História Companheira - Capítulo XXV

5 ANOS DEPOIS

No começo, Hermione achava que era o ódio que ela sentia por ele que a fazia seguir em frente, a emoção era tão intensa, tão consumidora, às vezes parecia que ela tinha que acordar mais cedo, apenas para queimar tudo pôr do sol. O desejo interminável de proteger Harry manteve a respiração, ela trabalhou mais do que nunca, mas não apenas para os exames, ela treinou para a guerra.

Quando a luta começou, Hermione se jogou no conflito com entusiasmo, a raiva dentro dela alimentou as chamas que seu loba acendeu. Todo duelo era um duelo mais próximo de brigar com ele . Toda vez que ela enganava a morte por pouco, pensava nela como a maneira do universo de pagá-la de volta, garantindo que ela vivesse para poder seguir em frente .

Especialmente quando a lua estava perto.

Quando a esfera pálida pairava no céu noturno, Hermione podia senti-lo ali, em seu próprio sangue, como se suas veias estivessem cheias de plasma traidor, um líquido traidor que não desejava nada além de chamá-lo. Coçava ao longo de sua pele; era como se estivesse puxando a superfície de sua carne como se pudesse puxá-la fisicamente para ele.

Hermione era aberta sobre o ódio, ela dizia a seus amigos diariamente, embora com linguagem mais suave do que as palavras que corriam livremente em sua mente. Ela não falava sobre ele , seus planos, seus desejos, ou no caso de Ginny, se ofereciam para ajudá-la, mesmo ser saber do que realmente tratava .Eles não sabiam da sua real história .Ela so acreditava que estava certa em se sentir assim, afinal, ele roubou sua escolha de seu modo de existência, esmagou suas esperanças para o futuro.

Hermione não era honesta sobre a amargura que sentia pelo resto do mundo.

Remus tentou ajuda mas ela recusou. Foi parceiro durante algumas lua cheia, e Hermione estava infinitamente grata pelo apoio e amizade que ele havia fornecido. Ele a segurou durante a primeira transição depois do ocorrido com Fenrir, quando ela gritou de agonia e chorou sua angústia durante a noite. Ele a sustentava sempre que ela precisava, passando as mãos pelos cabelos dela quando as manhãs passavam, dizendo que ela ainda era bonita, ainda digna, ainda amada.

Remus se manteve fiel à sua palavra, e fez tudo ao seu alcance para levá-la a sua nova realidade. Ele a ensinou, a protegeu e apreciou o melhor de sua capacidade, embora Hermione pudesse ver o quão difícil era para ele ver o bem nela quando ele não podia reconhecê-lo em si mesmo.

Mas não era suficiente.

Havia algo faltando, algum vazio que não seria preenchido, não importa quanta segurança ele desse. Hermione perguntava a ele sobre isso e Remus apenas encolhia os ombros, oferecendo alguma desculpa sobre não ser autoritário com os detalhes da vida da matilha, ele fazia uma piada sobre ser um lobo solitário, e os dois riam, mas não seria o suficiente para cortar a tensão que existia sempre que ela investigava ao longo dessas linhas.

Houve momentos em que ela olhou para cima para encontrar Remus a observando, algo incrivelmente próximo da pena em seus olhos antes que ele se virasse rapidamente.

Ele sabia de algo, e isso a deixou nervosa.

Os olhares dele e as perguntas esquivadas voltariam a Hermione quando ela tentava, inquieta, adormecer à noite. Com tudo o que ela já havia passado, teria que continuar a suportar, o que ele poderia ter medo de dizer a ela?

Hermione tentou afinar os sons da floresta ao seu redor, concentrando-se no fraco pulso de seu batimento cardíaco. Era um truque que ele havia lhe ensinado, a audição super sensível, um efeito colateral de sua mordida, às vezes podia ser esmagadora. Quando os outros barulhos desapareceram, Hermione soltou um suspiro de alívio antes de começar a contemplar o quanto mais isolada se sentia sem os sussurros suaves causados ​​pelas criaturas ao seu redor, e, no entanto, ela não estava mais sozinha do que estava para a maioria. da sua vida.

Hermione esteve cercada por pessoas durante a maior parte de seus anos de escola, aquelas com as quais ela estava ligada através de sua causa comum. Ela era confiável, era sua amiga, sua associada, mas nunca se sentia realmente igual à outra.

Na época ela era uma criança entre adultos, uma garota estranha entre adolescentes confiantes.

Uma loba entre os bruxos.

Passaram anos antes de Hermione o ver novamente. Anos dolorosos nos quais sua pequena gangue de amigos foi desviada de pé no precipício da guerra aberta para existir completamente dentro de suas mandíbulas.  Tudo o que restava era fé nos outros, às vezes em si mesma. Anos sombrios e solitários.

Hermione sentiu um espasmo na espinha e distraidamente se perguntou se tinha alguma poção para dor em sua casa. Ela estava examinando seus frascos organizados a um ritmo alarmante, e nunca poderia prepará-los tão perto da lua que seus sentidos eram muito aguçados.

Depois da guerra, suas transformações pioraram, a mudança pareceu demorar mais, tirou mais dela. Tanto que poderia levar semanas depois e Hermione ainda sentiria a dor profunda em seus ossos. Ela acreditava que era sua loba, reagindo à angústia que sentia pelos caídos ou, às vezes, se permitia acreditar que poderia haver outra razão mais sombria, algo ligado a ele .

Hermione fechou os olhos quando as imagens voltaram, os lampejos de fogo mágico concorrente que sinalizaram o fim da guerra, o início desse novo caminho distorcido. Memórias que eram tão reais que atacaram seus sentidos, a loucura carregada de fumaça do Salão Principal, como ela se arrastou para o lado de Remus, conseguindo cair sobre sua forma de bruços enquanto ele se deitava ao lado de Tonks.

Sua loba uivou enquanto ela chorava baixinho.

Ambos os lados de sua alma estavam de luto pela perda de seu professor.

Estava sozinha de novo