados e gritou alto — Sóta!!!


— Num sóto! ti odeo! — puxou mais forte.


Aiolia e Mu olharam para os dois brigando e se entreolharam.


— Eu vô samá meu papai. Espela. — disse e saiu correndo.


— Espela eu! Tamém vô samá meu imão!!! — disse, enquanto corria atrás dele.


Milo gritava ao ter os cabelos puxados, mas acabou achando um jeito de virar o jogo, assim que viu uma mecha ruiva cair perto de seu rosto. 


Camus sentiu um puxão e soltou um grito, soltando os cabelos de Milo. O outro o empurrou para o lado e subiu por cima, enchendo-o de tapas.


— Odeo voxê, tamém! Pica-pau! 


Depois de alguns instantes, Aiolos e Saga chegaram ali e viram a cena, separando-os de imediato. Milo tentava sair dos braços do sagitariano, mas não tinha uma força equivalente para isso. Já Camus, olhou para Saga e tocou nas mãos dele, afastando-as de si.


— Num pecisa segulá eu. Vô, ibola!  — disse e deu alguns passos, mas o maior segurou seu braço.


— Nada disso. Você vem com a gente. 


— Mai…


Saga olhou para Aiolos e seguiu na frente com o ruivo e Aiolia. O amigo virou o pequeno para ele e se agachou, ficando na altura dele.


— Milo. Temos uma missão muito importante para cumprir e temos que ter a colaboração de vocês dois.


— Nau! — cruzou os braços — Pefilo molê. — fechou os olhos.


— Nunca mais fale assim! — disse e o chacoalhou de leve pelos braços — Custou muito caro para você ficar aqui. Muito mesmo e não vou deixar que você continue com essas birras, só porque as coisas não saem do seu jeito!


Milo olhou para ele assustado e virou o rosto para esconder seus olhos marejados. Viu o maior se levantar e pegar a mão dele, mas acabou puxando-a de volta e saindo na frente magoado.


— Não seja malcriado… volte aqui!


— 


Enquanto esperava pela chegada do monge que o levaria até a Grécia, o pequeno olhava para a estátua de Buda e se perguntava o porquê de ter de se afastar de sua terra. 


— Saka nau qué i… Buda, azuda? — disse e abaixou a cabeça, soltando uma lágrima solitária que caiu de seu olho esquerdo. — Saka nuca mai vai vê, Buda… tô tisti. — disse e soltou o choro baixinho, sentindo uma energia acolhedora lhe envolver aos poucos.


O menor sentiu uma mão repousar sobre sua ombro e abriu os olhos devagar, voltando seu olhar para trás.


— Já está tudo pronto. Vamos?


Shaka voltou o olhar para a estátua e limpou as lágrimas.


— Saka tá ponto… — disse e pegou suas coisas, levantando do chão. Alcançou o que não conseguia carregar para o maior e olhou uma última vez para a estátua, saindo dali na companhia de seu tutor.


Namaste, Shaka.



Notas Finais


Então? O que acharam?

Obrigada por lerem!


Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...