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História Como uma Catarse (Yoonmin) - Como confiar em um tradutor.


Escrita por: taymarty

Notas do Autor


Olá
Eu sei eu demorei demais.
Eu agradeço muito pelos comentários, vocês demonstraram tanto carinho que eu não sei o que dizer.
E também quero agradecer os favoritos, cara são tantos <3 OBRIGADA A TODOS
Quero pedir desculpa, pois eu disse para alguém que eu enviaria o cap no feriado, desculpe de verdade, eu não gosto de definir datas justamente por causa disso.
Ah também, tenho algo a dizer sobre o cap anterior nas notas finais!
Eu sei que vc estão ansiosos então, boa leitura!

Capítulo 17 - Como confiar em um tradutor.


Fanfic / Fanfiction Como uma Catarse (Yoonmin) - Como confiar em um tradutor.

25 de Setembro de 2016

Domingo

 

Eram 10:25 e por alguma razão o coração de Jimin estava acelerado em um ritmo que insistia em continuar, não importava o quanto ele respirava fundo para poder se acalmar, o garoto por alguma razão desconhecida por si mesmo, há minutos, estava com seu dedo indicador sobre o botão da casa da família Min, porém sem pressioná-lo. Então, percebendo que já estava demorando demais ao adiar aquilo que deveria fazer de qualquer jeito, ele por fim pressionou o botão que deu acesso a uma conversa com o tão conhecido porteiro.

Jimin em sua rotina quando ia àquela casa não precisaria, necessariamente, anunciar o que viera fazer ali, porque o porteiro já sabia que era por trabalho ou porque seus chefes que sempre o convidava para um jantar, mas dessa vez era diferente, parecia até que ele não conhecia aquela casa da qual já tinha entrado diversas vezes, para começar os trajes do próprio Jimin diferenciavam-se com seus trajes que sempre usava para ir até ali, ao invés de um paletó, camisa e calça social, ele usava camiseta branca comprida, uma jaqueta também clara assim como a calça jeans rasgada, além de um boné, usava também um óculos escuro para ofuscar o sol que mesmo estando um clima frio, estava quase no pico. Mas o que mais diferenciava dessa vez de todas as outras era o fato de que ale viera ali por um motivo totalmente distinto.

Após algumas palavras com o tão conhecido porteiro explicando o porquê que dessa vez não entraria, ele esperava ansiosamente enquanto fitava seus próprios pés sobre a calçada, tentando em vão acalmar seu coração antes que acabasse desenvolvendo uma úlcera pelo nervosismo, até que após alguns minutos pôde ouvir um “click” do portão de pedestres se abrindo, olhou pra frente se deparando com o aguardado ranzinza e estranho vampirinho, com uma cara de nada como sempre e com a pele ainda mais pálida pelo sol e os cabelos negros feitos carvão assim como as roupas que usava. Por um instante Jimin pensou que a pele do garoto se dissolveria por causa do sol, mas logo notou que aquilo era realmente vida real e não ficção.

— Oi — Disse Jimin tímido após seu breve momento de paralisação observando o garoto a sua frente que mais uma vez tinha olheiras fundas por baixo dos olhos.
— Oi — Disse Yoongi que apesar do tom monótono, seu olhar parecia se desviar de Jimin como se estivesse nervoso também, mas isso era só uma hipótese — Você não vai entrar?
— Hã, não. A gente vai sair — Sorriu Jimin.
— Vamos ? Pra onde?
— Só vou dizer quando estivermos a caminho, vem... — Disse ele já saindo
— Espera, deixa eu ao menos pegar algum dinheiro...
— Não, você não vai precisar, hoje tudo é por minha conta.
— Só vou pegar meu celular então — Suga foi se se virando para entrar novamente, mas o outro colocou a mão em seu ombro impedindo-o
— Sem celular também, sua mãe sabe que vamos sair e aonde vamos, não há necessidade de celular.
— Como vou saber que você que você não está me sequestrando e irá me colocar em cárcere privado e pedir dinheiro em troca aos meus pais?
— Aí que está, não tem como você saber, vai ter que confiar em mim.
— Mas eu não confio em você
— Mesmo? Mesmo depois de eu ter mentido pra minha própria chefa para você se safar e ainda ter que aguentar você sendo grosso comigo?
— Eu nunca pedi pra que você fizesse isso.
— Verdade, por isso mesmo, na verdade quem está em maior risco sou eu, como saberei que você não está planejando me jogar em alguma fonte ou algo parecido e tentar pegar meu novo celular?
— Comprou um novo?
— Eu vou sair com você, eu tenho que ter um celular, vai que você dê um de louco.
— Tá, tá, tá eu já entendi — Assim mais uma vez o Park foi em direção à rua, mas Suga não o seguiu — Espera, nós vamos a pé?
— Na verdade vamos de ônibus.
— Por que? O motorista pode nos levar
— Porque, como eu disse, hoje tudo é por minha conta, incluindo o transporte — A verdade é que Jimin sentiu uma tentação de ir com o motorista dos Min, mas se deteve.
Assim de má vontade eles foram a caminho do ponto do ônibus, esperaram um pouco até enfim o ônibus certo chegar. Aquela era a primeira vez que Yoongi pegava ônibus naquele país e isso foi uma experiência um pouco estranha, apesar dos ônibus daquela região ser boa ele ficou um pouco surpreso por algumas diferenças com o transporte público de Seul, na Coréia do Sul. Jimin notando o olhar curioso do outro, acabou soltando um leve sorriso, pois era essa a sua intenção desde o começo, mostrar como São Paulo realmente é, tanto nas partes ruins e feias quanto nas partes boas e bonitas.  A primeira diferença que Yoongi notou é que no ponto de ônibus não mostrava os horários que os ônibus viriam e nem quais passavam ali, diferente de Seul a pessoa tinha que praticamente adivinhar. A segunda diferença é que apesar de ter a possibilidade de pagar com cartão o que Jimin explicou ser chamado de Bilhete Único, também havia a possibilidade de pagar com dinheiro, algo que em Seul não tem, sem dizer que na Coréia se passa o cartão tanto na entrada quanto na saída.
Durante a pequena viagem Jimin se sentiu incomodado por se sentarem um ao lado do outro, pelo simples fato dele não saber o que dizer, ficaram naquele silêncio estranho, foi nesse momento que ele se arrependeu por não ter deixado Yoongi pegar o celular, então o que lhe sobrou foi ficar olhando a janela e lembrando passo a passo seus planos, assim ponderando e se agonizando com a dúvida de se Yoongi iria gostar daquilo ou não. Tudo tinha que ser perfeito.
Ele tinha planejado tudo, mesmo que planejar não fosse seu forte, mas no sábado estava tão nervoso por não saber o que fazer que achou melhor fazer um pequeno plano em sua cabeça, e Jin e JHope o ajudaram e até mesmo Tae com suas ideias malucas, mas quem realmente lhe deu tudo que precisava, surpreendente, foi o famoso Namjoon.

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24 de Setembro de 2016, Sábado.
16:38
15h e 13 min antes do encontro com Min Yoongi


— Aaaaaah cansei! Cansei! — Bufou Jimin enquanto deixava seu tronco cair para trás sobre o assento do sofá e com suas pernas pendendo para fora dele. Seu novo celular, que tinha comprado mais cedo naquele dia, estava ligado mostrando a imagem amarelada do aplicativo de notas, porém seu espaço não estava preenchido por palavras, apenas por pixels amarelos.
— Que foi criatura? — Falou Tae sentado do outro lado do sofá enquanto jogava seu amado Overwatch
— Eu não faço ideia do que vou fazer amanhã com Yoongi
— Pega ele — Falou JHope que estava do lado de Tae mexendo no próprio celular e Taehyung deu risada.
— Ha Ha Ha muito engraçado, é sério, eu não faço ideia do que ele gosta de fazer ou não.
— Ontem você não disse que tinha pegado o número do amigo dele lá? Fala com ele.
— Nossa eu tinha esquecido! — Jimin se levantou indo até seu quarto pegar o papel do qual tinha escrito o número dele que antes estava em sua mão, voltou para a sala e gravou o número no celular. Porém notou que obviamente que Namjoon não tinha Whatsapp, então teria que ligar — Aah… Eu to com vergonha.

— Jimin se você não ligar para ele eu vou enfiar esse celular no seu cu — Disse Tae.

— Oh Grosso! — Reclamou Jimin

— Ele tem razão Chim, você fica ai gemendo e resmungando por não saber o que fazer agora fica com vergonha de ligar pro cara?

— Ele não é um cara ele é O Cara, ele é O Rap Monster.

— Jimin, você mesmo já falou com ele pessoalmente, sem falar que ele é uma pessoa como você, só é mais rico e mais bonito, mas aí já é outra história.

— Vai se fuder Tae — Falou o tradutor.

Depois de suspirar umas duas vezes tentando ganhar coragem, ele por fim ligou para o rapaz que só atendeu no quarto toque.

— Alô? — Disse Namjoon na sua voz grave em coreano.

— Hã... Olá, e-eu não sei se você lembra de mim, eu sou o tradutor dos Min e você me passou seu número pra me ajudar com o Yoongi-si.

— Ah sim! É Jimin não é? — O reconhecimento do outro fez Jimin sorrir.

— Sim! Então, amanhã eu vou me encontrar com ele, mas não faço ideia do que ele gosta, nem nada… — Do outro lado da linha Namjoon riu.

— Desculpe, é que do jeito que você falou parece que é encontro romântico.

— Ah! Não! Não é isso! — Jimin ficou meio desesperado.

— Eu sei, eu sei. Também não teria problema se fosse, mas enfim… Hum… Hyung tem muitos gostos… Ele ama música, ele gosta de compor. Principalmente adora cantar rap, é ótimo nisso, pelo menos é o que ele costumava a fazer. — Jimin já sabia disso, mas sorriu ao lembrar, realmente é incrível saber que ele sabia fazer Rap, já que para si mesmo aquilo parecia ser impossível — Ele também gosta de música clássica… Antes de Rap ele só ouvia música clássica na verdade.

— Sério? — Jimin ficou admirado.

— Sim! É surpreendente né? Esse Hyung é cheio de surpresas… Quando ele estava na escola ele costumava a jogar no time de basquete também, ele é muito bom nisso, apesar de que acho que ele não joga tanto mais.

— Basquete? Wow! — Aquilo era o mais surpreendente, afinal Yoongi era tão baixinho quanto ele.

— Ele gosta de tirar fotografia também. Ah, mais uma coisa! Ele não gosta de lugares muito cheios, nem muito barulhentos, ele é muito quieto e sossegado, não gosta de complicações. Ele é meio chato para isso…

— Você realmente conhece muito bem ele — Jimin sorriu tentando imaginar esse Yoongi com tantos talentos e interesse do qual Namjoon falava.

— Nós éramos melhores amigos eu diria, eu realmente sinto falta do Hyung, faz um tempo que ele não se abre de verdade, mas eu ainda tenho bastante consideração por ele.

— Ele deve sentir muita por você também, apesar de não demonstrar muito

— É, espero que sim. Jimin, espero, sinceramente, que você faça amizade com ele — Jimin riu um pouco sem graça, sem saber bem o que dizer.

— Obrigado, eu também espero. Espero que você se reaproxime dele… Obrigado pelas dicas Namjoon-si.

— Não foi nada...

— Hum… Então tchau! E se você precisar de qualquer coisa também pode me ligar nesse número se quiser! — Namjoon riu um pouco.

— Obrigado, ligarei! Tchau... — Assim, ambos desligaram.

O Park não estava acreditando, Yoongi jogando basquete e tirando fotografias? Aquilo era mais interessante do que imaginava. Então, com um sorriso no rosto ele reabriu o aplicativo de notas que logo já começou a ser preenchido por palavras.

 

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25 de Setembro de 2016

Domingo

11:05

 

O caminho se passou silencioso e agora eles estavam no metrô onde o ar condicionado estava exageradamente frio, o mais novo até notou que Yoongi tremia um pouco, já que esse estava só de camiseta expondo seus braços finos enquanto segurava a barra de ferro para não cair. A verdade é que Jimin ainda não sabia o que dizer e aquilo já estava incomodando a ambos, o que era no mínimo decepcionante já que eles no dia interior ficaram imaginando o que fariam diversas vezes, até mesmo Yoongi secretamente torturava sua própria mente em busca de algum comentário sobre para onde iam, mas nada real saia de sua boca.

Minutos depois eles já estavam em uma praça que na verdade não era muito atraente a não ser por uma enorme catedral que se erguia ao meio dela, foi aí que Jimin começou se pronunciar.

— Olha, o que você verá aqui não é muito agradável, esse lugar é chamado de Praça da Sé e aqui é literalmente o centro da capital de São Paulo, pelo que eu saiba por aqui antigamente costumava ser bonito agora é um lugar onde tem bastante comerciante em volta e moradores de rua…

— Tudo bem, mas por que me trouxe aqui?

— Se você vai morar por aqui por um certo tempo é bom conhecer bem o lugar onde mora, e não só a parte bonita. Além disso, tem outro lugar que quero te levar que temos que ir andando daqui, mas se quiser podemos entrar na igreja primeiro.

— Não… Eu não sou católico.

— Você tem religião?

— Não, eu sou ateu eu diria.

— Interessante… Bom... Então é melhor sairmos daqui logo — Jimin começou a atravessar a praça e Yoongi o seguiu com as mãos enfiadas nos bolsos da calça.

A verdade é que aquele lugar realmente era hostil, ainda mais com tantas lojas fechadas já que era domingo, dava tudo ar de fim de mundo junto com uma sensação perturbadora de que ali era perigoso, Yoongi estava com medo, mas não pelo lugar em si e nem para onde Jimin poderia levá-lo, temia aquele plano de Jimin dar certo. Ele também tinha medo do futuro cruel que sempre o perseguia.

— E você? Tem religião? — Yoongi disse minutos depois tentando escapar de seus pensamentos

— Na verdade não… Eu acredito em Deus, mas não tenho uma religião definida — Jimin ficou um pouco surpreso pelo o mais velho ter puxado o assunto novamente.

— Hum… Pra onde estamos indo? Teremos que andar muito? — Ele disse desanimado fazendo Jiin rir pelo nariz.

— Estamos quase chegando seu preguiçoso…

— Você podia ter chamado o motorista…

— E pegar trânsito? Não obrigado. Calma, estamos chegando Yoongi — Como dito, depois de alguns passos chegaram em uma rua que mesmo ao dia era um pouco escura e com pessoas esquisitas. O lugar não era nada agradável, mas Jimin parou em frente a um prédio com detalhes vermelhos — Chegamos! Aqui é a galeria do Rock!

— Rock?

— Eu ouvi falar que você gosta de Rap, mas apesar do nome daqui, não tem só rock, acredite em mim. Hoje era para estar fechado, já que é domingo, mas hoje é uma data especial é aniversário de algum grande artista aí que não sei quem é

— Poxa, eu pensava que você era um guia turístico, deveria saber… — Jimin riu fazendo Yoongi se segurar para não sorrir.

— Vamos entrar logo, Yoongi — Dito e feito eles entraram na galeria que como Jimin disse, não tinha apenas coisas de rock, naquele primeiro andar tinham lojas de skate, coisas de reggae e enfim Rap. Havia muitas lojas de camisetas de bandas e de outras coisas em geral, mas quando Suga viu uma loja de discos e CDs antigos seus olhos rapidamente brilharam.

Ao entrarem na loja, o Park logo notou que o mais velho parecia estar em casa, procurou vários discos e CDs, assim como fizera na loja de música no Shopping, mas ali tinham mais opções. Porém no fim eles acabaram saindo da loja sem levar nada, mas Yoongi logo ficou atraído por uma outra loja que vendia diversos bonés e Jimin ficou imaginando o mesmo com um, então eles acabaram entrando. Yoongi olhava em volta pra tudo, até mesmo para as pessoas variadas de todos estilos que apareciam ao redor, mas aquela loja em especial estava mais cheia fazendo Suga ficar um pouco inquieto. Jimin, por um momento, pensou que teria sido melhor se eles fossem para outro lugar, mas antes que falasse para irem ele viu um boné em especial que parecia combinar perfeitamente com Yoongi, assim ele pediu para o atendente pegar o tal boné, quando colocou as mãos no mesmo colocou na cabeça do vampirinho ao seu lado. Ele pareceu um pouco assustado pelo ato repentino, mas assim que viu o sorriso de Jimin, se tranquilizou.

— Ficou perfeito — Sorriu satisfeito — Moço, quanto que é o boné? — Jimin falou para o atendente em português.

— Esse está 50.

— Eita, não dá pra fazer nenhum desconto?

— Foi mal, mas não dá pra fazer não — Assim a contragosto Jimin foi tirando uma nota e 50 reais da mochila cheia que carregava atrás de si, entretanto antes de dar a nota ao homem ele foi impedido pela mão fria de Yoongi

— Não precisa

— Eu não me importo, eu falei que hoje é por minha conta.

— Jimin, não precisa comprar isso pra mim, de verdade.

— Yoongi é um presente, então só aceita — Assim, ele acabou pagando da mesma forma, mas o outro se sentia desconcertado, aquele ato tinha o pegado de surpresa.

— Jimin, não quero que pague as coisas pra mim — Disse Yoongi quando saíram da loja

— Mas por quê? Eu quis dar…

— Porque… — Ele queria dizer “Porque não mereço” mas aquilo não saiu, era como se ele soubesse que se dissesse essas palavras Jimin saberia que elas significam muito mais do que não merecer um boné — Porque… Não é justo, fui eu que quebrei seu celular e você teve que comprar outro, eu que deveria estar pagando coisas pra você.

— Relaxa, você está sem dinheiro, além disso, aquele celular já estava precisando ser trocado.

— Mesmo assim eu… — A verdade é que no bolso da frente de sua calça, havia um certo dinheiro, mas não queria gastá-lo, sua mente dizia que não podia gastá-lo com aquilo, e com isso o sentimento de culpa vinha junto, estava sendo tão egoísta...

— Faremos assim, na próxima vez você paga tudo então — Jimin sorriu, e mais uma vez Yoongi sentiu como se não merecesse aquele sorriso tão sincero.

— Tudo bem — Respondeu baixo.

Assim Jimin o levou para os últimos andares do lugar, ali tinham lojas mais dedicadas ao rock em sí, e até mesmo com uma temática mais gótica, mas o que ele realmente queria mostrar para o outro era a sacada dali. Era uma vista interessante de uma cidade que parecia em ruínas assim como sua população, ainda assim era uma vista legal dando de cara com o céu azul com sua nuvens fofas e brancas.

Aquele lugar fez Jimin lembrar de um dos melhores dias que passara com Jungkook, eles tiveram um dia inteiro aproveitando a cidade e se beijando nos lugares mais inesperados como na beira de um ponte que ficava em cima de uma grande avenida, contudo aquela galeria e aquela vista foi um dos lugares mais marcantes do qual fora com o Ex naquele dia, eles tinham se divertido tanto e mesmo depois de terem recebido palavras ríspidas de um cara desagradável por serem gays, eles tinham ido ver aquela vista e Kookie lhe disse: “Quer saber Jiminie, olhe essa cidade, não é uma grande bosta? Então foda-se. Me beije e que o mundo que se exploda”. Então eles se beijaram como nunca. Mas agora vendo aquele lugar de novo sem aquele garoto ao seu lado percebeu que até os melhores beijos se acabavam e aquela cidade ainda não tinha se explodido.

— Você está mais quieto do que o normal — Disse Yoongi depois de um tempo.

— Hum… é que esse lugar me trás lembranças, me desculpe.

— Tudo bem, não precisa se desculpar — Jimin olhou para o garoto pálido e deu um leve sorriso mesmo que este estivesse olhando para vista e não para ele — Jimin, obrigado — Ele falou agora olhando para o mais novo.

— Pelo quê?

— Por… — ele iria dizer “Por tentar”, porém mais um vez ele calou sua sinceridade e fraqueza — Por comprar o boné.

— De nada — Sorriu Jimin, ele não cansava de sentir animação quando o garoto o agradecia — Está com fome?

— Não muito

— Ah, eu esqueci que você só se alimenta por fotossíntese, aliás acho que nem por isso.

— E eu esqueci que isso não é bem da sua conta — Apesar da grosseria, o menor riu e Yoongi acabou sorrindo — Eu faço uma exceção e como por hoje.

— Hum… Sabia que eu tenho essa teoria de que você é um vampiro?

— Ok Bella, que teoria é essa?

— Você já assistiu Crepúsculo? — Jimin riu chocado, ele não conseguia imaginar alguém como ele assistindo Crepúsculo.

— Uma amiga minha me obrigou a ver com ela — Ele deu de ombros — Que foi? Por que está rindo tanto?

— É meio difícil te imaginar assistindo algo assim.

— É, também acho — Ele soltou um leve sorriso.

— Espera amiga mesmo ou… ? — Ele sorriu meio malicioso, aquele tipo de sorriso era um pouco estranho em um rosto tão fofo quando o de Jimin, pensou Suga.

— Amiga mesmo, eu nunca namorei então…

— Sério?

— É. Quer dizer, eu tentei uma vez quando era mais novo, mas acho que nunca serei bom nisso, ser carinhoso não é muito comigo.

— Verdade, não é mesmo.

— Obrigado pela sinceridade bruta — O Min falou com ironia.

— De nada — Riu Jimin — Podemos ir comer? Eu já estou morrendo aqui — O outro deu de ombros já seguindo Jimin que agora parecia estar com animação — Onde você quer comer? Podemos ir em um restaurante japonês, uma lanchonete, e acho que tem um churrascaria que abre de domingo… — Ele falou quando já estavam no andar térreo novamente.

— Eu realmente não estou com fome.

— Yoongi, você tomou café?

— Não

— Então você vai comer nem que eu enfie na sua boca a força.

— Eu tenho medo de você às vezes.

— Ótimo, é pra ter. Então o que quer comer? Peixe, carne…

— Carne, carne e carne

— Podemos achar sangue também caso você seja mesmo um vampiro.

— Só se for o seu — Jimin arregalou os olhos um pouco, já que não esperava por isso — Que foi? Está com medo? Ótimo, é pra ter. — Ele sorriu satisfeito por ter dado o troco e foi seguindo para rua mesmo não sabendo a direção certa.

Eles seguiram de volta para a praça e Jimin o levou novamente para o metrô, explicando que o restaurante ficava perto do próximo lugar onde ele queria leva-lo. Agora, diferente de antes, não havia aquele silêncio incômodo que os fazia ficar inquietos, dessa vez Jimin, mais  a vontade, arranjou rapidamente algum assunto que no caso foi encher o outro de perguntas sobre o Metrô da Coréia.

Quando chegaram no restaurante Jimin retirou os óculos escuro e o boné e os guardou na mochila, já que ali o ambiente era mais escuro, na verdade vendo Yoongi ali em sua frente em uma mesa de dois em um canto perto da janela, parecia muito que eles estavam em um encontro de casal, lembrando o que Namjoon falou para ele sobre aquele passeio parecer mesmo aquilo, então ele começou a ficar vermelho naquela situação.

— Que foi? — Perguntou Yoongi que antes olhava o cardápio tentando reconhecer o que eram aqueles pratos brasileiros.

— Nada não — Jimin disse sem graça olhando pra baixo — Você já escolheu?

— Eu não estou entendo nada nesse cardápio.

— Eu posso traduzir pra você se quiser.

— Pode ser, mas tem milhões de coisas aqui.

— Hum… Que tipo de carne você gosta?

— Carne coreana...

— É, acho que eles não tem isso aqui — Jimin riu baixinho pelo nariz.

— Tudo bem.. Eu não estou com fome mesmo.

— Min Yoongi, você vai comer e não adianta tentar escapar — Jimin apontou o dedo indicador pra ele o acusando e apertando o olhos — Eu vou pedir o meu, você experimenta e se você gostar é só pedir igual

— Mas não vai demorar pra sair o prato?

— Que horas são?

— Eu não tenho horas, você não deixou eu pegar meu celular…

— Tá, tá — Jimin pegou o próprio celular e viu que eram 12:35, não era a toa que o restaurante estava cheio, pelo menos, eles tinham tempo bastante para seu próximo plano — Temos tempo de sobra, pode ficar tranquilo — Ele sorriu.

Assim que Jimin escolheu eles chamaram o garçom e ele fez o pedido. Depois que ele fez o pedido Yoongi olhou o garoto de lábios cheios a sua frente tentando desvendar o que passava por sua mente. Jimin estava se esforçando tanto, mas tanto para que aquilo desse certo que por um instante se perguntou o porquê alguém faria aquilo tudo por ele, dessa maneira ele se lembrou da noite de sexta e das coisas terríveis que teve coragem de dizer para aquele ser inofensivo que agora brincava com o guardanapo da mesa, mas aquilo que dissera na realidade não era um ato de coragem e sim de covardia, ele disse aquilo por medo… Medo, pois não merecia tanto carinho e atenção, e esse sentimento de culpa estava começando a machucar mais uma vez. Por que esse sentimento nunca ia embora?

— Jimin… — Ele falou baixo olhando para a toalha da mesa e o outro olhou atendendo seu chamado — Por que você… — Novamente ele calou-se, como podia ser tão covarde? — Por que você não me chama mais de Hyung? — Novamente ele soltou palavras que não queria realmente dizer, apesar daquela pergunta já ter rodeado seus pensamentos.

— Eu, não sei… — Definitivamente o Park não esperava aquilo — Aquela vez nós estávamos próximos, mas nos afastamos novamente, então achei que não gostaria que eu o chamasse assim.

— Você pode me chamar assim se quiser, eu não me importo — Na verdade, Yoongi queria que ele o chamasse daquele jeito, mas como sempre o “Não me importo” era uma atitude viciante que o consumia.

— Hum… Posso te chamar de Suga também? — Chim Chim sorriu tímido.

— Pode

— Okay Suga-Hyung — Yoongi sorriu levemente, uma vez que aquelas palavras fazia um som tão doce na voz do outro.

Algum tempo depois o prato de Jimin chegou, deixando ambos impressionados pela quantidade, notando que com certeza não teriam que pedir outro. Desta maneira o garoto Min experimentou a comida e acabou gostando, então acabaram por dividi-la. Porém, no fim, Jimin notou que o mais velho acabou comendo ainda mais do que ele mesmo, então sorriu.

— Não estava com fome hã?

— Ah cala a boca

Jimin riu novamente e assim que terminaram ele pagou e chamou o outro para irem ao banheiro, o vampirinho achou estranho aquilo, mas acabou indo. Fizeram seus “xixis” em mictórios separados, já que seria pouco estranho seria fizessem um ao lado do outro, lavaram as mãos, mas antes que Suga saísse porta afora, Jimin segurou seu ombro impedindo-o, e então puxou a gola de sua camiseta e colou seus lábios com os seus.

Não… Isso não aconteceu, mas pelo menos foi isso que ele mesmo se imaginou fazendo naquele instante, “Meu deus, eu não presto” pensou Jimin que apenas disse:

— Espere um pouco, eu tenho algo pra você — Ele olhou pra baixo tentando não fazer contato com os olhos do outro, então tirou a mochila lotada das costas apoiando-a na pia, Suga estava mesmo curioso para saber o porquê ele carregava tanta coisa dentro ela, mas acabou franzindo a testa quando o menor retirou de lá uma muda de roupas formais, do qual Yoongi logo percebeu que eram as quais ele tinha emprestado ao outro na sexta-feira.

— Obrigado, mas por que você está me devolvendo isso agora? Eu não tenho onde colocar.

— É pra você vestir — Vendo que ele ainda tinha um olhar confuso, explicou — Para onde vamos agora você tem que estar bem vestido, eu também trouxe a minha roupa.

— Ah… OK, eu acho. — Logo eles foram se vestir dentro das cabines e como era de se esperar Jimin foi quem mais demorou para se arrumar. Assim que saiu da cabine ele viu Suga já com as vestes sociais, porém simples, mas ele estava com o novo boné na cabeça fazendo com que o acessório não se encaixasse com nada, revirando os olhos Jimin tirou o boné do garoto, que fez cara feia, e o colocou na mochila junto com as vestes trocadas. Min Yoongi ficava bem daquele jeito, com a camisa sem paletó e os cabelos bagunçados e sem maquiagem, dava tudo um ar de naturalidade nele.

Assim que saíram do restaurante dando de cara o Sol, o Park retirou do bolso da mochila um lenço negro de seda e se virou ficando de frente para o outro.

— Eu vou precisar te vendar — Ele disse fazendo Yoongi o olhar estranho sem entender — É uma surpresa e quero que você só veja quando já estiver lá dentro, juro que não é um sequestro.

— Como vou saber se é verdade?

— Novamente você terá que confiar em mim


Notas Finais


Então gente, o que será que vai acontecer com Yoongi e Jimin? Onde será que Jimin vai o levar?
Esse cap está tão fuffly! A eu tive que dividir em dois novamente pq como sempre, estava gigante.
Sobre o cap anterior: eu queria explicar sobre o segundo silêncio já que não fui clara, Yoongi achou que o segundo silêncio eram os amigos de Jimin e Namjoon porque ele sabia que cada tem algum segredo, alguma fraqueza, mas todos ficam silenciosos sobre isso entre si, preenchendo esse vazio com conversas banais, e isso para Yoongi é o Segundo Silêncio, mas o segundo silêncio do livro é um pouco diferente, mas caso queiram saber da um procurda no Google: O nome do Vento, que a primeira página é tem esse trecho citado
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Eu amo conversar com vcs. <3
Até o próx.


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